Suecos procuram submarino russo na maior mobilização militar desde a Guerra Fria
Depois de três relatos considerados credíveis, a Suécia lançou uma mega operação na costa de Estocolmo para encontrar o submarino que se acredita que poderá ser russo.
A operação decorre desde sexta-feira e começou quando uma testemunha tirou uma fotografia do que acredita ser um submarino quando este estava a superfície, tendo explico às autoridades que depois submergiu. Este é um dos três relatos que levou a uma mobilização que, segundo a Reuters, não acontecia desde a Guerra Fria. Nessa altura, a Suécia realizava várias operações junto à sua costa para encontrar submarinos soviéticos. Se as atuais suspeitas forem confirmadas, esta será a maior violação de soberania marítima desde a Guerra Fria.
As buscas decorrem a menos de 50 quilómetros da costa de Estocolmo. As autoridades suecas apelidam a operação como uma investigação a "atividade subaquática alheia", ainda que na conferência de imprensa de ontem, o almirante Anders Grenstad, tivesse admito a possibilidade de ser "um submarino ou um pequeno submarino". Acrescentou ainda a hipótese de terem sido mergulhadores com algum tipo de veículo subaquático, mas salientou que não tinham nada que estar naquelas águas. "Isto não nos pertence. É um veículo estrangeiro e não temos indicações de civis envolvidos em atividades subaquáticas", referiu.
No quatro dia de operação estão envolvidos navios, helicópteros, um submarino e a área de busca foi alargada. Entretanto, a Rússia já desmentiu qualquer irregularidade com os seus veículos e lançou a suspeita que teria sido um submarino holandês a navegar na zona. A sugestão foi imediatamente desmentida à BBC por uma porta-voz do ministério da Defesa holandês.
Segundo a Reuters, além dos relatos das testemunhas, os militares suecos intercetaram uma transmissão em russo, numa frequência de emergência. Conseguiram ainda identificar de onde tinha origem (junto à costa de Estocolmo) e com destino ao enclave de Kaliningrado, onde a Rússia tem a sua frota no mar Báltico. O almirante Anders Grenstad garantiu que a Suécia não recebeu qualquer pedido de ajuda. Já o Ministério da Defesa russo assegurou, citado pela agência russa Interfax, que os seus navios e submarinos "estão a cumprir as suas missões nos oceanos de acordo com o estabelecido".
Um especialista sueco em segurança e serviços secretos, Joakim von Braun, explicou a um jornal local, Dagens Nyheter (citado pelo site da revista Time) que poderá tratar-se de um submarino Triton-NN e que estará escondido, à espera que o venham salvar.
DN