Educação: PS ataca novamente

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Spectral

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« Responder #30 em: Março 05, 2004, 06:29:46 pm »
o alargamento da escolaridade obrigatória até ao 12ºano não irá resolver NADA!!

No geral concordo com as opiniões do emarques e do Ricardo Nunes ( 200 posts heim?::nice:)

Não acredito que exista um sistema educativo perfeito. Este será sempre sujeito às condições específicas do lugar/tempo a que se destina...  Não é por acaso em países de maior dimensão que a nossa os departamentos educativos regionais têm grande independência.

Mas a ignorância e o desinteresse dos portugueses continua a ser impressionante. Sempre assim foi, e infelizmente não parece estar a melhorar muito (apesar de haver alguns sinais positivos)... Perguntem ao português médio algo sobre ciência ou literatura estrangeira ( p.ex), e terão respostas muito interessantes!  :D

cumptos
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

R.P. Feynman
 

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emarques

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« Responder #31 em: Março 06, 2004, 02:46:51 am »
Citação de: "Spectral"
Mas a ignorância e o desinteresse dos portugueses continua a ser impressionante. Sempre assim foi, e infelizmente não parece estar a melhorar muito (apesar de haver alguns sinais positivos)... Perguntem ao português médio algo sobre ciência ou literatura estrangeira ( p.ex), e terão respostas muito interessantes!  :D

cumptos


Penso que por vezes o ensino português foca Portugal em demasia. Na literatura e na história. A história de Portugal é ensinada de tal forma que parece completamente destacada da história do resto do mundo. Sim, é óptimo que os alunos saibam tudo sobre a crise de 1383-85. Mas também conhecer um pouco os movimentos sociais que aconteciam na Europa toda, ou o cisma papal, ou a Guerra dos Cem Anos. Porque esses factos também fazem parte do desenvolvimento da crise. Mas não se aprende nada disto. Como também quase não se ouve falar de autores estrangeiros, (sim, as aulas são de português, já sei) que podiam ajudar a perceber o desenvolvimento da literatura portuguesa.

Por outro lado, faça a pergunta a um estado-unidense. Não precisa de ser ciência ou literatura. Uma vez vi o Jay Leno a fazer perguntas na rua: "O que foi a Guerra Fria?" - "Hmmm, não sei, deve ter sido no Alasca, não?" - E não, não fiquei com a ideia que fosse de propósito. Claro que há de tudo, mas a média é, ao que parece, bastante má. Citando um americano: "Apesar da má opinião que se considera que os europeus têm sobre os conhecimentos do americano médio, julgando pelo que os europeus consideram de conhecimento geral continuo a achar que é impossível para um europeu conceber quão mau é o sistema de ensino dos Estados Unidos."
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

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dremanu

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« Responder #32 em: Março 16, 2004, 03:15:52 pm »
Relatório europeu: Portugal "apresenta resultados decepcionantes" na educação
 
Isabel Leiria

PÚBLICO

Apesar de "recentes iniciativas para melhorar a qualidade do ensino", os resultados na área da educação "continuam a ser medíocres", com Portugal a apresentar a mais elevada percentagem de abandono escolar precoce da União Europeia (UE) - 41,1 por cento, bem mais do dobro da média comunitária.

A avaliação consta do último relatório da Comissão Europeia sobre a concretização dos objectivos definidos na "Estratégia de Lisboa" e que será apresentado ao próximo Conselho Europeu da Primavera, a realizar no final do mês.

Quatro anos depois do Conselho de Lisboa, quando foi estabelecida a meta de, até 2010, tornar a Europa "na economia baseada no conhecimento mais dinâmica do mundo, capaz de garantir um crescimento económico sustentável, com mais e melhores empregos e com maior coesão social", os "progressos realizados pela UE são manifestamente insuficientes", lê-se no relatório.

No caso de Portugal, os indicadores relativos à educação e formação, não sendo os únicos, são dos que mais fazem afastar o país da média dos Quinze. Veja-se o caso do chamado "abandono escolar precoce" - número de jovens entre os 18 e os 24 anos que apenas têm, no máximo, o 9º ano de escolaridade e que não estão a frequentar acções de formação ou educação.

Em 2003, a média da UE atingiu os 18,1 por cento, valor ainda muito distante dos dez por cento que se quer obter até 2010. Em Portugal, a percentagem ascendeu aos 41,1 por cento. Se se atender aos números relativos apenas aos rapazes, conclui-se que quase metade (48,3 por cento) dos jovens portugueses não estudaram para além do ensino básico. Em toda a Europa dos Quinze ou mesmo na Europa alargada, há uma única situação comparável: Malta.

