Morreu com um disparo acidental: passo a sitar:
"aconteceu no quartel de Mansoa, num triste dia de Agosto de 1974. Um trágico acidente de que foram protagonistas dois infelizes soldados da 3.ª Companhia do Batalhão de Caçadores 4612/72, que nas últimas horas na Guiné, após 22 meses de comissão, como acima referi, quando se encontravam junto da arrecadação de material de guerra, a fim de entregarem o armamento, nomeadamente as G3 e os respectivos carregadores.
Tinha sido dada ordem para desmontar, limpar e montar as G3, e limpar e esvaziar de balas os carregadores, entregando-os para inspecção a dois furriéis milicianos da companhia: um acompanhava as limpezas do equipamento e o outro, juntamente com um 1.º cabo, sentados num banco, verificavam se tudo estava em boas condições. À frente deles alinhava-se o restante pessoal.
Para quem não sabe, a inspecção de uma G3 para entrega, na rotina habitual, obrigava a fazer quatro operações: retirar o carregador, puxar a culatra atrás – para retirar qualquer bala da câmara –, destravar a culatra para a frente e efectuar uma gatilhada em seco para o ar.
No entanto, um dos soldados inadvertidamente entregou a G3 com o carregador ainda municiado e o 1.º cabo, que fazia o teste às armas, não reparou neste terrível facto e procedeu às manobras com a culatra. Quando ia premir o gatilho, o furriel que observava os seus movimentos, ao se aperceber da entrada de uma bala na câmara, instintiva e desesperadamente, deitou a mão à arma no sentido de impedir o disparo, mas, infelizmente, já não foi a tempo e a arma disparou.
Como os soldados estavam de pé, a bala, na trajectória de baixo para cima, atingiu o soldado que estava mais próximo, e que tinha acabado de entregar a G3 com munições no carregador, atravessando-lhe a anca; passou muito rente à parte de trás do pescoço do segundo militar da fila e perfurou o crânio do terceiro na parte frontal"