Artigos/Historia de Empresas/industrias Portuguesas

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Malagueta

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Artigos/Historia de Empresas/industrias Portuguesas
« em: Dezembro 13, 2011, 10:21:38 am »
Imperial. Bombons coração, sombrinhas, pintarolas e outras fantasias de Natal


De Vila do Conde para o Vietname, Israel ou a Ucrânia. Visitámos o maior fabricante nacional de chocolates, com quase 80 anos de história
.
Vá procurando a gema destes ovos, siga os coelhos e separe as amêndoas por cores. Não, não estamos enganados. Muito menos se engana a grande fábrica de sonhos achocolatados para quem o calendário anda sempre apressado. Se o cardápio inaugural lhe parece estranho em pleno mês de Dezembro, acalme a gula natalícia que explicamos já de seguida o anacronismo. Nesta casa, a preparação das festas começa em Setembro, para dar resposta a tempo e horas ao grosso das encomendas de velhotes de barba branca e outras fantasias da quadra, que se esperam disponíveis nas prateleiras antes do mês da consoada. É por isso que se entrar por estes dias nas instalações do maior fabricante nacional de chocolate encontrará as máquinas já empenhadas na produção orientada para a Páscoa.


“São os dois picos grandes de consumo. Claramente é um produto sazonal, apesar de haver produtos de consumo permanente, como o chocolate culinário”, explica Manuela Tavares de Sousa, a CEO da Imperial, um emblema fundado em 1932, que integra o universo de empresas do grupo RAR desde 1973, e que detém um conjunto de marcas que apelam às memórias de infância e à nostalgia adulta do mercado português. Entre 1978 e 1982, lançou a Pintarolas, Bom-Bokas, Fantasias, Allegro, Pantagruel e os exemplares premium com o selo da Jubileu, com origem situada em 1982, data da comemoração dos 50 anos deste fabricante.


Em 2000, a Imperial adquiriu a Regina, nascida em 1928, que viu a sua imagem revitalizada por um trabalho de restyling. Dois anos depois, na Páscoa, a marca tornou-se líder no segmento de frutos secos cobertos com chocolate.


Os famosos Bombons Coração, com recheio de pedaços de amêndoa, que fizeram furor nos anos 70 e 80, acabam de ser relançados. As míticas sombrinhas não lhe ficam atrás, tal como as tabletes. Ainda no capítulo da memorabilia carregada de açúcar, as coloridas drageias de chocolate estão agora disponíveis em formato flowpack familiar de 100 gramas.

 

MUNDO FORA A inovação não chega apenas dentro de portas. Os doces produtos saem de Vila do Conde para aterrarem nos quatro cantos da gulodice. Actualmente a Imperial exporta para cerca de 35 mercados, muitos deles longínquos, o que significa que entre o tempo de transporte e alfandegamento é mais uma vez necessário antecipar a chegada do produto ao expositor final. Um desfasamento totalmente inofensivo aos olhos do comum devorador de figuras de reis magos e outros habitués da estação, diga-se.


América Latina, África e países da Europa de Leste são mercados emergentes onde o grupo tem vindo a aumentar a distribuição. No caso do Brasil, a Imperial está representada através das marcas Jubileu, Pantagruel, Regina e Fantasias. Não estranhe se se cruzar com alguma desta bombas calóricas em destinos como Angola, África do Sul, Venezuela, República Checa, Eslováquia, Ucrânia e Itália. Este ano abriram mais cinco novos mercados: Marrocos, Argélia, Vietname, Trinidad e Tobago, Moçambique e Israel, e a presença não se fica pela geografia tradicional. Recentemente fecharam acordo com um dos maiores canais de vendas online da China, onde marcarão presença com uma loja com cerca de 60 produtos.  

 

PASSO A PASSO Entremos no processo de confecção da massa, imaginando-nos na fábrica de Charlie ao jeito de Tim Burton mas sem bilhetes premiados. Escusado será dizer que diferentes marcas pedem diversas linhas de produção, ou que uma linha de tabletes difere em boa medida de uma linha de drageias como as Pintarolas. Em média demoram dois turnos a garantir as diferentes fases da produção, que passam pelas camadas de chocolate, pelo enchimento, pelo alisamento e pelo polimento. No ano em que comemorou 75 anos, a fábrica inaugurou uma nova unidade industrial de moldação e embalagem de tabletes e bombons. Em 2010 concluiu o projecto, integrando uma nova linha de fabrico de massas de chocolate.


A primeira operação consiste na mistura dos vários ingredientes: uma massa homogénea de açúcar, cacau, leite, eventuais frutos secos. Esta massa é sujeita a refinação, com o objectivo de reduzir o tamanho das partículas de modo a obter uma textura final macia, que funde bem na boca. Segue-se a conchagem, que permite desenvolver o sabor do chocolate, reduzir o teor de humidade, obter uma pasta fluida, e um tratamento final, que prima pela homogeneização do sabor. De seguida, antes se transformar em tabletes, barras ou bombons, o chocolate é sujeito a uma operação de pré-cristalização, habitualmente denominada “tempero do chocolate”, de forma a obter bom brilho, boa contracção da massa e aumentar a resistência técnica do produto.


O romantismo dá lugar à eficiência e à inovação. O nível de automação no processo de fabrico é muito elevado, razão pela qual a intervenção humana se dirige acima de tudo à monitorização do processo. Ainda assim, a equipa Imperial é composta por 150 colaboradores, alguns dos quais com mais de 40 anos de casa. Já agora, roa-se de inveja, recebem chocolates no Natal e na Páscoa. Não menos sorte tem o painel oficial de provadores, que desempenha o procedimento interno da empresa mais cobiçado por qualquer amante do chocolate. “Todos os dias têm de provar massas de chocolate das diferentes fases de produção e pronunciar-se sobre a sua qualidade antes de serem utilizadas”, conta Manuela, igualmente responsável por esta prova sensorial livre de enjoos. “Sou um bom exemplo de quem prova todos os dias chocolate, e não o considero uma prova de esforço.”
 

