Castelo Branco: Brigada de Reacção Rápida do exército treina participação em missões internacionais da NATO Castelo Branco, 15 Jun (LUSA) - Um total de 973 efectivos e 106 viaturas da Brigada de Reacção Rápida do exército realizam até 21 de Junho um exercício para treinar a participação em missões internacionais da NATO. A Brigada tem actualmente uma companhia de comandos com 150 militares no Afeganistão, "onde a acção ultrapassa o limiar das operações de manutenção de paz e há alguma exigência em termos tácticos", disse à Agência Lusa o major general Carlos Jerónimo, comandante da Brigada de Reacção Rápida. "As forças intervenientes têm que treinar para estarem preparadas quando chegarem a esses teatros", sublinhou, ao justificar a importância do exercício militar "Apolo 07", que decorre nas zonas de São Jacinto (Aveiro) e Monfortinho (Castelo Branco). O comandante da Brigada de Reacção Rápida falava à margem do dia aberto à comunicação social e convidados, em Monfortinho, em que foram demonstrados o assalto a instalações inimigas com forças heli-transportadas e o lançamento de pára-quedistas. "Esta é uma das melhores zonas de lançamento do país", dado o vasto campo aberto, sem cabos de alta tensão ou outros obstáculos, realçou Carlos Jerónimo. Junto a Monfortinho, os aviões C-130 treinaram o lançamento de grupos de 30 pára-quedistas a 300 metros de altura do solo e a uma velocidade de 125 nós, por detrás da linhas inimigas imaginárias e com o objectivo de eliminar objectivos militares. O exercício conta a participação de militares estrangeiros, nomeadamente, uma companhia da Brigada Pára-quedista Espanhola, quatro percursores do exército brasileiro e três oficiais observadores do exército russo. "Estes intercâmbios são sempre úteis para trocar experiências e melhorar questões de treino. Nos teatros de operações nós actuamos com forças estrangeiras, por isso há toda a conveniência em nos conhecermos uns aos outros", realçou Carlos Jerónimo. A Brigada de Reacção Rápida tem actualmente 75 militares prontos, à disposição da Força de Resposta da NATO para actuar em qualquer cenário necessário e outros 50 em fase de aprontamento nacional, aos quais se vai juntar uma companhia de pára-quedistas destinada ao Afeganistão. Para além dos efectivos que estão no terreno no Afeganistão, a brigada tem ainda graduados em missões da NATO espalhadas pelo globo, nomeadamente no Iraque. Desde 1996, a Brigada de Reacção Rápida já destacou 14 batalhões para a Bósnia, Kosovo e Timor-Leste e quatro companhias para forças de resposta da NATO no Afeganistão. Também no âmbito da NATO já realizou recolhas de cidadãos no Zaire, Congo e Guiné-Bissau e participou ainda por duas vezes em missões para apoio à formação de forças de segurança no Iraque.
A zona de Monfortinho, em Idanha-a-Nova foi ontem palco de um exercício de grande envergadura executada pela Brigada de Reacção Rápida (BRR), a elite do Exército, no qual participaram 1500 militares – pára-quedistas, comandos e forças especiais –, uma companhia do exército espanhol e seis percursores brasileiros. O exercício foi seguido de muito perto por uma equipa de oficiais do Exército da Rússia, que quis assistir ‘in loco’ à forma como os militares lusos treinam a sua operacionalidade. Os russos ficaram “surpreendidos” com a organização das forças da brigada, observaram o armamento e tiraram muitas fotografias. O dia ficou marcado por dezenas de lançamentos de pára-quedistas que foram transportados da Base de S. Jacinto até Monfortinho em dois aviões C-130.Para o exercício, Monfortinho transformou-se por algumas horas numa zona de Zululand – um país do sudoeste africano que está prestes a ser invadido pelas forças inimigas. O objectivo foi a evacuação de não combatentes apanhados no conflito. Os militares chegaram de avião (pára-quedistas) e de helicóptero (comandos e forças especiais) e aniquilaram as forças inimigas.O ‘Apolo 07’ é considerado um exercício de “extrema importância” para