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Economia => Portugal => Tópico iniciado por: Luso em Março 04, 2004, 12:42:39 pm

Título: Educação: PS ataca novamente
Enviado por: Luso em Março 04, 2004, 12:42:39 pm
"Escola, uma «prova de obsctáculos»
04-03-2004 09:38
PD

http://www.portugaldiario.iol.pt/notici ... 2054&sec=1 (http://www.portugaldiario.iol.pt/noticias/noticia.php?id=172054&sec=1)


Ex-ministro socialista ataca proposta de exames a alunos dos 4º e 6º anos. Pais também estão contra

   

O deputado socialista e antigo ministro da Educação, Augusto Santos Silva, está contra a criação de exames nacionais para os alunos do 6º ano. Em declarações à TSF, Santos Silva contesta a medida por razões de ordem pedagógica, mas também de ordem política.

«Não podemos ao mesmo tempo sustentar o alargamento da escolaridade obrigatória até aos 12 anos e semear o percurso dos alunos de provas de obstáculos cuja consistência pedagógica é muito discutível», disse Augusto Santos Silva.

A medida foi anunciada, esta quinta-feira, pelo ministro da Educação David Justino, à semelhança do que já acontece no final do ensino secundário e do que irá acontecer com o 9º ano em 2005.

Para o antigo ministro socialista da Educação, «faz sentido que haja exames nacionais no fim de um percurso educativo», mas «faz muito pouco sentido que haja exames no 6º ano e mesmo no 9º ano».

O presidente da Confederação Nacional de Associações de Pais (Confap), Albino Almeida, classificou hoje de «autêntico disparate» a intenção do Governo de instituir exames nacionais no 6º ano, avançada quarta-feira pelo ministro da Educação. «É um recuo de 70 anos do que é a escola do futuro, uma escola que se quer cidadã», afirmou Albino Almeida, em declarações à Agência Lusa.

Aquele dirigente lembra que este Governo pôs de lado algumas das reformas anteriores e estimulou a apresentação dos projectos educativos de cada escola.

Criaram-se, assim, «formas diferentes de ensinar os mesmos conteúdos», sendo que cada escola passou a escolher o que ensinar e em que altura, tendo em conta que «cada criança aprende de maneira diferente», explicou. «Os exames mata-os», observou o presidente da Confap, referindo-se aos projectos educativos que estão a ser desenvolvidos nas escolas portuguesas.

Santos Silva alinha por esta leitura: «Do ponto de vista político, o meu espanto ainda é maior, porque conheço o programa eleitoral com que o PSD se apresentou às eleições e com que o PSD ganhou as eleições e nesse programa eleitoral estava prevista a institucionalização dos exames nacionais do 9º ano e não no 6º nem no 4º», acrescentou o ex-ministro à TSF.

«Quem propunha exames nacionais no fim de cada ciclo era o PP. Mais uma vez parece que o PSD anda a reboque do PP e que nós temos uma coligação governamental estranhíssima na qual o pequeno partido manda no grande partido», sublinhou Santos Silva.

Durante a divulgação da notícia da criação dos exames no 6º ano, o ministro David Justino adiantou também que os referidos exames irão surgir na sequência da aprovação da Lei de Bases da Educação, em discussão na Assembleia da República.

O ministro admitiu ainda a hipótese de mais tarde virem a ser criados exames nacionais no 4º ano de escolaridade (antiga 4ª classe). Por outro lado, no 9º ano, e a partir de 2005, os alunos têm de se sujeitar a exames nacionais nas disciplinas de Português e Matemática, o que implica o fim das provas de aferição neste ano. "


O facilitismo ataca novamente. Fracos. Incapazes. Traidores.
Há que fugir dos "bonzinhos"!
Título:
Enviado por: komet em Março 04, 2004, 01:03:37 pm
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«Não podemos ao mesmo tempo sustentar o alargamento da escolaridade obrigatória até aos 12 anos e semear o percurso dos alunos de provas de obstáculos cuja consistência pedagógica é muito discutível», disse Augusto Santos Silva.



Está visto que o que é importante para esta gente é despachar os alunos das escolas, mesmo que estes tenham conheçimentos abaixo do que seria necessário para passar na disciplina... eu próprio passei no 9º ano com uma negativa numa disciplina e no secundário vi-me bastante aflito, neste momento o secundário é a rede de arrastão, onde se acumulam os que se foram "desenrascando" ao longo da vida escolar, dado que é o 12º neste momento o único ano em que se fazem exames nacionais.

Apoio que haja mais exames, espalhados estratégicamente, mas também, e acima de tudo, que se melhore a qualidade de ensino, e financie o material escolar, porque os exames podem ser tambem uma maneira de espantar os repetentes e não queremos isso.
Título:
Enviado por: emarques em Março 04, 2004, 02:30:36 pm
Alinho bastante pela ideia socialista neste aspecto. Primeiro, porque o alargamento da escolaridade obrigatória ao 12º ano não adianta nada. Em que é que essa medida ajuda a resolver o problema dos milhares de alunos que nunca completam o 9º ano? Muito mais interessante que dizer às pessoas que completar o 12º ano é obrigatório seria convence-las de que completar o 9º ano é bom para elas.

Quanto aos exames, não me parece que a existência de um exame contribua para o nível do ensino. Pode mostrar que o nível de qualidade desse ensino é baixo, e que a maioria dos alunos não cumpre os requisitos do programa educativo. Mas não ensina nada a esses alunos. A maior parte das pessoas, quando confrontadas com um exame, "marra" a matéria durante uns tempos, chega ao dia, passa à rasca e no dia seguinte já esqueceu tudo. Claro que existe o estímulo da existência do exame. E, no 9º ano, esse estímulo já será bastante notável. Mas para um aluno do ensino primário?
Título: emarques
Enviado por: Luso em Março 04, 2004, 02:51:57 pm
emarques, nem lhe passa pela cabeça o primarismo (trocadilho pretendido) dos conhecimentos dos alunos do 9.º ano. Eu já fui professor (convidado) e sei do que falo.
No 9.º ano, as esmagadora maioria dos alunos redige como na primária, desenha como na primária e pensa como na primária.
E a primária foi quase sempre invariávelmente fraca, já que os professores já provêm todos daqueles "cursos superiores de educação",
que tranformam humildes ignorantes em ignorantes vaidosos.

Outra coisa:

Certamente, quando era novo, o emarques tinha outros interesses, como motas, carros, mecânica, aviões ou coisas que tal.
Agora os putos não se interessam por nada. NADA! E os rapazes não querem saber nada de mecânica: em fazer qualquer coisa; em construir!
A sua preocupação é ter boas roupas, um penteado cool. Parecer.

