A exemplo do que fazem já outros países, o Exército Português e os outros ramos das Forças Armadas devem ter em conta a componente "imagem" - para além da componente meramente prática - na escolha do uniforme em geral e do camuflado em concreto. No mundo atual, a imagem é fundamental.
Não interessa muito para Portugal fazer um enorme esforço em mandar as suas tropas para missões internacionais, para depois ninguém saber que elas estão lá, uma vez que usam uniformes camuflados que não se destinguem dos usados pelas tropas de outros países. É isso que acontece desde que, na década de 1990, o Exército Português adoptou um camuflado inteiramente copiado do DPM britânico (usado pelos militares do Reino Unido e de inúmeros outros países), deixando de usar um modelo próprio.
Diversos países avançado, como a Austrália, a Bélgica, a Suécia e outros, entenderam há muito a importância da componente imagem nos seus uniformes. Estes países adotaram padrões camuflados muito próprios, que imediatamente distinguem a nacionalidade dos seus militares .
Porque não voltar ao tradicional camuflado m/63 em uso no Exército Português até à década de 1990 ? Este camuflado tinha um padrão próprio que - além de bem adaptado à paisagem típica do território português - o distinguia claramente como português, distinguindo-se de modelos estrangeiros. Curiosamente, alguns países estrangeiros - como o Brasil - apreciaram as qualidades deste padrão, adptando-o para as suas forças armadas, onde é conhecido ainda por "camuflado português". Ou seja, ironicamente, há exércitos estrangeiros a preferirem o camuflado português, enquanto que o Exército Português prefere os camuflados estrangeiros...