os militares da BRR. O objectivo, segundo o major general Carlos Jerónimo, comandante da brigada, é “treinar o controlo, desenvolver o planeamento e a execução de uma operação aerotransportada no âmbito de uma operação ofensiva”. O oficial afirmou que são estes treinos que testam a operacionalidade da BRR e deu como exemplos os recentes incidentes verificados no Afeganistão e o que se passou em Março, quando uma companhia esteve prestes a ser enviada para o Congo e “ficou pronta em 12 horas”. “Muitas vezes a acção ultrapassa o limiar das operações de manutenção de paz. Há teatros de operações que exigem vastos conhecimentos tácticos”, adiantou o major general Carlos Jerónimo.Desde a sua criação – em 1996 – a BRR já destacou 14 batalhões para cumprimentos de missões nos teatros de operações da Bósnia, Kosovo, Timor, Iraque e Afeganistão, onde actualmente estão 150 militares. PARTICIPANTES- Os oficiais russos destacados para seguirem a operacionalidade lusa inteiraram-se do armamento que está à disposição dos militares da Brigada de Reacção Rápida.- Seis percussores do exército brasileiro estão desde o início do mês a participar no ‘Apolo 07’. O mesmo acontece com uma companhia espanhola.- As três forças que compõem a Brigada de Reacção Rápida – comandos, pára-quedistas e forças especiais – mostraram os meios que dispõem.
Portugueses deixam zona perigosaAfeganistãoA companhia de Comandos que integra as forças da Nato no Afeganistão regressou ontem a Cabul, depois de ter estado em missão em Kandahar, onde os militares portugueses foram vítimas de duas emboscadas que provocaram 3 feridos.2007-06-16 - 00:19:00fonte: http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=246622&idselect=21&idCanal=21&p=200
EQUIPAMENTOSLacunas no AfeganistãoComandos portugueses estão estacionados no aeroporto da capital afegã mas podem ser enviados a qualquer momento para outro localCarlos VarelaPortugal está a enviar material militar com carácter de urgência para o Afeganistão, face às lacunas detectadas na força portuguesa que ali está destacada. Os problemas ficaram mais visíveis na sequência das recentes emboscadas dos terroristas talibans na região de Kandahar, onde a força nacional destacada tem estado empenhada. E que, garantem fontes militares, só não tiveram reflexos no número de baixas e no resultado operacional pelo elevado nível de instrução recebido e pelo empenhamento na missão por parte dos militares.A primeira vaga de material - novas placas de protecção balística - deverá chegar hoje ou amanhã de avião a Cabul. Novos coletes, com mais garantias de protecção, poderão também ser encomendados. A decisão foi tomada na semana passada, com a chegada de relatórios operacionais relativos aos ataques sofridos pelas tropas portuguesas.Já quanto ao armamento, em particular a G-3, o problema é mais complexo, uma vez que a sua substituição está dependente do lançamento de um novo concurso por parte do Ministério da Defesa (MDN).Nem este nem o Estado-Maior do Exército quiseram comentar o caso do Afeganistão, alegando que se trata de "questões operacionais" em ambiente de conflito. O Exército, no entanto, salienta estar "a concretizar esforços para dotar os militares de equipamentos mais recentes e ligeiros, que garantam a protecção individual sem comprometer a mobilidade táctica". Já quanto à substituição da G-3, diz acolher "de bom grado uma nova arma o mais rapidamente possível".O JN sabe, no entanto, que está a decorrer um processo - possível - de estender a vida da G-3, com a adaptação de kits para que a espingarda com 40 anos de serviço possa receber novos equipamentos, como lanternas, silenciadores (tecnicamente designados supressores de som) e miras para aumentar a certeza de tiro.Os portugueses estão a cumprir a missão, mas para garantir um grau de eficácia e de protecção igual aos das restantes forças da OTAN em serviço no Afeganistão, cada soldado tem que fazer um esforço quase a duplicar, carregando