Afinal, por que os caças Gripen vieram de navio para o Brasil e não voando?
Após a chegada, de navio, dos dois primeiros caças Gripen NG de série ao Brasil, muitas pessoas se perguntaram o porquê de eles não virem voando.
Como os aviões não vieram voando para o Brasil, mas sim de navio, perguntas floresceram. O meio de transporte gerou muitas dúvidas dos leitores, sobretudo porque o desembarque aconteceu em Santa Catarina, um dos estados brasileiros mais distantes da Suécia.
Dentre as perguntas feitas, elencamos abaixo as principais, que foram respondidas por pessoas ligadas à operação das aeronaves.
Por que não veio voando?O Gripen E/F é um caça novo, baseado no antigo Gripen A/B/C/D, mas com muitas modificações, e ainda não foi homologado por nenhuma autoridade aeronáutica. Com isso, fica mais difícil de países aceitarem o sobrevoo, ainda mais se tratando de uma aeronave militar.
Outro tema seria a distância e a quantidade de países sobrevoados (8 espaços aéreos) num total de 10.000 quilômetros de distância.Por sua vez, a distância máxima que o Gripen conseguiria voar sem ser reabastecido, na configuração de translado (sem armas) e com dois tanques auxiliares sob as asas, é de 4.000 km, sendo necessário ao menos duas paradas no trajeto. Toda essa
operação seria extremamente custosa, já que além do preço do combustível em si (que tem subido).
O Gripen, como qualquer caça, moderno, é abastecido com JP-8, que é querosene de aviação militar, disponível apenas em bases aéreas, não em aeroportos civis.
Por que não veio sendo reabastecido?Outra pergunta foi sobre a possibilidade de ele vir sendo reabastecido em voo, economizando ao menos uma escala e resolvendo em parte a questão do reabastecimento de JP-8.
No entanto, isso levanta novamente o problema de se requerer mais um avião (ao menos) na operação, encarecendo custos e necessitando de mais autorizações. Além disso, a própria FAB ainda não está acostumada com o reabastecimento em voo do Gripen usando o KC-390.Por que Navegantes e não Rio, Natal ou Santos?Esta pergunta foi a mais recorrente. E a resposta pode parecer mais simples que pareça: apesar destas três cidades serem bem maiores do que Navegantes, os seus portos não são tão próximos dos aeroportos.
O Portonave, onde o Gripen NG desembarcou, está a menos de 3 quilômetros do Aeroporto Internacional de Navegantes, com um traçado favorável pelas ruas da cidade.
Todos os outros aeroportos brasileiros de onde Gripen poderia partir estão distantes de portos. A FAB e a SAAB tem se precavido, e quanto menos o Gripen andar nas ruas, pegar trânsito e ficar exposto, melhor.Sendo assim, a opção mais barata e viável foi passar com o avião pelas ruas de Navegantes, o que deve ocorrer novamente com a chegada dos próximos produzidos no exterior.
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