Que se note, que eu não estou em desacordo com a utilização operacional que se vá dar aos futuros helicópteros. O que eu digo, é que talvez fosse de pensar se este caminho de ter uma quantidade muito grande de aeronaves de asa rotativa faz sentido.
Eu não tenho uma visão de Forças Armadas, constituidas por capelinhas. Tenho uma visão integrada das forças, por isso, para um país pequeno, eu penso que deveriamos ter linhas de manutenção de equipamentos tão uniformes quanto possível.
A minha questão, portanto é:
Será que o numero de situações onde será necessário um EC-635 (para dar um exemplo) é suficiente para o utilizar em vez do NH-90?
Dou um exemplo:
Que helicóptero para observação.
Eu acho que nenhum helicóptero é bom para observação, pela simples razão de que, se no Iraque, abateram um Blackhawk com uma carabina, então, se calhar um EC-635 pode ser abatido com uma fisga, uma zarabatana, ou até à pedrada (estou a ser sarcástico claro).

O campo de batalha, vê-se com drones teleguiados, ou outro tipo de equipamento de vigilância. E o que eu vejo é o exército a pensar em helicópteros novos, que dentro de alguns anos, deixarão de fazer sentido (se é que não deixaram já).
Vamos mandar um oficial para 100Km de distância e vamos comprar helicópteros para ele?
Mas os sistemas de comunicação do futuro não deviam facilitar a comunicação e utilização de software que permita controlar as tropas, mesmo a distâncias de 100 150 ou mesmo 200 quilómetros?
Nestas condições, será que vale a pena pensar em helicópteros para enviar pequenos grupos de pessoas, quando cada vez mais as comunicações reduzem as distâncias?
Dito isto, mais uma vez recordo que não estou em absoluta oposição à aquisição de tais meios, se, forem julgados necessários para as actuais circunstâncias. Mas tenho que dizer que se me pedirem para defender a sua utilização, eu não o sei fazer.
Eu continuo a achar que eh o homem que faz a guerra não os meios.
O homem é cada vez menos importante. É a tecnologia que ganha as guerras. A unica situação em que a vantagem da tecnologia não ganha guerras, é nos conflitos assimétricos, porque ainda não foram desenvolvidas as tecnologias que o permitam fazer. No entanto lá chegaremos.
Mas em guerras convencionais, que não haja dúvidas. A tecnologia superior, sempre ganhou. Ganhou na guerra do pacifico, com a bomba atómica, ganhou na Europa, quando o Mustang, conseguiu superar o ME-109 e o FW-190 em poder e autonomia, e assim acompanhar os bombardeiros que destruíram grande parte da capacidade da Alemanha para lutar. A tecnologia venceu na primeira guerra, quando o tanque tornou inútil a trincheira, venceu. Venceu na Polónia em 1939, e na França em 1940, quando o exército motorizado venceu o exército movido a cavalos.
A tecnologia ganha sempre. O mundo está cheio de campas de homens corajosos, de que ninguém falará, porque a tecnologia, os varreu da História.
Nos somos assim, precarios mas duros de roer. Sempre foi e sempre sera
O que é duro de roer é o povo. As forças armadas, muitas vezes, deixaram muito a desejar. E essa verdade deve estar sempre na mente das pessoas. Estamos muito longe de ser invencíveis. Ter os pés no chão e entender as nossas fraquezas, é o primeiro passo para ganhar qualquer conflito.
De qualquer forma, não tenho tido oportunidade de dar uma olhada (com olhos de ver) no tema, com mais propriedade e profundidade, nomeadamente no que respeita aos preços dos helicópteros.
Cumprimentos