coletes à prova de bala com mais de 14 kg, quando os equiparáveis dos aliados não pesam mais de 8 kg.Fazer fogo deitado é difícil e o mesmo se passa no esforço para sair das viaturas blindadas durante uma emboscada - a situação que tem sido mais comum e onde a chave para evitar baixas é uma reacção imediata com fogo e movimento, até agora conseguida com sucesso.A referência para os novos coletes são os usados pela GNR em Timor-Leste e comprados pelo Ministério da Administração Interna no ano passado, equiparáveis à qualidade dos equipamentos usados por outros países da OTAN no Afeganistão.De regresso a CabulOs comandos em serviço no Afeganistão começam no início da semana a regressar a Cabul, mas nada invalida que a força - num total de 150 homens - possa voltar a operar na difícil zona de Kandahar. É que a força (que faz rotação com uma companhia de pára-quedistas, o que deverá acontecer em Agosto) faz parte da força de reacção rápida às ordens directas do comandante da ISAF (a força da OTAN que opera no Afeganistão). Um empenhamento que já custou um morto e três feridos, desde 2005, quando a missão foi iniciada. Isto significa que a companhia portuguesa está normalmente estacionada no aeroporto da capital afegã, mas, de um momento para o outro, pode ser enviada para uma qualquer missão, como veio a acontecer com Kandahar. Das missões atribuídas à força portuguesa constam desde acções de reconhecimento a escoltas de colunas, assim como segurança de área. Esta, por exemplo, foi uma das missões onde esteve empenhada a companhia de pára-quedistas que antecedeu a de comandos, na zona também de Kandahar, na segurança a infra-estruturas aeroportuárias. Se bem que o caso tenha sido pouco falado a verdade é que também os pára-quedistas tiveram que intervir com acções de força nas imediações do aeroporto, quando os talibans fizeram vários disparos de roquete.Mais dois atentados à bombaA forte explosão que destruiu, ontem, um autocarro da Academia da Polícia de Cabul, no Afeganistão, provocou pelo menos 35 mortos e foi o mais violento atentado na capital afegã desde a invasão norte-americana, em 2001. Os talibans já reivindicaram a autoria do ataque. Na província de Kandahar, outro atentado matou três soldados da força multinacional, juntamente com um intérprete afegão.No atentado à bomba de Cabul - que destruiu as partes laterais e o tejadilho do autocarro -, para além dos 35 mortos (número que inclui 22 polícias), outras 35 pessoas ficaram feridas. De acordo com testemunhas, o autocarro transportava vários instrutores da Polícia afegã.O suposto porta-voz dos talibã, Qari Yousef Ahmadi, disse que um atacante suicida do grupo provocou a explosão. Segundo Ahmadi, o terrorista Mullah Asim Abdul Rahman, de 23 anos, era da região de Cabul. O relato, feito através de um telefone via satélite a partir de um local não identificado, não pôde ser confirmado.O outro ataque, que vitimou três soldados da força multinacional e um intérprete afegão, ocorreu na província de Kandahar, quando um engenho explosivo foi detonado à passagem do veículo em que seguiam os militares.Com as novas baixas, aumenta para 87 o número de soldados da força multinacional e da ISAF (Força Internacional de Ajuda à Segurança, liderada pela OTAN) mortos no Afeganistão, desde o início do ano.Placa balísticaÉ colocada à frente e atrás do colete de protecção. A que é usada pelos portugueses é em cerâmica e já está obsoleta. As novas placas, em polímero, pesam muito menos e aguentam vários impactos directos de 7,62 mm, o calibre da AK-47, usada pelos talibã.Coletes de protecçãoO s militares têm pretendido para os vários teatros de operações um colete que também sirva de transportador, à semelhança do usado pela GNR em Timor. Com as placas de protecção não ultrapassa os 8 kg.ObsolescênciaAs armas tornam-se obsoletas não apenas devido ao calibre mas também pela impossibilidade de receberem novos equipamentos, como sistemas ópticos de mira e sensores.
