Separatismos em Espanha

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Jorge Pereira

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2070 em: Setembro 13, 2013, 12:53:15 am »
Caro latino, o processo tem vindo a ganhar força de ano para ano. Essa é que é a realidade. Ontem foi um ponto de não retorno. Nem os euros como diz ou a suposta chantagem económica ou de boicote aos produtos catalães terá sucesso: os catalães estão convencidos de precisamente o contrário: Madrid asfixia-os economicamente. Essa é a conclusão a que eles chegaram. Verdadeira ou falsa pouco importa. Repare que até Ferran Mascarell diz que “España es una anomalía histórica”.

Não somos nós que inventámos nada. Esta é a realidade do seu país e aquela que transmite ao mundo.

Lo siento.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






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latino

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2071 em: Setembro 13, 2013, 02:33:06 pm »
Caro latino, o processo tem vindo a ganhar força de ano para ano. Essa é que é a realidade. Ontem foi um ponto de não retorno. Nem os euros como diz ou a suposta chantagem económica ou de boicote aos produtos catalães terá sucesso: os catalães estão convencidos de precisamente o contrário: Madrid asfixia-os economicamente. Essa é a conclusão a que eles chegaram. Verdadeira ou falsa pouco importa. Repare que até Ferran Mascarell diz que “España es una anomalía histórica”.

Não somos nós que inventámos nada. Esta é a realidade do seu país e aquela que transmite ao mundo.

Lo siento.

Mi general (con todo el respeto  porque si no lo fuera   lo es "moralmente" ) le recuerdo que  YO no quiero discutir  con un portugués;   yo solamente me limito a dar mi punto de vista   al portugués medio que yo conocí y solamente pido respeto  a los asuntos  internos  España .

Con todo el respeto:

el año siguiente me lo vuelve al repetir  (obrigado) .

y si no  fuera así .... !yo estaría equivocado ! porque de  todo  lo demás ya me canso  de repetirlo !año a año! (porque España es un negocio "que es lo que mas une"   pero que no tiene  ningún rencor  a Portugal   y sí mucha indiferenciada  lo reconozco pero son muchos siglos de vivir de espaldas )  .

Con todo respeto a Usted  y (MI) amado Portugal



!animo Portugal !

(el 1o % de indeseables restantes lo tenemos en todas partes;  también en España )
 

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Nuno Bento

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2072 em: Setembro 14, 2013, 03:31:38 pm »
Citação de: "latino"
Caro latino, o processo tem vindo a ganhar força de ano para ano. Essa é que é a realidade. Ontem foi um ponto de não retorno. Nem os euros como diz ou a suposta chantagem económica ou de boicote aos produtos catalães terá sucesso: os catalães estão convencidos de precisamente o contrário: Madrid asfixia-os economicamente. Essa é a conclusão a que eles chegaram. Verdadeira ou falsa pouco importa. Repare que até Ferran Mascarell diz que “España es una anomalía histórica”.

Não somos nós que inventámos nada. Esta é a realidade do seu país e aquela que transmite ao mundo.

Lo siento.

Mi general (con todo el respeto  porque si no lo fuera   lo es "moralmente" ) le recuerdo que  YO no quiero discutir  con un portugués;   yo solamente me limito a dar mi punto de vista   al portugués medio que yo conocí y solamente pido respeto  a los asuntos  internos  España .

Con todo el respeto:

el año siguiente me lo vuelve al repetir  (obrigado) .

y si no  fuera así .... !yo estaría equivocado ! porque de  todo  lo demás ya me canso  de repetirlo !año a año! (porque España es un negocio "que es lo que mas une"   pero que no tiene  ningún rencor  a Portugal   y sí mucha indiferenciada  lo reconozco pero son muchos siglos de vivir de espaldas )  .

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(el 1o % de indeseables restantes lo tenemos en todas partes;  también en España )

Castela é a maior província de Espanha (a única maior do que Portugal) mas em população a maior é a Catalunha que também é a maior em PIB e contributo para o PIB e orçamento espanhol, dai er logico este quererem a independência seria um melhor negocio deixariam de subsidiar outras regiões de Espanha. Um grnade negócios? só se for para Madrid e para o PP ; tem a maior taxa de desemprego da UE. Corrupção e crise económica, divida publica a aumentar, divida das empresas encapotada (El corte Inglês, pesca nova, Blanco, caixas económicas  etc, em proporção muito pior que Portugal, só ainda não rebentou devido ao tamanho do pais e aos abafos de Madrid) . Conflitos com todos os países vizinhos (para desviar as atenções) enfim, um negocio que já teve melhores dias. (com o mercado único não é necessário esses tipos de negocio, não existem fronteiras e a catalunha bem o sabe)

Saudações.
 

