Revolta no Mundo Árabe

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #60 em: Fevereiro 11, 2011, 03:49:40 pm »
Citação de: "papatango"
Eu tento sempre separar a questão religiosa, da interpretação politica que vários grupos dão à religião.

Parte do mundo árabe utiliza o Corão mais ou menos como os cristãos do ocidente utilizaram a Biblia para justificar as cruzadas.
Os cristãos ortodoxos, por exemplo, consideravam os cristãos da igreja de Roma (Na altura não havia protestantes) como uma espécie de fanáticos perigosos.
Aliás, quando Constantinopla caiu, muitos cristãos ortodoxos disseram que preferiam ser governados pelos muçulmanos, que pelos cristãos de Roma, exactamente por causa do fanatismo religioso.

Mas era outro tempo histórico. Hoje, são os grupos de muçulmanos que se apresentam como fanáticos.

Nem mais !
A quarta Cruzada foi inclusivamente um saque a Constantinopola .
http://pt.wikipedia.org/wiki/Quarta_Cruzada

Um Abraço
God and the soldier all men adore
in time of trouble and no more
for when war is over and all things righted
God is neglected and the old soldiers slighted
 

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cromwell

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #61 em: Fevereiro 11, 2011, 04:19:02 pm »
Mubarak demitiu-se.

É oficial. Agora é o vice-presidente a tomar o poder. E na minha opinião, a coisa não vai ficar gira.
"A Patria não caiu, a Pátria não cairá!"- Cromwell, membro do ForumDefesa
 

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papatango

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #62 em: Fevereiro 11, 2011, 04:51:50 pm »
Isto faz lembrar a « Evolução na Continuidade » da Primavera Marcelista.

Os militares retiraram um militar da presidência e colocaram outro militar na presidência.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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cromwell

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #63 em: Fevereiro 11, 2011, 04:57:02 pm »
Citação de: "papatango"
Isto faz lembrar a « Evolução na Continuidade » da Primavera Marcelista.

Os militares retiraram um militar da presidência e colocaram outro militar na presidência.

Exactamente. Nada mudou.
"A Patria não caiu, a Pátria não cairá!"- Cromwell, membro do ForumDefesa
 

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PILAO251

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #64 em: Fevereiro 11, 2011, 10:54:54 pm »
Como é que dizia o Churchil ? - Alguma coisa tem que mudar, para que tudo fique na mesma.

Mas neste caso, não tenho muita esperança que assim seja, a Irmandade está só à espera de meter, a cabecinha, depois o resto é pescoço.
 

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papatango

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #65 em: Fevereiro 11, 2011, 11:30:38 pm »
E não deixa de ser engraçada a reacção de alguns dos islamistas radicais.

No Irão. os Imãs aflitos congratulam-se com a revolução popular que comparam à revolução de 1979, quando os iranianos ainda não esqueceram os milhares de mortos nas ruas das cidades iranianas, e a revolta esmagada com uma crueldade mongol pela GESTAPO do regime assassino de Ahmadinejad.

Na faixa de Gaza os assassinos do HAMAS, chegaram ao poder como um movimento contra a corrupção da FATAH (verdadeira aliás), mas hoje, transformaram-se numa Mafia que vive do contrabando, da corrupção e da extorsão.
Até na faixa de Gaza já houve protestos contra o HAMAS, mas esses protestos foram logo debelados.

E o caso mais sintomático é o do regime do Partido Socialista da Siria.
É o mais brutal e criminoso de todos os regimes brutais e criminosos do médio oriente.
No entanto, está toda a gente caladinha e ninguém protesta.

Não acham engraçado... :roll:  :roll:  :roll:

De qualquer forma Israel deve colocr as barbas de molho, ainda que eu ache que a questão egipcia é diferente.
O Egipto, como tem sido afirmado por vários observadores nunca teve um exército com tradição de reprimir o povo, por isso a reacção do exército egipcio não é assim tão anormal.

Na Siria e no Iraque dos Partidos Baas Socialistas, o exército exterminou comunidades inteiras por protestarem contra o governo.
Eu acho que grave realmente, seria um protesto contra a casa real saudita.

