Pelo que tenho lido nos ultimos dias de forma a tentar ganhar um domínio sobre esta matéria, a SCAR é um arma desenvolvida para tropas especiais conforme as especificações e necessidades das mesmas, não se adequando assim a exércitos regulares.
Continuo sem perceber o "defeito" que uma arma concebida para operações especiais que a impeça de ser usada por tropas regulares que - no nosso caso são profissionais e portanto devem estar habilitadas a manusear competentemente a sua arma regulamentar. Atenção que a SCAR contempla canos de tamanhos diferentes. Uma coisa não tira a outra. Uma G3KA4 (12,4" de cano) não pode transformar-se uma G3 "normal" com cano de 17,7". Perguntem a um armeiro. A G3 não foi feita para isso. Há pontos de solda e um pino que ligam o cano e sua extensão onde estão os ressaltos, ao chassis. Com a SCAR isso é possível. Por exemplo, o DAE pode abordar um navio com uma SCAR-L com cano de 12" e, noutra ocasião mudar o cano para acção no deserto, por exemplo, mudando-lhe apenas o cano. As tropas "banais" podem utilizar uma SCAR com cano de 16" por exemplo. Além disso, esse sistema de troca de canos é um auxiliar à manutenção das armas ao permitir a substituição dos canos que se vão erodindo com o uso. Por isso é que gostaria de saber em que condições estão as almas, câmaras e as "gargantas" das nossas G3. E no caso de estarem mal, quanto tempo é que as G3 demorariam a regressar ao serviço activo depois de uma recauchutagem significativa. As pessoas não sabem que a G3, tal como a AK47, foi concebida para ser... descartável.
Mudar para outros calibres:
No caso da SCAR que utiliza depósitos 5.56 STANAG só é necessário mudar de cano para disparar, por exemplo:
6.5 MPC;
.300 Whisper.
Mudando cano, depósito, cabeça de ferrolho e certamente a mola de retorno:
6.8 SPC;
6.5 Grendel.
Mas que fique claro: a SCAR 5.56 apenas partilha algumas peças com a SCAR 7.62. Os chassis têem que ser diferentes. Quando muito, as coronhas e os grupos de gatilho é que poderão ser os mesmos.
Foi desenvolvida seguindo uma doutrina pela qual o alcance-se do poder de fogo é assegurado por outras formas, quer pela diversidade de armamento numa força, quer por apoios de outras forças. A SCAR foi também desenvolvida a pensar na guerra urbana e em espaços curtos. Propor esta arma para o exercito é como propor uma g3ka4, mais pequena e ate mais simples de utilizar que a SCAR.
Ver contraditório acima
A scar tem um conceito interessante mas apenas um conceito de passagem até que apareça uma nova arma que realmente dispare qualquer das munições mais comuns sem necessitar de qualquer ajuste e acima de tudo que dispare um intermédio entre o 7.62 e o 5.56.
Os americanos não estão com disposição para mudar de calibre, nem com o novo 6.5 MPC (que só exige mudança de cano).
Depois não pode surgir uma "nova arma que dispare qualquer das munições mais comuns". Isso não é possível. Nem só o calibre tem implicações: A cabeça do estojo também é determinante. Se quer menos recuo que o 7.62, mas ter a possibilidade de a ele regressar então basta um wildcat em 6.5mm com o comprimento total limitado ao do carregador da G3. Seria uma munição fantástica, mas valeria a pena a mudança logística, ao nível NATO?
E o próprio cenário é credível quando quase todos já mudaram para o 5.56 e as 7.62 estão relegadas para a reserva (nesses países)?
Quanto a renovação do armamento, sou a favor ou da re-fabricação das G-3 a semelhança da suecia
Já propus isso no passado mas agora tenho dúvidas quanto à viabilidade económica dessa acção, ainda para mais que o nosso ferramental foi vendido aos americanos. Mais ainda quando tenho muitas dúvidas acerca do bom estado das armas em serviço. Ainda por cima quando sei que boas armas portuguesas foram cortadas para servirem de kits para peças para o mercado civil americano.
Seja qual for a escolha falamos de um numero de aproximadamente 20 mil armas a serem fornecidas sem falar nas pistolas. É imperativo e inegociável que tal equipamento seja fabricado em Portugal à semelhança do que tem vindo a fazer com chaimites, G3 e agora Pandur.
De acordo. Além disso há que pensar em ter uma base industrial mínima nem que seja para fabrico de peças de reposição. E canos! Não esquecer que os reservistas também devem ser armados adequadamente e com munições suficientes.
20.000 armas não chegam, sobretudo se ainda tiverem de ser canibalizadas.
Faço uma proposta ao MDN: comprem uma máquina de fazer canos martelados a frio e respectivos operadores e depois entrem em contacto comigo.
Levo metade do que pagam a esses avençados que pululam por aí!