Não creio que seja por isso Cabeça. A Turquia é extensa e tem todo o tipo de ambiente, assim como Israel que, apesar de pequeno, tem desde zonas de densa urbanização e desertos e montanhas. Os Turcos testaram ao limite a aplicação dos calibre em uso nas suas FA (7.62x51, 7.62x39 e 5.56x45) e, tendo já uma excelente armas em 5.56 pronta a ser produzida em escala (Mehmetçik-1), optaram, após os testes, pelo desenvolvimento de uma plataforma em 7.62x51. Bem na realidade não desenvolveram, limitaram-se a copiar e fazer umas ligeiras alterações à HK 417.
ACADO, a Turquia, além de ter a 2ª maior força convencional da NATO, apenas superada pelos USA, tem décadas de experiência de combate em ambientes de baixa intensidade. Não andam propriamente a dormir em termos de conhecimentos de "combate moderno" (o que quer que raio isso signifique). Têm outra coisa que talvez seja fundamental para perceber a opção por um calibre mais potente, o facto de as suas unidades operarem quase sempre sem ter uma panóplia monumental atrás de si. Ou seja, cada vez que uma patrulha ouve um tiro não se pode dar ao luxo de se por a disparar em todas as direcções em modo "spray and pray", chamar os helis e mandar vir os B1-B com JDAMs de 1000kg. Cada tiro deve e tem de contar e o atirador tem de ter a confiança de que o projectil vai fazer o trabalho dele.
Pessoalmente considero que a "normalização" do 7.62x51 foi um erro e mudar para o 5.56 foi outro ainda maior, por imposição da tradicional presunção americana. Mas é com esses calibres que temos agora de contar.