A Arábia Saudita, funciona mais ou menos como os Emiratos, só que os emires não são autónomos.
Os ingleses mantiveram-se até aos anos 70 numa quantidade de emiratos (Qatar, Dubai, Fujaira, Ras Al-Kaima, Barem, Abu-Dhabi etc.)
Desses, o Qatar  e o Barem decidiram ficar como estados independentes e os outros juntaram-se numa federação que conhecemos como Emiratos Arabes Unidos.
Na Arábia Saudita, existem também vários emires e principes, mas estão dependentes do Emir dos Crentes, e líder da família Saúd, designada como família protectora dos lugares santos.

Aliás, Arábia Saudita, é basicamente a área controlada pelo clã Saúd, na peninsula arábica.
Se alguns desses principes se desentendem, e se voltam a re-arranjar as alianças entre si (coisa extremamente comum antes da criação da Arábia Saudita), então será um Deus-nos-acuda.

A estabilidade em toda a peninsula arábica, depende da capacidade dos Saud para defender os lugares santos. Se isso não for possível, nem sei o que poderia acontecer. Os Xiitas, poderiam aparecer para salvar a situação. E o ódio entre árabes e judeus, não é nada quando comparado ao nível de ódio que pode haver entre árabes e persas.

O Egipto é importante, sim, mas enquanto os militares receberem dinheiro da América...
O extremismo islâmico tem que ficar na gaveta.
A Irmandade Muçulmana, é no entanto uma organização de terror. Sobre isso não pode haver dúvida.
Eles tentarão no futuro próximo aparecer como um partido aceitável para um sistema ocidental.
Mas diz-nos a experiência, que não há povo mais dissimulado e desleal que o árabe.

Os árabes não têm os mesmos conceitos de obrigação perante a palavra dada que existem no ocidente. Isso é o próprio Corão que permite, ao determinar que Deus tudo desculpa, se houver justificação.
Por isso, quando um árabe diz que vai fazer uma coisa, eu só acredito quando vir.

Ainda ontem, depois do primeiro discurso do Mubarak, vimos os jovens a dizer que estavam dispostos a morrer pela democracia no Egipto.
Entre morrer pela Democracia e morrer por Deus, em nome do Corão, conforme mandará a Irmandade Muçulmana dentro de alguns meses, vai uma distância igual a ZERO !

O palco está montado.

Aguardemos.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Cunha

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #66 em: Fevereiro 12, 2011, 03:57:59 pm »
Pois bem, tirar o ditador Mubarak para meter o espião turturador Suleiman, seria chover no molhado, e as manisfestações continuariam.

Os americanos viram que não dava, e então vem a ordem para Mubarak sair, e a decisão foi tomada depois do anuncio da delegação de poderes a Suleimen, que não foi aceite pelo povo, que continuou na rua, dai este volte face em 24 horas.

Caso contrário iamos ter um banho de sange no Egipto.

O que os EUA querem é uma transição  suave e pacífica, sem mudar muita coisa, fazer um mínimo de concessões democráticas e manter o alinhamento incondicional aos EUA, mas banho se sangue é que não.

Daí a renuncia de Mubarak e a passagem do poder para os militares.

Mais uma vez, e desde o golpe de estado de 52 contra a monarquia pró-Inglaterra que o poder caí nas maõs dos militares, mas quem manda ainda é Mubarak, Suleiman e os EUA, não pensem o contrário.

Vamos ver se Suleiman consegue segurar as pontas, ou  então pode ter o mesmo destino de Sadat.

Apesar de a versão oficial dizer que Sadat foi morto por extremistas islamicos, sabemos, ou melhor quem anda informado sabe que não foi assim tão linear assim, e que houve mão de secretas ocidentais no assasinato de Sadat, e Suleiman e Mubarak não saem com as mãos limpas deste processo, tendo sido eles que mais ganharam com isso porque subiram ao poder no Egipto.

Falta agora saber se os 1300 milhões de doláres em ajudas militares que os EUA mandam para o Egipto, e os 30 anos de “mentoring” militar a que os Generalato Egipcio está sujeito desde o inico da decada de 80 será suficiente ( ou não ) para os manter aliados e fiéis aos EUA.

Aqui é que está a questão?

