Partindo do princípio de que o miserável controlo do nosso território é para continuar assim como está. Assim sendo, realmente uma parelha de F16 chegam sobram. Faz de conta que controlamos...
Ando a tentar arranjar forma de ocupar/justificar os ST, que são um dado adquirido, e vocês não colaboram. 😂
Até parece que a fartura é tanta em meios que podemos estar aqui a lamentarmo-nos de que era melhor este ou aquele.
Saibam aproveitá-los...
Bom, o controlo do território nacional, faz-se, ou devia-se fazer, com meios que nada têm a ver com o ST. Sendo que a parte da intercepção de ameaças pelo ar, é onde estamos menos mal, comparando com o resto. Uma das falhas levantadas, é o facto de existirem "ângulos mortos" na cobertura de radar nacional, onde avionetas conseguem voar baixo sem serem seguidas por radar. Este caso em concreto, diz-nos que faltam mais radares em terra, nomeadamente móveis (olha, comprar 2 pequenas baterias de NASAMS pelo preço daquele 6º KC-390, resolviam uma lacuna eterna das FA e ainda trazia pelo menos 2 radares decentes), e falta de AWACS (que por sua vez permitiam esticar a cobertura de radar pelo Atlântico).
Faltam também helicópteros militares, para lidar com slow-movers e para interceptar, por exemplo, droga largada das aeronaves, para transportar forças policiais, etc. Hoje, recorremos aos Lynx da Marinha e a um bando de helicópteros civis para desenrascar.
Falta também um segundo QRA (idealmente um terceiro também) de F-16, para pelo menos um dos arquipélagos (idealmente para os dois), ou em alternativa, uma aeronave tipo A330 MRTT, que permita que os nossos F-16 possam realizar intercepções (e não só) por todo o Atlântico, sem medo de ficar sem gasolina pelo caminho.
Sei que vai haver gente a propor coisas esquisitas, como meter lá os ST em QRA, ao qual basta responder que o ST pura a simplesmente não presta para andar a interceptar Tu-95, Tu-160, aeronaves executivas, etc.
De frisar também que, ao se dar mais missões ainda aos ST, maior o risco de outras esquadras, nomeadamente de caça, perderem essas missões e consequentemente o investimento/pessoal/aeronaves.
Algumas das necessidades nacionais serão a criação de empregos, se possível qualificados, desenvolvendo da indústria nacional, captação de investimento estrangeiro, salvaguarda dos postos de trabalho e indústrias existentes...
Também são fatores a ponderar na hora das escolhas.
Volto a repetir, saibamos nós aproveitar e exigir dos nossos governantes resultados.
A começar pelo fim, os nossos governantes não podem fazer nada, a não ser que andassem de pistola em punho a obrigar governantes de outros países a comprar os produtos Embraer produzidos cá. Mais uma vez, é por isto que é importante fazer uma prospecção de mercado antes de se andar a inventar. Existem sectores que se sabe que darão lucro, porque a procura é imensa, como o caso da produção de munições diversas e drones de vários tipos.
Em vez disso, tudo o que era unidade de produção de munições foi fechada, temos o caso do AA que tem sido propositadamente afundado pelo Governo, e temos um produtor de drones nacionais, bastante interessantes, a quem o Governo se recusa a adquirir alguma coisa (Tekever). Existem formas de solucionar problemas nas FA e envolver a indústria nacional. Isto não se vai aplicar a todos os programas, porque tal seria impossível, mas também não é a adquirir meios de nicho, que nós adquirimos em pouca quantidade, e que pouca gente irá adquirir, que se faz.
Se o negócio do KC a certa altura pareceu excelente porque no mercado havia falta de aeronaves naquela classe, para substituir os Hércules ainda assim está longe de ser um sucesso de vendas (*o negócio com a Boeing era o mais cobiçado, e agora estão com esperança num negócio com a Índia), também por culpa de ser uma aeronave que afinal custa mais de 100 milhões a unidade (quase o dobro do que originalmente publicitado).
*estes negócios, se se concretizassem, provavelmente envolveriam a totalidade da produção das aeronaves nos próprios países, o que fazia com que o "lucro" para nós seria muito reduzido, senão mesmo nulo.
Depois, manter este pessoal empregado, são outros 500. Na falta de encomendas internacionais, vamos andar a adquirir infinitos KC e ST só para manter algumas centenas de postos de trabalho? Mais vale dedicarem-se à produção de drones "kamikaze", pelo menos esses terão uma procura desenfreada.