1. Queremos continuar na UE?
2. Que alterações gostaríamos de ver às instituições da UE?
3. Como devemos prosseguir com a reforma das instituições da UE?
Partilho dessa maneira de ver os problemas indo primeiro à sua origem.
Contudo, antes de dizer sim ou não à continuação na Comunidade Europeia, seria bom saber primeiro o que é essa comunidade e o que pretende.
Quando aderimos, na minha ingenuidade e ignorância juvenil, julguei que era para entrarmos para uma comunidade que a partilha de valores comuns era um bom cimento que pudesse contribuir para a defesa desses mesmos valores, ao resolver diferendos e criando objectivos e passando pela vantagens obvias de um mercado alargado, regido pelas mesmas regras de concorrência e padrões.
No entanto, logo comecei a desconfiar desses propósitos quando passei a assistir a deslocalizações para a Ásia, sobretudo para a China, o concorrente por excelencia a todos os níveis. Deslocalizações que retiravam empregos e base industrial aos europeus, beneficiando assim as sociedades que não partilhavam dos mesmos valores e referências.
Verifiquei que a industria - a actividade com maior impacto a nível económico (ver factores multiplicativos) estava a sair da Europa, assim como tecnologia.
"Podemos comprar produtos mais baratos!" dizem uns. Mas como é que eu vou poder comprar produtos baratos se eu perdi o meu emprego a bem de quem os produz mais baratos por não jogar segundo as mesmas regras?
Básicamente as coisas são assim: mas afinal quais são as regras?
Se entramos num jogo é para ganhar, ou se iniciámos uma viagem é para ir a algum lado (não me venham dizer que é pela viagem em si, neste caso!).
Portanto eu apoio uma comunidade europeia porque a fragmentação é prejudicial à defesa de certos valores como a democracia, Liberdade e bem-estar.
Agora quando vejo que esses mesmos valores são apenas alardeados mas logo abastardados se isso for do interesse de alguns cuja identidade não sei - certamente do sector financeiro - dado o desprezo que se demonstra pelas actividades produtivas - lógicamente que quero deixar o jogo e regressar ao que é realmente certo, onde eu consigo identificar com clareza uma comunidade que partilha um mínimo de referências comuns, que é a minha pátria.
Portanto, não é com sabidolas, bem falantes e fura-vidas que defendem uma coisa e o seu contrário que se vai para algum lado efectivamente.
Fale-se com clareza, que se defenda com firmeza os nossos princípios. Isso é ter carácter. Isso é ser. Isso é existir. Ser uma coisa e o seu contrário é que não é ser nada. E é para esse nada, muito cómodo para muita gentem que estou a ver.
Parlamento Europeu: pode-se dizer muita coisa, mas ao menos fazem "legislação", legislação essa que não é alteradad com frequência.
Neste rectângulo, os nossos analfabetos eleitos nem isso fazem nem estão interessados. Aqui está uma perda de soberania da qual poucos falam.