E Omar Suleiman, se não o maior, um dos maiores espiões do médio oriente,  que comanda  a secrteta egipcia, a Mukhabarat desde o inicio dos anos 90, neste momento deve-se roer com esta questão, de certeza que deve ter grande parte das altas patentes egipcias sob escuta.

Contudo Suleiman sempre foi agente duplo, e não se esqueçam que a China está a entrar em força em Africa e tem muito dinheiro para gastar!!!!!!!
Saudações Patrióticas.
 

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Lusitano89

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #67 em: Fevereiro 12, 2011, 07:30:20 pm »
Espanha deve estar atenta ao que se passa em Marrocos


Espanha poderá vir a ser surpreendida com uma revolta em Marrocos tal como aconteceu com a França em relação à Tunísia e aos EUA relativamente ao Egipto. Muitas dos factores que originaram a queda do regime ditatorial tunisino e os fortes protestos contra a ditadura egípcia estão também presentes nas exigências feitas pelos jovens marroquinos.

Estes já se estão a mobilizar, através da Internet, para uma manifestação marcada para dia 20 de Fevereiro, sendo uma incógnita qual será a adesão da população e como vai reagir o regime a este protesto.

"O que sabemos é que a combinação de altas temperaturas, ar seco e ventos fortes incrementam substancialmente a probabilidade de um incêndio", alerta o El País numa análise sobre a situação marroquina. O jornal espanhol lembra que em Marrocos os jovens representam quase um terço da população e desses 82% estão desempregados, muito mais que na Tunísia (56%) ou no Egipto (73%)

A taxa de desemprego de jovens marroquinos com estudos secundários é igualmente elevada (58%) e o mercado laboral do sector privado continua sem conseguir dar resposta às necessidades de emprego dos mais qualificados, precisamente os que usam mais a Internet.

Apenas o sector público continua a engordar com o crescimento económico do país. Além disso, segundo o último inquérito realizado pelo Instituto Gallup, 80% dos marroquinos estão frustrados com as dificuldades diárias, uma insatisfação superior à registada na Argélia, Tunísia e Egipto.

DN
 

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nelson38899

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #68 em: Fevereiro 14, 2011, 07:38:34 pm »
Citar
Manifestantes antigovernamentais envolveram-se hoje, segunda-feira, em confrontos em Teerão com as forças de segurança, que usaram gás lacrimogéneo, segundo testemunhos recolhidos pela agência AFP.

Além de gás lacrimogéneo, a polícia utilizou projécteis cheios de tinta para dispersar vários milhares de manifestantes reunidos em pequenos grupos perto da praça Azadi (Liberdade) na zona oeste da capital, de acordo com as mesmas fontes.

"Morte ao ditador" foi um dos "slogans" antigovernamentais gritados pelos manifestantes, que também queimaram alguns caixotes do lixo, disseram as testemunhas, que não deram conta de feridos ou detenções.

A manifestação não foi autorizada pelas autoridades e os "media" estrangeiros foram alertados para não se deslocarem à praça para observar a situação, como acontece em cada manifestação ou tentativa de manifestação da oposição no Irão nos últimos 18 meses.

dn.pt
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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papatango

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #69 em: Fevereiro 15, 2011, 03:13:40 pm »
O mais incrivel, é que existe uma corja imunda de fanáticos, que são capazes de defender o «Javardo» Ahmadinejad e o seu regime nazi repugnante.
Criticam o Mubarak e os malvados americanos e assobiam para o lado, quando os nazistas iranianos reprimem as manifestações.

Se a hipocrisia pagasse imposto, havia países a nadar em dinheiro  :roll:  :roll:
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Lusitano89

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #70 em: Fevereiro 15, 2011, 07:10:47 pm »
Egipto. O que está à vista? Mudança de liderança ou de regime? (Actualização 4)
Alexandre Reis Rodrigues
 
 
Emitem-se muitas e variadas opiniões sobre o futuro do Egipto, mas na verdade o que se diz hoje arrisca-se a valer tanto como o que dizia Mubarak, menos de 24 horas antes de abandonar a Presidência: que se manteria no seu posto conforme era da sua obrigação. Não ficou, para bem da solução imediata da crise que já ia em 300 mortos e vários milhares de feridos, segundo a contagem das Nações Unidas.