É quase impossível motivá-los.
E ainda no 12.º a infantilidade é impressionante!
O actual esquema de ensino é uma perda enorme de recursos e de tempo.
Para mim é mais um processo para adiar a entrada no mercado de trabalho de multidões submissas e ignorantes.
Exigência!
Só uma sugestão: pergunte a meia dúzia de putos do 9.º ao 12.º se sabem utilizar régua e esquadro.
Ou a tabuada.

Ensino duro, trabalho fácil.

Nota: cada vez vejo mais vantagens em fazer escolas para rapazes que seriam educados por homens.
Arrepio-me quando vejo jovens rapazes a serem infectados com a "visão" feminina do mundo (visão não será: sensação talvez).
Homem educa homem. Mulher educa Mulher.
Mas não vão por mim: abram os olhos e percam os perconceitos. E estejam atentos. Depois digam-me qualquer coisa.
Título: !!!
Enviado por: Luso em Março 04, 2004, 02:56:24 pm
"Preconceitos"!!!

Até eu falho!  :twisted:
Título:
Enviado por: Ricardo Nunes em Março 04, 2004, 03:21:21 pm
Permitam-me discordar de algumas afirmações. A nova política governativa tem sem dúvida algumas falhas mas estas não são generalizadas.

Não podemos ver a educação como algo linear - como em tudo na vida existem uns bons e uns "menos bons". A generalização da ignorância a toda a nossa população estudantil é algo de incorrecto.

Falando um pouco da questão dos exames nacionais: concordo que eles existam. Penso que é uma maneira eficaz a nível nacional de avaliar a aptidão do aluno numa certa área. Podem dizer-me que existem azares ( e eu que o diga * ) mas a vida é assim. Existem momentos decisivos e temos de nos preparar para eles. Aquilo que penso ser errado é os exames nacionais serem mandatórios a todas as disciplinas. Deveriam apenas sê-lo às disciplinas específicas de cada aluno. Não faz sentido  um aluno ter de fazer um exame nacional de Português ou Biologia se a sua áerea irá ser de Física por exemplo.
*Eu por exemplo, sendo aluno de média de 16 valores ( razoavelmente boa ) não ingressei na Força Aérea Portuguesa como Piloto Aviador pois não consegui a nota que necessitava no exame nacional de química para passar à disciplina ( necessitava de 9.5 e tirei 8.5 ). Assumo por completo o meu erro, mas penso que sendo química algo que nunca mais veria na vida um pouco injusto que, por causa de um exame nacional eu tenha ficado para trás. E como eu existem milhares de alunos que são "retidos" no secundário devido a um exame de uma disciplina de que não necessitam.

Uma alternativa aos exames que acho bastante viável e interessante seria a abolição destes e a existência de provas específicas elaboradas independentemente por cada faculdade para o curso pretendido. Esta parece-me ser a opção mais correcta. A existência destas provas não seria obrigatória, apenas as fariam as faculdades que o pretendessem e nos modos que achassem mais adequados à sua realidade.

Exames no 9º ano. Assumo que acho uma boa ideia. Visto que é o fim da escolaridade obrigatória acho bem que eles existem. Contudo penso que deveriam ser de caracter demonstrativo e não de avaliação. Isto é, serviriam para avaliar em que ponto se encontram os conhecimentos dos alunos mas não teriam qualquer influência nas suas avaliações de fim de ciclo.

Não concordo com 12 anos de escolaridade obrigatória. Se queremos uma população educada não é a obrigar os alunos a cumprirem 12 anos que se lá vai. Isto iria provocar um enorme "engarrafamento" escolar no sistema visto que teríamos alunos que necessitariam de, quiçá, 20 anos para completar 12. A solução mais óbvia seria apostar na sensibilização dos jovens ao dizer-lhe que apenas poderão suceder na vida com uma educação plausível. A juntar a isto deveriam-se juntar diversas iniciativas de apoio ao estudante.

Citar
Nota: cada vez vejo mais vantagens em fazer escolas para rapazes que seriam educados por homens.
Arrepio-me quando vejo jovens rapazes a serem infectados com a "visão" feminina do mundo (visão não será: sensação talvez).
Homem educa homem. Mulher educa Mulher.

Permita-me discordar. Vivemos numa sociedade onde os papeis da mulher e do homem já são praticamente os mesmos e, pessoalmente, acho bem que assim o seja. Sendo esta a minha posição nunca ponderaria essa hipótesse como viável. O ensino é igual para todos visto que todos podem ter as mesma funções na sociedade ( de um modo geral ).

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Mais uma pequena nota

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«Quem propunha exames nacionais no fim de cada ciclo era o PP. Mais uma vez parece que o PSD anda a reboque do PP e que nós temos uma coligação governamental estranhíssima na qual o pequeno partido manda no grande partido», sublinhou Santos Silva.


Estou farto deste argumento de reboque. Já me enjoa, isto para mais quando parece cada vez mais provável uma coligação PS-BE nas próximas eleições.
Título: A minha opinião
Enviado por: dremanu em Março 04, 2004, 03:22:47 pm
Na minha humilde opinião o problema da educação em Portugal é independente de se ter exames  no 5, ou 6, ou 7, ou sejá lá o ano que for. A questão que se deveria por é, quais são os objetivos concretos que se espera alcançar quando se transfere conhecimentos as crianças portuguêsas? Quais são esses conhecimentos, em que áreas é que eles se concentram, e quais são os métodos mais eficazes para que hája uma transferência de conhecimentos eficaz, que crie bons hábitos nos estudantes, e que venha a produzir resultados concretos a longo prazo.

As crianças portuguêsas aprendem muita coisa, mas não aprendem nada. O nosso sistema sabe ensinar muito bem geografia, literatura, história, línguas, filosofia. Todas elas matérias interessantes mas que nos tempos modernos pouco ou nada têm de relevo para se formar pessoas que venham a agregar à capacidade produtiva do país.

Necessita-se de um investimento maciço na educação da juventude Portuguêsa. Que estilo de educação? Baseada na ideia de se inculcar um alto grau de auto-disciplina, física e mental, respeito pelo trabalho, flexibilidade de ideias, curiosidade pelo mundo físico, e com focus no desenvolvimento de capacidades técnicas especializadas em mecânica, metalurgia, programação de computadores, económia, biologia, finanças, e matemática.

E especialmente procurar destruir o papão da matemática, usando exemplos concretos, diretos, relacionados com o dia-a-dias das crianças, em vez de um monte de verbialidade abstracta que só serve para por toda a gente a dormir.