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Malagueta

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Re: Artigos/Historia de Empresas/industrias Portuguesas
« Responder #1 em: Dezembro 13, 2011, 10:33:32 am »
A marca que sobreviveu ao Terramoto não treme no mercado


A Bertrand do Chiado foi este ano distinguida pelo 'Guinness' como a livraria mais antiga do mundo ainda em actividade.

 

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Eça de Queirós, Alexandre Herculano e Aquilino Ribeiro estão hoje em qualquer prateleira de qualquer livraria do País, mas a Bertrand do Chiado, em Lisboa, tem uma vantagem sobre as concorrentes: é que todos aqueles escritores foram seus clientes.

 Partilharam com a marca aquilo que - no entender de Paulo Oliveira, o CEO do Grupo BertrandCírculo - ainda hoje a distingue: "A dedicação ao livro."

 

A Bertrand do Chiado acaba por ser o ex-líbris de todas as lojas do grupo e foi até distinguida este ano pelo Guinness como "a livraria mais antiga do mundo ainda em funcionamento". Paulo Oliveira conta que a distinção partiu de uma situação fortuita. "Uma colaboradora estava a ver sites de livrarias estrangeiras e reparou que várias se gabavam de ser a mais antiga do mundo. Porém, nenhuma tinha uma data anterior à Bertrand. Foi aí que decidimos avançar com a candidatura", revela o administrador.

Os quase três séculos de existência (fundada em 1732) mostram o espírito de sobrevivência da Bertrand. Nem o Terramoto de 1755 nem a Guerra Civil Portuguesa (1828--1834) fizeram tremer esta marca no mundo das livrarias. Além de todos os períodos conturbados a nível político e social, a Bertrand tem também enfrentado diversas alterações no mercado livreiro. "O segredo está na forma como nos conseguimos adaptar ao mercado, sem nos desviarmos do que consideramos essencial: o livro", garante Paulo Oliveira. Aliás, a empresa tem resistido à tentação de colocar outros produtos à venda nas suas lojas, pois acredita que esse não é o caminho certo.

 

"Quando as pessoas vão à Bertrand, não vão à procura de um iPad ou de arroz, mas sim de livros. Os nossos clientes são, por isso, mais exigentes e conhecedores, o que também exige mais de nós. É aí que marcamos a diferença", afiança.

Numa conjuntura de crise, a Bertrand, não pára de crescer e continua a abrir lojas. "Continuamos a expandir a nossa rede e, no final do ano, vamos chegar às 60 lojas espalhadas por todo o País", garante o CEO do Grupo BertrandCírculo. Em todos estes locais, a marca procura promover tertúlias e tornar cada ida à loja num "encontro entre o leitor e o livro". "Queremos ser os melhores naquilo que fazemos e continuar a abrir livrarias. Acreditamos que a crise vai ter um fim e queremos estar preparados para quando isso acontecer", conta o administrador. Paulo Oliveira recorda ainda que "embora tenha um nome francês, a Bertrand está intrinsecamente ligada à cultura portuguesa" e que "os portugueses se identificam com a Bertrand, mais do que com qualquer outra livraria".

 

Hoje, qualquer cliente pode ler no cantinho onde Aquilino Ribeiro gostava de estar sossegado. Porém, a Bertrand já não é uma pequena loja na Rua Garrett, nem apenas uma rede de lojas, estando inserida num grande grupo do mercado editorial.

O Grupo Bertrand Círculo inclui a Bertrand Livreiros, a Círculo de Leitores, a Distribuidora de Livros Bertrand e ainda a Bertrand Editora, que por sua vez tem diversos selos editoriais (como a Arte Plural, a Pergaminho, a Temas e Debates ou a 11x17).

Paulo Coelho, Dan Brown, José Luís Peixoto ou Vargas Llosa são alguns dos autores editados pela Bertrand.

A tradição e vocação da marca levou a que a Bertrand emitisse este ano um manifesto ao livro: "O fim é o princípio/ Uma página que se vira/ Somos a História. Desde sempre.", pode ler-se. É nele que a Bertrand recorda os períodos a que assistiu ("do terramoto à queda do muro"), os escritores que admira ("Somos todos os nomes, de Pessoa a Saramago") e termina com o que acredita ser: "Somos o nome do escritor/ A mão do leitor/ Somos livros".


2011-12-12 08:12
 

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Malagueta

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Re: Artigos/Historia de Empresas/industrias Portuguesas
« Responder #2 em: Dezembro 13, 2011, 11:20:13 am »
Cadernos de capa preta são mais do que uma memória


Firmo. A empresa criada em 1951 e vendida na década de 90 a uma multinacional francesa voltou à família Santos Carvalho, pelas mãos dos sobrinhos-netos do fundador.

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O cheiro a papelaria abunda na fábrica de Vila Nova de Gaia, onde grandes bobines de papel são transformadas em cadernos e envelopes de tamanhos e feitios variados. Numa das mesas destaca-se um dos artigos mais conhecidos: o caderno de capa preta. Noutra, as pastas arquivadoras e os cadernos de estudo. A Firmo é a prova de que as novas tecnologias ainda não mataram o papel.

 

Do alto do armazém, onde um corredor de janelas de vidro conduz aos escritórios, Rui Santos Carvalho conta a curiosa história da empresa que nasceu em 1951 no Porto, esteve quase 15 anos nas mãos de franceses e voltou recentemente ao seio familiar - a si e a três outros irmãos.

