Relações Portugal-África

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André

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Relações Portugal-África
« em: Setembro 07, 2007, 01:27:22 am »
Líbia:Portugal está atrasado na corrida ao investimento

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Simpático, neutral e afável são vários dos adjectivos com que os líbios qualificam Portugal, país que soube manter-se longe dos atritos da diplomacia protagonizada pelos mais importantes Estados ocidentais.
Também o futebol português ajuda, sobretudo devido à proximidade com a Itália, uma das antigas potências colonizadoras e com as quais existem laços históricos relevantes e onde jogam Luís Figo, Fernando Couto e outros nomes sonantes.

Rui Costa, novamente no Benfica depois de mais de uma década em Itália, também é lembrado e a nova coqueluche do futebol português, Cristiano Ronaldo, começa a ganhar o protagonismo digno dos grandes craques, ao ponto de ser visto com bons olhos um jogo da selecção portuguesa com a sua congénere líbia em Tripoli.

País simpático, Portugal está, porém, longe das relações políticas, comerciais e culturais, facto largamente criticado há vários anos pelos membros do regime líbio, que se mostram agora «satisfeitos» com a abertura, após cinco anos de promessas, de uma embaixada portuguesa em Tripoli.

«Nunca compreendemos muito bem por que razão Portugal não abriu mais cedo a embaixada. Mais, a Líbia tem uma embaixada em Portugal desde 1979», frisou à Agência Lusa o director-geral do Departamento de Informação Internacional do Ministério dos Negócios Estrangeiros líbio, Giuma Abulkher.

A abertura do país a um modelo político e económico mais ocidentalizado, ou, pelo menos, não tão fechado, passo dado há quase uma década, tem levado dezenas de empresas estrangeiras, juntamente com companhias locais, a participar mais activamente no desenvolvimento da Líbia.

Sob este fundo de abertura ao exterior, a Líbia, um dos principais produtores de petróleo, abriu, em 2002, um vasto programa de desenvolvimento de infra-estruturas, avaliado, na altura, em 35 mil milhões de dólares (cerca de 26 mil milhões de euros).

Esgotado o plano, e o dinheiro, depois da grande adesão empresarial ocidental, sempre em parceria com o governo e empresas públicas líbias, Tripoli lançou novo projecto, ainda mais ambicioso, que prevê gastos na ordem dos 80 mil milhões de euros.

As reformas políticas - redacção de uma nova Constituição - e económicas - aceleração das privatizações e da liberalização do sector - totalmente nas mãos do Estado - surgem agora como «ponto de referência» para Portugal, defende Giuma Abulkher.

E foi nesse sentido que este responsável líbio, que reporta directamente ao chefe da diplomacia local, Abdulrahman Shalgam, ausente de Tripoli na altura dos festejos do 38º aniversário da subida ao poder de Muammar Khadafi, lamentou o «atraso» da entrada portuguesa no circuito económico do país.

«Já foram lançadas obras de infra-estruturas importantes. Estão em curso outras, nomeadamente as relacionadas com a construção e reconstrução de Tripoli e de outras cidades do país, tendo em conta que, em 2009, o país celebrará os 40 anos da Revolução Verde», sublinhou.

«Algumas das grandes empresas europeias e até mundiais já cá estão e, aí, Portugal estará já em desvantagem. Têm de trabalhar muito e já para recuperar o atraso», avisou Giuma Abulkher.

A onda de modernização em curso na Líbia vai trazer avultados investimentos estrangeiros e a abertura da embaixada de Portugal em Tripoli vai, assim, permitir alargar os horizontes e atrair empresas portuguesas ao país, admitiu, porém, o director-geral, assegurando confiar na «seriedade» do empresariado português.

Na parte política, Giuma Abulkher lembrou a neutralidade de Portugal em grande parte das questões internacionais e o grande passo do país face aos constrangimentos coloniais, «que os desdramatizou por completo e ultrapassou eventuais traumas».

«Tem defendido a causa africana com veemência. Não nos esquecemos de quem promoveu e lutou pela Cimeira Europa/África (Cairo, em 2000) e do papel que teve e tem na concretização de novo encontro (Dezembro deste ano)», sublinhou o director-geral do Departamento de Informação do MNE líbio.

Por outro lado, destacou também o papel de Lisboa nas sucessivas, embora pouco conclusivas, tentativas para relançar o diálogo entre os países do sul da Europa e do norte de África - «5+5» - e do Médio Oriente - Processo de Barcelona.

«Defendendo África, defende uma igualdade de oportunidades e isso, para nós, faz parte da nossa filosofia. Gostamos muito de Portugal», resumiu.

A embaixada de Portugal em Tripoli, onde já se encontra o diplomata que a chefiará, Rui Aleixo, só abrirá oficialmente na segunda quinzena de Outubro, após o período do Ramadão.

Os objectivos do diplomata português passam por equilibrar as trocas comerciais, promover o investimento português, estabelecer uma cooperação cultural e relançar o diálogo inter-mediterrânico, tal como resumiu Rui Aleixo à Lusa.

País de grandes oportunidades comerciais, aberto à iniciativa empresarial, a Líbia era o único dos cinco países da União do Magreb Árabe (UMA - organização que congrega também Argélia, Marrocos, Mauritânia e Tunísia) onde Portugal não dispunha de embaixada.

Diário Digital / Lusa

 

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André

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« Responder #1 em: Setembro 17, 2007, 07:25:17 pm »
Finanças: Cabo Verde e Portugal preparam cooperação até 2011

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Os ministros das Finanças de Portugal e Cabo Verde vão assinar até final do ano um plano de cooperação para vigorar até 2011 e que compreende nomeadamente a assistência técnica portuguesa às reformas do ministério cabo-verdiano.


Uma delegação do Ministério das Finanças de Portugal esteve durante uma semana em Cabo Verde e hoje encontrou-se com a ministra, Cristina Duarte, ficando desde já marcada uma nova missão, alargada, para Novembro.