É certo que os valores têm decrescido, mas a progressão é lenta. Em dez anos, a Espanha - actualmente o segundo Estado-membro mais mal classificado - conseguiu reduzir o abandono escolar precoce em oito pontos percentuais. Portugal conseguiu baixar 5,6 pontos percentuais. Exige-se pois uma "intervenção urgente", apela a comissão.

Jovens mais instruídos

O problema torna-se mais complicado quando o atraso educativo de Portugal é de tal ordem que mesmo progressos assinaláveis e sem paralelo entre os Estados-membros continuam a deixar o país no fim da tabela.

É o que acontece com a evolução da taxa de conclusão do ensino secundário, no que é reconhecido pela Comissão Europeia como um "acentuado aumento do nível de instrução dos jovens" e destacado entre um dos aspectos mais conseguidos na prossecução da "Estratégia de Lisboa" - tal como a "concretização de acções para fomentar a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação, as despesas em investigação e desenvolvimento e a inovação".

Entre 1999 e 2002, o número de jovens entre os 20 e os 24 anos que completaram o 12º cresceu em média 1,8 pontos percentuais por ano. Ainda assim, o panorama é este: enquanto menos de metade (47,3 por cento) da população portuguesa desta faixa etária tem o ensino secundário, a média da UE é de três em cada quatro jovens com esta habilitação. A média dos futuros Estados-membros (os dez que entram a 1 de Maio mais a Roménia e a Bulgária) ascende aos 88,3 por cento.

Não é, no entanto, por falta de dinheiro investido que Portugal merece os reparos da Comissão Europeia. A percentagem do produto interno bruto (PIB) gasto em educação (5,89 por cento em 2001) é superior à média comunitária e à de países como o Reino Unido, a Espanha, a Irlanda, a Holanda ou a Alemanha. Mas ninguém bate o investimento realizado pela Dinamarca (8,4 por cento), Suécia ou Noruega.

Já no que respeita às despesas em investigação e desenvolvimento, a situação portuguesa inverte-se. Só a Grécia gasta menos do que os 0,8 por cento do PIB português e está-se muito longe dos dois por cento da média comunitária. Também em relação a outros indicadores estruturais, como o número de diplomados em ciências e tecnologias ou a aprendizagem ao longo da vida, Portugal coloca-se no extremo inferior da escala.

Serão então os dados relativos à educação (e também à produtividade, à população em risco de pobreza e outros) que levam a Comissão Europeia a concluir que, na análise à progressão dos Estados-membros desde 1999, Portugal "apresenta resultados decepcionantes". O mesmo acontece com a "Alemanha, o Luxemburgo, e a Áustria", por oposição aos "progressos assaz positivos da Bélgica, França e Grécia".
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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dremanu

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« Responder #33 em: Outubro 23, 2004, 12:15:39 am »
Estou a ressuscitar este tópico, porque achei muito interessante esta notícia. Faz-me pensar, porque é que não é os esquerdistas de plantão a proporem tal legislação. Imaginaria que com tanta preocupação pelos direitos humanos, e justiça social, e tal, já teriam chegado a tão simples conclusão, que devia-se facilitar a vida dos país, através da implementação deste sistema. Tomara que isto aconteça, e que se venha a implementar.

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PP quer alterar legislação de manuais escolares

Partido classifica modelo actual como «irracional»

O CDS-PP quer ver alterada a legislação sobre manuais escolares, classificando o modelo actual como "irracional" e estimando o seu custo anual para as famílias em 150 milhões de euros.

"O sistema que perdura há muitos anos é irracional para os alunos, caro para as famílias, injusto para a sociedade", frisou Guilherme Magalhães, eleito porta-voz do CDS, juntamente com Teresa Caeiro, na última comissão política do partido, na terça- feira.

Em conferência de imprensa, o porta-voz dos democratas- cristãos anunciou que o partido irá lançar um grande debate sobre este tema, que consta do programa do Governo PSD/CDS, e que irá resultar numa proposta legislativa à Assembleia da República (do Governo, da maioria ou do CDS) até final do ano.

"Nos próximos dias as famílias portuguesas vão ser confrontadas com um gasto de 150 milhões de euros para a aquisição de nove milhões de livros, equivalentes a 4.500 toneladas de papel", quantificou Guilherme Magalhães.

Para o novo porta-voz do CDS, este valor "seria um investimento" se os livros não tivessem apenas "dez meses de vida útil".
"É uma irracionalidade total, que tem de ser urgentemente debatida e resolvida", afirmou, frisando que "não se sabe quem a aproveita mas sabe-se que recai sobre as famílias".

