Galp quer comprar 300 postos de abastecimento em Espanha

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Marauder

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Galp quer comprar 300 postos de abastecimento em Espanha
« em: Fevereiro 13, 2006, 10:55:24 am »
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Galp quer comprar 300 postos de abastecimento em Espanha

A Galp está em negociações com a Eni para adquirir mais 300 postos de abastecimento da Agip em Espanha, noticia o Expansión.


A operação está avaliada em cerca de 400 milhões de euros e permitiria à petrolífera nacional duplicar a sua rede no país vizinho, alcançando os seiscentos postos de abastecimento.

A empresa portuguesa passaria ainda a ser o terceiro maior operador em Espanha, à frente inclusive da BP, podendo deter uma quota de mercado de quase 8%.

Com a transacção, a Galp cumpriria o objectivo de quota em Espanha e compensaria a perda das estações de serviço que a Shell vendeu há dois anos na Península Ibérica, das quais as 300 em Portugal foram compradas pela Repsol e 338 em Espanha pela Disa.

O Expansion sublinha ainda as desavenças antigas entre a ENI (detentora de 33,3% da Galp) e o governo português, as quais têm vindo a impedir «a integração dos negócios na Península Ibérica».

Há cerca de um ano a ENI esteve para associar-se à EDP para comprar o negócio do gás da Galp, mas a operação foi vetada por Bruxelas. Mas entretanto, a ENI e a Galp compraram, em separado, as estações do grupo francês Total em Espanha.


  De:
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_d ... news=63195

   Espero bem que seja desta que a Galp consiga se expandir em Espanha. Fiquei estonteado como é que Bruxelas vetou o negócio do gás da Galp e permitiu o da Endesa. Parece-me 2 pesos 2 medidas...

  Cumprimentos
 

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ferrol

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Arcanos
« Responder #1 em: Fevereiro 14, 2006, 08:11:21 am »
Citação de: "Marauder"
Espero bem que seja desta que a Galp consiga se expandir em Espanha.
:shock:  
Curioso. Se Repsol abre gasolineiras en Portugal, os "malvados castelhanos" nos invaden, se Galp merca 300 estacións en España, "ogallá se consiga expandir". ¿Cal é o místico arcano que bendice as mercas portuguesas e debe castiga-las españolas?
Tu régere Imperio fluctus, Hispane memento
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Marauder

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« Responder #2 em: Fevereiro 14, 2006, 09:45:42 am »
Ferrol,
               se quiseres uma explicação para esses "fenómenos", tens que compreender a psicologia por trás de diferentes geografias. O cão pequeno tem tendencia a ser mais agressivo para o cão grande. Quando a Microsoft meteu em tribunal uma empresa chinesa por esta vender produtos piratas ou clonados da Microsoft, os Media chineses meteram a população contra a microsoft que era o golias a querer bater no "pequeno miudo". Existem muitas coisas que podem explicar ou servir de exemplos.

       Eu também fiquei chateado quando a Shell vendeu os postos à Repsol, e o posto de gasolina ao lado de minha casa virou espanhol. Mas se formos a pensar, é uma ideia contraditoria e impossivel ter todos os postos por companhias portuguesas..neste caso 1. A autoridade para a concorrencia não iria deixar, logo esses postos terão que ser geridos por companhias estrangeiras. Se são espanholas ou chinesas a mim tanto me faz, o que sei é que gostaria que fossem portuguesas.


         Ferrol, podes explicar o processo de OPA entre a Endesa e a Gás Natural? Aqui ou noutro tópico, ou se calhar até alguem já meteu alguma noticia e eu não reparei no historico.

           É que segundo me parece, é um caso parecido ao da EDP a comprar o negocio do gás à Galp, que foi chumbado por Bruxelas. No entanto Bruxelas aprovou o vosso, o que me deixa mt desampontado e desiludido, pois é um claro sinal de dois pesos, 2 medidas.

     Cumprimentos
 

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ferrol

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« Responder #3 em: Fevereiro 14, 2006, 10:20:42 am »
Citação de: "Marauder"
o que sei é que gostaria que fossem portuguesas.
¿Por qué?  :?:
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Marauder

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« Responder #4 em: Fevereiro 14, 2006, 10:38:08 am »
Oh Ferrol, quer mesmo que eu lhe explique? Imagine que a Espanha assim de repente metade dos produtos ou companhias que encontra nas cidades são estrangeiras, voce não sentiria feliz quando visse grandes empresas espanholas ou produtos espanhois nas ruas ou prateleiras?

     Existem claro outros factores, para além deste nacionalista que eu falei.

      O mercado interno português deve servir de base...ou stronghold neste novo fenómeno de hipercompetitividade (D´Aveni), logo, se as empresas portuguesas querem se internacionalizar têm que ter uma boa base doméstica. Isto é, operações que consigam dar lucros de forma a criar músculo para investir noutros mercados.