Nessa altura, disse após o encontro de hoje a responsável pelas relações bilaterais do Ministério das Finanças de Portugal, Beatriz Teixeira, será «desenhado um programa integrado de cooperação» para os próximos quatro anos, de 2008 a 2011.

Portugal, disse, espera «contribuir para a consolidação do processo de reformas em Cabo Verde» e a troca de experiências entre os dois países poderá passar por acções de formação, seminários e conferências.

A cooperação entre os dois ministérios «já existia mas não estava estruturada», pretendendo-se com estas visitas e a assinatura posterior de um memorando «reforçar, intensificar e estruturar a cooperação entre Portugal e Cabo Verde na área das Finanças e Administração Pública», explicou também a embaixadora de Portugal na Cidade da Praia, Graça Guimarães.

Nesta semana, acrescentou, a delegação portuguesa fez um inventário do funcionamento e «necessidades objectivas» de Cabo Verde em áreas como as finanças, contribuições e impostos, contabilidade pública ou administração do património.

De acordo com a ministra Cristina Duarte, também em declarações aos jornalistas, o Ministério das Finanças e Administração Pública está em pleno processo de reforma em áreas como a contabilidade pública, tesouro, investimento público, desconcentração da gestão orçamental e, entre outras, a informatização da Direcção-Geral das Contribuições e Impostos (há cerca de um mês aconteceu o primeiro pagamento electrónico de impostos por parte de uma empresa).

«A cooperação com Portugal precisava de um enquadramento funcional e estratégico», disse a ministra, acrescentando: «vamos contar com a assistência técnica portuguesa» mas vamos também fornecer a Portugal «experiências que lhe interessa».

Diário Digital / Lusa

 

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André

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« Responder #2 em: Setembro 28, 2007, 05:10:12 pm »
Portugal é quem mais faz para manter relação Europa/África

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O antigo primeiro-ministro de Angola, Lopo do Nascimento, disse hoje à agência Lusa, no Porto, que Portugal é o país que mais faz para manter a relação entre a Europa e África.
«Portugal é o país que mais faz força para que essa relação se mantenha. Não perdeu a sua vocação africana», afirmou Lopo do Nascimento, à margem da conferência «Europa-África: uma estratégia comum?», que a Fundação Portugal-África está a promover, hoje e sábado, na Fundação de Serralves, tendo como horizonte a Cimeira Europa-África da presidência da UE, em Dezembro.

O actual deputado do MPLA aconselhou, contudo, o Governo português a ser «mais realista» quanto à cimeira, marcada para 08 e 09 de Dezembro, em Lisboa.

«Penso que não se deve elevar muito a fasquia. Quanto maior for a expectativa, maior será a decepção», afirmou o deputado.

O ex-primeiro-ministro salientou que »mais importante do que a tomada de decisões é a implementação das decisões».

Lopo do Nascimento disse acreditar que é possível «fazer coisas concretas» envolvendo os dois continentes, mas realçou que ainda pouco se sabe sobre o que está a ser negociado para a cimeira de Dezembro, em Portugal.

Diário Digital / Lusa

 

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comanche

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« Responder #3 em: Outubro 01, 2007, 11:47:54 am »
Portugal pode ter importante papel de influência no Golfo da Guiné

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Portugal pode ter um importante papel de influência no Golfo da Guiné, onde existem grandes reservas petrolíferas, se tiver visão, afirmou à agência Lusa o Major General Freire Nogueira, do Centro Português de Geopolítica.
 


Freire Nogueira defende que a Europa se tem esquecido de África na questão da diversificação das fontes de energia, e afirma que o Golfo da Guiné se poderá vir a tornar uma zona de conflito ou estratégica.

A posição de Portugal, em termos de influência, poderá ser importante para criar uma aliança transatlântica, defendeu.

A segurança do abastecimento e a segurança dos mercados será o tema debatido terça-feira no "Lisbon Energy Fórum", um encontro promovido pela Fundação Mário Soares e Galp Energia para reflectir sobre a dificuldade crescente na reposição das fontes tradicionais de energia, com implicações directas nas relações que se estabelecem entre países.

O presidente do conselho directivo do Centro Português de Geopolítica considera que a luta pelas reservas de petróleo continua a ser um "foco de violência e tensão a nível mundial", mas não prevê conflitos com "efeitos planetários", como a crise de 1973.

A disputa entre a Rússia, Estados Unidos, Canadá, Dinamarca e Noruega, pelas reservas petrolíferas no Pólo Norte poderá vir a tornar-se estratégica, defendeu.

A Rússia, em particular, tem reclamado para si as grandes reservas estratégicas do Mar Árctico, defendendo que a cadeia montanhosa submarina na zona é um prolongamento da cordilheira Lomonosov e faz parte do território russo.

Freire Nogueira defende que "geopoliticamente não se pode colocar a Rússia de lado, como os Estados Unidos têm feito", mas que a Europa está numa posição difícil "entre o interesse americano e o seu próprio interesse em estabelecer relações de cooperação com a Rússia".

O especialista em geopolítica alerta ainda para o facto da Rússia e da China terem empresas estatais no domínio energético, como a Gazprom, que são "instrumentos políticos dos próprios Estados".

A dependência energética da Europa face à Rússia é outras das preocupações levantadas por Freire Nogueira e que, na sua opinião, foi criada devido a "inabilidade" dos europeus face à Rússia.

O especialista refere que os países europeus têm resolvido o problema do abastecimento de forma individual, em vez de o fazerem em conjunto.

Um outro ponto de turbulência refere-se às reservas de petróleo mundiais.

Segundo Freire Nogueira, "toda a gente mente" nesta questão e existe uma "grande campanha de desinformação quanto ao estado das reservas reais de petróleo".

"Trata-se de uma informação verdadeiramente estratégicas que vai sendo escondida", afirmou.

Por último, a energia tornou-se ainda um problema estratégico para a China e a Índia, que não têm recursos próprias ao nível do petróleo e do gás, mas deles necessitam para sustentar o crescimento económico.

