Brasil: Potência, mas sem influência

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J.Ricardo

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Brasil: Potência, mas sem influência
« em: Fevereiro 10, 2005, 01:14:34 pm »
Potência, mas sem influência


RUBENS BARBOSA
consultor e presidente do conselho de comércio exterior
da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).


O National Intelligence Council (NIC), órgão de pesquisa e de formulação estratégica da CIA, deu recentemente publicidade a dois interessantes trabalhos sobre as tendências globais e os cenários para o mundo em 2020.

No documento "Tendências Globais 2015", o NIC selecionou alguns fatores que determinarão a conformação do mundo até 2020: demografia, recursos naturais e meio ambiente, ciência e tecnologia, economia global e globalização, governança nacional e internacional, futuros conflitos e o papel das Nações Unidas.

O outro trabalho "Panorama Global em 2020", de certa forma, complementa o primeiro estudo e mostra como a ordem internacional está passando por profundas transformações e como em 2020 o mundo será marcadamente diferente do de 2004.

As transformações que ocorrerem serão influenciadas pela globalização e suas contradições, pelas modificações no panorama geopolítico com o aparecimento de novas potências, pelos novos desafios à governança e por um sentido mais difundido de insegurança.

As principais conclusões do trabalho, no tocante às transformações do panorama geopolítico com a emergência de novas potências, são bastante reveladoras e colocam o Brasil em uma posição de relevo.

* Os EUA continuarão a ser em 2020 a nação mais poderosa do mundo, embora cedendo gradualmente parcelas de poder, que será menor do que o detido hoje. Apesar das crescentes dificuldades econômicas internas e de segurança externa nos EUA, o mundo unipolar liderado por Washington continuará a existir nos próximos 15 anos.

* A Ásia será a região mais dinâmica nas primeiras duas décadas do século XXI. China e Índia emergirão como os novos atores globais no campo político e econômico, como resultado da combinação do elevado e sustentado crescimento econômico, da expansão da capacidade militar, da promoção ativa de tecnologia de ponta e da grande população. A China ultrapassará a todos em termos de gasto com a defesa, perdendo apenas para os EUA, e deverá transformar-se numa potência militar de primeira classe.

* A Europa, com uma dramática redução populacional, deverá perder posição relativa e se distanciar das duas novas potências emergentes, embora não se possa descontar a possibilidade de uma Europa mais forte e unida e de um Japão mais ativo internacionalmente.

* O Brasil, a África do Sul, a Indonésia e a Rússia poderão emergir como importantes potências econômicas, mas não terão a mesma influência política global da China e da Índia e, por isso, terão um impacto geopolítico mais limitado e dificilmente terão condições de se transformar em motores de crescimento econômico nas respectivas regiões.

* O aparecimento desses países poderá reforçar a atuação da China e da Índia e permitir a formação de novos alinhamentos internacionais, como foi o caso do G-20 no contexto da OMC.

O exame desses documentos aponta para uma situação bastante negativa para a America  Latina. No sumário introdutório do "Panorama para 2020", a região não é nem mencionada, o que não deixa de significar uma forte indicação da sua desimportância para os rumos da política e da economia mundiais, na percepção da comunidade de tomadores de decisão em Washington.

A perspectiva é a de que a região continuará a perder influência nas questões mundiais e ficará crescentemente marginalizada e distante dos países desenvolvidos.

O Brasil e o Chile aparecem como exceções nesse cenário negativo por suas crescentes vinculações com os pólos dinâmicos da economia mundial, em especial com a Ásia. O Brasil é visto como um Estado-chave, por sua democracia vibrante, economia diversificada, população empreendedora e instituições econômicas sólidas e seu desempenho exercerá uma profunda influência na região.

A perspectiva de o Brasil emergir como uma potência econômica global até 2020 torna urgente a discussão e a definição, a partir da próxima eleição presidencial em 2006, de uma agenda para o futuro e de uma sólida parceria entre governo e setor privado para assegurar a efetiva defesa do interesse nacional em um mundo em mudança.
 

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dremanu

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« Responder #1 em: Fevereiro 15, 2005, 03:58:05 pm »
João Ricardo:

O pessoal da América Latina tem razão em dizer que, no campo político, na maioria dos casos são ignorados pela Europa e USA, no entanto, e o que nunca se lembram de mencionar o pessoal que escreve estes artigos, é que o pessoal da América Latina no plano político até hoje nunca fez nada de revolucionário. Desde o momento em que ganharam a independência, até hoje, nunca apresentaram nada de novo, sempre se limitaram a implementar as currentes políticas que vêm ou da Europa ou da USA.
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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J.Ricardo

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« Responder #2 em: Março 18, 2005, 02:44:06 pm »
E sempre que tentaram levaram um "pé-na-bunda", vide Chile, Nicaragua, PA dos EUA estacionados em frente ao litoral brasileiro... Há textos que dizem que o Chile seria o primeiro país socialista realmente democrático, mas fazer o quê? É tentar e levar um PÉ-NA-BUNDA!!!!!!!
 