 

Corria o ano de 1951 quando Firmino Santos Carvalho, tio-avô dos quatros irmãos, abriu a pequena fábrica e o armazém com venda ao público no centro do Porto. O negócio cresceu e passou para a segunda geração. Era Manuel Santos Carvalho, pai de Rui Santos, o responsável pela Firmo quando, na década de 1990, uma multinacional francesa lhe fez a proposta de compra. "Custou muito, mas era um excelente negócio."

 

Manuel Santos Carvalho manteve-se como administrador não executivo da empresa. Paralelamente, iniciou em 1998 a exploração de uma fábrica de produção de envelopes em Vila Nova de Gaia, a AVS. Os filhos estiveram desde sempre habituados ao cheiro do papel, mas seguiram as suas profissões - três nas áreas de finanças e economia, outro tirou Direito.

Com a morte do pai, os quatro irmãos tinham duas opções: entregavam-se à AVS com uma escala menor, ou diversificavam e cresciam em dimensão. "Decidimos ficar com a empresa, mas com a noção de que tínhamos de variar os produtos." Era difícil uma empresa de envelopes, por si só, sobreviver à era dos e-mails. "Então começámos negociações com a Antalis para tentarmos comprar novamente a Firmo, uma vontade que já tinha sido do meu pai."

 

Em Março deste ano, conseguiram finalmente readquirir a Firmo sem passivo e com resultados operacionais positivos. Rui e o irmão Miguel (e um quadro da empresa) assumem a administração da empresa a tempo inteiro, os outros dois irmãos são administradores não executivos e mantêm as suas profissões. "Quando voltámos, encontrámos funcionários que trabalhavam para o meu pai antes de a Firmo ser vendida, e que ainda cá continuam."

 

Na cedência da empresa familiar a uma multinacional consegue-se encontrar vantagens e desvantagens. Se por um lado os funcionários herdaram o hábito das regras e o cumprimentos de regulamentos dos patrões franceses, por outro faltava a ligação mais "próxima" entre a hierarquias.

 

Mais do que a era das novas tecnologias, a crise assusta mas não atormenta estes empresários. "Vamos apostar na exportação, estamos focados na África e no Brasil." A exportação representa já 15% do volume de negócios. Mas a Firmo está disposta a fazer disparar estes valores.

 

Os produtos escolares e o material de escritório somam já os sete mil artigos diferentes. Entre eles permanecem os que ficaram na história da empresa, cadernos de capa preta, a Sebenta e os cadernos Estudo. A produção é toda feita ali, na fábrica de Vila Nova de Gaia, à excepção das capas - feitas numa outra firma da especialidade - e das capas dos arquivadores. Além desta fábrica, a Firmo possui ainda dois espaços de cash & carry no Porto e em Lisboa.

 

Na fábrica é hora de almoço, e as máquinas que transformam as bobines de papel em cadernos quadriculados, de linhas ou lisos, estão paradas. Ao lado da porta de saída, onde as visitas devolvem o colete de sinalização fluorescente, estão afixadas notícias sobre a reaquisição. Os funcionários não deixam passar nada em branco.
 

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Malagueta

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Re: Artigos/Historia de Empresas/industrias Portuguesas
« Responder #3 em: Dezembro 13, 2011, 02:42:13 pm »
Azeite 'Gallo'. A marca nasceu pela mão de Victor Guedes em plena Revolução Industrial. Passou para o filho, que, sem descendentes, a vendeu. Mas a tradição mantém-se.

Dizem os anúncios que o azeite Gallo canta desde 1919. Mas, na verdade, há registos de que tenha começado a cantar muito antes, pelas mãos da família Victor Guedes, quando abriu uma fábrica em Abrantes. Um canto que entoou ao longo de um século de história, desde a Revolução Industrial à suspensão da venda do produto em Portugal, no pós-25 de Abril, e à globalização.

"A existência da fábrica remontará a antes de 1900, mas a marca só foi registada em 1919. Temos dois diplomas de participação numa exposição que comemora o centenário da abertura dos portos brasileiros à navegação internacional, em 1908, no Rio de Janeiro", atesta Pedro Cruz, actual presidente do conselho de administração. Foi Victor Guedes pai quem terá registado a marca como Gallo, em homenagem às suas origens e aos seus familiares galegos.

O sucesso da empresa prendeu-se na altura com uma oferta variada de produtos - além do azeite, havia figos, nozes e vinho, e depressa acompanhou o fluxo migratório. "Na década de 1930, é formada uma rede distribuidora, o negócio deixa de se circunscrever a São Paulo, no Brasil. Hoje, em qualquer ponto da Amazónia, há uma lata de azeite Gallo." Nos anos 60, um segundo passo internacional, também coincidente com o fluxo migratório de portugueses: a Venezuela. O êxito foi tal que hoje o azeite Gallo é consumido por todos os venezuelanos que acham que a marca é espanhola por causa do nome "Gallo".

Enquanto a marca emerge nos mercados onde os portugueses procuraram melhores condições de vida, em Portugal dá-se a Revolução do 25 de Abril, em 1974. Com ela, o fim da agricultura e o início das importações de azeite, que levam os produtores a misturar óleo no azeite para conseguirem competir com os preços das multinacionais.

Victor Guedes filho, na altura, era um perfeccionista, intransigente com as qualidades do azeite. Nunca iria corromper o produto para fazer dinheiro, mas olhava para as autoridades com desconfiança. Para não adulterar o produto, preferiu manter a fábrica em Abrantes, mas apenas virada para o mercado externo. Voltaria mais tarde a vender por cá e a ser líder de mercado, com 14% da quota (actualmente são 20%).