Senão vamos continuar a ter o que já temos a mais, muitos professores, advogados, escritores, jornalistas, homems e mulhers de letras que passam o dia todo a mudar papeís de um lado para o outro. Em vez de termos mais pessoas a inventar produtos, a desenvolver programas de computar, a arranjar carros e aviões, a construir máquinas, a misturar formúlas químicas, a transacionar capital e ações nos mercados internacionais, etc, etc...

Isso sim é o futuro, da forma que é vai continuar tudo na mesma, e cada vez vai haver mais desemprego e ninguém sabe porquê.
Título:
Enviado por: Ricardo Nunes em Março 04, 2004, 03:32:12 pm
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As crianças portuguêsas aprendem muita coisa, mas não aprendem nada. O nosso sistema sabe ensinar muito bem geografia, literatura, história, línguas, filosofia. Todas elas matérias interessantes mas que nos tempos modernos pouco ou nada têm de relevo para se formar pessoas que venham a agregar à capacidade produtiva do país.


Penso que não seja correcto ser tão radical. Se formos assim teríamos uma população como a dos Estados Unidos. Uma população altamente especializada e treinada numa função específica mas com uma cultura geral praticamente nula. Possuir uma população educada é possuir também uma população com conhecimentos razoáveis de cultura geral capaz de ditar uma opinião bem fundamentada e argumentada sobre o que a rodeia.  :wink:
Título:
Enviado por: dremanu em Março 04, 2004, 03:33:27 pm
Subscrevo por inteiro a opinião do Luso, no que diz respeito a homens serem ensinados por homens, e mulheres por mulheres.

E para quem pense que esta ideia é antiquada, nas terras de sua majestade, a Grã-Bretanha é comum haver escolas para um só sexo. E no Canadá, e na U.S.A. também.

Agora aqui em Portugal que a gente se acha muito modernos, não gostamos dessas coisas, por isso é que esses países são o que são e nós andamos com penteados "cool".

E já agora deixo mais uma, no Canadá e nos E.U., todos os dias de manhã as crianças escutam o hino do país de pé, em atenção. Todas elas aprendem a letra do hino, e todas elas fazem um juramento de bandeira à nação. E mais todas elas aprendem sobre a Constituição da República dos seus respectivos países, e quais são os seus direitos constuticionais, e como eles se aplicam no dia-a-dia das suas vidas.

O que ensinamos nós as crianças e juventude Portuguêsa? Que devem ter orgulho em ser europeus....
Título:
Enviado por: Ricardo Nunes em Março 04, 2004, 03:36:14 pm
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E para quem pense que esta ideia é antiquada, nas terras de sua majestade, a Grã-Bretanha é comum haver escolas para um só sexo. E no Canadá, e na U.S.A. também.


A grande maioria destes estabelecimentos de ensino que refere são privados e não públicos como deverá saber.
Título:
Enviado por: komet em Março 04, 2004, 03:40:02 pm
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Senão vamos continuar a ter o que já temos a mais, muitos professores, advogados, escritores, jornalistas, homems e mulhers de letras que passam o dia todo a mudar papeís de um lado para o outro. Em vez de termos mais pessoas a inventar produtos, a desenvolver programas de computar, a arranjar carros e aviões, a construir máquinas, a misturar formúlas químicas, a transacionar capital e ações nos mercados internacionais, etc, etc...


Para isso há os imigrantes com estudos :p (médicos espanhóis anyone?)
e olhem que não é por falta de candidatos à faculdade de medicina de certeza...
Título:
Enviado por: komet em Março 04, 2004, 03:44:35 pm
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E já agora deixo mais uma, no Canadá e nos E.U., todos os dias de manhã as crianças escutam o hino do país de pé, em atenção. Todas elas aprendem a letra do hino, e todas elas fazem um juramento de bandeira à nação. E mais todas elas aprendem sobre a Constituição da República dos seus respectivos países, e quais são os seus direitos constuticionais, e como eles se aplicam no dia-a-dia das suas vidas.


No meu tempo de primária tinhamos a bandeira de Portugal na sala e cantavamos o hino, hoje em dia é considerado uma ofensa grave à susceptibilidade de certas pessoas, a não ser claro, se estivermos a apoiar a selecçao  :roll:  ...
Título:
Enviado por: dremanu em Março 04, 2004, 03:45:52 pm
Caro Ricardo, entendo o seu ponto de vista e não discordo. Só lhe digo que cultura geral em Portugal, os portuguêses podem adquiri-la por virtude do facto de viverem num país como Portugal, que tem vestigios de história por todos os lados que você olha.

E mais, sim é bom ter cultura geral, mas essa pode-se adquirir a qualquer momento, porque basta ter curiosidade para se aprender que você pode ler livros para conheçer história, geografia, etc...para se aprender a gostar de matemática, e a tabalhar com metalurgia, cimento,  e misturas químicas, só hà uma forma, trabalho continuo, disciplinado, não tem outra forma.  Produtos, màquinas, casas, carros, etc, não se fabricam com cultura geral, produzem-se por homens e mulheres com capacidade técnica e conhecimentos do mundo físico, real, não do metafísico, e no realmo do blá, blá, blá, como os que temos a mais neste país.

Não fique chateado comigo ao dizer estas coisas, eu também sou adepto de se adquirir cultura para expandir a mente humana, mas não podemos viver só disso, tem também que se trabalhar com o concreto.

Abraço
Título:
Enviado por: Ricardo Nunes em Março 04, 2004, 03:51:45 pm
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Não fique chateado comigo ao dizer estas coisas, eu também sou adepto de se adquirir cultura para expandir a mente humana, mas não podemos viver só disso, tem também que se trabalhar com o concreto.


Claro que não fico chateado! Por favor! Estamos aqui é para discutir os nossos diferentes pontos de vista!

Continuo a defender que formação simplesmente específica não é suficiente. É necessária a inclusão de alguns conhecimentos de cultura geral. E eu nunca defendi apenas a educação baseada na "cultura geral".  :wink:
Título:
Enviado por: Ricardo Nunes em Março 04, 2004, 03:54:04 pm
Ora bolas, passei as 200 mensagens!  :mrgreen:  :headb:
Título: ...
Enviado por: Luso em Março 04, 2004, 05:56:54 pm
Creo que todos nós apresentamos contributos válidos, apesar de algumas incompatibilidades.

1- Quanto às minhas: são politicamente incorrectas? Certamente. Mas também creio que são verdadeiras (ou menos falsas). Assim como é verdadeira a ILUSÃO que nos está a ser vendida desde algum tempo que as mulheres são iguais aos homens. Não são. Alguém com um pouco de experiência de vida sabe disso. A maneira das mulheres ver o mundo é adequada a elas e não aos homens e vice-versa. Homens e Mulheres são seres que se complementam e não que competem.
O homem procura a solução que é a mais eficaz;
A mulher procura a solução que a faça sentir melhor.
Agora transponham isso para a realidade do mundo do trabalho.