 
 

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comanche

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« Responder #4 em: Outubro 11, 2007, 06:40:41 pm »
 "Africa Austral é região geo-estratégica mais importante para Portugal fora da Europa"
 




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O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, destacou a importância da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) para Portugal, considerando que é a região "mais importante do ponto de vista geo-estratégico para Portugal fora da Europa".
 
Em declarações à Lusa em Pretória, a capital sul-africana, Luís Amado salientou que Portugal tem em toda a região "considerando Angola, Moçambique, o Zimbabué, a RDCongo e, em particular a África do Sul, o maior potencial geo-estratégico fora da Europa, incluindo comunidades portuguesas, influência política, a rede diplomática e as missões de paz" em que está envolvido.

Amado justifica com esta importância estratégica a visita que efectuará hoje à sede da SADC, na capital do Botsuana, e os encontros que terá com o secretário-executivo da organização, o moçambicano Tomaz Salomão, e o chefe de Estado Festus Mogae, bem como o encontro que terá à tarde em Pretória com o Presidente sul-africano Thabo Mbeki.

A visita de Luís Amado à África do Sul e ao Botsuana divide-se em duas vertentes: como presidente em exercício do Conselho de Ministros da União Europeia (EU), chefia hoje uma `troika` noencontro anual do Acordo de Comércio, Desenvolvimento e Cooperação (TDCA) entre a UE e Pretória.

Na qualidade de ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal (que ocupa a Presidência da UE) desdobra-se em contactos bilaterais no âmbito da política externa portuguesa e da organização da cimeira Europa/África que deverá realizar-se em 8 e 9 de Dezembro em Lisboa.

Desdramatizando as ameaças britânicas de não-participação na cimeira caso o Presidente do Zimbabué, Robert Mugane, nela participe, o chefe da diplomacia portuguesa insiste na necessidade de diálogo com África e no respeito pelas instituições africanas e pelos seus códigos de actuação.

"Temos que respeitar a dinâmica de afirmação de soberania de todos os Estados da região, a importância do processo politico de integração regional, a dimensão africana e de apropriação do processo político pelos africanos que está no código genético de toda a relação política do continente neste momento e as iniciativas regionais dedicadas à situação no Zimbabué", acautelou o governante.

Luís Amado garantiu que a União Europeia não deixa de ter uma visão e uma actuação bilaterais relativamente ao Zimbabué e à sua situação interna e revelou que no Conselho de Ministros da UE da próxima segunda-feira a situação zimbabueana voltará a ser analisada.

"Não podemos é, na UE, confundir a nossa actuação, visão e os instrumentos de acção no plano bilateral - sanções inteligentes contra o regime incluídas - com a nossa abordagem à cimeira Europa/África. São planos distintos. A União Africana é uma instituição de referência multilateral internacional, prestigiada e reconhecida pela ONU, um parceiro para a mediação e regulação de muitos conflitos, tem no seu código de princípios os valores da democracia e respeito pelos direitos humanos, e por isso temos que a privilegiar como interlocutor e respeitar as suas regras", referiu o MNE português.

Para Amado, o tempo em que os europeus, com as regras da Conferência de Berlim do século passado, diziam a África que queriam dialogar mas impunham as regras, já passou e os europeus perceberam isso.

"O que é importante agora é olhar para o futuro sem pôr em causa os nossos valores e os nossos princípios", assegurou Amado, garantindo que a UE continuará a exercer pressão política e diplomática sobre Harare.

Na entrevista à Lusa, Luís Amado admitiu um cenário em que Robert Mugabe possa vir a estar presente na cimeira e ser forçado a ouvir "as críticas e opiniões de muitos países europeus e até africanos sobre o seu regime", como sugeriu a chanceler alemã Ângela Merkel a semana passada na presença do Presidente sul-africano Thabo Mbeki.

"Se a reunião de Lisboa vier a contar com a participação do sr. Mugabe ele terá que ouvir aquilo que vier a ser dito não só pelos países europeus como por alguns de uma linha africana que é crítica da sua actuação e governação e que eu sei que existe", salientou o MNE português.

"Mas estou convencido de que cimeira marcará uma mudança de página nas relações da Europa com África e a circunstância de termos pela primeira vez todos os chefes de Estado europeus e todos os chefes de Estado africanos reunidos na Europa, com a possibilidade de aprovarem uma estratégia conjunta, definirem um plano de acção, definirem um mecanismo de cooperação entre as suas estruturas de integração, entre a UE e a UA é, do nosso ponto de vista, suficientemente importante do ponto de vista estratégico no relacionamento entre os dois continentes para reduzir o impacto da participação ou não de Robert Mugabe", concluiu.
 


Espero que não se esqueçam do Brasil.
 

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Lancero

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« Responder #5 em: Outubro 11, 2007, 10:22:56 pm »
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Defesa: Ministro Nuno Severiano Teixeira visita Angola, RDCongo e Gana a partir de 2ª feira    

   Lisboa, 11 Out (Lusa) - O ministro da Defesa Nacional, Nuno Severiano  Teixeira, inicia segunda-feira um périplo oficial a África, com deslocações  a Angola, República Democrática do Congo e Gana, disse hoje à Lusa fonte  do seu gabinete.  

     

   A deslocação a Angola retribui a visita oficial que o titular angolano  da Defesa, general Kundi Paihama, efectuou em Outubro de 2006 a Portugal.  

     

   Durante os dois dias que permanecerá em Angola, o governante português  reúne-se com o seu homólogo angolano, visita alguns dos projectos da cooperação  técnico-militar portuguesa e profere uma conferência sobre "Europa, África  e os Desafios à Segurança".  

     

   Dia 17, já em Kinshasa, capital da RDCongo, além de uma reunião com  o seu homólogo congolês, Chikez Diemu, Nuno Severiano Teixeira reúne-se  com o presidente do parlamento.  

