http://dn.sapo.pt/2007/04/16/economia/o ... ros_f.html OGMA continua na corrida aos helicópteros da Força Aérea
Leonor Matias
D. R. (imagem)
A OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal está em concurso para a manutenção dos helicópteros EH101, fabricados pelos italianos da Agusta e já entregues à Força Aérea e Marinha. As Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA) enfrentam a concorrência da própria Agusta, que está em concurso numa associação com os britânicos da Westland.
O Ministério da Defesa deverá anunciar em breve o vencedor, disse ao DN fonte próxima do processo. Contudo, o Expresso citava na sua última edição que o ministro da Defesa, Severiano Teixeira, pretende negociar um contrato de manutenção para os helicópteros EH101 com o fabricante dos aparelhos, em detrimento da OGMA. "Gostaríamos muito que a manutenção ficasse na OGMA, mas quem sabe dos helicópteros é o fabricante. Nos próximos dois a três anos, ficará com a Agusta", revelou o general Luís Araújo, chefe do Estado-Maior da Força Aérea, citado pelo semanário.
A empresa diz estar tranquila e aguarda a decisão do Governo. Refira-se que a OGMA é detida em 65% pela Airholding (Embraer e EADS), estando os restantes 35% na posse do Estado português, através da Empordef.
A OGMA fabricou partes da estrutura dos helicópteros, estando ainda a decorrer a montagem dos aparelhos que irão equipar o Exército. Os EH101 adquiridos pela Defloc - empresa da Empordef - em regime de leasing vão substituir os Puma, que estão a esgotar o seu tempo de vida útil. Existem ainda intenções de lançar um concurso para a substituição dos helicópteros Alouette III.
Para concorrer à manutenção dos helicópteros EH101, que já foram entregues à Força Aérea no final do ano passado, a empresa liderada por António Monteiro passou por várias fases para obter a certificação dos escalões um e dois. O primeiro nível é a chamada manutenção de linha, enquanto o segundo nível é mais complexo, com a verificação dos sistemas de bordo. O terceiro nível é o topo da escala e será sempre realizado pelo fabricante, visto tratar-se da chamada "grande revisão". Para atingir as duas certificações, oito quadros da empresa portuguesa já concluíram a formação necessária, passando-se agora à segunda fase, dirigida essencialmente aos mecânicos.
O grande objectivo das OGMA é actuar em três níveis: fabricação, manutenção e reparação. Para vencer o concurso, a empresa teve de adquirir a informação técnica ao fabricante, teve de se sujeitar a uma série de auditorias permanentes e tem de adquirir ferramentas específicas para aquele tipo de aeronaves. Um responsável das OGMA disse ao DN que a empresa trabalha na área dos helicópteros há cerca de 30 anos - com os Puma e os Alouette -, sendo considerada um centro de serviço autorizado.

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