Já agora, e ainda a propósito da venda da ilusão que a mulher é igual ao homem: não é o que se agora está a passar com os homossexuais? Que são iguais aos outros? Que podem ter filhos? Que podem casar e adoptar?
É mais um degrau no caminho da aberração.

2 - Há alunos bons? Com certeza. Todavia, vejo em todo lado sinais de desinteresse por tudo aquilo que os rodeia. Afinal, como é que é possível que com livros, revistas, jornais, DVD, CD, tv por cabo e rádio se seja tão ignorante?
E esquecido?

3- Quanto à especialização também sou radical: especialização é para insectos.

4- O Ricardo Nunes julga-se insatisfeito? Pois tem toda a razão. Altere-se o sistema actual. Mas o caminho para a excelência é que não.

Também para ti, Ricardo, por quem eu tenho muito repeito (aliás, um pára merece respeito!)

"Vivemos numa sociedade onde os papéis da mulher e do homem já são praticamente os mesmos e, pessoalmente, acho bem que assim o seja. Sendo esta a minha posição nunca ponderaria essa hipótesse como viável. O ensino é igual para todos visto que todos podem ter as mesma funções na sociedade ( de um modo geral )."

Homem e mulher podem aprender da mesma cartilha e conhecê-la de fio a pavio mas aplicam-na de maneira diferente. Acredita, Ricardo. Está atento! Vê por ti. E diz-me se gostarias de ter uma mulher que fosse como tu.
Quanto no estilo e aparência concordo contigo: elas agora praguejam tão bem como um marinheiro e embebedam-se ainda mais. Eles por seu turno dão muita importância à roupa, aos penteados e ao perfume...
(até dá vontade de bater nesses almofadinhas). Neste momento vêm-me à memória imagens do "Homem Demolidor".

5- É engraçado: loucuras à parte, por vezes identifico-me com alguns ideais dos... Taliban! Creio que alguns factores degenerativos que eles dizem que vêm do Ocidente são aqueles que atrás mencionei! Mas isso é como tudo: até um relógio quebrado dá as horas certas duas vezes por dia. Até eu!  :D

6- Leiam Nietzsche.

7- Um pedido ao Sr. Moderador: esta discusão pode estar a fugir ao âmbito de temas de defesa, mas julgo que é um factor determinante na força de uma Nação, da sua virilidade e capacidade de enfrantar desafios e ameaças. Por favor não a deixe morrer. Obrigado.
Título:
Enviado por: komet em Março 04, 2004, 06:12:41 pm
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Neste momento vêm-me à memória imagens do "Homem Demolidor".

LOL, pode crer, deve ser a coisa mais parecida que vi com uma sociedade comunista (só faltava as pessoas a morrer de fome pelas ruas).

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Um pedido ao Sr. Moderador: esta discusão pode estar a fugir ao âmbito de temas de defesa, mas julgo que é um factor determinante na força de uma Nação, da sua virilidade e capacidade de enfrantar desafios e ameaças. Por favor não a deixe morrer. Obrigado.


Está tudo relacionado ao fim ao cabo, uma boa educaçao é meio-caminho andado para uma boa economia que por sua vez faz um país forte em todas as outras vertentes. Em muitos foruns (a maior parte) a política é tabu, agrada-me ver um fórum como este em que a liberdade de expressão que tanto se ouve falar, toma forma. Obrigado.
Título:
Enviado por: Ricardo Nunes em Março 04, 2004, 06:26:53 pm
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Também para ti, Ricardo, por quem eu tenho muito repeito (aliás, um pára merece respeito!)

Amigo Luso, pára mas civil... mas civil...  :oops: Infelizmente não sou, nem deverei ficar federado, pois disponibilidade para o curso não tenho por enquanto, mas deverei fazer o meu baptismo de quedra-livre ( nem que seja tandem ) no 2º ou 3º fim de semana deste mês.

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Quanto no estilo e aparência concordo contigo: elas agora praguejam tão bem como um marinheiro e embebedam-se ainda mais.


É bem verdade, é bem verdade...

Concordo em pleno que as mulheres têm uma visão de vida e vivem-na de maneira diferente dos homens mas penso que essas diferenças não justifiquem uma alteração e separação do tipo de ensino. Mas esta é a minha opinião.
Estou bastante curioso para saber qual a opinião do nosso recém-membro Carlos Luna, professor, que nos poderá dar uma visão "inside" do que é o ensino português e qual a sua opinião sobre o mesmo!

Cumprimentos
Título:
Enviado por: dremanu em Março 04, 2004, 07:02:51 pm
Uau, luso você ainda é mais radical que eu. "Leiam Nietzsche", você propõe...parece-me uma contradição vindo da sua parte, não é o Nietzche o pai do niilismo, que prega que não se deve acreditar em nada, quando você me parece um homem que acredita em várias coisas. ;-)

Bom, sou da opinião que ensino que desenvolve capacidades técnicas, e hábitos de trabalho, e auto-disciplina, é mais que importante, é essencial.

Creio que hoje em dia o ensino Português enfatiza as matérias humanísticas em detrimento das ciências, e concentra-se demasiado em ofereçer teorias que poucos alunos conseguem relacionar ao prático, e não involve as crianças ativamente no processo de aprendizagem. Daí a falta de interesse em se aprender a lidar com o concreto, lê-se alguma coisa e aprende-se pouco. Não existe melhor método de aprendizagem do que se ver os resultados finais de um projecto qualquer, que foram obtidos através das nossas próprias mãos.  

No meu ponto de vista pessoal, sim ensina-se cultura geral, mas esses conhecimentos gerais não devem ocupar mais que 15% do tempo útil do estudo dos alunos, e de preferência só para aprenderem a escrever bem, e a entenderem regras de lógica para que possam aprender como descrever as suas ideias. Acho preferível que passem a maior parte do tempo deles a fazer exercícios de matemática, a construir módelos de carros, aviões, etc, a fazer desenhos, a montar estruturas, a misturar matérias primas, etc. Isso sim vai ensinar algo de valioso.

E sim os Americanos desenvolvem pessoas altamente especializas, e por isso é que eles tem poder económico, poder militar, poder político, e até poder cultural, porque não só criam bons engenheiros, cientístas, etc, mas porque também criam bons técnicos de som, músicos, artistas gráficos, arquitetos, estilistas, entre outras profissões. Todas estas especialidades tem capacidades em comum, nomeadamente, a capacidade creativa que é desenvolvedora de nova ideias e conceptos, e que começam na imaginação e se transformam no concreto.