     

   Na visita a Kinshasa, o governante português tem ainda um encontro com  os representantes das missões da União Europeia, a Missão de Polícia da  UE (EUPOL) e a Missão de Reforma do Sector de Segurança (EUSEC)).  

     

   O ministro da Defesa Nacional visitará finalmente o Gana, onde se reúne  no dia 18 um encontro com o seu colega da Defesa, Albert Dappah.  

     

   O regresso a Lisboa está marcado para a madrugada de sexta-feira, dia  19.  




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Defesa: Na nova era da cooperação técnico-militar entre Portugal e Angola

Lisboa, 11 Out (Lusa) - Cinco anos após o fim das sucessivas guerras  em Angola, a cooperação técnico-militar portuguesa tem ganho maior protagonismo,  de que é exemplo o novo programa-quadro para o quadriénio 2007/10, assinado  em Maio de 2006, em Luanda.  

     

   É neste cenário que se enquadra o diálogo político, sobretudo após a  visita que o ministro da Defesa angolano, Kundi Paihama, efectuou em Outubro  de 2006 a Portugal, deslocação que será retribuída, no início da próxima  semana, pelo seu homólogo português, Nuno Severiano Teixeira.  

     

   Com o fim de mais de 40 anos de conflitos, iniciados com a guerra colonial,  em Fevereiro de 1961, e que prosseguiram com a guerra civil após a independência,  em 1975, o governo de Luanda teve de reorganizar e reunificar as forças  armadas e, ao mesmo tempo, reintegrar os excedentários na vida civil.  

     

   A unificação dos exércitos governamental, as Forças Armadas Populares  de Libertação de Angola (FAPLA), e da UNITA, as Forças Armadas de Libertação  de Angola (FALA), chegou a ser assinada no seguimento do Acordo de Paz de  Bicesse (31 de Maio de 1991), mas praticamente não passou do papel.  

     

   Os sangrentos acontecimentos que se registaram após as eleições gerais  de 30 de Setembro e 01 de Outubro de 1992 voltaram a reacender as mal curadas  feridas entre os dois exércitos, que continuariam a combater durante quase  dez anos, até à morte do líder da UNITA, Jonas Savimbi, em Fevereiro de  2002.  

     

   Com o advento da paz, as Forças Armadas de Angola (FAA) foram chamadas  a apoiar a reconstrução das infra-estruturas destruídas durante a guerra.  

     

   E foi a pensar na reorganização das FAA que Luanda solicitou o apoio  de Portugal, que após um longo processo negocial, se voltou para a formação  de quadros nos três ramos das Forças Armadas Angolanas - Exército, Força  Aérea e Marinha.  

     

   Nesse contexto, a cooperação técnico-militar portuguesa tem assumido  um papel importante quer na modernização quer na reorganização das FAA,  estando para este ano previsto, no acordo assinado em 2006, o investimento  de mais de dois milhões de euros, adstritos a 12 projectos.  

     

   Neste domínio, a cooperação para 2008 será alvo de avaliação e de revisões  anuais, tal como referiu o secretário de Estado da Defesa português, João  Mira Gomes, durante a visita realizada em Maio passado a Angola, em que  destacou que o novo programa-quadro - o anterior contou com um investimento  superior a cinco milhões de euros e com uma taxa de execução de 80 por cento  - representou um "salto qualitativo" na cooperação técnico-militar.  

     

   A formação de formadores em operações de paz, a organização da Marinha  de Guerra, o fomento de capacitações ligadas à sustentabilidade da paz e  estabilidade no país foram, entre outras, as prioridades da cooperação bilateral  neste domínio, tendo sempre em vista adaptá-la aos novos desafios que Angola  tem pela frente, quer no continente quer na região da África Austral.  

     

   A recomposição das FAA não tem sido fácil, mas fortes têm sido as pressões  para que os excedentes sejam "deslocados" para programas de reintegração  na sociedade civil, ao mesmo tempo que Angola está, aos poucos, a afirmar-se  como uma potência africana nas operações de manutenção de paz no continente.  

     

   Nesse sentido, o "elemento de continuidade" da cooperação portuguesa  centra-se em aspectos "chave" da modernização das diferentes instituições  militares angolanas, com os 12 projectos a abrangerem praticamente todos  os sectores.  

     

   Trata-se do apoio à Estrutura Superior de Defesa e das Forças Armadas,  ao Instituto Superior de Ensino Militar, à Academia Militar de Angola, à  Brigada das Forças Especiais, ao Centro de Instrução de Operações de Paz  e à Escola de Administração Militar.  

     

   O rol de projectos inclui também o apoio à Direcção dos Serviços de  Saúde das FAA, à Marinha de Guerra, à Engenharia do Exército, à Escola Militar  de Formação Aeronáutica, ao Centro Psicotécnico da Força Aérea e ainda à  formação em Portugal .  

     

   Segundo dados dos serviços secretos norte-americanos, Angola é o 13º  país, a nível mundial, com maiores despesas militares, nas quais investe  5,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).  

     
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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André

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« Responder #6 em: Novembro 12, 2007, 07:10:55 pm »
Cooperação portuguesa entrega dois camiões porta-contentores à Câmara de Bissau

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A cooperação portuguesa entregou hoje à Câmara Municipal de Bissau, Guiné-Bissau, dois camiões porta contentores e material diverso no âmbito do Projecto de Apoio ao Sistema de Resíduos Sólidos Urbanos da capital guineense.

"Este donativo que hoje oficializamos surge no âmbito de um grande projecto da cooperação portuguesa, que inclui a Câmara Municipal de Bissau e a União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA)", afirmou o adido da cooperação portuguesa, Guilherme Zeverino, sublinhando que a oferta está avaliada em 80 mil euros.

Além da doação de equipamento, o Projecto de Apoio ao Sistema de Resíduos Sólidos Urbanos inclui também a formação de técnicos.

O objectivo do projecto é melhorar alguns dos problemas mais sentidos na higiene pública e ambiental de Bissau.

