Para o Duarte emoldurar...
President Barack Obama, left, shakes hands with Venezuela's President Hugo Chavez before the opening session of the 5th Summit of the Americas in Port of Spain, Trinidad and Tobago, Friday, April 17, 2009.
(AP Photo/Mariamma Kambon, Summit of the Americas, Pool)
Barack Obama quer diálogo amplo e objetivo com CubaHá 3 horas
PORT OF SPAIN, Trinidad e Tobago (AFP) — O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta sexta-feira, em Trinidad e Tobago, que está aberto ao diálogo com Cuba sobre uma ampla lista de assuntos, mas destacou que não quer "falar por falar".
"Nos últimos dois anos, tenho dito e repito hoje que estou preparado para que minha administração se comprometa com o governo cubano em uma ampla lista de temas, desde direitos humanos, liberdade de expressão e reforma democrática até drogas, migração e assuntos econômicos", destacou Obama em seu discurso na Cúpula de Port of Spain.
"Mas serei claro: não estou interessado em falar por falar, mas acredito que podemos conduzir as relações entre Cuba e Estados Unidos a uma nova direção".
Em seu discurso, Obama prometeu aos líderes americanos uma nova era de diálogo, de igual para igual.
"Comprometo-me com vocês a buscar uma associação de igual para igual (...) Sem parceiros maiores ou menores em nossas relações; simplesmente com um compromisso baseado no respeito mútuo, nos interesses comuns e nos valores compartilhados. Estou aqui para lançar um novo capítulo do compromisso que manterei durante meu governo".
Na véspera, o presidente de Cuba, Raúl Castro, manifestou sua disposição por um diálogo aberto com os Estados Unidos, mas apenas em "igualdade de condições e sem a menor sombra sobre a soberania" cubana.
"Já mandamos dizer ao governo americano, inclusive em público, que estamos abertos a discutir tudo, direitos humanos, liberdade de imprensa, presos políticos, (...) mas isto deve ser em igualdade de condições, sem a menor sombra sobre nossa soberania e sem a mínima violação do direito a autodeterminação do povo cubano", disse Castro em Cumaná (leste da Venezuela), durante a reunião Alternativa Bolivariana para as Américas (ALBA).
Ao falar hoje na Cúpula, Obama destacou que os "Estados Unidos buscam um novo começo com Cuba". "Sei que o caminho é longo para superar décadas de desconfiança (...) mas não estou aqui para falar do passado, e sim do futuro".
O presidente americano advertiu que uma nova relação com a Ilha não depende apenas dos Estados Unidos, mas também dos passos que Havana pretende dar.
Nesta linha, Obama destacou que Washington não pode ser culpado por todos os problemas que ocorrem na América Latina.
"A América não deve interferir em outros países, mas isto também significa que não pode ser culpada por cada problema que ocorre no hemisfério. Somos parte das mudanças que devem ocorrer".
Segundo Obama, "os Estados Unidos já mudaram". "Não foi sempre uma mudança fácil, mas ocorreu. Então considero importante lembrar aos líderes aqui presentes que não são apenas os Estados Unidos que devem mudar. Todos têm a responsabilidade de olhar para o futuro".
Obama disse que seu país está disposto a admitir "os erros do passado" e pediu aos dirigentes latino-americanos que vejam os Estados Unidos como um "companheiro", um "amigo".
"Estou muito agradecido ao presidente Ortega, que não me culpou por coisas que ocorreram quando eu tinha três meses", brincou Obama.
Em seu discurso na Cúpula, o líder nicaraguense, Daniel Ortega, lembrou que Obama acabara de nascer, em 1961, quando ocorreu a tentativa de invasão da Baía dos Porcos (Cuba), com a ajuda dos serviços de inteligência dos Estados Unidos.
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