Sobre o futuro nem os egípcios podem estar seguros do que se seguirá; muito menos os que observam de fora. Trata-se de uma situação para ir seguindo dia a dia, para ver que tendência tende a prevalecer. O mais importante é verificar se a saída de Mubarak, obviamente forçada pelo Exército, vai ser utilizada para mudar o regime ou para o “aguentar” embora com algumas roupagens novas. Para já apenas se pode especular; é o que a maioria faz, mesmo até sobre as origens do que aconteceu.

George Friedman tem uma versão interessante do sucedido; diz que tudo começou meses atrás com a perspectiva de Mubarak fazer-se suceder pelo seu filho Gamal, o qual, pelas suas ligações à elite empresarial e nenhum laço com os militares, representaria, de facto, um desafio directo ao regime, controlado pelas Forças Armadas desde 1952, quando Nasser derrubou a monarquia. Para Friedman, foram os militares e não os que se manifestavam na Praça Tahir, que derrubaram o Presidente.

Há pelo menos um ponto em que desde já se pode dar a razão a Friedman. De facto, não fosse a acção dos militares (melhor dizendo a falta de acção) as manifestações de protesto teriam tido um desfecho diferente.

Até onde estará disposto a ir o Supremo Comando das Forças Armadas, que entretanto assumiu todos os poderes? Que interpretação de democracia irão usar? A concepção ocidental, uma nova ordem liberal ou um modelo menos flexível, algo do género de uma “democracia tutelada”, como o instituído na Turquia e no qual os militares exigiam dos políticos o compromisso de aceitação dos fundamentos seculares do Estado? Se é esta a hipótese mais plausível, será que a Irmandade Muçulmana está disposta a levar o seu processo de adaptação ao ponto de prescindir de todas as habituais exigências? O que defendia anteriormente era uma «Islamic Source of Lawmaking» querendo isto significar que não obstante a possibilidade de o Parlamento aprovar leis não conformes com a religião islâmica, haveria sempre o recurso ao Tribunal Constitucional em caso de objecção religiosa.

A grande dificuldade será acabar com o fosso que existe entre a sociedade civil que pensa, no essencial, segundo as regras e crenças muçulmanas e os militares, juntamente com a elite burocrática que os apoia, que apostam no estreitamento dos laços com o Ocidente, em particular os EUA, uma aproximação que a população não aprecia. Naturalmente, este é um dos temas com potencial maior impacto no equilíbrio regional e em especial no conflito Israel/Palestina, a questão que verdadeiramente preocupa Israel.

Mubarak orientou a sua presidência de 30 anos sob a bandeira da estabilidade política com os custos conhecidos. Agora, o que está pela frente para os egípcios é uma caminhada a partir do zero e sem destino claramente definido. A Constituição encontra-se suspensa até uma comissão nomeada pelos militares redigir uma nova, para o que foi dado, segundo anunciado, um prazo de dois meses; depois haverá um referendo. A Assembleia Nacional foi dissolvida; o Conselho Supremo das Forças Armadas assumirá a condução da transição, durante os próximos seis meses, altura para que prometem eleições.

É um calendário apertado principalmente para um País que, em resultado da lei de emergência ainda em vigor e das restrições impostas por Mubarak, encontra-se quase num vazio político e que possivelmente vai passar, entretanto, por alguma turbulência. Os primeiros sinais surgiram quase de imediato com uma demonstração de polícias e de condutores de ambulâncias a reclamar melhores salários e condições de trabalho. Quanto mais os militares forem desviados para conter a instabilidade social mais atrasos será de esperar no processo de transição ou seja mais impaciência por parte da oposição. Tudo muito incerto, portanto; salvo num ponto que importa destacar: o compromisso de manter intacto o Acordo de Paz com Israel, já anunciado pelo Conselho Supremo das Forças Armadas.
 
Jornal Defesa
 

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Lusitano89

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #71 em: Fevereiro 15, 2011, 08:23:24 pm »
Obama cita Egipto como exemplo e louva a «coragem» dos iranianos


O presidente norte-americano, Barack Obama, advertiu hoje os seus aliados do mundo árabe do risco de uma revolução nos seus países, semelhante à do Egipto, se travarem as aspirações democráticas da população. Disse ainda esperar que os iranianos dêem continuação ao desafio feito aos seus dirigentes.

