Bravo Two Zero:
Segundo o nosso "comunista de serviço":
Presumo que se refira ao Red Warrior, e eu penso que ele tem tanto direito a ser comunista como eu tenho a ser sportinguita.
Mas voltando à discussão, sem querer discuti-la.
Entendam isto como uma espécie de ponto de ordem à mesa.
No conflito que assola actualmente o sul do Líbano e que opõe Israel e o Hezzebolah, integrado num conflito geracional mais vasto que resulta da velha guerra israelo-árabe, que continua com altos e baixos, acho que o pior que pode aconceter ao tentar discutir o que se passa é o evolvimento emocional.
Não se trata de um Benfica-Sporting, e portanto as coisas não podem ser discutidas com base numa posição clubística.
Trata-se de um conflito, e nem sequer é um conflito religioso ou de civilizações, embora alguns arautos do neo-cruzadismo o queiram transformar nisso, e essa tendência é válida para dois ou três países no ocidente, como para os extremistas muçulmanos.
Não me parece correcto etiquetar o Hezebolah como um partido nazi, como já vi escrito neste tópico.
Assim como não me parece correcto que se acuse quem critique a politica bélica de Israel como se tudo assentasse numa aproximação ideológico-religiosa aos árabes.
Repare-se:
O Hezzebolah, é de confissão xiita e terá como finalidade estratégica a instauração de uma república islâmica inspirada na Rev. Iraniana.
O Hamas é sunita e a Al Qaedda é sunita de inspiração waabita.
Portanto quando pessoas mais à esquerda atacam ou criticam Israel é pelo que este país faz e pelos apoios que tem no exterior, pelos assassinatos extra-judiciais, pelo sequestros de líderes politicos, pelo desplante que mostra ao sobevoar territórios estrangeiros, sempre com o argumento da auto-defesa, quando na prática está a atacar estados ou territórios que não lhe pertencem pelo Dereito, que lhe permitem ir até onde esse apoios dizem, e não porque se simpatize em particular com as palavras do Hamas ou do Lider do Hezzebolah.
Porque se tratam de partidos confessionais, e a esquerda marxista não é exctamente uma facção ideológica próxima dos ideários islâmicos.
Portanto acho que para a saudável discussão deste conflito, no fundo mais um trste episódio de um conflito mais vasto, acho que identificar esquerda com islamismo é má identificação.
Da mesma forma identificar judeismo com a política laica do estado de Israel é abusivo.
Não se trata, como escrevi acima de uma guerra religiosa, pelo menos para já.
E esperemos que nunca o venha a ser.