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papatango

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2073 em: Setembro 20, 2013, 12:25:00 am »
Acho que você está a fazer confusão entre regiões de Espanha e regiões autónomas de Espanha.

Castela, é a maior nação espanhola, com uma população superior a 22 milhões de habitantes. A Catalunha tem pouco mais de 7 milhões e mesmo juntando a Catalunha, Valência, as Baleares e parte de Aragão, ainda assim a população que fala catalão anda pelos 12 milhões no máximo.

Outra coisa são as regiões autónomas, mas elas são uma criação da Espanha pós-Franco e Castela foi dividida num grande número de regiões, para que não se notasse tanto o poder dos castelhanos em Madrid.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Jorge Pereira

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2074 em: Novembro 09, 2015, 11:37:23 pm »
Citar
El Parlament de Cataluña aprueba el inicio del proceso de independencia

Ponto de não retorno?
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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2075 em: Novembro 10, 2015, 11:07:17 am »
O governo Espanhol nunca irá permitir tal coisa, porque isso seria o fim da Espanha como a conhece-mos.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Jorge Pereira

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2076 em: Novembro 11, 2015, 10:01:33 am »
O problema é que a situação chegou a tal ponto que o próprio Governo central já só pode actuar de forma limitada. Não passa pela cabeça de ninguém o envio de unidades militares para por cobro à situação. E, é aí que reside o cerne da questão, a ideia da independência já está entranhada em pelo menos metade da população da Catalunha.
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VICTOR4810

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2077 em: Fevereiro 17, 2016, 11:22:47 pm »
Não faz falta enviar a militares para voltar a impor a ordem, com uma patrulha da Policia civil, solucionado o tema.
1.492, DESCUBRIMOS EL PARAISO.
"SIN MAS ENEMIGOS QUE LOS DE MI PÁTRIA"
 

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VICTOR4810

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2078 em: Fevereiro 17, 2016, 11:25:01 pm »
Espanha é um país forte e decidido a manter sua integridade territorial, não se vai permitir baixo nenhum conceito essa aventura
1.492, DESCUBRIMOS EL PARAISO.
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NVF

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2079 em: Setembro 20, 2017, 10:47:48 pm »
Apesar dos acontecimentos na Catalunha, com o Rajoy Maduro a tomar atitudes que raiam o autoritarismo puro e duro, este tópico encontra-se estranhamente inactivo.

Em nome da lei, Madrid abre guerra sem recuo ao governo catalão

https://www.publico.pt/2017/09/20/mundo/noticia/em-nome-da-lei-madrid-abre-guerra-ao-governo-da-catalunha-1786166

Citar
O presidente do município catalão de Sabadell, Maties Serracant, anunciou esta quarta-feira a “suspensão das actividades”, justificando que a instituição “não pode continuar com normalidade” face a tudo o que está a acontecer na Catalunha. Serracant diz que a autarquia deixa de funcionar “até nova data” e pede aos cidadãos que participem nas diferentes mobilizações que se organizarão na localidade.
 
A decisão de Serracant parece insignificante, quase ridícula, mas é um bom símbolo do que se passa na região autonómica. O braço-de-ferro entre Madrid e Barcelona por causa do referendo sobre a independência que a Generalitat quer realizar a 1 de Outubro (e que o Tribunal Constitucional já suspendeu) passou para um novo nível, um nível que se antecipava como inevitável mas que pode ter consequências a longo prazo ainda impossíveis de adivinhar.

A 12 dias do referendo aprovado pelo parlamento catalão e que Mariano Rajoy garante que nunca se irá realizar, a polícia espanhola deteve altos responsáveis da Generalitat e ocupou vários departamentos do governo catalão. Ao início da noite chegaram a estar perto de 40 mil pessoas concentradas no centro de Barcelona, entre a Gran Via e a Praça da Catalunha, para defender a Generalitat e o direito ao voto.