Não é a aprender poesia e literatura que se entende como viajam as ondas eletromagnétias de um ponto ao outro, ou como se fábrica aço e o que se pode fazer com esse material.

Cumprimentos
Título: Nietzsche
Enviado por: Luso em Março 04, 2004, 08:57:47 pm
Dremanu,

Nietzsche inventou o termo "niilismo" mas não o defende. Niilismo significa a recusa da realidade, da vida tal como ela é, dos seus impulsos, força vibrante, intensidade e violência. O Cristianismo é um exemplo de Niilismo porque renega a realidade da vida, a guerra, o sexo, a vontade de poder. O comunismo também o é porque renega a realidade do homem.

Nietzsche não é o papão que querem fazer dele: a sua leitura é bastante acessível (à mente e à carteira - Europa América). Aliás, há bons filósofos que são de leitura muito agradável. O curioso é que os filósofos da treta são muito aborrecidos de se ler (Rosseau é um chato e um tracaleiro, assim como Sartre que é estéril e irrelevante).
Nietzche é divertido, violento mas sobretudo libertador!
Montaigne também é um grande pensador e não se abstem de falar de utilizar palavras "menos próprias". A sua prosa excelente e límpida, sem balelas e floreados.

Mais uma provocação: os filosofos e estetas associados à esquerda, sobretudo os franceses, têm a tendência para empregar conceitos e fraseado aborrecido e pedante. Leiam Merlau Ponty (não leiam! Estava a brincar! É mais útil ler "A Bola").
Título:
Enviado por: emarques em Março 04, 2004, 09:34:04 pm
Luso, não concordo que os adolescentes tenham falta de interesse por tudo. Podem é não ter interesse em nada que pareça interessante a pessoas mais velhas. Pergunte a um deles quais as especificações técnicas do Nokia 666 ou do Ericsson T33 (modelos possivelmente fictícios). Dizem logo "Dah" e debitam as características todas de memória.

Quanto a esses grandes técnicos estrangeiros, o que sei sobre eles é principalmente em segunda mão, mas é mais ou menos isto: muito organizados, tecnicamente competentes, e com uma falta de flexibilidade mental enorme. Enquanto os portugueses que trabalham fora ganham rapidamente a fama de faz-tudo, porque são capazes de pensar fora da área de especialização.

Claro que existe uma grande falta de técnicos em Portugal. Falta, mais que ensino superior, ensino médio. Ou seja, falta uma aposta no ensino técnico-profissional. Quanto a cientistas, programadores, engenheiros, temos bastantes (sabem que há mais cursos diferentes de engenharia em Portugal do que o número total de cursos existente na Holanda?), o que falta é investimento na inovação. Pode ter os melhores técnicos do mundo, que se não lhes der que fazer não ganha nada com isso. O que cria a vantagem tecnológica dos EUA é principalmente um sector privado que investe nela. Enquanto que na Europa mais de metade da investigação científica é estatal.

Uma vez li um artigo que defendia que Portugal sofreu muito depois do 25 de Abril porque os gestores e outros quadros superiores que trabalhavam por conta de outrem saíram do país com medo do comunismo. Existe a ideia que muitos proprietários saíram do país, mas a verdade é que esses tinham demasiado a perder, e ficaram. Por isso temos ainda  um tecido empresarial pouco formado e com tendência para pensar demasiado em resultados a curto prazo.

Quanto a Nietzsche, como dizia uma personagem de um livro que li uma vez, "o pobre coitado já foi acusado de tanta coisa que também pode carregar com isso".
Título: sim
Enviado por: Luso em Março 04, 2004, 09:42:24 pm
"Creio que hoje em dia o ensino Português enfatiza as matérias humanísticas em detrimento das ciências, e concentra-se demasiado em ofereçer teorias que poucos alunos conseguem relacionar ao prático, e não involve as crianças ativamente no processo de aprendizagem. Daí a falta de interesse em se aprender a lidar com o concreto, lê-se alguma coisa e aprende-se pouco. Não existe melhor método de aprendizagem do que se ver os resultados finais de um projecto qualquer, que foram obtidos através das nossas próprias mãos."

Há escolas secundárias que leccionam cursos profissionalizantes de mecânica que são capazes de proporcionar uma educação suficientemente satisfatória que torna possível a todos os seus alunos conseguirem um emprego bem remunerado. O que faz o Governo?
Acaba com esses cursos.
Creio que a moda agora é o Marketing...  :G-sig:


"Não é a aprender poesia e literatura"

Homero dizia que todos os poetas são mentirosos e eu concordo. Desculpa Camões, mas o tipo tinha razão... Tu e as tágides...

Literatura: a esmagadora maioria da literatura que se produz hoje é lixo que serve para encher os bolsos de alguns e a vaidade de muitos mais.

Já agora, Dremanu, quero dizer-lhe que o texto que nos ofereceu - "O Sucesso da Asneira" - já chegou a um Secretário de Estado. As voltas que isto dá. Quem sabe o impacto que os nossos diálogos podem ter no nosso País. Se não o tivesse aqui colocado isso não teria acontecido. Mesmo que não seja da sua autoria, acho que está novamente de parabéns.


Como diria o outro no g2mil:

"Feedback!"
Título:
Enviado por: Luso em Março 04, 2004, 09:50:01 pm
"Luso, não concordo que os adolescentes tenham falta de interesse por tudo. Podem é não ter interesse em nada que pareça interessante a pessoas mais velhas. Pergunte a um deles quais as especificações técnicas do Nokia 666 ou do Ericsson T33 (modelos possivelmente fictícios). Dizem logo "Dah" e debitam as características todas de memória. "

 :G-beer2:

"Quanto a esses grandes técnicos estrangeiros, o que sei sobre eles é principalmente em segunda mão, mas é mais ou menos isto: muito organizados, tecnicamente competentes, e com uma falta de flexibilidade mental enorme. Enquanto os portugueses que trabalham fora ganham rapidamente a fama de faz-tudo, porque são capazes de pensar fora da área de especialização."

Exactamente. Isso é verdade. A Interdisciplinaridade é um valor a promover. Os problemas que se resolvem e evitam!

"Claro que existe uma grande falta de técnicos em Portugal. Falta, mais que ensino superior, ensino médio. Ou seja, falta uma aposta no ensino técnico-profissional."
Veja o meu "post" anterior e o "Sucesso da Asneira", esse clássico.
Título:
Enviado por: dremanu em Março 04, 2004, 11:59:32 pm
Obrigado Luso, a minha alegria é se ao passar esse artigo para o tal secretário leverá a que alguma coisa de concreto aconteça.