Em 1989, o filho do fundador da marca não tinha descendentes que lhe seguissem os passos no negócio. Gravemente doente, decidiu vender a Gallo a duas empresas interessadas: Jerónimo Martins e Unilever. Da história da empresa, a parceria optou por respeitar valores tão fundamentais como a tradição e a obsessão pela qualidade, "que é um misto entre a ciência e arte, o saber lotear", diz Pedro Cruz, que na altura regressava de Londres para este projecto.

"É exactamente como se faz o perfume. Há vários azeites diferentes, mas o que eu quero obter é sempre o mesmo, são coisas que estudamos com o consumidor e que são diferentes de país para país." É por isso que a Gallo deixou de ter olivais, preferindo comprar a consumidores (de preferência nacionais). E um produto para o consumidor português não é o mesmo que para um brasileiro. Sabia que por cá o azeite é mais frutado, picante e amargo e no Brasil é muito mais suave?

Na mesma lógica, está toda a panóplia de outros produtos que a Gallo comercializa. Em Portugal os vinagres são um sucesso, no Brasil a aposta são as azeitonas. "Não temos uma política igual em todo o mundo, vimos as oportunidades e a partir daí inovamos." Mas se estas diferenças se notam em termos de sabor, este ano deixaram de se notar na embalagem de vidro escuro. "Foi a forma de nos apresentarmos de igual forma em todo o mundo." Mais do que design, é uma questão de qualidade: a embalagem é escura porque a luz, através do processo de oxidação, degrada o azeite
 

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miguelbud

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Re: Artigos/Historia de Empresas/industrias Portuguesas
« Responder #4 em: Janeiro 05, 2012, 11:28:28 am »
A empresa portuguesa de mobiliário urbano Larus fechou o ano de 2011 com um volume de exportações a representarem 40 por cento do seu volume de negócios fixado em 2,58 milhões de euros. A marca obteve, também, o reconhecimento internacional com a distinção do prémio mundial de Design - Red Dot.

Embora no passado ano a Larus tenha sentido uma “grande quebra na procura interna e dificuldade em garantir recebimentos, conseguiu compensar essa situação através do aumento significativo das exportações”, refere Pedro Martins Pereira, fundador da Larus, em comunicado da empresa.

Em 2010, a atividade exportadora da empresa situou-se nos 7 por cento  num volume de negócios global de 2,4 milhões de euros, verificando-se que 2011 foi um ano de crescimento. Este foi um ano  em que a marca acentuou a sua internacionalização, sendo que as exportações representaram 40 por cento do volume de negócios.

A Larus é a marca portuguesa de mobiliário urbano com os mais importantes prémios nacionais e internacionais, destacando-se o "Red Dot Award", prémio mundial atribuído em 2008 e 2011, e o "DME Award", prémio europeu atribuído em 2009.

Siza Vieira, Souto Moura, Daciano da Costa, Alcino Soutinho, Henrique Cayatte ou Francisco Providência são alguns dos autores que ao longo dos últimos anos desenvolveram com a LARUS novas soluções arquitetónicas.

22 anos de história

Os produtos da nova gama foram já prescritos para as cidades de Madrid, Génova e Antuérpia. A Larus entrou no mercado africano ao ser selecionada para “mobilar” a Baía de Luanda e a Ilha do Cabo, em Angola.

O mobiliário português também marca presença em Marrocos, país onde conseguiu equipar as estações de serviço da autoestrada Rabat-Oujda, que é um dos mais importantes e recentes projetos rodoviários do Magrebe.

A empresa conta 22 anos de história e tem hoje uma presença internacional em Espanha, Reino Unido, Bélgica, Alemanha, Áustria, Eslovénia, Angola e Emirados Árabes.

Para 2012, o gestor salienta que a empresa vai “continuar a desenvolver soluções à medida para os mercados interno e externo e a prosseguir com o plano de expansão internacional nos mercados alvo do centro da Europa, em países emergente, dando também uma especial atenção aos PALOP’s”
 

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miguelbud

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Re: Artigos/Historia de Empresas/industrias Portuguesas
« Responder #5 em: Fevereiro 10, 2012, 03:33:14 pm »
Encontrei esta notícia e desconhecendo a empresa, fui ao site e fiquei impressionadíssimo com a sua história. É de facto Uma empresa bastante inovadora  

Aqui fica o site, para quem quiser dar uma vista de olhos.
http://www.ivocutelarias.com/pt/pagina/ ... -historia/

Citar
Faca das Caldas vence prémio internacional de design
A série VIRTUBLACK, da Ivo Cutelarias, receberá o prémio durante a maior exposição mundial de produtos para o lar, na Alemanha.
Qualidade estética, funcional, materiais inovadores e excelente dirigibilidade. Foram estas as qualidades que valeram à série de facas pretas da Ivo Cutelarias, com sede nas Caldas da Rainha, o Prémio Design Plus 2012, um dos mais importantes galardões internacionais de design.

Este produto 100% “Made in Portugal”. foi projecto pelo designer Jesper Stähl, informa a empresa, e será galardoado durante a "Ambiente", que se apresenta como a maior exposição mundial de produtos para o lar, que começa hoje em Frankfurt (Alemanha).

Fundada em 1954, a Ivo Cutelarias é uma empresa de cariz familiar que se dedica à produção e comercialização de cutelarias de uso doméstico e profissional. Emprega 140 colaboradores em três unidades produtivas distintas – a principal dedicada à cutelaria convencional e outras duas em que fabrica navalhas e canivetes, e lâminas forjadas – e exporta 90% da produção anual para 68 países em todo o mundo.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=537547
 

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Re: Artigos/Historia de Empresas/industrias Portuguesas
« Responder #6 em: Fevereiro 10, 2012, 05:08:04 pm »
Tenho comprado facas de cozinha da ICEL (Indústria de Cutelarias da Estremadura) na Benedita.  
Excelentes.
http://www.icel.pt/index.php?id=122

Podiam era criar uma linha de facas e canivetes tácticos!

