Sector Mineiros/Extrativo

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Malagueta

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Sector Mineiros/Extrativo
« em: Outubro 21, 2011, 10:05:01 am »
Duas noticias em jornais diferentes sobre o assunto:

"O ministro da Economia disse há um mês que seria «o maior investimento que já existiu em Portugal». O semanário Sol descobriu qual é: trata-se de um investimento gigante de 3,5mil milhões de euros para explorar as minas de ferro de Moncorvo. A empresa é anglo-australiana.

"A Rio Tinto, gigante mundial do sector mineiro, prepara mega-investimento de 3,5 mil milhões na região transmontana. Em causa está a exploração de ferro, num projecto que criará, pelo menos, 550 empregos. Governo confirma negociações, publica hoje o semanário Sol."


O projecto será realizado nas minas de Torre de Moncorvo, em Trás-os-Montes, um dos maiores depósitos de minério de ferro da Europa.
Australianos da Rio Tinto querem investir mil milhões euros em Portugal Os australianos da Rio Tinto, a maior empresa de minas do mundo, querem investir cerca de mil milhões de euros na exploração de ferro em Portugal, disse fonte próxima das negociações à Agência Lusa.

O projecto será realizado nas minas de Torre de Moncorvo, em Trás-os-Montes, um dos maiores depósitos de minério de ferro da Europa, com recursos medidos e indicados de 552 milhões de toneladas de minério e recursos inferidos de mil milhões de toneladas.

O investimento está a ser negociado entre o Governo, a empresa que detém a concessão da mina até 2070, a MTI – Minning Technology Investments, e a Rio Tinto, refere a mesma fonte.

O Ministério da Economia confirma oficialmente que está “a desenvolver negociações com uma das maiores empresas do mundo para um grande investimento no sector mineiro em Portugal”, sem, no entanto, avançar qualquer dado sobre o assunto.

Álvaro Santos Pereira já tinha anunciado a 27 de setembro na RTP que existia uma multinacional que pretendia fazer um grande investimento em Portugal, escusando-se na altura a avançar com detalhes.

O investimento vai permitir, numa primeira fase, a criação de 420 novos postos de trabalho directos e cerca de 800 indirectos, bem como a criação de um pólo de investigação e desenvolvimento no Nordeste Transmontano, com parcerias com instituições locais e internacionais.
Este projecto criará, segundo a MTI, “um novo mercado de exportação da economia portuguesa” e a “valorização e rentabilização da linha ferroviária do Douro e da navegabilidade do Douro”.

Fontes ligadas às empresas referem que, caso as negociações com a Rio Tinto cheguem a bom porto, o investimento vai permitir que a pequena vila transmontana receba “uma autêntica cidade, porque é preciso fazer tudo desde o início”, e será provável que o investimento demore cerca de 10 anos a concretizar até que comece a laborar.

Os direitos de exploração das minas Moncorvo pertencem à MTI, uma empresa constituída por capitais nacionais e estrangeiros, que conta entre os seus accionistas com empresários e quadros técnicos de “vasta experiência mineira”, pode ler-se no ‘site’ da companhia.

Segundo a mesma fonte, este é um investimento que já estaria a ser negociado pelo anterior governo, mas que agora deu um passo em frente após o reforço do interesse da Rio Tinto.

Segundo o ‘site’ da MTI, os direitos de prospecção e pesquisa foram obtidos através de um contrato assinado com o Governo em 2008, mas a atribuição da concessão de exploração das minas só aconteceu em 05 de Janeiro deste ano, “assegurando à MTI os direitos de exploração das Minas de Ferro de Moncorvo até 2070”.

A MTI encetou conversações com a Rio Tinto para se tornar parceira maioritária no projecto, que, numa primeira fase, vai explorar a Mina da Mua, com reservas medidas e indicadas de 120 milhões de toneladas.

Segundo o sítio da empresa na internet, o projecto tem “reduzidos constrangimentos ambientais”, “proximidade dos portos atlânticos de Aveiro e Leixões”, “apoio institucional das autoridades nacionais, regionais e locais” e “disponibilidade total e imediata de água, energia, infraestrutura e capacidade de escoamento”.

Fonte oficial da Rio Tinto contactada pela Agência Lusa em Londres escusou-se a confirmar ou desmentir a informação, afirmando que a empresa não comenta “rumores”.

A concretizar-se o investimento, marcaria o regresso do Rio Tinto a Portugal, depois de a empresa ter mantido, durante vários anos, um investimento nas minas de cobre de Neves-Corvo.