As detenções, 16 ao todo, aconteceram muito cedo, na sua maioria, antes que os visados chegassem aos locais de trabalho. Foi o que aconteceu com os 13 responsáveis da Generalitat, membros dos departamentos de Economia, Presidência, Exteriores e Governação. Muitos fazem parte da equipa do vice-presidente do governo, Oriol Junqueras, e seriam o núcleo duro da organização do referendo. Entre estes conta-se o seu “número dois” e secretário-geral de Economia e Finanças, Josep Maria Jovè.

Ao longo do dia, repetiram-se momentos de tensão entre a polícia e os manifestantes mobilizados diante do Departamento de Economia da Generalitat ou em redor da sede CUP (Candidatura de Unidade Popular), o partido de extrema-esquerda que somado aos deputados da coligação Juntos pelo Sim (Esquerda Republicana da Catalunha mais Partido Democrata Europeu Catalão) compõe a maioria independentista no parlamento catalão. Aqui, a polícia pareceu estar diversas vezes prestes a avançar, mas acabou por abandonar o local para não enfrentar os apoiantes que cercavam o edifício.

Para o presidente catalão, Carles Puigdemont, “o estado de emergência está em vigor” e a “autonomia já foi suspensa”. Para o primeiro-ministro, trata-se da defesa da “democracia” e do “Estado de direito”, e aquilo que os polícias e os tribunais fizeram foi “defender os direitos de todos os espanhóis, incluindo os catalães”. “Não continuem, estão a tempo de evitar males maiores”, pediu Rajoy aos independentistas.

Para além das detenções, foram apreendidos quase 10 milhões de boletins de voto numa gráfica (os seus proprietários estão entre os detidos), material como as listas dos eleitores e a organização das mesas eleitorais, assim como 45 mil cartas que a Generalitat pretendia fazer chegar aos cidadãos sorteados para estar nos colégios eleitorais.

Das sedes dos departamentos (equivalentes a ministérios) do governo autonómico, do Centro de Telecomunicações e Tecnologias da Informação e da Fundação puntCAT (que gere os domínios .cat) foram confiscados ainda inúmeros documentos e computadores.

Ao mesmo tempo, dias depois de o Ministério das Finanças ter colocado a gestão do orçamento da Generalitat sob a sua tutela, o ministro Felipe Martínez Rico retirou aos líderes catalães a gestão do dinheiro que ainda lhes restava, fruto dos impostos regionais, e enviou instruções para os bancos com a lista das quase 300 instituições que precisam de “controlo especial”, por se suspeitar que as suas contas possam ser usadas para gastos ou pagamentos relacionados com a organização do referendo.

Sem que o Governo central anunciasse a aplicação do artigo 155 da Constituição espanhola, uma espécie de suspensão da autonomia, é isso, na prática, que os líderes catalães acusam Rajoy de ter feito. Com ele tem dois dos maiores partidos da oposição em Madrid, o PSOE e os Cidadãos. Contra está o Podemos, de Pablo Iglesias, que descreveu os detidos como “presos políticos” e as formações nacionalistas com assento no Congresso.

Aproveitando a ida do ministro das Finanças à Câmara dos Deputados para se explicar sobre a retirada da gestão orçamental à Generalitat, Ester Capella i Farré, deputada da Esquerda Republicana da Catalunha, acusou o Governo de “aplicar o artigo 155 pela porta de trás, sem a aprovação do Congresso” que a Constituição exige. “Com esta acção coordenada, o Governo suspendeu, de facto, o governo da Catalunha, e aplicou o estado de excepção”, denunciou, antes de abandonar o hemiciclo para se juntar aos que em Madrid quiseram concentrar-se em solidariedade com os líderes catalães.

Dificilmente esta escalada não veio para ficar. Para domingo, estão marcadas mobilizações diante de todos os municípios catalães. E uma semana depois, segundo Puigdemont: “Levaremos o boletim de casa e iremos votar”.
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Lusitan

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2080 em: Setembro 21, 2017, 01:00:11 am »
Apesar dos acontecimentos na Catalunha, com o Rajoy Maduro a tomar atitudes que raiam o autoritarismo puro e duro, este tópico encontra-se estranhamente inactivo.