Segundo o adido da cooperação portuguesa, o projecto vai continuar no próximo ano, tendo sido já aprovado um donativo de cerca de 200 mil euros.

"Esta cooperação tem sido possível graças às excelentes relações entre a Câmara Municipal de Bissau, autoridades guineenses e portuguesas", sublinhou Guilherme Zeverino.

O presidente da Câmara Municipal de Bissau, Florentino Nanque, agradeceu o donativo, bem como os "resultados obtidos desta cooperação".

"O saneamento ocupa o primeiro lugar através da criação de um ambiente propício para o desenvolvimento da cidade", disse o autarca, reconhecendo o empenho e dedicação da Embaixada de Portugal no desenvolvimento de Bissau.

O autarca aproveitou a oportunidade para anunciar um donativo da Câmara Municipal de Lisboa, composto por duas viaturas fechadas, três jipes e motos, que deverá ser entregue até ao início de 2008.

Lusa

 

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André

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« Responder #7 em: Novembro 15, 2007, 02:29:30 pm »
Portugal oferece alojamento a oito jornalistas africanos

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Portugal vai oferecer alojamento a oito jornalistas africanos que pretendam cobrir a cimeira UE/África, de 08 e 09 de Dezembro, em Lisboa, revelou a Organização de Imprensa Africana (OIA), e confirmou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros português.

«Portugal fez um gesto pelos jornalistas africanos», lê-se na página digital da Organização de Imprensa Africana, sedeada na Suiça, com 25.000 membros, dos quais a maioria jornalistas africanos de países de língua francesa, árabe e portuguesa.

Segundo o secretário-geral da APO, Nicolas Pompigne-Mognard, o gesto das autoridades portuguesas visa encorajar jornalistas africanos a participarem na cobertura da cimeira UE/África, em Lisboa».

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Paulo Mascarenhas, disse à Agência Lusa que «foi solicitado por alguns jornalistas» uma ajuda, e que «dadas as circunstâncias e situação de alguns foi decidido oferecer alojamento a oito que comprovadamente não o possam fazer».

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #8 em: Novembro 19, 2007, 09:42:21 pm »
Angola e Moçambique entre os países africanos mais interessantes para investir

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Angola e Moçambique figuram entre os países africanos com maior interesse para investimentos na área do imobiliário, segundo um estudo da empresa portuguesa de consultadoria Worx, enviado à Lusa.

O estudo, que coloca ainda a África do Sul como outro país com interesse para o sector, salienta o continente africano "numa perspectiva geral" como um destino "cada vez mais interessante para se investir", e as razões aduzidas assentam no "crescimento económico sustentado" e na "estabilidade política" vigente nos últimos tempos.

Denominado "Africa Report", o estudo pormenoriza as alternativas de investimento no mercado de escritórios, industrial, retalho e residencial.

Caracterizando individualmente cada um dos três países, o documento frisa que a área mais importante para investimentos imobiliários em Angola se localiza a ocidente do porto de Luanda, ao longo da marginal.

"Além dos ministérios, o mercado é dominado pelo sector bancário e energético, assim como pelo segmento de serviços", que regista uma crescimento "substancial".

"Porém, ainda se verifica a inexistência de espaços de qualidade, embora já existam planos a curto e médio prazo para inverter esta situação", lê-se no estudo, que adianta ser o mercado de escritórios "ainda bastante especulativo".

No retalho, o aumento da procura por parte dos consumidores resultou na abertura recente do primeiro centro comercial moderno, estando já em construção uma segunda grande superfície comercial, além de planos para o desenvolvimento de mais centros comerciais.

No segmento industrial, "a procura por espaços tem aumentado, especificamente nas zonas contíguas a área portuária", para onde está planeada a construção de "elevado número de novos edifícios".

Finalmente, no mercado residencial "não têm sido desenvolvidos novos projectos, excepto os espaços destinados aos colaboradores das empresas relacionadas com o petróleo".

Por essa razão, "com a elevada procura, as rendas atingiram valores recorde no continente africano", com os valores das "prime rent" mensal (renda de zona de referência) de T5 rondar os 12 mil dólares (17 mil euros) por metro quadrado.

A Worx explica estes valores em resultasdo de 27 anos de guerra civil em Angola (1975-2002), a que se associa a falta de investimentos nos últimos anos.

Quanto a Moçambique, verifica-se "um crescimento acentuado na construção de novos edifícios que têm vindo a ser ocupados por empresas moçambicanas e, essencialmente, internacionais que procuram espaços de qualidade".

"Em termos de retalho, os investidores têm estado a explorar bastante o conceito dos centros comerciais modernos", em que o mais recente complexo de Maputo, situado na baixa e recentemente inaugurado, custou 32 milhões de dólares (45 milhões de euros).

No segmento industrial, o mercado de Maputo "está bastante 'misturado', com diversos espaços localizados nas zonas residenciais no limite das áreas da cidade", e ainda com a maioria dos espaços industriais recentemente construídos a serem ocupados pelos proprietários.

"Já em residencial, a qualidade em Maputo varia drasticamente mediante a localização geográfica".

As rendas mensais na capital moçambicana, dos espaços de média e alta qualidade, variam entre os seis e os 12 dólares (entre 8,4 euros e 17 euros) por metro quadrado, com os valores finais a terem em conta a idade do imóvel, dimensão do terreno e existência de infra-estruturas como piscinas.

"Desta forma, o preço médio de renda por ma casa de 'topo' em localização de referência, situa-se nos 2.500 dólares (3.500 euros) por mês.

Lusa

 

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André

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« Responder #9 em: Dezembro 05, 2007, 10:00:34 pm »
Sócrates transmite a Kadhafi que Portugal quer participar na modernização da Líbia

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O primeiro-ministro, José Sócrates, recebe quinta-feira, em São Bento, o líder líbio Muammar Kadhafi, a quem transmitirá a vontade de Portugal intensificar relações económicas e participar no processo de modernização deste país do Magreb.