Recentemente andei a procurar e comprei um da RUI.
Feito na...

China...
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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miguelbud

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Re: Artigos/Historia de Empresas/industrias Portuguesas
« Responder #7 em: Fevereiro 10, 2012, 09:25:08 pm »
Como te compreendo HSMW, aconteceu-me uma coisa parecida com a minha faca de mergulho.
 

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Re: Artigos/Historia de Empresas/industrias Portuguesas
« Responder #8 em: Fevereiro 15, 2012, 12:53:58 pm »
Para os amantes de ciclismo e tunning, aqui fica uma marca portuguesa que concilia as duas coisas.

No site podem personalizar a bicicleta http://drydrill.com/#/urban

Satisfazer a necessidade de exclusividade que, cada vez mais, emerge em todos nós. Dar resposta à busca pela individualidade. Oferecer ao cliente a capacidade de escolher. Foram estas as premissas que alimentaram a criação da DryDrill, uma empresa portuguesa que veio transformar uma simples bicicleta num acessório de moda e numa marca de identidade.
 
O projeto nasceu em finais de 2010 pela mão de Henrique Pinho, de 41 anos, que, depois de ter estudado arquitetura e desenhado lojas da Salsa um pouco por todo o país, decidiu desenvolver um conceito próprio, que retivesse os seus valores enquanto pessoa - no fundo, a sua identidade.
 
"Como todas as ideias, durante uma noite mal dormida e com o acumular já de uma quantidade de informação suficiente, surge a junção das palavras que pretendia unir e às quais queria dar um único significado: DryDrill. Dry de denim e drill de fresa, de mecânico", conta o mentor, um apaixonado pelo denim e pelo aço, ao Boas Notícias.
 
A junção dos dois mundos pode parecer improvável, mas deu-se com naturalidade para Henrique Pinho. "São ambos industriais mas através do design e do engenho transformam-se em peças maravilhosas e muito pessoais. E eu quero estar perto das pessoas".

Bicicletas à medida de cada um
 
Da fusão resultam bicicletas personalizadas, peças exclusivas que refletem o caráter individual e que se destinam a um público tão amplo quanto a possibilidade de as customizar. Trata-se, portanto, de um "conceito universal" que se destina à venda na comunidade europeia, mercado que acolhe este tipo de produto de braços abertos.
 
Para a construção dos veículos, a DryDrill utiliza os seus materiais mas tem também parcerias "com os melhores em cada atividade" e diferentes fornecedores, o que oferece à empresa "uma flexibilidade" que, tradicionalmente, não existe.
 
O preço a pagar é variado, até porque a DryDrill não vende as bicicletas completas - somente os componentes. No que respeita a encomendas de quadros, forquetas e rodas , "material unicamente DryDrill", o valor ronda os 680 euros mais portes de envio, revela o proprietário, que acrescenta que o custo de "uma bicicleta pronta se pode iniciar nos 1.250 euros".
 
No entanto, de acordo com Henrique Pinho, tudo "depende do tipo de material que for colocado" e, também neste momento, a decisão está inteiramente nas mãos de quem compra. "O cliente define até onde quer levar o valor da bicicleta", salienta.

Aposta na proximidade e no atendimento personalizado
 
Embora as vendas sejam realizadas por meio de uma plataforma online, o desejo de estar próximo das pessoas é transversal à marca, que tem sempre presente o objetivo de fornecer aos clientes um produto manufaturado não numa perspetiva de massificação, mas de proximidade.

"Não queremos estudos de mercado para saber se estamos a ir na direção certa", realça o criador da DryDrill. "Queremos falar com as pessoas para que elas nos surpreendam".
 
E, mesmo sem estudos de mercado, as opiniões dadas por quem toma conhecimento do projeto são um bom indício. "Os elogios têm sido constantes e as pessoas ficam surpreendidas com a beleza das bicicletas que, construídas desta forma mais minimalista, se transformam em peças de design apetecíveis".
 
Assim, "além de um veículo de transporte", uma bicicleta personalizada "decora o interior de qualquer casa, deixando de ser algo que está escondido na arrecadação" e passando a ser um elemento que vale a pena deixar à vista de todos.
 
Quanto ao futuro, Henrique
Pinho mostra-se otimista. A procura tem sido grande, o que é particularmente relevante considerando que a compra de uma destas bicicletas é "ponderada" e não feita "por impulso" e, segundo o responsável, "as expetativas são altas".
 
"Ainda não iniciámos verdadeiramente a divulgação internacional, o que, a acontecer, vai multiplicar por 20 o volume de trabalho", confessa, antevendo mais sucessos para esta marca que quer ser não uma marca vulgar, mas "a marca das bicicletas que são um acessório de moda".
 

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« Responder #9 em: Março 29, 2012, 02:36:21 pm »
MAR Kayaks: A empresa que "rema contra a maré"
 
Líder mundial na produção de caiaques e canoas de alta competição, a M.A.R Kayaks já produziu mais de 30.000 embarcações - clique no link abaixo para ver mais fotos da Nelo
Esta notícia tem conteúdo multimédia, clique aqui para visualizar
Em Vila do Conde há uma empresa a “remar contra a corrente”. Líder mundial na produção de caiaques e canoas de alta competição e fornecedora oficial dos Jogos Olímpicos, a M.A.R. Kayaks não tem mãos a medir, já que todas as equipas que vão participar, num total de 75% dos atletas apurados, elegeu a marca portuguesa para tentar chegar ao pódio.