Guilherme Magalhães frisou também "a incongruência do sistema de escolhas dos livros escolares", e deu como exemplo a Matemática, onde apenas para o segundo ano do ensino básico escolas e professores têm de optar entre 43 manuais diferentes.

"Não está em causa a qualidade do ensino, até porque países como Alemanha e Inglaterra já resolveram este problema," afirmou.

Na Alemanha, explicou, os livros pertencem à instituição escolar e são reutilizáveis, enquanto na Inglaterra, pelo menos nos primeiros anos de escolaridade, optou-se por substituir os manuais por exercícios e folhas distribuídas nas aulas.

Questionado porque é que o CDS ainda não avançou com esta matéria, que já foi abordada no Congresso do partido em Setembro de 2003, Guilherme Magalhães afirmou que "existem prioridades e considerou-se que este é o momento oportuno".

Na conferência de imprensa, António Pires de Lima, vice- presidente do CDS, anunciou que os manuais escolares vão ser tema de um dos painéis da primeira reunião do Conselho Económico e Social, órgão constituído no último Congresso.

A reunião terá lugar a 27 de Novembro, com a educação como matéria central e, além dos manuais escolares, o Conselho Económico e Social do CDS, que agrupa quadros da área do partido (militantes e não militantes), irá abordar a liberdade de escolha na educação e o problema do insucesso escolar.

O vice-presidente do CDS, eleito na última reunião da comissão política, frisou que uma das suas principais incumbências passa, precisamente, por "abrir mais espaço no CDS à colaboração dos seus quadros".

"O Conselho Económico e Social reúne um conjunto de intervenientes altamente qualificados na área da educação", acrescentou Pires de Lima, dando como exemplo o nome de Adão da Fonseca, presidente do Fórum Liberdade e Educação que moderará um dos painéis da reunião.

"
Público
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emarques

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« Responder #34 em: Outubro 23, 2004, 02:50:51 am »
Penso que isto nunca terá sido proposto porque, de certa forma, cheira um pouco aos manuais escolares únicos do salazarismo. ;) Por isso, não me parece que o sistema alemão de os livros serem da escola seja muito bom. E eu tenho experiência de usar livros de outras pessoas (Uma das coisas mais frustrantes é a mania das editores de fazer pequenos ajustamentos de uns anos para os outros. Tabelas que não existem, textos na página errada...). Quanto ao outro, de material distribuído na aula, não sei, funciona nas universidades, mas no ensino básico? Eu, se bem me lembro, já teria perdido os papéis antes do fim da aula.

Além disso, e as editoras? Fecha-se metade delas, tudo para a rua? Nunca! Há que proteger as classes trabalhadoras! CGTP, unidade sindical! :P
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« Responder #35 em: Outubro 24, 2004, 08:57:11 pm »
Citação de: "emarques"
Penso que isto nunca terá sido proposto porque, de certa forma, cheira um pouco aos manuais escolares únicos do salazarismo. ;) Por isso, não me parece que o sistema alemão de os livros serem da escola seja muito bom. E eu tenho experiência de usar livros de outras pessoas (Uma das coisas mais frustrantes é a mania das editores de fazer pequenos ajustamentos de uns anos para os outros. Tabelas que não existem, textos na página errada...).

Sempre existe a opção das pessoas comprarem o livro oficial, por si próprios, caso não queiram usar o livro fornecido pela escola. Assim podem escrevinhar à vontade o que quiserem no mesmo. :P[/quote]

Que se lixe as editoras...se não tiverem capacidade para arranjar outros negócios de forma a substituir o que vão perder de dinheiro vindo das impressões desnecessárias anuaís de livro de escola, bem que merecem ir ao fundo.  :wink:
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« Responder #36 em: Outubro 25, 2004, 03:25:48 am »
Citar
Espero que sinceramente vc não acredite nessa opinião!!!
Acredito, pelo menos, que uma das razões para nunca ter proposto nada do género tenha sido um certo preconceito contra a ingerência governamental no conteúdo das aulas.

Citar
Eu não acho que devem ser as escolas a decidirem, (...)isto deve vir do ministério da educação.

O ministério decide o programa curricular, e as editoras criam os livros (supostamente) de acordo com esse programa. Depois as escolas escolhem livros que se adaptem ao ensino do programa delineado. Acho que é assim que funciona, e não vejo grande problema nisso.

Claro que se poderia ter um sistema em que o ministério criasse o programa, as editoras propusessem manuais a concurso público e depois se escolhesse um manual para o país. Mas desde que existam verificações de qualidade dos manuais, não vejo que existam problemas em que existam muitos diferentes.
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« Responder #37 em: Fevereiro 15, 2005, 02:43:19 pm »
Novas informações sobre o sistema escolar.





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