«Não se pode exercer o poder pela força, indefinidamente», afirmou Obama em conferência de imprensa na Casa Branca. «Todas as sociedades precisam de consentimento, num nível ou noutro».

«Enviamos uma mensagem forte aos nossos aliados na região dizendo "tomemos o exemplo do Egipto mais que o do Irão"» declarou Obama, quatro dias após a queda do presidente egípcio Hosni Mubarak.

«A mensagem que temos a transmitir tanto aos amigos como aos inimigos, antes mesmo das manifestações no Egipto, é dizer que o mundo mudou», declarou o presidente dos Estados Unidos, que tinha feito uma declaração sobre o assunto, no Cairo, em 2009.

«Há no Médio Oriente uma jovem geração dinâmica, em busca de uma oportunidade. E se governamos um destes países, precisamos de levar em conta as mudanças, não podemos permitir-nos sermos arrastados» (pelos acontecimentos), acrescentou o presidente norte-americano.

Mubarak, aliado dos Estados Unidos durante 30 anos, foi encurralado pelos protestos de rua até à sua demissão, realizada menos de um mês após a de outro dirigente do mundo árabe, o tunisino Ben Ali.

Desde o afastamento de Mubarak na semana passada, foram realizadas manifestações noutros países da região: Argélia, Iémen e Bahrein.

No Irão, milhares de pessoas dirigiram-se em pequenos grupos na segunda-feira para o centro de Teerão, em resposta ao apelo dos líderes da oposição, o ex-primeiro-ministro Mir Hossein Mussavi e o ex-presidente do Parlamento, Mehdi Karubi, apesar da proibição das autoridades.

As manifestações, durante as quais duas pessoas foram mortas e nove polícias ficaram feridos, são as primeiras no período de um ano. Visavam oficialmente apoiar os movimentos populares no Egipto e na Tunísia.

Barack Obama considerou «irónico» o facto de os líderes iranianos no poder «fazerem menção de celebrar o que acontece no Egipto, quando na realidade praticam exactamente o contrário, agredindo pessoas que tentam exprimir-se pacificamente».

«Espero que o povo do Irão continue a ter a coragem de expressar a sua sede de liberdade e o seu desejo de ter um governo representativo», disse o presidente norte-americano.

Sobre a situação no Egipto, Obama considerou que havia «evidentemente ainda muito trabalho a fazer», mas «o que vimos até então é positivo», afirmou.

«O Egipto precisará de ajuda para construir as instituições democráticas e reforçar a economia afectada pelos acontecimentos», disse.

«O conselho supremo das forças armadas está no comando e reafirmou que os tratados com países como Israel e os compromissos internacionais seriam respeitados», congratulou-se o presidente norte-americano.

Lusa
 

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Lusitano89

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #72 em: Fevereiro 18, 2011, 09:15:46 pm »
Príncipe saudita teme rebelião caso rei não faça reformas


Um membro da família real saudita afirmou hoje que a Arábia Saudita pode ser afectada pela onda de revoltas populares que tomou conta do mundo árabe, a menos que o rei Abdullah corra para adoptar reformas básicas, informou a rede BBC.

O príncipe Talal bin Abdul-Aziz Al Saud disse à BBC em árabe que «qualquer coisa pode acontecer» se o rei Abdullah Bin Abdul Aziz não se decidir por um programa de transformação política para o país.

«O rei Abdullah (...) é a única pessoa que pode realizar estas reformas», destacou.

«Quando ele deixar o trono, e que isso ainda leve muitos anos para acontecer, problemas latentes virão à superfície, e eu já alertei para isto em muitas ocasiões. Precisamos de resolver os problemas ainda nesta vida», indicou Talal.

O príncipe considerou ainda que, se as autoridades sauditas «não prestarem mais atenção às exigências do povo, qualquer coisa pode acontecer neste país».

Talal defende a implementação de reformas na Arábia Saudita há muitos anos, tendo fundado o grupo político liberal Movimento dos Príncipes Livres em 1958 como resposta à hostilidade entre os antigos reis Saud e Faisal.

É improvável que Talal, ex-embaixador saudita na França, seja um dia coroado rei da Arábia Saudita, justamente devido ao seu envolvimento com o Movimento dos Príncipes Livres.