Por MAFALDA ALMEIDA

Manuel Ramos ainda estudava quando fez o seu primeiro caiaque. Tinha 17 anos e foi numa garagem que o primeiro campeão nacional de canoagem deitou mãos à obra, quando em Portugal não havia, ainda, produtores de caiaques, conta o empresário ao Boas Notícias.

No final da década de 70, o atleta decidiu dedicar-se ao negócio do fabrico de caiaques e canoas e a sua alcunha deu nome à marca – Nelo. Desde então, a empresa que começou com dois colaboradores apenas num espaço alugado, cresceu e tem, atualmente, uma fábrica de 7000m2 em Canidelo, Vila do Conde. Dos cerca de 100 funcionários que emprega muitos praticam, ou já praticaram, canoagem, pois Manuel Ramos considera “muito importante produzir com gente que sente a modalidade por dentro”.

Em 2010, a Nelo criou 30 novos postos de trabalho, em 2011 faturou perto de 4 milhões de euros e este ano o ritmo de produção continua a aumentar na empresa. “No ano passado fazíamos 10 canoas por dia, no início deste ano 12 e neste momento estamos a fazer 15 embarcações diariamente”, sublinha Manuel Ramos que diz que a sua empresa, líder mundial neste ramo, não tem sido “nada afetada” pela crise.

As canoas e caiaques Nelo são as preferidas dos melhores atletas nas modalidades de remo e canoagem e estão agora em todo o mundo. A M.A.R. Kayaks têm 50 agentes espalhados pelos cinco continentes e o ano passado bateu o seu recorde de vendas para o estrangeiro, levando a 100 países diferentes os caiaques com selo de Vila do Conde.

Em Portugal há um mercado “muito interessante”, segundo o empresário que considera que a canoagem tem uma grande expressão no país. No entanto, atualmente, apenas 1% da produção desta empresa se destina ao mercado nacional, sobretudo a atletas de alta competição.

 
Marca Nelo já conquistou os Jogos Olímpicos

Nos jogos Olímpicos deste ano todas as equipas vão correr com canoas Nelo, a marca escolhida por 75% dos atletas qualificados até à data. Um número que Manuel Ramos acredita poder subir ainda aos 80%.
Nos últimos anos, o desempenho da marca portuguesa tem sido notável.

A primeira medalha foi conquistada em Atlanta em 1996, quatro anos depois foram cinco medalhas em Sidney, 14 em Atenas no ano 2000 – e já como fornecedor oficial da prova – e nos últimos jogos, em Pequim, a marca nortenha arrasou a concorrência, levando 20 das 36 medalhas possíveis.

A fasquia está já muito elevada para este ano, mas mesmo assim Manuel Ramos acredita que o trabalho da sua equipa vai levar a bom porto os caiaques e canoas Nelo, com mais lugares ainda no pódio.

De Vila do Conde para o mundo

Manuel Ramos diz que “é a qualidade e o respeito pelos clientes" que os torna líderes mundiais . “Os agentes Nelo trabalham muito perto dos clientes e nós visitamos os países onde temos agentes para perceber a cultura desportiva do país e para conhecermos os atletas e as suas necessidades, já que são os melhores dos seus países e dos seus clubes”, sustenta. “No Verão estamos nas provas, marcamos presença em todas as taças e campeonatos do mundo, e no inverno nos centros de estágio com os atletas”.

Um camião oficina da Nelo viaja um pouco por todo o mundo, dando apoio aos atletas na escolha das embarcações, adaptando-as, ajudando os treinadores e resolvendo erros técnicos que permitam aos desportistas um melhor desempenho.

Para além disso, a Nelo tem ainda dois centros de estágio em Cinfães (Viseu) e Aguieira (Coimbra) com instalações de topo, que têm recebido os melhores atletas do mundo para treinar e testar as embarcações. Aqui, os barcos podem ainda ser ajustados às necessidades exatas de cada um.

O êxito destas embarcações deve-se ao facto de serem construídas através da combinação de diversos materiais compósitos, como a fibra de carbono, a fibra de vidro, kevlar, espuma de PVC e resina de poliéster, sendo depois o barco submetido a vácuo para uma compactação perfeita. Depois de curadas em estufa durante algumas horas, estas embarcações saem da fábrica com um peso que varia entre os 8 e os 12kgs .

O ano passado, com o modelo Quattro, a Nelo estreou uma nova tecnologia de construção inovadora a nível mundial, em que o barco é feito numa peça só, ao contrário do que acontecia anteriormente, em que o casco e o deck eram construídos separadamente.

Em pouco mais de 30 anos, a empresa produziu mais de 30.000 embarcações de diferentes modelos e através de várias técnicas. Atualmente todos os modelos são desenhados originais, e as técnicas de construção avançadas, com um elevado investimento em maquinaria.

O antigo campeão nacional garante que a chave do sucesso “é 75% de suor e o resto de imaginação” e defende que em tempos difíceis “é preciso ter objetivos, acreditar que é possível e pôr a fasquia muito alta” para não perder o lugar de líderes a que chegaram. A competição, agora, faz-se em terra mas nem por isso com menos emoções. “Sentir um caiaque Nelo chegar à frente dá-me o mesmo prazer que aos atletas, é uma satisfação enorme e um grande orgulho em ser português”, assegura o antigo campeão nacional.
 

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miguelbud

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Re: Artigos/Historia de Empresas/industrias Portuguesas
« Responder #10 em: Abril 13, 2012, 09:18:26 am »
Bebidas lusas com 7 medalhas em concurso mundial

As marcas Super Bock, Água das Pedras e Água de Luso trouxeram sete medalhas da edição de 2012 do concurso mundial Monde Selection de la Qualité. As marcas portuguesas receberam cinco medalhas de ouro e duas grandes medalhas de ouro.