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CC

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« Responder #3 em: Abril 12, 2005, 09:06:37 pm »
Citação de: "dremanu"
João Ricardo:

O pessoal da América Latina tem razão em dizer que, no campo político, na maioria dos casos são ignorados pela Europa e USA, no entanto, e o que nunca se lembram de mencionar o pessoal que escreve estes artigos, é que o pessoal da América Latina no plano político até hoje nunca fez nada de revolucionário. Desde o momento em que ganharam a independência, até hoje, nunca apresentaram nada de novo, sempre se limitaram a implementar as currentes políticas que vêm ou da Europa ou da USA.



olhe que não é bem assim. Nos últimos anos o Brasil tem assumido o papel de país líder da América do Sul e pretende, inteligentemente, unir esforços com os países africanos do atlântico sul, tanto é que as suas relações com Angola, Namíbia e Africa do Sul são já bastante estreitas e num futuro não muito distante esta aliança assumirá o controlo do atlântico sul com as óbvias consequências para os países do atlântico norte. Os nossos governos têm sucessivamente ignorado isto... mas olhe que a nossa vizinha Espanha está em cima do acontecimento.

O brasil tem pensamento geopolitico, coisa que na europa apenas 3 ou 4 países possuem
 

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Luso

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« Responder #4 em: Abril 12, 2005, 10:51:20 pm »
Concordo com a sua observação, CC. O Brasil vê mais longe...

Estamos mesmo a precisar de um Mourinho Político! :mrgreen:
- Vários, aliás...
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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dremanu

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« Responder #5 em: Abril 26, 2005, 02:50:02 pm »
Não alinho no pensamento que o Brasil se vai transformar numa potência da noite para o dia, ou que o Brasil tem mais pensamento geo-político.

O Brasil hoje em dia atravessa o que se poderia chamar de uma guerra civil. Só em São Paulo, em média, por ano, morrem umas 3000 pessoas assassinadas, e creio que o total para o país ronda à volta das 35000 por ano. Isto faz do Brasil um dos, se não for o mais, violento país do mundo.

Aliado a este problema da violência vem o da miséria extrema, porque o Brasil tem no mínimo uns 40 milhões dos seus cidadãos que vivem em pobreza extrema.

E que soluções é que o governo Brasileiro apresenta para resolver estes problemas? Até hoje não vi nenhuma, é só demagogia. Enquanto o Brasil não procurar melhorar a condição dos seus milhões de cidadãos que vivem na extrema pobreza, dificilmente cumprirá o seu potencial.

No entanto acredito bastante no país, mas acho que está muito longe de se tornar a tal potência que muita gente gostaria de o vir ser.
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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J.Ricardo

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« Responder #6 em: Maio 06, 2005, 03:58:50 pm »
Citar
Pesquisa aponta Brasil como 2º país com mais mortes por armas de fogo
 
da Folha Online

O Brasil ocupa o segundo lugar em um ranking que compara taxas de mortes causadas por armas de fogo de 57 países. A pesquisa, realizada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), aponta que 21,72 brasileiros morrem por armas de fogo a cada 100 mil.

Somente a taxa da Venezuela --30,34 mortes-- foi superior. O Japão foi o país que obteve o melhor resultado, com apenas 0,06 óbito. O levantamento também comparou o número de assassinatos. No Brasil, foram 19,54 a cada 100 mil. Na Venezuela, 22,15; na Argentina, 4,34 crimes.

A comparação foi realizada com base em registros da OMS (Organização Mundial de Saúde) referentes aos anos de 2000 a 2003. No Brasil, o estudo recorreu a dados do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade)/Datasus e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O resultado foi entregue nesta quinta-feira pelo representante da entidade no país, Jorge Werthein, ao presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE). A intenção, segundo Werthein, é sensibilizar o Congresso para agilizar a votação do decreto que prevê a realização de um referendo popular sobre o fim da livre comercialização de armas no país.
Educação

No encontro, Werthein apresentou também os resultados preliminares de um estudo que pretende medir o impacto da violência e das armas de fogo sobre a qualidade do sistema educacional brasileiro.

O levantamento aponta que cerca de 35% dos estudantes entrevistados afirmam ter visto armas dentro da escola, sendo que 12,1% viram revólveres.

Participaram da pesquisa 10.069 estudantes de 113 escolas da rede pública localizadas no Distrito Federal, São Paulo, Salvador, Porto Alegre, Belém e, apenas na parte qualitativa, Rio de Janeiro.


