O problema é generalizado ...
Em toda a Europa.
No que respeita à peninsula ibérica, o problema que se coloca é sempre o mesmo, o da instabilidade eventual no norte de África.
Tradicionalmente em Espanha considera-se que o problema principal é Marrocos.
Tradicionalmente em Portugal, considera-se que o problema mais complicado é a Argélia.
Creio que a origem desta visão distinta se encontra pelo lado espanhol nos reveses e conflitos com os marroquinos, e do lado português a questão reside na influência que teve nos meios militares a guerra na Argelia e a forma como a guerra na África portuguesa foi combatida, sendo que não nos podemos esquecer, a Argelia apoiou de forma clara as forças que se opunham aos militares portugueses e deu guarida a traidores e renegados portugueses.
De qualquer das formas, neste momento estes dois países atravessam um periodo de alguma calmaria, quando comparamos com o que aconteceu noutros países do norte de África (vide Tunisia e Líbia).
Marrocos tentou introduzir modificações no regime de forma a liberaliza-lo. Isto parece ter tido alguns resultados, mas o país ainda está muito longe de ser uma democracia. E mesmo em países com sistemas democráticos como a Turquia, problemas graves podem ocorrer.
Já a Argelia pia mais fino.
Continua a ser um regime repressivo republicano árabe.
Ou seja: É um regime ao estilo da Líbia, Tunisia, Egito ou Síria (Marrocos é uma monarquia que procura justificação nos herdeiros do profeta).
É exatamente o tipo de regime que o povo tende a criticar abertamente nas ruas se for entornada a última gota de água.
E é o país onde já se viu o que acontece quando em eleições, os extremistas islâmicos ganham acesso ao poder.
Perante este estado de coisas, a defesa do flanco sudoeste da peninsula assume uma importância estratégica para a Europa.
Os italianos estão voltados para o mediterrâneo central, pelo que uma eventual defesa do sudoeste terá que ser feita pela França, caso a Espanha demonstre não ter os meios em caso de necessidade.
O problema nem está no exército, está principalmente na força aérea e na marinha.
Tanto Marrocos quanto a Argelia, possuem ou vão possuir navios que estão ao nível do que os espanhóis possuem e isto acontece pela primeira vez desde pelo menos o século XVII.
Nós continuamos a ser remotos, já que é dificil atravessar de Marrocos para o Algarve, mas inevitavelmente teremos problemas e apanharemos por medida.
Talvez possamos pedir ajuda à esquadra chinesa...