Ex-agente do KGB acusado de fazer explodir Boeing da Malaysia Airlines por ordem de Putin
Os familiares de algumas das vítimas do abate de um avião da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia, há quase um ano, processaram o líder dos rebeldes ucranianos em 819 milhões de euros.
Os familiares de 17 das vítimas - representados por um escritório de advogados especializado em aviação, com sede em Chicago, Estados Unidos - acusam o ex-agente de informações russo Igor Strelkov, também conhecido como Igor Girkin, de agir às ordens do Presidente russo, Vladimir Putin, quando fez explodir o Boeing da Malaysia Airlines, causando a morte às 298 pessoas que seguiam a bordo.
Miroslava, mulher e porta-voz de Igor Strelkov, disse à rádio russa que o marido, que liderou os insurgentes ucranianos até agosto, altura em que regressou à Rússia, não fará comentários por não ter nada a ver com o assunto.
Segundo o caso que deu entrada em tribunal, o avião da Malaysia Airlines - que fazia a ligação Amesterdão, na Holanda, e Kuala Lumpur, na Malásia, a 17 de julho de 2014 - sobrevoava uma zona onde os rebeldes levavam a cabo atos de guerra, sob os comandos de Igor Strelkov, que "ordenou, apoiou e/ou foi cúmplice e/ou conspirou com as pessoas que atiraram o míssil ou os mísseis" que abateram o aparelho.
Na maioria holandeses, todos os 298 passageiros e tripulantes que seguiam no aparelho - que atravessou a Ucrânia numa das piores alturas de combates entre forças governamentais e rebeldes separatistas pró-Rússia - morreram. Tanto as autoridades ucranianas como países ocidentais acusaram a Rússia de ter fornecido aos rebeldes os mísseis utilizados no abate do avião, mas Moscovo rejeitou a acusação, alegando que um míssil ucraniano pode ter sido responsável pelo incidente.
A Malásia pediu às Nações Unidas, no início deste mês, para estabelecer um tribunal internacional para julgar os responsáveis pelo abate do avião. Vladimir Putin, que hoje conversou ao telefone com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, considerou que um tribunal internacional seria "contraproducente".
"Antes de estabelecer um mecanismo judicial e levar à justiça os responsáveis por este crime, temos que terminar a investigação internacional, que deve ser completa e objetiva, independente e imparcial", disse Putin ao primeiro-ministro holandês, de acordo com o comunicado de imprensa do Kremlin. "Vladimir Putin explicou em pormenor a posição da Rússia sobre a iniciativa prematura e contraproducente para vários países, incluindo a Holanda, de estabelecer um tribunal para julgar os responsáveis" pela queda do avião, explica o comunicado.
Lusa