Meu caro, isto não é um jogo. Nisto não existe restart, não existem "health-packs" pelo caminho, não existem "tecnicas alternativas" se a que se tentou falhar.
O que diz é verdade, Fox. É sempre bom ter isso em mente.
Mas...
E depois?
Cada dia que passa se assiste à progressiva e segura degradação das instituições e valores que julgo todos nós partilhamos: a nossa identidade cultural, a nossa esperança individual e colectiva num futuro melhor ou numa promessa credível de tal.
Eu temo o perigo que o Fox prevê - e que eu partilho - de as coisas se perderem por uma loucura, uma coisa mal ponderada.
Mas eu também pergunto: não estamos nós num beco sem saída?
Quem não se vê num futuro nada risonho a trabalhar progressivamente como um escravo para poder competir com a China, não havendo ou cultivando outras vantagens competitivas, vantagens essas que também são potenciadas e sustentadas por valores sócio-culturais sólidos?
Está documentado que a "gente" que nos "governa" não hesitaria em vender uma massa de gente bruta, pouco reevindicativa e crítica, como mão de obra barata. O que é que o socialista Pinho Chifrudo foi dizer na China?
O pessoal ainda não aceitou que com as coisas como estão só nos dirigimos ao desastre, irreversívelmente. E até mesmo que se descobrisse petróleo em território nacional, esse dinheiro serviria só para alimentar alguns.
Nós vamos estar encostados à parede. Agora é só uma questão de tempo até mais pessoas se aperceberem disto, pagando cada vez mais impostos até rebentarem e beneficiando cada vez menos com isso.
E só estou a falar da economia porque é disso que mais afecta a nossa boca. E as nossas esperanças para o futuro. Porque sem futuro, também não custará tanto perder o presente.