Se o Brasil tivessem outro posicionamento até podíamos ver alguns A29 lá para defesa aérea mais na retaguarda. Com a Política externa atual do Brasil acho isso impossível.
Com ou sem questões políticas à mistura, alguém no seu perfeito juízo acha que a Ucrânia ia desperdiçar recursos (nomeadamente pilotos) com avionetas COIN? E ainda por cima criar toda uma linha logística adicional? Se fosse para ter
mais um modelo de aeronaves de combate, certamente que os ucranianos preferiam o A-10, o Tornado, o Gripen, o Hornet, ou qualquer outro modelo que pudesse ser cedido.
Não sei, se seria assim tão ineficaz, teoricamente o A29N apesar de não ter radar (apesar de já ter sido falado das possibilidade de acoplar um radar ao mesmos) poderá receber dados de radar externos por meio dos datalink 16, ou seja tem capacidade de receber informação detalhada sobre a localização das ameaças, logo pode fazer a defesa aérea (mesmo recorrendo a misseis, semelhante ao que os F-16 fazem) na retaguarda libertando horas de voo de outros meios, para além de que pode voar durante/até +/- 6 horas.
Não é uma questão de eficácia, mas sim de eficiência.
Um país que já tenha as aeronaves, e respectivos pilotos pode tentar usá-las para desenrascar (sendo a alternativa estas ficarem encostadas durante todo o conflito).
Um país que não tenha as aeronaves, nem os pilotos formados para elas, já não faz sentido olhar para aeronaves tipo ST como sistema "anti-drones", pelo simples facto que é um investimento de centenas de milhões, e que vai obrigar a desviar recursos humanos para os utilizar.
Ou seja, em vez de se reforçar com mais pessoal as esquadras críticas, que no nosso caso são por exemplos as de F-16, vais estar a desviar este pessoal para uma esquadra com avionetas. Isto não tem qualquer nexo.
Depois a questão da eficácia, tem que ser avaliada ao se comparar com as alternativas.
-O ST pode levar no máximo 4 casulos de foguetes guiados + FLIR - precisa de radar externo;
-O F-16 consegue levar pelo menos 4 casulos de APKWS II (possivelmente 6), tem radar, ao mesmo tempo que pode levar 2 depósitos de combustível + pod de guerra electrónica no pylon ventral + pod Litening ou IRST + 4 mísseis ar-ar WVR/BVR/mistos;
-Um UCAV tipo MQ-9, poderá levar 4 pods APKWS II + sensor EO/IR integrado + 2 mísseis ar-ar. Radar opcional. Dobro do Endurance do ST e não precisa de piloto.
Só na comparação entre estes 3, onde é que o ST tem vantagem, tirando no custo de aquisição? Onde é que este custo de aquisição inferior, é justificação para o desperdício de recursos humanos nesta plataforma, ao invés de mais F-16, ou um modelo de treino a jacto, ou um UCAV?
Se compararmos o ST a algo como o TA-50, também não ganha, sem ser no custo h/voo e custo de aquisição.
Mas esse custo de aquisição, dá ao TA-50 um radar e capacidade BVR, e tudo aquilo que se pode esperar de um caça de segunda linha.
Sejam minimamente honestos, mas na FAP, que tem falta de pilotos, preferiam desperdiçar parte deles num turboprop com capacidade de combate limitadíssima, ou numa aeronave de treino a jacto, com capacidade de combate minimamente relevante?
Libertar os F-16 para missões mais complexas, não se faz com recurso a avionetas COIN, muito menos em países em que os pilotos são um recurso tão limitado. Também não se faz roubando recursos (investimento) às próprias esquadras de F-16.