Afeganistão: Maioria dos soldados portugueses deixaram Kandahar e já estão em Cabul Lisboa, 18 Jun (Lusa) - A maioria dos 130 soldados portugueses destacados desde Maio em Kandahar, uma das zonas mais perigosas do Afeganistão, regressou domingo a Cabul, após um mês e meio de missão, em que ficaram feridos três militares. Fonte do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) disse hoje à Agência Lusa que a grande maioria dos soldados fez a viagem no domingo, "por via terrestre, sem incidentes", e estão já em Camp Warehouse, onde o destacamento português está colocado. Os restantes elementos estarão de regresso à capital afegã, por via aérea, nos próximos dias, acrescentou a mesma fonte. Esta foi a segunda missão de militares portugueses em Kandahar, onde se registaram, nos últimos meses, combates com forças talibãs. O contingente português, integrado na força internacional da NATO (ISAF), vai permanecer na área de Cabul até final do mês de Agosto, mês em que será substituído por uma nova força. Desde Fevereiro de 2007 que os militares estão no Afeganistão - 150 pertencem à Brigada de Reacção Rápida, sete são militares do Grupo de Controlo Aéreo Táctico da Força Aérea e foram colocados no aeroporto de Cabul e cinco militares do Exército estão destacados no quartel-general da ISAF. Desde o início da missão no Afeganistão já morreram um soldado português, na explosão de uma bomba nos arredores de Cabul, em 2005, e três outros ficaram feridos. No último mês, e coincidindo com a missão dos comandos em Kandahar, três soldados sofreram ferimentos ligeiros em duas emboscadas. A primeira, em 25 de Maio, um soldado português sofreu ferimentos ligeiros em resultado de uma emboscada durante uma patrulha a pé, perto de Kandahar. Na segunda, a 07 de Junho, ficaram feridos - com escoriações - dois militares portugueses numa emboscada a uma coluna de viaturas, quando regressava à base. Segundo a edição de hoje do Jornal de Notícias, Portugal está a enviar material militar, como novas placas de protecção balística, na sequência das duas emboscadas do último mês. Após os incidentes, o ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, admitiu que "o Afeganistão é um teatro com riscos". "O Afeganistão é um teatro com riscos mas é tambem um teatro onde as Forças Armadas Portuguesas estão a servir com muito profissionalismo, estão preparadas para o trabalho que estão a desenvolver e têm sido muito elogiadas", disse Severiano Teixeira, em Washington, a 08 de Junho, depois de uma reunião com o secretário norte-americano da Defesa, Robert Gates.
Só há dois blindados em reserva para dar apoio ao Afeganistão Carlos VarelaA força portuguesa que está a combater no Afeganistão está com a capacidade blindada praticamente esgotada, na sequência dos ataques dos talibãs, uma vez que em Portugal há apenas duas viaturas em reserva, soube o JN junto de fontes militares. Mesmo estes dois veículos estão a ser aplicados na instrução, o que significa que fazê-los avançar para o Afeganistão, no caso de mais baixas em combate, pode pôr em causa a preparação da força que parte em Setembro. É mais uma das lacunas detectadas naquele teatro de operações, a par da desadequada protecção individual, agora em fase de reparação com o envio de novo material, tal como o JN já noticiou.Uma reserva mínima, apontaram ao JN, seria de pelo menos dez viaturas do tipo em causa, a HUMMVEE, para garantir a instrução e a sustentação da força que a milhares de quilómetros de distância enfrenta a situação operacional mais dura e arriscada desde que Portugal deixou África em 1974. O Estado-Maior do Exército não quis comentar, alegando não o fazer relativamente a "questões operacionais", remetendo qualquer resposta para o Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA). O JN sabe, no entanto, que a falta de HUMMVEE está a preocupar o Exército, que já fez chegar ao Ministério da Defesa a necessidade de comprar mais daquelas viaturas. O EMGFA considera que "no teatro de operações a situação foi restabelecida com o envio de viaturas para substituir as danificadas", mas não comenta o facto de haver apenas mais dois veículos em reserva. O Ministério da Defesa, aponta que "há um processo de aquisição a decorrer para blindados ligeiros", mas não indica datas para a sua conclusão.Em menos de dois anos, a missão dos 150 portugueses no Afeganistão já causou um