Quanto a poetas mesmo eu dizendo que não acho necessário perder muito tempo a ler o que escrevem, aprecio Fernando Pessoa, e sem dúvida nenhuma Camões. Aliás de toda as obras de literatura Portuguêsa que tive que ler na escola, os Lusíadas continuam a ser o meu favorito, e a única que eu continuo a ler até hoje.

Quanto a Nietzche, começei a ler uma vez "Assim Falou Zaratrusta", nunca cheguei a completar, já nem me lembro porquê. Não conheço muitos filósofos, os únicos que achei interessante de ler até hoje foi Spinoza, Aristoteles, Plato, Hume, Hobbes, Kant. Já ouvi falar dos Françesês, nunca me interessou conheçer muito acerca do que pensam.

Talvez o melhor livro de "filosofia" que li até hoje foi "A Riqueza das Nações", de Adam Smith. Na minha opinião, esse devia ser leitura obrigatoria para todos os estudantes Portuguêses, talvez assim iriam aprender alguma coisa e começar a ver o mundo com mais realismo e menos ilusões.
Título:
Enviado por: papatango em Março 05, 2004, 12:52:11 am
Eu sou dono de uma grande incultura.
E sou um completo e total inculto.

Quem diz a verdade não merece castigo :mrgreen:

No entanto, temo que seja verdade que o sistema educativo é muito pouco exigente.

Os exames fazem todo o sentido, quanto mais não seja, para mostrar os "podres".

De nada serve taparmos o Sol com a peneira, e passar a canalhada toda, apenas porque assim ficamos com melhores estatísticas.

Acho preocupante que as associações de pais, se venham a colocar contra esta medida.

A ideia com que fico é que essas associações não se estão a preocupar com o que os filhos sabem, mas sim com o facto de os filhos passarem de ano. Ou seja, o que importa é que pase de ano, isso do saber não é importante, porque ninguém vai precisar disso na vida a sério.

Infelizmente era a mesma linha de ideias do tempo do sr. Doutor Salazar.

Ous seja: Para quê saber ler escrever e contar?
Desde quando para cavar couves e pegar numa enxada foi preciso ler e escrever?

Vejam no que deu.

Uma das coisas que mais me impressionam nos emigrantes do leste é, além da facilidade de aprender das crianças (que é até normal nas crianças) a facilidade de aprender dos adultos.

Um russo ou um ucrâniano chegam a Portugal, muitos deles já na casa dos quarenta e cinquenta e aprendem a falar português.

Óra o português não é exactamente uma lingua fácil, mas eles aprendem.

Depois comparo com a quantidade de portugueses que emigrou para França e para a Alemanha e fico espantado com a quantidade de portugueses que não conseguem comunicar em francês ou alemão, muitos deles, mesmo depois de bastantes anos.

A razão desta diferênça tem a ver com o sistema educativo.

Os russos também tinham que aprender quimica para ir para a força aérea (se quisessem) e a quimica também nunca lhes deve ter servido de nada. Mas deu-lhes uma coisa que nos falta a nós, ou seja: capacidade de aprender.

Por isso o russo ou o ucraniano chegam aqui e seis meses depois já falam a lingua, porque aprenderam como fazer para aprender. O português, vai tentando desenrascar-se, ouvindo os outros, mas não tem método.

Por tudo isto, o factor mais importante na Defesa Nacional, consiste em preparar os jovens para aprender a aprender. Não se faz isso sem exigência e para se ser exigente é preciso testar, testar e testar.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: emarques em Março 05, 2004, 02:04:25 am
Penso que a maioria dos portugueses emigrados consegue comunicar na língua do país de acolhimento. Se ainda sabem comunicar em português já é outra história... ;))

A razão porque penso que a maioria dos emigrantes de leste não terá tanto esse problema é que os números ainda não são assim tão expressivos e a permanência é relativamente curta (ainda não existem comunidades em que a mercearia e o café sejam propriedade de ucranianos, penso)
Título: ...
Enviado por: Luso em Março 05, 2004, 09:21:59 am
"Eu sou dono de uma grande incultura.
E sou um completo e total inculto."

Não me parece.
Para mim a cultura é tudo aquilo que somos para além do essêncial que nos mantém vivos. Uns gostam de umas coisas e outros de outras. Portanto, não associem a "Cultura" apenas à filosofia (que deveria ser uma ferramenta prática) e à literatura. Isso é apenas "Coltura" que os fracos que a "dominam" inventaram para se sentirem superiores aos outros.
Título: O melhor...
Enviado por: Lince em Março 05, 2004, 06:18:57 pm
Deixo aqui uma pergunta:

Qual é o país que possui o melhor sistema educativo do mundo?

Opiniões?
Título:
Enviado por: Ricardo Nunes em Março 05, 2004, 06:26:13 pm
Responder a essa pergunta é algo difícil visto que a avaliação de um sistema educativo pressupõe um sem-número de variáveis que não consigo contabilizar e avaliar.

Agora se me perguntar qual é o sistema educativa que tem obtido melhores resultados respondo-lhe sem qualquer dúvida: o sistema irlandês.   :wink:
Título:
Enviado por: Spectral em Março 05, 2004, 06:28:20 pm
o alargamento da escolaridade obrigatória até ao 12ºano não irá resolver NADA!!

No geral concordo com as opiniões do emarques e do Ricardo Nunes ( 200 posts heim?::nice:)

Não acredito que exista um sistema educativo perfeito. Este será sempre sujeito às condições específicas do lugar/tempo a que se destina...  Não é por acaso em países de maior dimensão que a nossa os departmaentos educativos regionais têm grande independência.

Mas a ignorância e o desinteresse dos portugueses continua a ser impressioante. Sempre assim foi, e não parece estar a melhorar muito... Perguntem ao português médio algo sobre ciência ou literatura estrangeira ( p.ex), e terão respostas muito interessantes!  :D

cumptos
Título:
Enviado por: Spectral em Março 05, 2004, 06:29:46 pm
o alargamento da escolaridade obrigatória até ao 12ºano não irá resolver NADA!!

No geral concordo com as opiniões do emarques e do Ricardo Nunes ( 200 posts heim?::nice:)

Não acredito que exista um sistema educativo perfeito. Este será sempre sujeito às condições específicas do lugar/tempo a que se destina...  Não é por acaso em países de maior dimensão que a nossa os departamentos educativos regionais têm grande independência.

