Qual destes países tem a nossa dimensão, posição geográfia, TO's, missões e, sobretudo, participação em projectos deste tipo de aeronaves?
Mesmo Espanha tem uma dimensão astronómica comparativamente a Portugal (militarmente) e como tal, outras capacidades.
Se, e lá estão os "ses", finalizassemos e operassemos os EH101 na totalidade das suas capacidades (previstas) não teríamos um binómio interessante?
O mesmo com os C295?
Este é um dos receios que espero não acontecer com o KC. Muita parra e depois apenas cargueiro aéreo...
Vendo bem as coisas, muitas vezes não faltam meios, mas sim vontade. E a vontade vem, principalmente, com orçamentos adequados.
O caso da patrulha aérea das nossas águas é por demais evidente.
Estás a fazer as perguntas erradas. Quantos países já tiveram, têm ou poderão ter missões do género, onde COIN possa vir a ser uma parte da missão, e não se atiraram logo de cabeça a um meio dedicado? Países esses, como a França, que têm muito mais dinheiro que nós, e portanto, comprar uma dúzia de STs ou algo semelhante, não faz mossa no orçamento. Compara agora com Portugal, onde o orçamento é sempre curto para tudo, até para o mais básico.
Aí é que está a questão, nós não conseguimos ter as capacidades militares básicas, quanto mais ter capacidades militares complementares, para missões específicas.
Os Merlin, também faziam um bom "par" com UH-60 armados, com Apaches, ou o que seja. A diferença é que, sendo os 101 e os ST meios de tipologias totalmente diferentes (um VTOL, o outro não), surgirão cenários onde terás um sem o outro. Os Merlin, para missões militares, precisam de um helicóptero de apoio, da mesma forma que os países mais endinheirados fazem com os Chinook. Faz-nos falta um helicóptero armado, para missões como as de África, e muitas outras. Dito isto, e sabendo que em África há necessidade de ter meios para CAS/COIN, ter lá um helicóptero armado safava muito bem nesta missão, e apresentava maior versatilidade em demais missões nos TOs onde participasse, não sendo necessário adquirir um modelo de aeronave completamente diferente.
Também é de frisar que, fala-se em amizades e afins com países da CPLP e PALOP. Temos países "amigos" em África, com Super Tucanos, e nunca foi colocada em cima da mesa a possibilidade de estes mesmos países, apoiarem as nossas tropas. É preciso ir o tuga, que não é propriamente rico, tapar os buracos que os outros não se querem dar ao trabalho de tapar.
Relativamente aos C-295, seria um binómio interessante ter C-295... com AC-295 ou C-295 ISR (versões armadas tipo "gunship"). Uma só logística, um modelo de aeronave, em variantes distintas. Acabando-se a missão em África, estas variantes do C-295, poderiam fazer outras missões, como patrulha marítima, tal como já acontece com os VIMAR que temos.
Vantagens do C-295 armado:
-bimotor, logo mais resiliência a danos
-adaptabilidade, sendo que fora das missões de CAS, pode executar outras missões como se de um C-295 normal se tratasse
-capacidade de ser abastecido no ar
-payload semelhante ao Super Tucano. Não me surpreendia se pudesse também vir a ser equipado com o míssil Marte como a versão MPA, aumentando o leque de missões
-conjunto de sensores mais completo
-já possuímos C-295, logo simplifica-se a logística
-canhões/metralhadoras nas portas, permitem atacar alvos sem que a aeronave tenha que apontar o nariz e descer em direcção ao alvo, correndo menores riscos.
Acrescentar também que, a plataforma C-295 tem um potencial enorme, quando realmente se investe nela. Além das versões que possuímos, mais a versão AC-295 e ISR que mencionei, também pode ter uma versão AEW e ainda receber capacidade AAR, certificada para abastecer helicópteros.
Se a ideia passa por ter o binómio asa rotativa/asa fixa nas missões em África e similares, no mínimo avaliavam-se todas as opções no mercado, em vez de um ajuste directo com contornos questionáveis.
Se a ideia fosse sair de África, concordava contigo.
Mas se a ideia é ficar, é um meio que faz muita falta.
Basta ver o que o grupo Grupo Wagner está a fazer no Sudão para perceber que as coisas vão ficar mais complicadas.
Quanto aos pilotos, supostamente agora estão a pilotar secretarias.
Ora aí está uma questão pertinente. Se as coisas ficam mais complicadas, continuamos lá? Sob o risco de virem os KC-390 a carregar corpos dos nossos militares? É que até agora, o planeamento que vejo, é para investir em meios, presumindo que as coisas se mantém mais ou menos como estão naquele TO, sem nada de muito complicado à mistura. Se a coisa complicar, como é? Quem garante que é sequer viável usar os ST a partir daí?
Dito isto, parece-me que é aposta mais segura recorrer a helicópteros. Assim, se por alguma razão, a missão acaba, continuamos a ter um meio extremamente versátil em mãos, e cujo treino de combate das tripulações, tem valor para TOs variados.
Quanto aos pilotos das secretárias, existem sequer em número suficiente para as acções de instrução, e ainda para destacar em África (mínimo 2 pilotos de cada vez, idealmente 4)? Fora o pessoal de terra, que já é pouco para os meios que há, vai ter que se aumentar para os helicópteros de evacuação (se vierem), aumentar para os ST, e acrescentar mais algum pessoal para poder destacar, sem que a capacidade de manutenção e operação das aeronaves em Portugal sofra da falta de pessoal.
Posto isto, questiono, Portugal como membro da NATO ao adquirir material ao Brasil que não pertence à aliança e que está sempre mais próximo dos seus parceiros dos BRICS, na eventualidade de a NATO entrar em algum conflito em que o Brasil não concorde ou esteja mais próximo dos seus parceiros estratégicos, como fica Portugal e países com material adquirido à Embraer (Brasil) no caso destes embargarem o fornecimento de peças sobresselentes e outro tipo de manutenção, ficaremos a depender deles?
Plot-twist, as FA portuguesas e aliadas em África, entram em confronto com o grupo Wagner. O tio Putin não gosta disso de ter os seus a serem mortos por aeronaves brasileiras, dá a ordem ao Brasil para ordenar Portugal a não usar os ST contra eles, senão...