Este é um motivo a mais para que o plebicito s/ a proibição do comércio de armas de fogo seja feito, mas não vejo o que a situação interna tem a ver com nosso propósito de almejar maior projeção internacional, a Índia com certeza vive situação social pior que a nossa, no entanto também briga para ser mais ouvida no cenário internacional. Se o Brasil ficasse apenas quieto no "seu canto pensando no proprio umbigo" talvés nunca teria sido criado o G20, ficariamos assistindo a Europa e EUA arruinando nossa agricultura com seus subsídios e aceitando essa situação de subserventia histórica em relação a Europa e EUA. Vale lembrar que a cadeira no CS da ONU é um direito adquirido pelo Brasil pelo seu papel na 2º GM e que por motivos políticos foi deixado de lado na criação da ONU e teve até seu papel subvalorizado no pós guerra. Acredito que a posição do Brasil deve estar incomodando muito os países do norte, embora tenhamos hoje ótimas realações com os EUA, sem no entanto deixarmos de expressar nossa opinião, é isso que se espera de um país democratico e isso que estamos fazendo. (embora não goste do presidente Lula).
« Última modificação: Maio 09, 2005, 03:20:18 pm por J.Ricardo »
 

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Luso

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« Responder #7 em: Maio 06, 2005, 09:18:34 pm »
Leis típicas de histéricos e senhoras.
Com tais diplomas só os bandidos estarão armados.
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« Responder #8 em: Maio 09, 2005, 03:18:15 pm »
Citação de: "Luso"
Leis típicas de histéricos e senhoras.
Com tais diplomas só os bandidos estarão armados.


Discordo, quanto menos armas estiverem em circulação melhor, quem tem que andar armado é a polícia, até pq conheço vários casos de brigas de transito que acabam em morte pq um dos envolvidos "perdeu a cabeça" e resolveu que uma bala na cabeça do outro era o melhor argumento!
 

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Luso

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« Responder #9 em: Maio 10, 2005, 12:05:31 am »
Liberdade é responsabilidade, meu amigo.
Eu tenho armas (e muita outra gente que eu conheço) e não somos nenhuns assassinos.
E depois contabilize os mortos que resultam de condutores embriagados e depois proíba os carros para toda a gente!
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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J.Ricardo

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« Responder #10 em: Maio 10, 2005, 12:17:02 pm »
Luso, nós vivemos em realidades diferentes, na Suiça tem mais armas que Portugal e duvido que seja mais violenta (se pode-se dizer que em Portugal aja violência), os problemas do Brasil são diferentes dos Problemas de Portugal, portanto não ache que ter armas em Portugal é o mesmo que ter armas no Brasil. Aqui as leis são ineficazes e por muitas vezes crimes cometidos por pessoas comuns como essa briga de transito acabam em pizza, ou seja, o assassino doa umas cestas-básicas e esta tudo certo, não adianta também querer mudar todas as leis pq demoraria muito e ONGs (em sua maioria financiadas por entidades estrangeiras) não estão interessadas que as pessoas paguem seus crimes na cadeira, muito pelo contrário, daqui a pouco vão precionar para que os criminosos paguem por seus crimes na "Beto Carreiro Word", principalmente ser forem menores de idade. Por isso eu repito deve-se realmente proibir o comércio de armas no Brasil, lógico, que na lei há casos e casos, por exemplo, comércio de armas para a prática de esportes, coisa que vai estar regulamentada pela lei. Em Portugal acredito que a lei seja muita mais respeitada que no Brasil, portanto duvido que vc vai querer resolver uma briga de transito a base da bala. Portanto não queira comparar as duas realidades, até pq o texto que coloquei acima deixa claro o problema que enfrentamos no Brasil. Tá certo que também tem muita gente contra essa lei no Brasil, até dizendo que as pesquisas são fajutas, mas a maioria do povo esta a favor e portanto em breve só três tipos de pessoas teram armas no Brasil: o policial, o praticante do tiro esportivo e bandido, e este último tera muito mais dificuldade para conseguir sua arma, já que não tera como roubar mais a arma do cidadão comum.
Mais uma coisa, não cair na ignorância de comparar carro com arma, o carro em sua essência é um meio de condução que utilizado de forma equivocada pode provocar a morte, a arma em sua essência é uma máquina de matar!
 

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Guilherme

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« Responder #11 em: Maio 11, 2005, 02:40:22 pm »
Luso, não dês importância a esses anti-armas. Não há argumentação que os faça enxergar a realidade.
 

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J.Ricardo

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« Responder #12 em: Maio 11, 2005, 03:28:33 pm »
Idem, minha resposta a você neste caso é idem!!!
 

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Guilherme

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« Responder #13 em: Maio 11, 2005, 04:16:20 pm »
hahahaha
 

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J.Ricardo

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« Responder #14 em: Maio 12, 2005, 02:12:37 pm »
:G-beer2: