Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama

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mafets

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #3255 em: Dezembro 12, 2023, 03:29:34 pm »
Relativamente às BD e as Karel Dorman Belgas e Holandesas:



Diferença no mastro, pois a nossas não tem o radar Sea Watcher:

https://www.thalesgroup.com/en/sea-watcher-100-surface-surveillance-radar 

https://navalinstitute.com.au/new-radar-system-for-netherlands-ship/


Citar
Royal Netherlands Navy frigate, HNLMS Van Speijk. Re-designed main mast with the new SeaWatcher 100 active phased array surface detection and tracking radar and the repositioned SMART-S radar.

https://www.radartutorial.eu/19.kartei/07.naval2/karte043.pt.html

Citar
O SeaWatcher 100 (nome de exportação: SEASTAR) é um radar de phased array ativo não rotativo de banda X para reconhecimento da superfície marítima. O sistema detecta e rastreia automaticamente ameaças assimétricas e objetos muito pequenos como bóias e periscópios em todas as condições climáticas.

Sob o nome SeaWatcher 100, este radar foi usado apenas em navios de guerra holandeses e belgas, pois aqui não se arranjou 24 milhões para 2.

Resumindo: Se o o sistema que as BD não têm, detecta e acompanha (por exemplo periscópio de submarinos) quer dizer, que até em ASW estão atrás das suas congéneres belgas e holandesas, em qualquer missão NATO. Se calhar, a própria aliança precisa de repensar os seu parâmetros, mas mesmo numa missão como por exemplo o combate à pirataria, não existindo o Seawatcher, quer só dizer que detectar minas e pequenas embarcações fica mais difícil. Ou seja, até numa missão no "Corno de África", as M Belgas e Holandesas estão mais capacitadas. Mas esperemos o que têm para dizer outros foristas que por aí andam. ;)



Saudações

P.S. O deck de voo das Chilenas:



O nosso:



Força, têm aqui a papinha toda para chegarem à conclusão.  ;)

https://www.navalanalyses.com/2014/11/karel-doorman-m-class-frigates-of.html



 



"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

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LM

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #3256 em: Dezembro 12, 2023, 03:39:46 pm »
Isto... relembro que não se pode "recarregar" VLS no mar.

A USN anda (andou) em testes para tentar alterar esta situação, mas não sei se tem sido bem sucedidos ou não.

US Navy prioritizes ‘game-changing’ rearming capability for ships - 2023/03/28

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(...)It’s also a maneuver the Navy cannot yet do at sea. This demonstration took place while the destroyer Spruance was tied to the pier at Naval Air Station North Island, as a first step in creating a more expeditionary rearming capability.

But in the near future, that same evolution between a warship and an auxiliary vessel could take place in any harbor or protected waters around the globe. One day, it may even take place in the open ocean, thanks to research and development efforts in support of a top priority for the secretary of the Navy.(...)

Quidquid latine dictum sit, altum videtur
 

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Drecas

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #3257 em: Dezembro 12, 2023, 04:39:48 pm »
Isto... relembro que não se pode "recarregar" VLS no mar.

A USN anda (andou) em testes para tentar alterar esta situação, mas não sei se tem sido bem sucedidos ou não.

Essa capacidade já existiu
Mas foi largada e agora andam em estudos para voltar a conseguir fazer isso
 

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zawevo

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #3258 em: Dezembro 12, 2023, 05:13:16 pm »

 
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dc

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #3259 em: Dezembro 12, 2023, 05:51:09 pm »
A solução da USN passa por ter navios próprios para isso, que podem ser destacados para qualquer porto, ao invés de estar limitada a um número reduzido portos específicos com o equipamento necessário, que por sua vez podem estar muito longe da área de operações. Isso levanta a questão para outras marinhas NATO, se os seus navios logísticos terão uma capacidade similar.

E isto diz-nos o quê? Que é preciso ter mais navios combatentes e com mais capacidade de mísseis, para que as visitas ao porto para abastecer não tenham que ser tão frequentes. É comparar a diferença entre uma fragata com 16 VLS Mk-41 com ESSM (64 mísseis), com uma das nossas BD com os seus 16 MK-48  (16 mísseis). A BD tem que ir ao porto 4 vezes. Agora imaginem comparar com uma fragata que 32 ou mais células Mk-41.

E a comparação pode ser ainda mais aprofundada.
-A BD vai ao porto 4 vezes, para recarregar 16 ESSM de cada vez (totalizando 64 mísseis);
-Uma fragata moderna com 16 Mk-41 strike length vai ao porto 2 vezes, e carrega 32 ESSM + 8 mísseis à escolha (VLA, Tomahawk, SM-2, SM-6 ou SM-3) de cada vez (totalizando 64 + 16).

Agora comparemos com países aliados, onde 16 tende a ser o número mínimo de VLS, com os poucos que têm 8, é sempre "FFBNW" e agora devem arrepender-se de não ter instalado logo mais. Comparemos com as Alvaro de Bazan com 48 VLS, as DZP holandesas com 40 (e espaço para mais 8), 44 nas Iver, 32 nas Sachsen, e por aí fora.

Conclusão, a BD não só leva menos a bordo, como visita mais vezes o porto para recarregar e passa a maior parte do tempo a viajar entre o porto e a área de operações, do que na missão em si.
 

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #3260 em: Dezembro 12, 2023, 07:09:33 pm »
Por falar nisso e que eu me lembre , nunca dada nenhuma razão para as nossas M terem o Vigile D no lugar do Seawatcher, ou foi?

Razões financeiras? Ou houve mais alguma coisa que o nacional parolismo do secretismo do tempo dos afonsinhos não deixou saber?

Já que contamos com a presença de tão ilustres membros da nossa histórica marinha entre nós,  pode ser que algum faça luz sobre o assunto...

E já agora, que aprendam como as outras marinhas divulgam as modernizações dos seus navios, modernizações essas na maior parte muito mais profundas que as nossas  ::)

Pode ser que algum dia venham a seguir esses exemplos de transparência.
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 
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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #3261 em: Dezembro 12, 2023, 07:28:26 pm »
Mas é preciso mais transparência do que "Fragatas de alta intensidade" ?  :mrgreen:
 
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Pescador

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #3262 em: Dezembro 12, 2023, 07:48:26 pm »
Em resumo, estamos bem com as 2 BD, com MLU inferior ao que fizeram os Belgas as suas 10 anos atras.

Faz sentido
Aos "suecos"
 
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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #3263 em: Dezembro 12, 2023, 08:14:05 pm »
Relativamente às BD e as Karel Dorman Belgas e Holandesas:



Diferença no mastro, pois a nossas não tem o radar Sea Watcher:

https://www.thalesgroup.com/en/sea-watcher-100-surface-surveillance-radar 

https://navalinstitute.com.au/new-radar-system-for-netherlands-ship/


Citar
Royal Netherlands Navy frigate, HNLMS Van Speijk. Re-designed main mast with the new SeaWatcher 100 active phased array surface detection and tracking radar and the repositioned SMART-S radar.

https://www.radartutorial.eu/19.kartei/07.naval2/karte043.pt.html

Citar
O SeaWatcher 100 (nome de exportação: SEASTAR) é um radar de phased array ativo não rotativo de banda X para reconhecimento da superfície marítima. O sistema detecta e rastreia automaticamente ameaças assimétricas e objetos muito pequenos como bóias e periscópios em todas as condições climáticas.

Sob o nome SeaWatcher 100, este radar foi usado apenas em navios de guerra holandeses e belgas, pois aqui não se arranjou 24 milhões para 2.

Resumindo: Se o o sistema que as BD não têm, detecta e acompanha (por exemplo periscópio de submarinos) quer dizer, que até em ASW estão atrás das suas congéneres belgas e holandesas, em qualquer missão NATO. Se calhar, a própria aliança precisa de repensar os seu parâmetros, mas mesmo numa missão como por exemplo o combate à pirataria, não existindo o Seawatcher, quer só dizer que detectar minas e pequenas embarcações fica mais difícil. Ou seja, até numa missão no "Corno de África", as M Belgas e Holandesas estão mais capacitadas. Mas esperemos o que têm para dizer outros foristas que por aí andam. ;)



Saudações

P.S. O deck de voo das Chilenas:



O nosso:



Força, têm aqui a papinha toda para chegarem à conclusão.  ;)

https://www.navalanalyses.com/2014/11/karel-doorman-m-class-frigates-of.html
 

Mafets, mas tu ainda perdes tempo a dar importância ao que alguns especialistas iluminados afirmam sobre as capacidades de combate das nossas fragatas???

Não adianta, não percas tempo !

Abraços
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!
 
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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #3264 em: Dezembro 12, 2023, 08:15:38 pm »
Em resumo, estamos bem com as 2 BD, com MLU inferior ao que fizeram os Belgas as suas 10 anos atras.

Faz sentido
Aos "suecos"

Pois !!!!
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!
 

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Visitante123

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #3265 em: Dezembro 12, 2023, 08:27:00 pm »
 

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saabGripen

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #3266 em: Dezembro 12, 2023, 09:08:34 pm »


Ora boa noite,

Chamaram-me?

