O objectivo duma arma, suponho, é que dispare quando necessário, ou seja a qualquer momento.
Uma folha técnica com características impressionantes, e funcionalidades aparentemente úteis vale somente se forem fiáveis.
Aqui, parece-me, entramos num aspecto cultural.
Há certas culturas que têm hábitos, vícios, de quererem ter o record das capacidades, escondendo os potenciais defeitos inerentes de tal obsessão.
Um arma que , como que temperamental , funcionando ou não, por capricho (nem tem culpa coitada.. é apenas uma criação, o culpado é o(s) autor(es) do projecto ).
Outras culturas, por necessidade, ou até geografia, precisam mesmo que o material funcione.
Eu pessoalmente acharia mais sensato por parte de quem decidirá o futuro substituto da G3, escolher uma arma vinda duma cultura que encara a fiabilidade acima de qualquer outro ponto.
De que serve uma arma cheia de lasers e lanterninhas, e lançadores de isto e daquilo, se na altura de dar o litro, aparece uma imagem no visor:
"por favor, troque as pilhas".
Um soldado fica ali com um peso morto, vulnerável a uma velhinha que empunhe uma pá, ou meramente um tijolo.
Ora, quando uma arma do século XXI, não consegue sequer funcionar, é caso para perguntar, se não deveriamos equipar os soldados com arcabuzes ou trabucos!
Posto a brincadeira, e por falar em trabucos, aqui fica um , mas do século XX.


RT-20, Croácia, 20 mm

12.7x99mm .50 BMG (topo) e o 20x110mm Hispano-Suiza (baixo)
Por esta perspectiva, o coice da G3 será assim tão mau?
Com umas armas baratas, umas AK-101 e por aí fora (até usam 5.56 mm e tudo), com um tambor de 75 balas, é uma festa.
Sobra dinheiro para munição farta , dinheiro para peças, e até dá para comprar uns extras, como essas RT-20, e uns Strela baratuchos.
o Exército fica mais bem servido, pode praticar á vontade sem constrangimentos de falta de munição.
Ás vezes quando vejo pessoas a criticarem o material mais antigo, em favor de armas aparentando terem saído duma série B de ficção científica
dos anos 50-60, pergunto-me se as pessoas tem consciência do potencial e fiabilidade das espingardas da Grande Guerra.
Verdadeiras obras de arte da tecnologia, agora estes brinquedos, por amor de Deus.
Posto isto, bom mesmo, melhor do que qualquer selecionamento cuidadoso ou escolha, para a compra duma nova arma, seria o Governo ou o Exército, por iniciativa própria, pegar nas verbas, e montar uma fábrica, e produzir o seu material, por pior que fossem os primeiros modelos, o dinheiro ficava cá, e a tecnologia desenvolver-se-ia.
Isto de andar a fabricar por licença , não trás qq tecnologia, pois o projecto e o desenho não é feito cá.
Em vez do Português estar sempre a opinar sobre o material estrangeiro
era tempo de haver produção propria, passar de consumidor a produtor.
Se calhar fugi demasiado ao tema, as minhas desculpas, mas ás vezes fico revoltado por me dar a sensação que sou o único português que quer que o seu país não seja apenas uma nota de rodapé, num livro de história sobre culturas exóticas, extintas, em 2300.
link:
http://world.guns.ru/sniper/sn56-e.htm