morto, um ferido grave e quatro feridos ligeiros, além da destruição total de uma viatura e danos graves em outras três, que levaram à sua imobilização, sempre por acções de combate.Em causa, por razões financeiras, está a política de aquisição de armas e viaturas, que apenas tem em conta as necessidades imediatas da missão, sem levar em conta a possibilidade da ocorrência de baixas e a necessidade de manter uma reserva credível, apontaram as mesmas fontes.Há mais um tipo de viatura blindada de rodas a ser usada no Afeganistão, o Panhard M-11, mas trata-se de um veículo especializado em reconhecimento e escoltas, que não permite o transporte de infantaria.A viatura mais usada pela força portuguesa no Afeganistão é, assim, o HUMMVEE, um veículo de quatro rodas, que pode receber "kits" de blindagem, como veio a ser a opção portuguesa, e que além do armamento de bordo - metralhadoras e lança-granadas - pode transportar cinco soldados de infantaria.No entanto, em todo o Exército e não obstante as múltiplas missões no exterior, há apenas 24 viaturas deste tipo e vinte foram empenhadas no Afeganistão. O número de "kits" de blindagem em reserva é de natureza confidencial, mas o seu número não deverá ser superior a quatro ou cinco.Uma vez que o último ataque, no início de Junho, danificou gravemente dois dos três blindados, o Exército foi obrigado a enviar dois veículos para substituir os mais atingidos.Feitas as contas, apenas ficaram dois HUMMVEE em Portugal, um número demasiado reduzido para poder ser considerado uma reserva credível, tanto mais que os dois sobrantes estão em permanência atribuídos à instrução de condutores da próxima leva de forças destinada ao Afeganistão.Duas das viaturas danificadas nos combates de Junho já chegaram a Portugal e estão nas Oficinas Gerais de Material do Exército, mas ainda não se sabe se têm reparação, ou se o seu estado o justifica. A terceira viatura continua no Afeganistão, para reparação local.Panhard M-11É uma viatura moderna e está em serviço no Afeganistão mas é mais concebida para as missões de reconhecimento e escolta, típicas da cavalaria, e o modelo em uso em Portugal não pode comportar soldados de infantaria. Os novos PandurEmbora mais pesados que o HUMMVEE seriam sempre uma alternativa, mas os primeiros só serão entregues entre Setembro e Dezembro. Quanto aos M-113, têm protecção razoável, mas têm lagartas em vez de rodas.Pedir a EspanhaÉ talvez uma alternativa e foi assim, aliás, que Portugal conseguiu cumprir os compromissos com a OTAN para estar no Afeganistão dentro da data aprazada até que a fábrica tivesse tempo para aplicar blindagem nos HUMMVEE. O "El País" lembrou esse empréstimo no ano passado a propósito da discussão do comando no Líbano.
Falha dos talibã salvou vida aos portuguesesA força portuguesa já regressou a Cabul, com o fim da missão em Kandahar, mas a última emboscada, a 7 de Junho, acabou por ser bem mais grave do que então foi divulgado. E se se ficou apenas por dois feridos ligeiros foi pela rápida reacção das forças portuguesas, mas também porque os terroristas falharam no disparo dos RPG-7, um antigo mas eficaz lança-roquetes, que tem sido muito utilizado contra as forças ocidentais no Iraque e no Afeganistão. A coluna portuguesa era composta por cinco veículos blindados HUMMVEE, transportando cerca de 30 militares dos comandos. Duas das viaturas foram atingidas lateralmente por outros tantos roquetes de RPG-7, mas nem um nem outro projéctil explodiram. Aparentemente, os talibã dispararam demasiado cedo, levando a que a espoleta não tenha tido tempo para armar e não activando os mais de 2,5 kg de explosivo, embora tenham embatido nos blindados, provocando o despiste de um deles, que capotou, provocando os dois feridos ligeiros. Se não tivesse acontecido o erro ou a falha técnica, os HUMMVEE - como qualquer outro blindado, a não ser um carro de combate - não resistiriam ao impacto e o roquete explodiria no seu interior, onde estavam cinco portugueses em cada viatura. Um outro HUMMVEE foi igualmente atingido, mas não com os roquetes. No entanto, as três viaturas atingidas mostram igualmente marcas de projécteis de armas ligeiras, assim como de metralhadoras pesadas. Num dos impactos, a blindagem chegou a ser perfurada, eventualmente com uma bala de calibre 14,5 mm, que entrou no interior do veículo, mais uma vez sem atingir nenhum português.