Baseando-me um pouco na análise aqui feita pelo Spectral considero, tal como ele, que o GALE deverá possuir uma estrutura independente nem que seja pelo facto de ser uma arma inovadora no exército e com uma função bastante divergente de qualquer outra unidade.
Tal como o Spectral, penso que todo o treino elementar e báscio de pilotagem deverá ser efectuado na Força Aérea ( TB-30 - curso PIL ) tal como a adaptação incial a aeronaves de rotores - a ser dada nos "futuros" EC-120. Sendo assim restaria ao GALE a necessidade de se equipar apenas com o equipamento necessário de uma certa missão operacional.
Primeiro que tudo é preciso esclarecer quais são as necessidades e requesitos do exército. É sabido que o exército pretende possuir a capacidade de transporte de uma companhia ( +-125 homens ). Para esta função 10 NH-90 são suficientes. Obviamente não nos podemos basear neste permissa visto que, se mais fundos houvessem disponíveis, estou certo que os requesitos do exército também seriam bastante mais "gananciosos".
Vou-me singir então a uma análise hipotética, sem contudo esquecer aquilo que seria mais plausível e lógico num país como Portugal - escasso em recursos.
Parece-me óbvio, e todos os sabem, que existem 3 tipos de requesitos essenciais. Estes são:
- Capacidade de reconhecimento e de apoio ligeiro.
- Transporte aéreo táctico ou de apoio a operações especiais.
- Capacidade de luta anti-tanque e de ataque.
A minha visão, extremamente pessoal devo confessar, baseia-se na aquisição de 1 tipo de aeronave de rotores para a função de reconhecimento e apoio ligeiro ( já prevista na LPM, os cancelados EC-635 ). O meu favoritismo vai para o A-109 em configuração semelhante à usada no exército belga. De fácil manutenção, baixo custo e com uma boa capacidade de apoio a tropas ( incluindo mísseis anti-tanque ) o A-109 tem outra vantagem face a outros concorrentes mais óbvios ( como sejam o EC-635 ou mesmo o OH-58 Kiowa ) - uma capacidade de transporte de tropas razoável que, num exército que não tem dinheiro para grandes e diferentes frotas, é uma mais valia pois permitiria a insercção de elementos considerados especiais ou de ellite. As 9 aeronaves consideradas são suficientes.
Para a capacidade de transporte táctico considero o NH-90 ideal. Talvez não tão boa plataforma para SAR e CSAR, mas isso é algo de irrevelante visto que a FAP cobre essa área de operação com os novíssimos EH-101. O número de 10 pode ser contestado, contudo, e como já referi, cumpre os requesitos que o exército propôs. Mesmo assim e considerando eu o número de aeronaves arriscadamente curto, pois poderão ocorrer uma série de acontecimentos que impossibilitarão o uso das aeronaves em simultâneo, apostaria numa frota de 14 aeronaves. Estou ciente que tal, com os fundos previstos, não é possível.
Em relação aos helis de ataque. É algo referido em inúmeros livros brancos da defesa e embora não seja vísivel no horizonte a sua compra é claro o interesse das forças armadas em tal capacidade. Prevejo que eventualmente seja adquiridos para colmatar a lacuna existente entre a utilização do heli de apoio ligeiro e dos F-16 para CAS. Deixando de parte as rivalidades entre Força Aérea e Exército nesta questão face a quem deveria utilizar tal plataforma ( devo confessar que mesmo sendo um "homem do ar" ferrenho, defendo o uso de tal plataforma no GALE ) , penso que a escolha ideal deveria ser ou o AH-1Z ou o Tiger, versão de apoio geral. Confesso que me encontro um pouco divido. O AH-1Z tem provas dadas, e o update para a versão Z parece-me muito apelador. A juntar a isto é bem mais barato do que o Tiger. O Tiger por seu lado é mesmo assim mais moderno do que o AH-1Z e parece-me uma plataforma bastante "estável". Irei optar, sem clarezas, pelo Tiger. 12 aeronaves seriam as suficientes, ou melhor dizendo, as possíveis para o GALE.
Acabando esta breve "análise" sobre a operação de helis pelo GALE venho aqui defender a operação de aeronaves de asa fixa também. Mais concretamente de UAV´s. Um misto de UAV´s ligeiros com uma vertente bastante táctica reduzida, e UAV´s, também num âmbito táctico mas mais alargado.
Isto é, os primeiros seriam aeronaves mais pequenas, transportáveis por pequenas unidades independentes de apoio e relativamente fáceis de operar. Em termos de modelos defendo o SkyGuardian. Os projectos nacionais deverão ser defendidos.
Em relação ao segundo requesito seria necessário uma maior aeronave, com maior alcance e melhores desempenhos. Inclinaria-me para o Predator não só porque é única alternativa no mercado vivável mas porque também é o único que pode eventualmente ser armado, o que traduz um enorme acréscimo de capacidade.
Embora incapaz de adiantar o número realista de SkyGuardians que deveriam ser utilizados devo dizer que penso que, nume primeira fase, 6 predators seria o suficiente para o exército. Estes teriam de vir obrigatoriamente, na minha opinião, com a capacidade e software de lançamento do missil hellfire.
Não vos chateio mais, já escrevi demasiado.
Cumprimentos,