Muammar Kadhfi, que durante a sua presença em Portugal (por vontade própria) ficará instalado num conjunto de tendas no Forte de São Julião da Barra, é recebido em visita oficial, ao fim da manhã, em São Bento.

No entanto, no primeiro ponto do programa de Kadhafi - que estará em Lisboa para depois participar na II Cimeira entre União Europeia e África - a agenda apenas prevê a realização de uma breve cerimónia estritamente protocolar, em que se procederá ao hastear das bandeiras nacionais e em que tocarão os hinos dois países.

O encontro político entre Sócrates e Kadhafi (cuja comitiva pessoal tem cerca de 200 pessoas, sobretudo seguranças) acontecerá em São Bento apenas ao final da tarde, sendo a reunião de trabalho seguida de jantar.

De acordo com fonte do executivo de Lisboa, durante o encontro de trabalho, o primeiro-ministro e o líder líbio deverão centrar a sua conversa no tema do desenvolvimento das relações económicas bilaterais e na análise de algumas questões políticas, casos mais relevantes da situação no Magreb e no Médio Oriente, mas também na cimeira UE/África estre fim-de-semana.

Segundo a mesma fonte, na reunião, Sócrates deverá transmitir a Kadhafi a "vontade de Portugal participar no processo de modernização da Líbia".

Para o Governo português, as relações entre Portugal e a Líbia conheceram "um franco desenvolvimento" na sequência da visita de José Sócrates a Tripoli em Outubro de 2005.

"Desde então, várias empresas nacionais começaram a operar no mercado Líbio e este ano Portugal abriu em Tripoli uma embaixada", referiu à agência Lusa fonte diplomática.

A visita de José Sócrates a Tripoli, em 2005, foi marcada pela cordialidade e, também, por alguns elogios do primeiro-ministro português ao líder líbio.

"Julgo que Muammar Kadhafi é um líder carismático da maior importância em toda a geo-política africana", sustentou José Sócrates no final dessa visita de oito horas à Líbia.

Ainda sobre o mesmo encontro com Kadhafi, que durou cerca de 50 minutos e que teve lugar numa tenda nos arredores de Tripoli, Sócrates sublinhou que "grande parte das opções geo-políticas africanas passam pela Líbia e pelo seu líder".

"A nossa relação pessoal é muito importante para permitir o aprofundamento das relações entre Portugal e a Líbia", sustentou.

Entre os negócios de empresas portuguesas na Líbia, um dos mais relevantes, segundo o executivo de Lisboa, é o da "Bento Pedroso", que ganhou dois concursos, no valor conjunto de 1.200 milhões de euros, para ampliar o aeroporto de Tripoli e para construir uma terceira via rodoviária na circunvalação da capital deste país.

No mercado líbio, estão já a operar, ou em vias de entrar, empresas nacionais nos domínios da energia (Galp), farmacêutico (Antral Cipan), finceiro (Banco Efisa e Banco Espírito Santo), cimentos (Cimpor e Secil), construção (Teixeira Duarte e Bento Pedroso) e consultadoria.

"A Visabeira e a Efacec têm também boas possibilidades de expansão no mercado líbio", acrescentou fonte diplomática portuguesa.

Lusa

 

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« Responder #10 em: Dezembro 16, 2007, 05:51:12 pm »
Magrebe é «prioridade» na política externa portuguesa

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O primeiro-ministro, José Sócrates, incentivou hoje os empresários portugueses a investirem no mercado argelino, dizendo que a região do Magrebe é uma nova prioridade na política externa portuguesa.
As palavras de José Sócrates foram proferidas num encontro com representantes de empresas portuguesas a operar no mercado argelino antes de inaugurar com o presidente da Argélia uma exposição sobre arte islâmica, organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian.

«Vocês fazem um serviço a Portugal investindo na Argélia», declarou o primeiro-ministro, que tinha ao seu lado o ministro de Estado e dos negócios Estrangeiros, Luís Amado.

Na mira dos empresários portugueses estão concursos internacionais no domínio das obras públicas e da indústria de defesa.

Na sua breve intervenção, José Sócrates disse que a política externa nacional em relação ao norte de África tem «subido de importância gradualmente».

«Portugal tem cimeiras anuais com Marrocos, com a Argélia e com a Tunísia e abriu este ano uma embaixada na Líbia», salientou o chefe do Governo português.

Já sobre a exposição de arte islâmica, o primeiro-ministro português voltou a referir que Portugal «sente-se orgulhoso da cultura árabe que herdou».

«Nós temos uma componente árabe o que nos honra e nos distingue. Queremos preservar essa componente porque somos um país aberto e cosmopolita», disse.

A Argélia tem um ambicioso plano quinquenal de investimentos que ascende a 42 milhões de euros.

Empresas nacionais de construção civil e obras públicas como a Coba, Abrantina, Protelecom, Ferconsult, Efacec, Mota Engil, Teixeira Duarte, Topecal, Amorim, Visabeira e Zagope já operam neste momento na Argélia.

Em Outubro passado, a EDP e a Sonatrach acordaram o estabelecimento de uma parceria empresarial na área do gás natural e da energia eléctrica, em que a empresa argelina passou a deter 2,03 por cento do capital da portuguesa.

O acordo prevê a constituição de uma empresa para a comercialização de gás natural, sob controlo conjunto das duas entidades, e a constituição de uma empresa comum para a criação de novas centrais de ciclo combinado, onde a Sonatrach ficará como accionista minoritário, mas com uma participação não inferior a 25 por cento.