A Super Bock Original soma já 29 Medalhas de Ouro consecutivas.

Nas cervejas, as Medalhas de Ouro foram ainda atribuídas às variantes Super Bock Classic, lançada o ano passado no mercado nacional, Super Bock Stout, Super Bock Sem Álcool e Super Bock Sem Álcool 0,0%, que conquista a sua segunda Medalha de Ouro consecutiva.

Já a Água das Pedras recebeu a 8.ª Grande Medalha de Ouro neste concurso, depois de ter começado a ser oficialmente comercializada há 140 anos.

A Unicer chega, assim, aos 85 galardões neste concurso, adianta a empresa, em comunicado.

Por fim, a Água de Luso, água mineral natural, recebeu uma grande medalha de ouro.

No ano em que comemora 160 anos de história, a Água de Luso, volta a receber o mesmo prémio conquistado nos últimos dois anos.
 

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Malagueta

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Re: Artigos/Historia de Empresas/industrias Portuguesas
« Responder #11 em: Abril 27, 2012, 09:30:47 am »
Vista Alegre - Um tímido renascer


Comprada pela Visabeira em 2009, a empresa centenária está aos poucos a recuperar.

Pela primeira vez em nove anos, conseguiu ter lucros no ano passado.

Com a crise em Portugal e Espanha, aposta no Brasil para dar a volta aos resultados.


Consulte o artigo.


http://www.portugalglobal.pt/PT/Portuga ... 260412.pdf
 

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Malagueta

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Re: Artigos/Historia de Empresas/industrias Portuguesas
« Responder #12 em: Junho 19, 2012, 09:50:34 am »
A célebre pasta dentífrica "Couto", que marcou a vida de muitos portugueses, comemora, por esta altura, 80 anos de existência. Há oito décadas que a marca nasceu, o produto nunca parou de ter sucesso em Portugal e até no estrangeiro e sabe-se agora que vai continuar a ser vendido, pelo menos, até 2017.
 
Em entrevista à Lusa, o principal acionista da empresa "Couto", contou que há atualmente duas marcas - uma da área da cosmética e outra da farmacêutica - interessadas em adquirir a "Pasta Dentífrica Couto" e aumentar o volume de negócios.
 
"Os dois pretendentes com quem falei são pessoas que rigorosamente querem aumentar mais as vendas da Pasta Couto. Estou convencido de que vai durar muito mais anos para além de mim", revelou Alberto Gomes da Silva, de 74 anos, sobrinho do fundador da marca.
 
A presença deste dentífrico português continua a fazer-se sentir entre muitas famílias nacionais, mas há também quem, além-fronteiras, se interesse pelo produto, que nasceu para lavar os dentes e desempenhou, também, um papel importante no combate aos malefícios da sífilis, que afeta a arcada dentária e as gengivas.

10% da produção segue para o estrangeiro
 
Das 500 mil bisnagas produzidas anualmente a partir de uma antiga farmácia de Vila Nova de Gaia, no Porto, há 10% que segue para exportação, sendo Itália e EUA os principais destinos internacionais desta pasta de dentes.
 
 A marca é também promovida junto de clientes estrangeiros em vários hotéis de luxo nacionais, como o da Quinta do Lago, no Algarve, ou o Hotel da Lapa, em Lisboa, que oferecem exemplares do dentífrico aos hóspedes.
 
Em Portugal, a pasta de dentes é vendida nas farmácias, em drogarias, supermercados, lojas exclusivas de produtos nacionais e até lojas de chineses, contou à Lusa Alberto Gomes Silva, que acredita na "qualidade" da "Couto".
 
Depois de, a certa altura, a empresa ter sido obrigada "a parar o fabrico da pasta durante seis meses" por ordem do Infarmed (Autoridade Nacional de Medicamento e Produtos de Saúde") devida a regras da União Europeia, a "Pasta Couto" está novamente num bom caminho.
 
Elaborada com 15 ingredientes, entre os quais a água, a glicerina, o sódio, o cálcio, o eugenol, a hortelã-pimenta e o cloreto de potássio, a pasta pode ser utilizada por todos, exceto pelas crianças, explicou Alberto Gomes da Silva.

Atualmente, estão à venda bisnagas de 60 e 120 gramas (apenas em Itália), havendo também amostras gratuitas de apenas 25 gramas.
 

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Malagueta

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Re: Artigos/Historia de Empresas/industrias Portuguesas
« Responder #13 em: Novembro 21, 2012, 09:53:48 am »
Conservas portuguesas de peixe lançam a rede mais longe


A indústria conserveira portuguesa de peixe, com mais de 150 anos, continua a reinventar-se. Exportadora desde os primórdios, prossegue, ao seu ritmo, a rota de entrada em novos mercados e nichos. Hoje, e apesar de lidar com a escassez da principal matéria-prima, a sardinha, navega para novas águas: os seus produtos assumem-se cada vez mais como uma opção "trendy".
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A indústria conserveira de peixe em Portugal já foi o sustento de muitas famílias. Outrora com mais de 150 unidades a laborar em pleno, hoje restam apenas 19, de onde saíram 55 mil toneladas de conservas em 2011, de acordo com a Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe - ANICP. O setor "atravessou muitas vicissitudes ao longo dos anos, tendo estabilizado desde há mais de uma década", declarou ao OJE Castro e Melo, secretário-geral da associação (ver caixa "À tona"). Na maioria pequenas e médias empresas (PME), as conserveiras empregam "cerca de 3500 trabalhadores diretos e outros indiretos", acrescenta o responsável, adiantando que "85% da mão de obra direta é feminina".
 