    O facto de no final, quando estivermos a falar do saldo da Balança de pagamentos e outras balanças, o facto se é estrangeiro ou nacional tem influencia. Vá lá que como estamos na UE e com o Euro não temos muito que preocupar, no entanto é sempre favorável ter as balanças positivas.

    Claro que nos EUA tudo é visto pelo preço mais barato, mas nas economias do sul da europa ainda se dá algum enfase à nacionalidade, pelo menos em teoria. Na prática acho que já nem por isso, somente nalguns sectores talvez.
 

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ferrol

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« Responder #5 em: Fevereiro 14, 2006, 11:29:29 am »
Estupenda resposta economicista, Marauder, excelente. Pero olle que as gasolineiras da GALP preto das fronteiras españolas están a pechar porque as españolas da outra banda son máis baratas.

A xente se move por prezos, non por teorías que non funcionan para Portugal:
Citação de: "Marauder"
O mercado interno português deve servir de base...ou stronghold neste novo fenómeno de hipercompetitividade (D´Aveni), logo, se as empresas portuguesas querem se internacionalizar têm que ter uma boa base doméstica.
Esta teoría non vale para Portugal, que ten unha base doméstica pequena, e inda por riba con menor poder adquisitivo que os veciños. D'aveni, que é americano, fala do séu entorno económico, a economía máis grande co poder adquisitivo máis grande.

Saúdos.
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Marauder

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« Responder #6 em: Fevereiro 14, 2006, 12:21:05 pm »
É verdade sim senhora que na fronteira os portugueses vão encher o deposito ao lado espanhol, mais barato. Mas essa situação antes era somente para a gasolina, no gasóleo penso que se verificava o contrário. Mas regra (quase) geral, portugues fronteiriço vai a espanha fazer compras.

     O tamanho não importa, Ferrol, já está parecendo como o típico empresario portugues, sempre a dizer que o mercado português é demasiado pequeno. Pode ser pequeno sim senhora, mas a boa gestão e estratégia é aceite em qualquer lugar. Em caso de falta de recursos financeiros existem sempre bancos. Admito que à 40 anos atrás a situação em Portugal era mais negra em termos de bancos e de emprestimos, mas agora existe por aí muitos bancos que perante bons investimentos apoiam sempre.
    D´Aveni resulta independentemente do tamanho, mas tudo em seu peso e medida, não vamos comparar a Telefonica que compra a inglesa O2 com empresário do Norte de Portugal que constroí fabrica textil na China. Em termos de tamanho não se compara mas o principio é o mesmo. Se não resultasse era impossivel que pequenas/medias empresas chegassem a se tornar gigantes (pode é dizer que no caso português é mais dificil acontecer isto). No caso português é mais visivel nos chamados "campeões nacionais", como EDP, GALP, PT, Sonae. É certo que agora estes grupos tem operações extra-Portugal, mas no ínicio eles partiram de cá, apostando em mercados estrangeiros, através de "cross-fertilization investment" (utilizar recursos gerados num país para apostar noutro).

  Felizmente hoje posso afirmar que estas grandes companhias portuguesa tem mais que o stronghold portugues, diminuindo o risco , diversificando capitais blablabla..
 

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Leonidas

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« Responder #7 em: Fevereiro 18, 2006, 03:44:31 pm »
Saudações guerreiras.

Como complemento a este tópico, outra noticia.

Citação de: "Diário Digital"
Galp Energia compra rede da Agip em Espanha
A Galp vai comprar os postos da Agip em Espanha, numa operação que já estará acordada entre Américo Amorim e a Eni, que controla a marca de retalho nos combustíveis.

Segundo noticia o Semanário Económico, que não revela valores envolvidos no negócio, o objectivo da Galp Energia é duplicar a sua rede em Espanha.
Ainda, segundo a mesma fonte, a dispersão de 20% do capital da Galp em bolsa, lá para o terceiro trimestre, não tem o total acordo do ministro da Economia, que defende um IPO de apenas 15% do capital da holding portuguesa.

Independente do desfecho sobre a percentagem de capital a colocar em bolsa, os bancos Merrill Lynch e o Morgan Stanley já reclamam liderar a operação, considerada a maior do ano no mercado nacional.
O que parece certo no entendimento já estebelcido entre Américo Amorim e a Eni, que conjuntamente detêm mais de dois terços do capital da empresa, é que com a aquisição da rede de postos Agip (chumbada pela Concorrência para os postos existentes em Portugal), a petrolífera portuguesa duplica a sua quota em Espanha atingindo perto de 7%, ou 500 postos, face aos actuais 250 que tem distribuídos pelo território espanhol (pouco mais de 3% do total de mercado).

20-01-2006 9:52:50


Cumprimentos