Além da área da energia, empresas portuguesas têm já carteira de encomendas no mercado argelino, casos do Metro de Lisboa (estudos e projectos de expansão do metro de Argel), a Teixeira Duarte (troço de auto-estrada e projecto hidráulico), a Efacec (equipamentos eléctricos), a Lena Construções (construção de estradas e intervenções no aeroporto de Argel), a Abrantina (intervenção no porto de Tipaza), a Zagope (construção de barragem) e a ISQ, que ganhou um concurso público para inspecção e avaliação da integridade estrutural de 850 equipamentos sob pressão instalados em unidades de liquefacção de gás natural.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #11 em: Dezembro 16, 2007, 10:47:38 pm »
Portugal/Argélia: Mercados do Magreb são oportunidade para os empresários nacionais - Sócrates

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Pedro Morais Fonseca (texto), Inácio Rosa (fotos), Agência Lusa

Argel, 16 Dez (Lusa) - O primeiro-ministro, José Sócrates, defendeu hoje que os empresários portugueses deverão assumir uma atitude de confiança no investimento e de internacionalização, tirando partido dos desenvolvimentos em curso nos mercados do norte de África.

Em declarações à agência Lusa, no final de uma visita oficial de seis horas à Argélia, Sócrates frisou que o Magreb "tem subido muito na política externa portuguesa".

"Temos de manifestar uma atitude de confiança nestes mercados, que estão em grande desenvolvimento em Marrocos, na Argélia, na Tunísia e Líbia. Estes mercados são uma boa oportunidade [de negócios] para os empresários portugueses", sustentou o chefe do Governo português.

Durante a sua presença em Argel, o primeiro-ministro teve um encontro de trabalho com o chefe de Estado argelino, Abdeliziz Bouteflika, com quem voltará a reunir-se no início de 2008, em Portugal, por ocasião da II Cimeira Luso Argelina.

Segundo José Sócrates, o objectivo principal da sua visita oficial à capital argelina passou "em primeiro lugar por expressar a solidariedade europeia e condenar vivamente o atentado terrorista que o povo argelino sofreu terça-feira".

"Estamos do lado da Argélia, do povo argelino e do seu presidente, Abdelaziz Bouteflika, para fazer face a um dos fenómenos que mais atormentam as sociedades nos nossos dias", sublinhou o presidente em exercício da UE.

De acordo com números oficiais do Governo argelino, os atentados do passado dia 11 provocaram 37 mortos e mais de 60 feridos.

"Nós queremos cooperar com a Argélia para fazer face ao fenómeno terrorista", declarou o primeiro-ministro português.

Acompanhado pelos ministros de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, e da Cultura, Isabel Pires de Lima, o chefe do Governo português e o presidente argelino inauguraram ao fim da tarde, no Palácio da Cultura de Argel, uma exposição sobre arte islâmica organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian.

A exposição ocupa uma sala do Palácio da Cultura de Argel, apresentando cerca de 50 peças pertencentes à colecção permanente da Fundação Calouste Gulbenkian, representativas das mais diversas origens da Arte do Oriente Islâmico (Pérsia, Turquia, Síria, Cáucaso e Índia) desde o séc. XII ao séc. XX.

Na exposição, segundo os organizadores, está patente "um conjunto de peças únicas e de grande valor, designadamente tapetes, tecidos, manuscritos, livros, iluminuras, cerâmicas, azulejos, e uma grande lanterna de mesquita do séc. XIV - objectos adquiridos entre 1910 e 1940".

É uma colecção magnífica da Fundação Calouste Gulbenkian e que honra Portugal, que tem nas nossas raízes a cultura árabe", salientou Sócrates.



O Magreb é uma oportunidade de internacionalização das empresas portuguesas, é uma zona de potênciais aliados de Portugal e em que o país pode conseguir importantes parcerias estratégicas.
 

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« Responder #12 em: Janeiro 04, 2008, 01:43:08 pm »
Ogma ganha contrato para manutenção de aviões líbios

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Ogma ganha contrato para manutenção de aviões líbios

Empresas de construção com boas perspectivas naquele mercado
A Ogma - Indústria Aeronáutica de Portugal vai fazer a manutenção de quatro aviões Hercules C130 da Líbia. O contrato para dois deles já foi assinado no final do ano e outro para mais dois aviões deverá ser assinado este mês, revelou ao DN o presidente da empresa, Eduardo Bonini Pinto. A manutenção dos quatro aviões representa para a empresa uma facturação global de cerca de 35 milhões de euros, num prazo de dois a três anos, a duração dos respectivos contratos.

Mas os negócios a empresa na Líbia não devem ficar por aqui. "O objectivo é candidatarmo-nos à manutenção de outras aeronaves, incluindo as que a Embraer, accionista da empresa, vier a vender para a Líbia", afirmou o presidente da companhia. Os dois contratos são apenas um primeiro passo para a empresa aeronáutica se expandir no mercado líbio.

A Ogma foi uma das 26 empresas portuguesas que se reuniram com responsáveis do Governo líbio na véspera da Cimeira UE-África. Um encontro organizado pela AICEP - Agência Portuguesa para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, no decurso da deslocação do presidente Muammar Kadhafi a Portugal para participar na cimeira - visita que serviu para tratar de assuntos bilaterais.

A reunião, onde esteve presente o presidente da Ogma, serviu para reforçar contactos, disseram ao DN quase todas as empresas que nela participaram. De resto já quase todas elas estavam a desenvolver contactos para começarem a a concretizar negócios na Líbia. Duas delas aproveitaram até a ocasião para assinar memorandos de entendimento com o Governo líbio no decurso da visita de Kadhafi a Portugal. Foi o caso da Galp e da Secil (ver caixa em baixo).

A reunião entre empresas portuguesas e representantes do Governo da Líbia abriu também novas perspectivas para a exportação de produtos nacionais para aquele mercado, considerou o presidente da AICEP, Basílio Horta. Segundo aquele responsável, há empresas portuguesas dos sectores farmacêutico e do papel que a curto prazo poderão começar a expor- tar para a Líbia. A Portucel e a Pharma Portugal são duas das que estão a desenvolver contactos nesse sentido.