Líderes do mundo árabe acompanham com ansiedade os acontecimentos na região, principalmente os protestos inspirados pelas bem sucedidas rebeliões na Tunísia e no Egipto.

O Iémen, Bahrein e Líbia enfrentaram violentos protestos esta semana, e a situação está longe de se acalmar.

«Bem, o que está a ocorrer na região de facto surpreendeu-me», admitiu Talal.

«Eu não esperava isto, e ninguém mais esperava que fosse acontecer o que aconteceu. Isto significa que qualquer nação do mundo, principalmente no terceiro mundo, pode ser surpreendida com uma revolta dessas», declarou.

Lusa
 

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Cunha

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #73 em: Fevereiro 20, 2011, 08:49:23 pm »
Bem, Mubarak caiu, e agora?  Eleições?

Em relação á democracia, o único periodo de democracia do Egipto, foi um periodo curto na decada no fim da decadade 40 antes do golpe de estado de 52.

Num cenário de eleições é muito provável que a Irmandada Muçulmana caso não ganhe fique muito perto disso, e assuma o poder numa coligação com outros partidos, e ai o que é que os EUA vão fazer, promover outro golpe de estado?

Pois, aqui é que está o medo dos EUA e dos neo-conservadores de Washington.

Para além disso, a irmandade muçulmana nos ultimos 30 anos tem feito um trabalho de base no apoio das populações, do egipto, que lhe pode dar muitos votos.

Estes tipos defendem uma especie de pan-arabismo e a criação de uma nação arabe que agemine os paises arabes todos ,no fundo é uma utopia, porque os próprios povos árabes são bastante difentes entre si, um Egipcios não tem nada a ver com um Saudita, mas que eu saiba esse pan-arabIsmo não é pecado.

Na europa não se defende o dito projecto europeu, muito perigoso para Portugal,  visto que este mesmo projecto europeu visa a entrega do nosso pais aqui ao mau vizinho do lado, isto sim é que me preocupa, a soberania do meu pais.

Se na europa é possivel este projecto europeu, porque é que eles não podem ter um projecto árabe?

A mim como Português o que me interessa acima de tudo é que é que o petroleiros continuam a passar no canal do Suez, para não vermos o preço dos combustiveis a disparar.

Mas não estou minimamente preocupado com a perda de influência dos EUA e do lobby sionista naquela zona. Nem gosto nada de ver o meu pais metido nestas trapalhadas que os EUA criaram no médio oriente fruto de guerras energéticas e falsas como as do Iraque.

Por mais que me custe dizê-lo, esta é a verdade, admiro os EUA mas não posse deixar de discordar com algumas medidas e acções da politica externa dos EUA.

Os EUA têm que se deixar de excesso de neo-consevadorismo e de imperialismo, o mundo está farto  disto, aliás não só o mundo, vejam o que diz o nosso Ramalho Eanes numa conferencia aqui há uns tempos, que a nova ordem mundial americana se está a transformar numa nova desordem mundial.

http://admiravelmundonovo-1984.blogspot ... s-eua.html

Em relação a Israel, os judeus tem todo o direito de viver naquela terra, e eu sou totalmente a favor disso, Israel faz falta naquela zona, e devem lá viver todos em paz uns com os outros, Israelitas e arabes.

O pais arabe que não pensar assim, seja o Egipto seja outro, mete-se em problemas sérios, pois Israel põe-os em fitas em meia dúzia de dias, com o poderio militar de que dispõe.

Mas mesmo os Israelistas têm que pôr a mão na consciencia,  iniciar conversações sérias para formar um estado palestiniano, e acabar é o com gueto a céu aberto da palestina, isso tem que acabar, são desumanas as condições em que aquela gente vive.

Só assim o medio oriente terá paz.
Saudações Patrióticas.
 

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HSMW

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #74 em: Fevereiro 20, 2011, 09:05:32 pm »
O Egito já foi...
Agora o Barém, a Líbia e o pior de todos, Marrocos. Só falta a Argélia.
O assunto já é debatido entre os nossos Generais e Almirantes.

O perigo é real, e o tempo para preparativos, MLU's e testes de mar está a acabar.
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."