Portugueses estudam explosivos para o antiterrorismo

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Portugueses estudam explosivos para o antiterrorismo
« em: Julho 06, 2007, 06:14:13 pm »
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Na Universidade de Coimbra
Laboratório português estuda explosivos para desenvolver medidas antiterroristas
05.07.2007 - 15h58 Lusa


Um grupo de investigadores da Universidade de Coimbra, que compõem o Laboratório de Energética e Detónica (Ledap), colabora com várias instituições internacionais da área dos explosivos para o desenvolvimento de medidas antiterroristas, disse hoje o coordenador da equipa.

"Podem fazer-se actos terroristas de muitas e variadas maneiras. Quando acontecem é preciso perceber e investigar como foram feitos para desenvolver medidas antiterroristas" disse à agência Lusa José Campos, investigador do Ledap.

Este é o único laboratório em Portugal que se dedica à investigação e desenvolvimento na área dos explosivos.

"Há outros, como o laboratório de explosivos da Marinha, mas não faz investigação. Trata da qualificação de explosivos para munições", disse José Campos.

Criado pela Universidade de Coimbra e pela Sociedade Portuguesa de Explosivos, o Ledap conta actualmente com a colaboração da Associação para o Desenvolvimento Aerodinâmica Industrial (ADAI).

Desde a junção de adubo a gasóleo, passando pela utilização de cristais de explosivos militares, até ao fabrico de explosivos a partir de munições pesadas, como no Iraque ou Afeganistão, há uma enorme variedade de opções para provocar explosões, afirmou o especialista.

"Chegamos à conclusão que o mundo está a passar de massa e energia para uma situação de energia e conhecimento", disse José Campos.

"Era tudo massa bruta"

O especialista explicou que na II Guerra Mundial, "quando se precisava de atingir um alvo, bombardeava-se toda uma área".

"Era tudo massa bruta. Hoje é cirúrgico, energia específica e conhecimento acrescido", disse.

O conhecimento e investigação na área dos explosivos não está só do lado de quem o combate mas também do lado dos próprios terroristas.

"Quando temos uma faca de cozinha ela pode servir para cortar a carne de todos os dias ou para matar uma pessoa. Quem afia a faca pode usá-la nos dois sentidos", ilustra José Campos.

"Em ciência, no sentido de saber fazer, temos de reconhecer que há grupos de terroristas que sabem fazer, tiveram de aprender. Não é ao longo de uma vida que se adquire esse conhecimento, tem de se usar as vidas de outros", afirmou.

Os próprios grupos terroristas possuem diversos níveis de conhecimento e uma tradição de ensino específica, o que resulta em diferentes modos de actuação.

A investigação debruça-se sobre o modus operandi dos terroristas, especificamente, no caso português, sobre os explosivos utilizados, tendo já resultado em trabalhos publicados pela NATO.

José Campos é co-autor de um livro, publicado em 2004, intitulado "Indústria de Defesa: Ciência e Tecnologia relacionada com a Segurança". O livro acaba por ser uma prova da experiência portuguesa na investigação científica relacionada com explosivos.

"Para se fazer um livro destes é necessário possuir algum trabalho editado sobre o assunto", argumenta.
"Ele é invisível, livre de movimentos, de construção simples e barato. poderoso elemento de defesa, perigosíssimo para o adversário e seguro para quem dele se servir"
1º Ten Fontes Pereira de Melo