O aumento das exportações de produtos portugueses para o país de Kadhafi é, aliás, uma das preocupações do Governo, porque o défice da balança comercial com a Líbia está a agravar-se de ano para a ano, graças às importações cada vez maiores de petróleo daquele mercado (ver caixa).

Agora, além da Galp Energia e da cimenteira Secil, outras empresas, portuguesas, nomeadamente as do sector da construção, preparam-se para entrar naquele mercado. Para elas, o presidente da AICEP considera que há boas oportunidades de negócio, aproveitando o plano de investimento em infra-estruturas que a Líbia quer levar a cabo nos próximos anos.

A Construtora Certar, uma das 26 empresas portuguesas que estiveram na reunião da AICEP, confirmou ao DN que está já a negociar uma parceria com uma empresa local para entrar no mercado líbio de construção civil e obras públicas. O seu presidente, Fernando Llach Correia, diz que outra das apostas da Certar é o mercado da construção para o sector turístico.

A Teixeira Duarte é outra das construtoras portuguesas que se preparam para garantir algumas obras públicas naquele mercado, onde a cimenteira de que é accionista, a Cimpor, também estuda oportunidade de negócio.

Aliás, Pedro Teixeira Duarte foi um dos gestores recebidos pelo próprio Presidente líbio, no Forte de São Julião da Barra, em Oeiras. O mesmo "privilégio" tiveram os presidentes da Efacec, Luís Filipe Pereira, e da EDP, António Mexia.
 

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« Responder #13 em: Março 03, 2008, 05:35:58 pm »
Consórcio português vence concurso para obra de 305 M€ na Líbia

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O consórcio português Way2B foi escolhido pelo Governo líbio para a concepção/construção de dois Campus Universitários nas cidades de Al-Khoms e Bhengazi, dois projectos cujo investimento será de 305 milhões de euros, o que torna este o maior concurso internacional alguma vez ganho por empresas portuguesas.

Pedro Duarte

Segundo um comunicado hoje emitido pelo Way2B, o projecto, que engloba uma área de 243 659m2, consiste em duas Faculdades para as áreas de Medicina, Engenharia, Economia, Letras, Tecnologias de Informação e Enfermagem, bem como Edifícios Administrativos, Bibliotecas, Residências de Estudantes, Mesquita e zonas desportivas, de lazer e ainda a respectiva integração paisagística.

"Através destes contratos, o Way2B, para além da satisfação dos accionistas, presta ao país um valioso contributo na óptica da imagem de Portugal no mundo, no âmbito da sua balança comercial e pela garantia de sustentabilidade e crescimento do emprego que, como é sabido, tem vindo a diminuir dramaticamente na zona Norte do País", afirma José Teixeira, presidente do conselho de Administração da Way2B.

Recorde-se que este agrupamento complementar de empresas (ACE) é composto pela DST (Domingos Silva Teixeira), ABB, Britalar, J. Gomes e Rodrigues&Névoa.

"O mercado da construção na Líbia pode ser classificado como virgem o que, aliado à política de desenvolvimento definida, determina as necessidades em áreas tão diversas como a execução de infra-estruturas de abastecimento de água, saneamento, tratamento de resíduos, construção de habitação social, universidades, hospitais, estradas e auto-estradas, portos e marinas", explica o mesmo responsável.

O documento adianta que o agrupamento quer agora apostar, essencialmente, em novas áreas, ligadas às infra-estruturas, auto-estradas e portos, e, até 2009, pretende ascender a sua facturação a 800 milhões de euros, com o objectivo de se colocar entre os 10 maiores 'players' no Magreb nos próximos 3 anos e entre os 5 maiores players em Portugal.

É ainda objectivo do agrupamento adquirir uma empresa de construção em Espanha e outra na Bulgária, estando a aquisição a ser estudada por entidades financeiras
 

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André

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« Responder #14 em: Março 12, 2008, 07:44:33 pm »
Sumol-Compal quer facturar 500 M€ e avançar para Magrebe

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A Sumol-Compal, a empresa que resultará da aquisição da Compal, estima atingir os 500 milhões de euros de facturação em 2013, tendo anunciado hoje o reforço da internacionalização, nomeadamente em novos países como Marrocos, Tunísia e Argélia.

«Vamos criar uma empresa internacional de referência no mercado de bebidas de fruta apostando em novos países como os do Magrebe [Tunísia, Marrocos e Argélia]«, disse hoje à imprensa, em Lisboa, o presidente da administração do grupo Somolis.

António Sérgio Eusébio referiu também que ambas as empresas estão já em 40 países do mundo, com a sua diferenciada gama de bebidas de frutas e que um dos mercados em que vão igualmente apostar è Angola que «tem um potencial de crescimento enorme«.

Para atingir os 500 milhões de euros em volume de negócios, a Sumol-Compal tem «um plano de investimentos normal«, em que se prevê um investimento de 20 milhões de euros por ano a nível industrial (em reposição e expansão).

«A capacidade industrial [com este nível de investimento até 2013 permitirá suportar bem o crescimento projectado da facturação«, que subirá dos 334 milhões de euros estimados em 2007, para os 500 milhões no final de 20013.

A Sumol-Compal, nos mercados internacionais, com dados referentes a 2007, registou um crescimento médio de 22 por cento no valor das vendas conjuntas de mais de 64 milhões de litros e de mais de 45 milhões de euros.

Neste ano, estima-se que 13 por cento do volume de negócios conjunto foi gerado no mercado externo.

Espanha será «um mercado natural« visto numa óptica ibérica, adiantou o responsável da Sumolis.

Caso a Autoridade da Concorrência dê parecer positivo a esta operação de compra da estará criado o terceiro maior grupo de bebidas em Portugal, a seguir à Unicer e à Sociedade central de Cervejas.

Com base em dados de 2006, os últimos possíveis de divulgar, espera-se uma facturação de 432 milhões de euros na Unicer, 347 milhões com a Sumol-Compal, de 318,6 milhões de euros na Central de Cervejas e 179 milhões de euros na Coca-Cola.

Diário Digital / Lusa