Por mim, não me importava que fossem oferecidas as corvetas BdA e JC a alguns países como Moçambique e Cabo verde.
Cá por mim, se eles quiserem os navios, tudo bem. Mas também os devemos oferecer ao Senegal, à Namibia, ou a outros países africanos que possam estar interessados.
Duvido, ou melhor, estou absolutamente seguro, de que Moçambique ou Cabo Verde não têm capacidade para operar esses navios.
Durante a guerra em África, até os Cacine tinham que vir a Lisboa para efectuar reparações. Desde as independências, foi constuido algum estaleiro nalgum dos PALOP's?
Eu acho que não. Portanto, se não havi nem capacidadde para limpar o casco de um Cacine, como é que se vai fazer uma reparação numa corveta, que já não é um navio novo e com motores já relativamente antiquados?
Acho que a CPLP poderia ser potenciada na sua vertente militar de forma a criar uma nova realidade geo-estratégica no Atlântico sul, mas só poderiamos contar com Portugal e Brasil para isso, e seria necessário que houvese vontade para essa cooperação e dinheiro.
A CPLP, é uma invenção engraçada, mas que na realidade ninguém está interessado em potênciar. Os países africanos estão interessados apenas no que lhes puderem dar, e o Brasil, não está minimamente interessado em contribuir para essa realidade, se não ganhar bastante com ela (no que não podemos criticar os brasileiros).
Portanto, a CPLP, corresponde em grande medida a uma visão portuguesa de uma espécie de Comonwealth, que não tem pernas para andar, mas também não tem vontade, porque a cabeça pende para um lado, o coração pende para outro, e as pernas pendem para o chão.
É uma realidade decorrente da enorme dispersão geográfica daquilo que foi no passado o império português. Os países de expressão portuguesa, estão separados por muitos quilometros e por realidades regionais completamente diferentes. O Brasil, tem que se preocupar com coisas como o Chavez, a Argentina ou o problema na Bolivia, Angola preocupa-se com o Zaire, Moçambique preocupa-se com a África do Sul e com o Zimbabwe, São Tomé preocupa-se com a Nigéria, Timor preocupa-se com a Austrália e com a Indonésia, e Portugal, preocupa-se com o deficit, e futuramente, deixará de se preocupar com as Forças Armadas, quando entregarmos a nossa defesa aos espanhóis, o que não levará mais que 15 a 20 anos.
Logo, a CPLP, também não interessa aos espanhóis, porque o Brasil é demasiado grande, pelo que, quando se integrar o exército português no futuro exército da ibéria, a nossa participação na CPLP também acabará por acabar.
Este futuro não é certo, mas o caminho que estamos a traçar, leva a esse destino, se nada acontecer para o evitar.
Cumprimentos