Em nome da lei, Madrid abre guerra sem recuo ao governo catalão

https://www.publico.pt/2017/09/20/mundo/noticia/em-nome-da-lei-madrid-abre-guerra-ao-governo-da-catalunha-1786166

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O presidente do município catalão de Sabadell, Maties Serracant, anunciou esta quarta-feira a “suspensão das actividades”, justificando que a instituição “não pode continuar com normalidade” face a tudo o que está a acontecer na Catalunha. Serracant diz que a autarquia deixa de funcionar “até nova data” e pede aos cidadãos que participem nas diferentes mobilizações que se organizarão na localidade.
 
A decisão de Serracant parece insignificante, quase ridícula, mas é um bom símbolo do que se passa na região autonómica. O braço-de-ferro entre Madrid e Barcelona por causa do referendo sobre a independência que a Generalitat quer realizar a 1 de Outubro (e que o Tribunal Constitucional já suspendeu) passou para um novo nível, um nível que se antecipava como inevitável mas que pode ter consequências a longo prazo ainda impossíveis de adivinhar.

A 12 dias do referendo aprovado pelo parlamento catalão e que Mariano Rajoy garante que nunca se irá realizar, a polícia espanhola deteve altos responsáveis da Generalitat e ocupou vários departamentos do governo catalão. Ao início da noite chegaram a estar perto de 40 mil pessoas concentradas no centro de Barcelona, entre a Gran Via e a Praça da Catalunha, para defender a Generalitat e o direito ao voto.

As detenções, 16 ao todo, aconteceram muito cedo, na sua maioria, antes que os visados chegassem aos locais de trabalho. Foi o que aconteceu com os 13 responsáveis da Generalitat, membros dos departamentos de Economia, Presidência, Exteriores e Governação. Muitos fazem parte da equipa do vice-presidente do governo, Oriol Junqueras, e seriam o núcleo duro da organização do referendo. Entre estes conta-se o seu “número dois” e secretário-geral de Economia e Finanças, Josep Maria Jovè.

Ao longo do dia, repetiram-se momentos de tensão entre a polícia e os manifestantes mobilizados diante do Departamento de Economia da Generalitat ou em redor da sede CUP (Candidatura de Unidade Popular), o partido de extrema-esquerda que somado aos deputados da coligação Juntos pelo Sim (Esquerda Republicana da Catalunha mais Partido Democrata Europeu Catalão) compõe a maioria independentista no parlamento catalão. Aqui, a polícia pareceu estar diversas vezes prestes a avançar, mas acabou por abandonar o local para não enfrentar os apoiantes que cercavam o edifício.

Para o presidente catalão, Carles Puigdemont, “o estado de emergência está em vigor” e a “autonomia já foi suspensa”. Para o primeiro-ministro, trata-se da defesa da “democracia” e do “Estado de direito”, e aquilo que os polícias e os tribunais fizeram foi “defender os direitos de todos os espanhóis, incluindo os catalães”. “Não continuem, estão a tempo de evitar males maiores”, pediu Rajoy aos independentistas.

Para além das detenções, foram apreendidos quase 10 milhões de boletins de voto numa gráfica (os seus proprietários estão entre os detidos), material como as listas dos eleitores e a organização das mesas eleitorais, assim como 45 mil cartas que a Generalitat pretendia fazer chegar aos cidadãos sorteados para estar nos colégios eleitorais.

Das sedes dos departamentos (equivalentes a ministérios) do governo autonómico, do Centro de Telecomunicações e Tecnologias da Informação e da Fundação puntCAT (que gere os domínios .cat) foram confiscados ainda inúmeros documentos e computadores.

Ao mesmo tempo, dias depois de o Ministério das Finanças ter colocado a gestão do orçamento da Generalitat sob a sua tutela, o ministro Felipe Martínez Rico retirou aos líderes catalães a gestão do dinheiro que ainda lhes restava, fruto dos impostos regionais, e enviou instruções para os bancos com a lista das quase 300 instituições que precisam de “controlo especial”, por se suspeitar que as suas contas possam ser usadas para gastos ou pagamentos relacionados com a organização do referendo.

Sem que o Governo central anunciasse a aplicação do artigo 155 da Constituição espanhola, uma espécie de suspensão da autonomia, é isso, na prática, que os líderes catalães acusam Rajoy de ter feito. Com ele tem dois dos maiores partidos da oposição em Madrid, o PSOE e os Cidadãos. Contra está o Podemos, de Pablo Iglesias, que descreveu os detidos como “presos políticos” e as formações nacionalistas com assento no Congresso.

