Mas neste tipo de compras, também tem que existir o fator estratégico, e a longo prazo. O mais comum è vermos os países adjudicarem compras muitas vezes por razoes estratégias, para desenvolver ou manter a industria local e ter produção local em caso de aperto.
O factor estratégico pode ser tido de várias formas, não através de chantagem. Se a Embraer não quiser a sua fatia das OGMA, há-de haver outra empresa que a queira. Se as parcerias Portugal/Brasil, nomeadamente OGMA/Embraer são assim tão benéficas para ambos os lados, qual a necessidade do lado brasileiro fazer chantagem? Diria que nenhuma.
Se o interesse é manter boas relações com a Embraer, a dita empresa tem outros produtos que se adequam muito mais às nossas necessidades, que não os ST. Quantas vezes já se falou de substituir os Falcon 50, e de adquirir 2 ou 3 AWACS baseados num jacto regional? O ST é simplesmente uma compra sem nexo.
E não podemos comparar o nosso caso, com o caso francês ou espanhol. Não só a quantidade de empregos envolvidos é muito maior, como também é o número de clientes e a receita proveniente de vendas.
No nosso caso, podemos ver o desastre que tem sido o Alfeite. Aí a componente "estratégica" não importa nada, só importa quanto é coisas com a Embraer? Estranho.
Existe como já referiam outros aviões para treino superiores e para cas, mas duvido que existem quem os quisesse contruir cá ou transferir conhecimento para Portugal. Como já referido acho que pelo papatango os anglo-saxónicos tem muita dificuldade em fazer parcerias connosco Portugueses ( talvez até com alguma razão, não fiáveis para este tipo de parcerias) pelo teríamos sempre que optar por comprar sem qualquer outro retorno que o de termos o melhor equipamento disponível.
Isto é uma enormíssima suposição. Nós nem sequer abrimos concurso para possibilitar que outros candidatos fizessem propostas.
Se era para adquirir uma aeronave de treino, com funções de combate, como é que sabem que os sul coreanos não iam fazer uma proposta para produzir ou montar o TA-50 cá, com possibilidade de montagem das aeronaves para futuros clientes desta região do globo?
Os espanhóis entraram numa joint-venture com os turcos.
Se nos focarmos estritamente na função de ataque, as principais alternativas seriam helicópteros armados ou UCAVs.
Onde é que está comprovado que seria impossível fazer a conversão/modernização de uns UH-60 para uma versão mais musculada?
Onde é que está comprovado que seria impossível que a compra de um UCAV permitisse a sua montagem em Portugal, ou até mesmo a participação nacional num projecto europeu?
Lá está, nunca houve indícios de que o ST era a única hipótese para envolver a nossa indústria. Não se abriu foi um concurso para ver que propostas surgiam.
O assunto volta e eu volto-me a repetir... a compra dos ST é a junção de ser fácil de justificar aos eleitores, de uma certa "corrente" do nicho "CAS Africano" (reforçado pelos veteranos do ultramar nos militares E dos eleitores), de uma doutrina diplomática "euro-brasileira" (que, parecendo que não, dá-nos alguma importância extra no mundo) e, principalmente, de ser uma forma de apoiar a industria em solo nacional... e cumpre objetivo do treino, qb.
Se o diferencial pago para o treino (face aos Pilatus, por exemplo) é justificado por todas as outras razões? Pois... isso podemos debater à exaustão mas não será assunto para o Ministério Publico, desconfio.
A compra do ST não pode ser vista dessa forma. O ST não foi comprado como uma mera "aeronave de treino". Além de ser adquirido com contornos de chantagem e para fins de propaganda por parte da empresa (que pode dizer que o avião foi comprado por um país NATO),
foi adquirido como aeronave de combate.
-Ao se adquirir o ST como aeronave de combate (se fossem adquiridos 6 ST estritamente para treino, ninguém se queixava), temos agora que considerar o risco para os pilotos, que de repente vão ter que ir combater numa avioneta em pleno século XXI, em teatros de alta intensidade*, quando as missões de combate que irão desempenhar, podiam ser feitas por um UCAV sem riscos. Até em COIN em África, não faz sentido usar o ST.
-Depois, onde é que vão arranjar mais pilotos? É que as esquadras de Monte Real têm défice de pilotos, os problemas em cativar e reter pessoal persistem, portanto não estou a ver onde vão buscar os pilotos para os ST, sendo estas aeronaves de combate. Se têm realmente uma mão cheia de pilotos elegíveis ali escondidos, ou se é tão simples como "aumentar as vagas", a questão é: porque não foi feito isso antes para reforçar as esquadras de F-16?
-E por fim, se por algum milagre arranjam pilotos extra, sem os retirar de Monte Real, porque raio é que vamos desperdiçar talento, com estes pilotos a pilotar uma avioneta que só consegue combater em TOs de baixa intensidade, ao invés de usar este talento em aeronaves mais capazes e que são relevantes para TOs de baixa, média e alta intensidade? A compra e o conceito de emprego não fazem sentido nenhum.
*Sim, se formos apanhados no meio de uma guerra, os ST serão usados para combate, da mesma forma que se enviaram Humvees sem blindagem para o Iraque, por mais inadequados que fossem para a missão. É a retórica da "carne para canhão" que ainda reina por cá, e por falta de meios suficientes.
A FAP vai ter 12 STs.
E alguma coisa vai fazer com eles.
E não há nada que o dc pode fazer para o impedir.
E, se necessario, estou aqui para te gozar por isso. 
Folgamos todos em saber que, se os ST forem usados em combate, e consequentemente começarem a ser abatidos, e os seus pilotos a serem mortos, aqui o saabGripas vai festejar e gozar com os ditos pilotos e as suas famílias.
Comigo? Não tens forma de gozar comigo, no fim de contas, se apanhas uma guerra, certamente não vais torcer que os teus descendentes sejam mobilizados e tenham como apoio aéreo uns ST.