Parece que começo a ser conhecido aqui.    Isso é bom.
E parece que provoquei uma viva troca de ideias.   Excelente.

É para isso que serve o Forum Defesa.

Quanto ao tema que está na moda esta noite:

No Atlântico não anda nada a boiar na água.
Nos mares que banham a Bélgica e a Holanda, aí sim, pode andar muita coisa a boiar.
É por isso que eles investem agora numa nova geração de Caça (Draga)-Minas (para substituir a anterior) ---------  coisa que, curiosamente, nunca vi nenhum expert aqui do forum levantar a voz por não termos há décadas.

Não preciso repetir a frase que já repeti aqui várias vezes, pois não?
Aínda não foi desmentida...
Não quero ser chato.

Siga a discussão!
O Forum é para todos.

 

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saabGripen

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #3267 em: Dezembro 12, 2023, 09:20:28 pm »
Sem saber especificações não me custa dizer que as BD cumprem os mínimos NATO. Porque sabe-se que há uma preocupação das chefias nesse sentido. E é o único  sítio onde os políticos aceitam gastar.

Mas isso é muito pouco. Num caso de defesa do país a uma primeira vaga de ataques as BD fariam muito pouco ou nada. Mas ainda podiam detectar algo com os novos sensores e esboçar uma resposta. As VdG nem isso. É muito poucochinho.


Aqui está um comentário com que posso concordar.

Acrescentando que o concurso está lançado para a modernização de duas VdG.


 

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papatango

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #3268 em: Dezembro 12, 2023, 10:25:06 pm »
Citação de: CharlieJaguar
Desculpe o reparo amigo PT, mas os EUA ofereceram-nos fragatas da classe Knox equipadas com o helicóptero anti-submarino Kaman SH-2F Seasprite Lamps I, e não destroyers da classe Charles F. Adams. Após a Guerra do Golfo propuseram-nos 8 fragatas Oliver Hazard Perry, que salvo erro foram posteriormente parar à Turquia.

Bom, eu não discuto que os americanos também tenham proposto as Knox.
Quando estão para desativar navios os americanos fazem sempre propostas a quem quer que seja que na NATO possa permitir a transferência do navio, evitando o complexo processo de «mothballing» como os americanos lhe chamam.

A informação que tenho e que chegou a ser publicada na imprensa referia as Charles F.Adams, que eram propostas para substituir as Pereira da Silva, já desde o final da década de 1970. Mas é verdade que os navios da classe Knox foram igualmente falados, mas pelo que me lembro, a pressão americana para os Charles F. Adams foi maior, ou pelo menos teve mais cobertura, mas os navios eram considerados demasiado grandes. Lembro-me dos comentários na altura sobre o deslocamento máximo das Charles F. Adams por volta das 4500t.

Andámos em vários projetos europeus, chegou a ser dada como certa a classe Kortenaer e depois ficámos pelas Meko-200 mas os americanos apresentaram várias propostas.

A classe Charles F.Adams era apresentada como uma vantagem, porque os alemães também operavam navios idênticos, o que poderia ser uma vantagem para a marinha. Algumas fragatas dessa classe acabaram na Grécia.

As posteriores ofertas, nomeadamente das Perry, foram mais tarde e tinham em vista a substituição das João Belo e não a substituição das fragatas da classe Pereira da Silva, que foram as que foram de facto substituidas pelas Vasco da Gama.

As OHP chegaram a ser dadas praticamente como certas na marinha, mas no final a opção acabou por ser pelas Karel Doorman.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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papatango

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Re: Substituição das Fragatas Classe Vasco da Gama
« Responder #3269 em: Dezembro 12, 2023, 10:31:54 pm »
Citação de: saabGripen
No Atlântico não anda nada a boiar na água.
Nos mares que banham a Bélgica e a Holanda, aí sim, pode andar muita coisa a boiar.
É por isso que eles investem agora numa nova geração de Caça (Draga)-Minas (para substituir a anterior) ---------  coisa que, curiosamente, nunca vi nenhum expert aqui do forum levantar a voz por não termos há décadas.

A questão tem a ver com uma coisa chamada Canal da Mancha, e com os portos de Antuerpia e Roterdão, além de Hamburgo, onde se concentra a esmagadora maioria das importações e exportações europeias.

No Atlantico, a probabilidade de a guerra de minas ter sucesso, enfim, seria ... mínima.
Mas nas áreas referidas, mesmo um pequeno número de sistemas como minas  pode ser devastador. Isso pode explicar o investimento.

No caso português, o que é grave é a falta de proteção aos cabos submarinos, as minas são de uma relevância quase nula, quando comparadas com os perigos para as comunicações  representados por um ataque contra os cabos.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...