Aproveitando a ida do ministro das Finanças à Câmara dos Deputados para se explicar sobre a retirada da gestão orçamental à Generalitat, Ester Capella i Farré, deputada da Esquerda Republicana da Catalunha, acusou o Governo de “aplicar o artigo 155 pela porta de trás, sem a aprovação do Congresso” que a Constituição exige. “Com esta acção coordenada, o Governo suspendeu, de facto, o governo da Catalunha, e aplicou o estado de excepção”, denunciou, antes de abandonar o hemiciclo para se juntar aos que em Madrid quiseram concentrar-se em solidariedade com os líderes catalães.

Dificilmente esta escalada não veio para ficar. Para domingo, estão marcadas mobilizações diante de todos os municípios catalães. E uma semana depois, segundo Puigdemont: “Levaremos o boletim de casa e iremos votar”.

Eu pergunto é se existe um plano de contingência para lidar com uma eventual guerra civil em Espanha...
 

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2081 em: Setembro 21, 2017, 10:34:03 am »
Uma guerra civil em Espanha seria terrível tanto para eles como para nós.

Em relação a um possível plano de contingência... não estou a ver o que Portugal poderia fazer, excepto tentar juntar à mesa de negociações as várias partes. De qualquer maneira, como poderia haver uma guerra civil quando só um dos lados tem armas?
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2082 em: Setembro 21, 2017, 12:31:08 pm »
Não é necessário uma guerra civil para haver consequências. Toda a confusão que se está a preparar até 1 de Outubro, vai ter consequências na economia da Catalunha e por acréscimo na economia espanhola. O governo de Madrid até já fez o charter de 3 embarcações (duas situadas no porto de Barcelona e uma situada em Tarragona) para ter acomodações para os 16000 policias de choque e outros que tenciona despejar na Catalunha na data do referendo.

https://www.bloomberg.com/news/articles/2017-09-21/spain-hires-cruise-liner-to-house-police-in-rebel-catalonia

Tendo em conta que nem sequer houve unanimidade na assembleia nacional quanto às acções a tomar e que existem outras regiões, como o país Basco, com as suas expectativas, tinha sido mais inteligente esperarem  pelos resultados do referendo, em que o mais provável era os independentistas não terem uma maioria, em vez desta trapalhada que vai ter consequências que provavelmente vão perdurar por vários anos.

Claro que isso era esperar demais dos meninos do PP que em tempos de crise parece que voltam aos seus velhos hábitos.

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2083 em: Setembro 21, 2017, 02:18:19 pm »
Uma guerra civil em Espanha seria terrível tanto para eles como para nós.

Em relação a um possível plano de contingência... não estou a ver o que Portugal poderia fazer, excepto tentar juntar à mesa de negociações as várias partes. De qualquer maneira, como poderia haver uma guerra civil quando só um dos lados tem armas?

Isso foi o que pensaram os ex-governantes da Jugoslávia... Mas a verdade é que a Eslovénia tinha armazenado vastos stocks de armamento antes de declarar independência.

Uma guerra civil seria horrível, daí que seria importante mantê-la longe da nossa fronteira. Talvez dar apoio à ONU para criar zonas livres de conflicto ao longo da nossa fronteira com uma força de capacetes azuis portugueses a defender essa área.
Poderíamos, também intervir na Galiza em caso de deflagrar de hostilidades, para garantir a paz numa zona com fortes ligações ao nosso país.

O pessoal do PP é bom mas é em esquemas de corrupção, no resto parece que come gelados com a testa. Muito fraquinhos politicamente - o Rajoy parece o personagem do Rainman a tentar conduzir o Space Shuttle.
 

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2084 em: Setembro 21, 2017, 03:12:38 pm »
Posso estar enganado, mas penso que haverá poucas unidades operacionais na Catalunha, não o suficiente para fazer peito.

O que fala só seria possível com aval do Concelho de Segurança da ONU e mesmo assim duvido muito, já que a Catalunha fica no outro lado da Península. Na prática, se o pior acontecer (e eu espero que não aconteça nada assim), será afastado no nosso território nacional e não iríamos ser afectado directamente.
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