Quanto à distribuição pelo território nacional e o diferente peso das zonas geográficas na indústria, Castro e Melo considera difícil quantificar, referindo que, "se for pelo número de empresas, o maior centro é Matosinhos", que reúne quatro. "Se for pelo valor de faturação, provavelmente será Peniche", onde se encontram a ESIP - European Seafood Investments Portugal (ver caixa "Na frente do cardume") e a Ramirez.

As unidades resistentes têm tentado acompanhar as preferências dos consumidores e a maioria apostou na modernização. Mas todas perceberam, desde que começaram a laborar, que tinham de exportar para sobreviver. O secretário-geral da ANICP afiança que "as empresas são financeiramente sólidas, ou pelo menos têm sido até agora, conseguindo afirmar-se num mercado globalizado, onde a concorrência é muito feroz". Acrescenta que "talvez tenha pesado o facto de este setor exportar há mais de 150 anos, conhecendo muito bem os mercados para onde exporta". Aliás, o défice da balança comercial em produtos de pesca manteve-se relativamente estável nos últimos anos, graças ao desempenho das conservas, sobretudo em termos de sardinha e de atum. Castro e Melo frisa que se trata do "único subsetor no setor dos produtos da pesca com saldo positivo na balança comercial desde sempre".
 

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Malagueta

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Re: Artigos/Historia de Empresas/industrias Portuguesas
« Responder #14 em: Novembro 28, 2012, 01:37:22 pm »
'Made in Portugal'
Máquinas e roupa de 'fitness' feitas em Portugal já são exportadas


O mercado está em crise, mas empresas portuguesas como a Miralago e a Botton continuam a crescer e começaram a exportar os seus produtos para ginásios.
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Bicicletas em França, corsários de ginástica em Angola, T-shirts e calções em Espanha. São produtos desenhados e fabricados em Por­tugal para a indústria do exercício físico, em que há poucas referên­cias nacionais.

 

A Miralago é mesmo a única fa­bricante portuguesa de máquinas de fitness e já começou a exportar bicicletas para França. O respon­sável comercial da empresa de Águeda, Jorge Lacerda, revela que há pelo menos 4000 bicicletas da Miralago em França. Fazem parte de um novo negócio descoberto pela empresa: um sistema de bici­cletas públicas encomendado pela Inframoura, a entidade que gere os espaços urbanos em Vilamoura. Este sistema foi instalado na cidade em julho de 2012, com 32 estações e 150 bicicletas, com um design especial para serem co­nectadas e alugadas. A ideia é que sirvam de transporte até outra estação, usando um cartão pré-pago. Nuno Rodrigues, comercial da empresa, revela ao DN/DinheiroVivo que o negócio para a insta­lação do sistema em Viseu está "praticamente fechado" e há hipó­tese de chegarem a Sintra e Lisboa.

 

A Miralago, que emprega 90 pes­soas na fábrica emÁgueda, esteve presente na Convenção Manz Fitness em Aveiro, durante o últi­mo fim de semana. Além das "bi­cicletas públicas", outra aposta da marca são as Água Sprint, bicicle­tas integralmente feitas de inox para estarem dentro das piscinas dos ginásios. É um cruzamento entre as aulas de bicicleta e as au­las dentro de água. "Todo o software e Hardware é desenhado por nós", adianta Jorge Lacerda. A ideia é agora conquistar terreno em pis­cinas municipais.

 

A diversificação é importante porque o mercado já viu melhores dias e há uma grande pressão sobre os preços. "Não se mexe na ta­bela há quatro anos", diz Jorge La­cerda. Mas como a Miralago de­tém 95% da Órbita, especializada em bicicletas, o grupo tem conse­guido gerir as flutuações de cada mercado. Por outro lado, o interes­se em mercados internacionais tem crescido, o que permite à Mi­ralago continuar a fabricar, enquando outras concorrentes na­cionais faliram. A Botton é outro caso especial  

num mercado em que a Susana Gateira é a mais conhecida. Foi a primeira marca de roupa despor­tiva a surgir em Portugal, em 1992, e está a fugir à crise com vendas in­ternacionais e maior visibilidade online. Hélder Cruz, filho dos do­nos da empresa, revela que a subi­da é de perto de 10% em 2012.

 

"Houve um interesse crescente de clientes portugueses, que por diversos motivos emigraram e nos compram roupa para revenda, principalmente em Espanha e An­gola", indica o responsável. A Botton tem um representante externo em Espanha e os restantes são "re­vendedores que adquirem os arti­gos da mesma fornia como se es­tivessem em Portugal, nomeada­mente em Angola, Itália e França". Há também prospeção de merca­do no Reino Unido.

 

Por enquanto, a produção é fei­ta em Vila do Conde. "Mas se con­tinuarmos a crescer assim, vamos ter de encomendar produção fo­ra", garante. Para o próximo ano, a empresa pretende aumentar o nú­mero de lojas físicas em Portugal. Tem uma no Ginásio Academia de Artes e outra no Complexo do Flu­vial, ambas no Porto. A ideia é abrir uma terceira loja num centro comercial do Norte e fazer a pri­meira incursão em Lisboa. Entre­tanto, a loja online é uma aposta.

 

CONVENÇÃO

Empresas inovam para superar a crise

Com as convenções de fitness na Europa a sofrerem reduções em resultado da crise, a 19." edição do encon­tro em Aveiro até superou os números do ano passado. André Manz, fundador da empresa de formação em fltness Manz, revela que fez trabalho extra para atrair os 3000 participantes. A feira in­tegrada na convenção, onde participam dezenas de em­presas do sector, continua a ser uma das mais importan­tes do ano. Marcas de software como a Cedis e a DSFI fazem contactos, marcas de roupa como Reciff, Susana Gateira e Freddy fazem des­contos e máquinas como a ZenBio apresentam modelos.


2012-11-28 11:11
Ana Rita Guerra, Diário de Notícias .