Mas a ignorância e o desinteresse dos portugueses continua a ser impressionante. Sempre assim foi, e infelizmente não parece estar a melhorar muito (apesar de haver alguns sinais positivos)... Perguntem ao português médio algo sobre ciência ou literatura estrangeira ( p.ex), e terão respostas muito interessantes!  :D

cumptos
Título:
Enviado por: emarques em Março 06, 2004, 02:46:51 am
Citação de: "Spectral"
Mas a ignorância e o desinteresse dos portugueses continua a ser impressionante. Sempre assim foi, e infelizmente não parece estar a melhorar muito (apesar de haver alguns sinais positivos)... Perguntem ao português médio algo sobre ciência ou literatura estrangeira ( p.ex), e terão respostas muito interessantes!  :D

cumptos


Penso que por vezes o ensino português foca Portugal em demasia. Na literatura e na história. A história de Portugal é ensinada de tal forma que parece completamente destacada da história do resto do mundo. Sim, é óptimo que os alunos saibam tudo sobre a crise de 1383-85. Mas também conhecer um pouco os movimentos sociais que aconteciam na Europa toda, ou o cisma papal, ou a Guerra dos Cem Anos. Porque esses factos também fazem parte do desenvolvimento da crise. Mas não se aprende nada disto. Como também quase não se ouve falar de autores estrangeiros, (sim, as aulas são de português, já sei) que podiam ajudar a perceber o desenvolvimento da literatura portuguesa.

Por outro lado, faça a pergunta a um estado-unidense. Não precisa de ser ciência ou literatura. Uma vez vi o Jay Leno a fazer perguntas na rua: "O que foi a Guerra Fria?" - "Hmmm, não sei, deve ter sido no Alasca, não?" - E não, não fiquei com a ideia que fosse de propósito. Claro que há de tudo, mas a média é, ao que parece, bastante má. Citando um americano: "Apesar da má opinião que se considera que os europeus têm sobre os conhecimentos do americano médio, julgando pelo que os europeus consideram de conhecimento geral continuo a achar que é impossível para um europeu conceber quão mau é o sistema de ensino dos Estados Unidos."
Título:
Enviado por: dremanu em Março 16, 2004, 03:15:52 pm
Relatório europeu: Portugal "apresenta resultados decepcionantes" na educação
 
Isabel Leiria

PÚBLICO

Apesar de "recentes iniciativas para melhorar a qualidade do ensino", os resultados na área da educação "continuam a ser medíocres", com Portugal a apresentar a mais elevada percentagem de abandono escolar precoce da União Europeia (UE) - 41,1 por cento, bem mais do dobro da média comunitária.

A avaliação consta do último relatório da Comissão Europeia sobre a concretização dos objectivos definidos na "Estratégia de Lisboa" e que será apresentado ao próximo Conselho Europeu da Primavera, a realizar no final do mês.

Quatro anos depois do Conselho de Lisboa, quando foi estabelecida a meta de, até 2010, tornar a Europa "na economia baseada no conhecimento mais dinâmica do mundo, capaz de garantir um crescimento económico sustentável, com mais e melhores empregos e com maior coesão social", os "progressos realizados pela UE são manifestamente insuficientes", lê-se no relatório.

No caso de Portugal, os indicadores relativos à educação e formação, não sendo os únicos, são dos que mais fazem afastar o país da média dos Quinze. Veja-se o caso do chamado "abandono escolar precoce" - número de jovens entre os 18 e os 24 anos que apenas têm, no máximo, o 9º ano de escolaridade e que não estão a frequentar acções de formação ou educação.

Em 2003, a média da UE atingiu os 18,1 por cento, valor ainda muito distante dos dez por cento que se quer obter até 2010. Em Portugal, a percentagem ascendeu aos 41,1 por cento. Se se atender aos números relativos apenas aos rapazes, conclui-se que quase metade (48,3 por cento) dos jovens portugueses não estudaram para além do ensino básico. Em toda a Europa dos Quinze ou mesmo na Europa alargada, há uma única situação comparável: Malta.

É certo que os valores têm decrescido, mas a progressão é lenta. Em dez anos, a Espanha - actualmente o segundo Estado-membro mais mal classificado - conseguiu reduzir o abandono escolar precoce em oito pontos percentuais. Portugal conseguiu baixar 5,6 pontos percentuais. Exige-se pois uma "intervenção urgente", apela a comissão.

Jovens mais instruídos

O problema torna-se mais complicado quando o atraso educativo de Portugal é de tal ordem que mesmo progressos assinaláveis e sem paralelo entre os Estados-membros continuam a deixar o país no fim da tabela.

É o que acontece com a evolução da taxa de conclusão do ensino secundário, no que é reconhecido pela Comissão Europeia como um "acentuado aumento do nível de instrução dos jovens" e destacado entre um dos aspectos mais conseguidos na prossecução da "Estratégia de Lisboa" - tal como a "concretização de acções para fomentar a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação, as despesas em investigação e desenvolvimento e a inovação".

Entre 1999 e 2002, o número de jovens entre os 20 e os 24 anos que completaram o 12º cresceu em média 1,8 pontos percentuais por ano. Ainda assim, o panorama é este: enquanto menos de metade (47,3 por cento) da população portuguesa desta faixa etária tem o ensino secundário, a média da UE é de três em cada quatro jovens com esta habilitação. A média dos futuros Estados-membros (os dez que entram a 1 de Maio mais a Roménia e a Bulgária) ascende aos 88,3 por cento.

Não é, no entanto, por falta de dinheiro investido que Portugal merece os reparos da Comissão Europeia. A percentagem do produto interno bruto (PIB) gasto em educação (5,89 por cento em 2001) é superior à média comunitária e à de países como o Reino Unido, a Espanha, a Irlanda, a Holanda ou a Alemanha. Mas ninguém bate o investimento realizado pela Dinamarca (8,4 por cento), Suécia ou Noruega.

Já no que respeita às despesas em investigação e desenvolvimento, a situação portuguesa inverte-se. Só a Grécia gasta menos do que os 0,8 por cento do PIB português e está-se muito longe dos dois por cento da média comunitária. Também em relação a outros indicadores estruturais, como o número de diplomados em ciências e tecnologias ou a aprendizagem ao longo da vida, Portugal coloca-se no extremo inferior da escala.

Serão então os dados relativos à educação (e também à produtividade, à população em risco de pobreza e outros) que levam a Comissão Europeia a concluir que, na análise à progressão dos Estados-membros desde 1999, Portugal "apresenta resultados decepcionantes". O mesmo acontece com a "Alemanha, o Luxemburgo, e a Áustria", por oposição aos "progressos assaz positivos da Bélgica, França e Grécia".
Título:
Enviado por: dremanu em Outubro 23, 2004, 12:15:39 am
Estou a ressuscitar este tópico, porque achei muito interessante esta notícia. Faz-me pensar, porque é que não é os esquerdistas de plantão a proporem tal legislação. Imaginaria que com tanta preocupação pelos direitos humanos, e justiça social, e tal, já teriam chegado a tão simples conclusão, que devia-se facilitar a vida dos país, através da implementação deste sistema. Tomara que isto aconteça, e que se venha a implementar.

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PP quer alterar legislação de manuais escolares

Partido classifica modelo actual como «irracional»

O CDS-PP quer ver alterada a legislação sobre manuais escolares, classificando o modelo actual como "irracional" e estimando o seu custo anual para as famílias em 150 milhões de euros.

"O sistema que perdura há muitos anos é irracional para os alunos, caro para as famílias, injusto para a sociedade", frisou Guilherme Magalhães, eleito porta-voz do CDS, juntamente com Teresa Caeiro, na última comissão política do partido, na terça- feira.

Em conferência de imprensa, o porta-voz dos democratas- cristãos anunciou que o partido irá lançar um grande debate sobre este tema, que consta do programa do Governo PSD/CDS, e que irá resultar numa proposta legislativa à Assembleia da República (do Governo, da maioria ou do CDS) até final do ano.

"Nos próximos dias as famílias portuguesas vão ser confrontadas com um gasto de 150 milhões de euros para a aquisição de nove milhões de livros, equivalentes a 4.500 toneladas de papel", quantificou Guilherme Magalhães.

Para o novo porta-voz do CDS, este valor "seria um investimento" se os livros não tivessem apenas "dez meses de vida útil".
"É uma irracionalidade total, que tem de ser urgentemente debatida e resolvida", afirmou, frisando que "não se sabe quem a aproveita mas sabe-se que recai sobre as famílias".

Guilherme Magalhães frisou também "a incongruência do sistema de escolhas dos livros escolares", e deu como exemplo a Matemática, onde apenas para o segundo ano do ensino básico escolas e professores têm de optar entre 43 manuais diferentes.

"Não está em causa a qualidade do ensino, até porque países como Alemanha e Inglaterra já resolveram este problema," afirmou.

Na Alemanha, explicou, os livros pertencem à instituição escolar e são reutilizáveis, enquanto na Inglaterra, pelo menos nos primeiros anos de escolaridade, optou-se por substituir os manuais por exercícios e folhas distribuídas nas aulas.

Questionado porque é que o CDS ainda não avançou com esta matéria, que já foi abordada no Congresso do partido em Setembro de 2003, Guilherme Magalhães afirmou que "existem prioridades e considerou-se que este é o momento oportuno".

Na conferência de imprensa, António Pires de Lima, vice- presidente do CDS, anunciou que os manuais escolares vão ser tema de um dos painéis da primeira reunião do Conselho Económico e Social, órgão constituído no último Congresso.

A reunião terá lugar a 27 de Novembro, com a educação como matéria central e, além dos manuais escolares, o Conselho Económico e Social do CDS, que agrupa quadros da área do partido (militantes e não militantes), irá abordar a liberdade de escolha na educação e o problema do insucesso escolar.

O vice-presidente do CDS, eleito na última reunião da comissão política, frisou que uma das suas principais incumbências passa, precisamente, por "abrir mais espaço no CDS à colaboração dos seus quadros".

"O Conselho Económico e Social reúne um conjunto de intervenientes altamente qualificados na área da educação", acrescentou Pires de Lima, dando como exemplo o nome de Adão da Fonseca, presidente do Fórum Liberdade e Educação que moderará um dos painéis da reunião.

"
Público
Título:
Enviado por: emarques em Outubro 23, 2004, 02:50:51 am
Penso que isto nunca terá sido proposto porque, de certa forma, cheira um pouco aos manuais escolares únicos do salazarismo. ;) Por isso, não me parece que o sistema alemão de os livros serem da escola seja muito bom. E eu tenho experiência de usar livros de outras pessoas (Uma das coisas mais frustrantes é a mania das editores de fazer pequenos ajustamentos de uns anos para os outros. Tabelas que não existem, textos na página errada...). Quanto ao outro, de material distribuído na aula, não sei, funciona nas universidades, mas no ensino básico? Eu, se bem me lembro, já teria perdido os papéis antes do fim da aula.

Além disso, e as editoras? Fecha-se metade delas, tudo para a rua? Nunca! Há que proteger as classes trabalhadoras! CGTP, unidade sindical! :P
Título:
Enviado por: dremanu em Outubro 24, 2004, 08:57:11 pm
Citação de: "emarques"
Penso que isto nunca terá sido proposto porque, de certa forma, cheira um pouco aos manuais escolares únicos do salazarismo. ;) Por isso, não me parece que o sistema alemão de os livros serem da escola seja muito bom. E eu tenho experiência de usar livros de outras pessoas (Uma das coisas mais frustrantes é a mania das editores de fazer pequenos ajustamentos de uns anos para os outros. Tabelas que não existem, textos na página errada...).

Sempre existe a opção das pessoas comprarem o livro oficial, por si próprios, caso não queiram usar o livro fornecido pela escola. Assim podem escrevinhar à vontade o que quiserem no mesmo. :P[/quote]

Que se lixe as editoras...se não tiverem capacidade para arranjar outros negócios de forma a substituir o que vão perder de dinheiro vindo das impressões desnecessárias anuaís de livro de escola, bem que merecem ir ao fundo.  :wink:
Título:
Enviado por: emarques em Outubro 25, 2004, 03:25:48 am
Citar
Espero que sinceramente vc não acredite nessa opinião!!!
Acredito, pelo menos, que uma das razões para nunca ter proposto nada do género tenha sido um certo preconceito contra a ingerência governamental no conteúdo das aulas.

Citar
Eu não acho que devem ser as escolas a decidirem, (...)isto deve vir do ministério da educação.

O ministério decide o programa curricular, e as editoras criam os livros (supostamente) de acordo com esse programa. Depois as escolas escolhem livros que se adaptem ao ensino do programa delineado. Acho que é assim que funciona, e não vejo grande problema nisso.

Claro que se poderia ter um sistema em que o ministério criasse o programa, as editoras propusessem manuais a concurso público e depois se escolhesse um manual para o país. Mas desde que existam verificações de qualidade dos manuais, não vejo que existam problemas em que existam muitos diferentes.
Título:
Enviado por: dremanu em Fevereiro 15, 2005, 02:43:19 pm
Novas informações sobre o sistema escolar.

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.diarioeconomico.com%2Fedicion_impresa%2Fimagenes%2F2005%2FFevereiro%2F09_02_2005%2F592162_a.jpg&hash=bb58d0299770a29c2a4351f4818d501e)

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.diarioeconomico.com%2Fedicion_impresa%2Fimagenes%2F2005%2FFevereiro%2F09_02_2005%2F592162_b.jpg&hash=0542a8a5d9a2a545520ed62dd43c6fd3)

Opiniões...