Em 1983, a Rio Tinto foi convidada a participar no projecto das minas, inicialmente uma ‘joint-venture’ [empresa conjunta] do Governo e de investidores privados franceses.Depois de um período de avaliação, em 1985 a Rio Tinto comprou os 49 por cento de capital francês, tendo a produção começado em 1989.

A Rio Tinto acabou por vender em 2004 toda a sua participação aos canadianos da EuroZinc"
 

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Malagueta

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #1 em: Outubro 21, 2011, 02:17:38 pm »
Portugal assinou esta manhã um contrato de concessão para a exploração de gás natural ao largo da costa do Algarve. Os espanhóis da Repsol e os alemães da RWE são os parceiros do Governo que poderá encaixar cerca de nove por cento das receitas, um valor que está ainda dependente de como decorrerem os trabalhos de prospecção nos próximos três a oito anos.Prospeção de gás natural avança na costa algarviaO contrato de concessão para a exploração de gás natural na costa algarvia foi assinado esta manhã, com a presença do secretário de Estado da Energia, que realçou o facto de este acordo surgir na sequência de outro tipo de prospeções que decorrem, por exemplo, ao largo da Figueira da Foz e Peniche.

Quanto aos ganhos para Portugal do acordo hoje assinado devem rondar os nove por cento das receitas, se se chegar à fase de exploração e produção, embora Henrique Gomes tenha afirmado não ser possível "calcular as receitas para o Estado porque depende daquilo que for encontrado na prospeção nos próximos três a oito anos".

O secretário de Estado da Energia acrescentou, no entanto, que Portugal poderá assegurar "o abastecimento de gás por poucos anos" e que este acordo "vem na sequência de uma série de atividades que nos últimos meses" o Governo tem vindo "a desenvolver", nomeadamente na prospeção no mar ao largo da Figueira da Foz e de Peniche e ainda no alto mar ao largo de Sines.

"Conseguimos importantes contrapartidas para o Estado e, como se trata de uma exploração de gás, os impactos ambientais serão praticamente nulos", referiu ainda Henrique Gomes, acrescentando que o investimento "terá algum impacto positivo para as populações na medida em que parte das receitas entregues ao Estado serão aplicadas no desenvolvimento local".

A fase de prospecção, que terá início no próximo ano, irá decorrer ao longo de três a oito anos, sendo que nos primeiros três os investimentos da Repsol e RWE vão rondar os 30 milhões de euros com o Estado a receber 9 por cento das receitas se se chegar à fase de exploração e produção, uma percentagem que Henrique Gomes considera “muito interessante a nível internacional", e que representa, nesta renegociação, ter multiplicado em cerca de cinquenta vezes o que estava inicialmente previsto".

O que está em causa neste negócio não são jazidas excecionais, mas apenas interessantes, mas que podem melhorar um pouco a independência de Portugal face ao abastecimento energético, concluía o secretário de Estado.
 

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PedroI

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #2 em: Outubro 21, 2011, 03:39:22 pm »
Boas,

Notáveis noticias, engraçado ver como em Portugal as Minas (entre outros) passam de motores de desenvolvimento ao abandono e de novo a motores de desenvolvimento.

Fica uma questão, se bem que muito previa, relativa a por onde é que vão sair  "552 milhões de toneladas de minério" dado que não existe siderurgia em Portugal, infelizmente, e dos porto Nacionais o melhor porto de saída é o mais longínquo ou seja Sines.

O MV Vale Brasil o maior Navio de mineiro da actualidade carregou na primeira viagem aproximadamente 390.000tons de minério tendo um calado de 23metros. Ora com estas características e mesmo considerando, vá lá, um Navio para 300.000Tons com 20metros de calado só mesmo Sines o receberia, partindo do principio que se investiria no terminal de graneis sólidos a serio que Sines não têm (porque até agora não precisa) mais a zona de armazenagem. Fica a faltar apenas atravessar 300mil toneladas de minério através de metade do pais, se calhar a tal linha que afinal não é para o TGV é para mercadorias até faz sentido.

Se isto fosse um pais serio, com políticos sérios, e investidores nacionais sérios, a solução passava por fazer renascer na zona portuária de Aveiro uma industria siderurgica Nacional, onde já fomos lideres, exportando produtos semi-acabados como ferro, aço, etc, criando valor nas mercadorias e no tecido empresarial, mas como tenho muitas duvidas e teima em não me sair o Euromilhões o mais certo será o futuro mineiro extraído sair pelo portos do norte de Espanha como Gijon que publicita o seguinte:
Citar
Capaz de acoger buques de 59 pies de calado, sus 920 metros de línea de atraque máximo, permiten el atraque simultáneo de dos grandes buques con una capacidad total de más de 500.000t de granel.
ou Ferrol, onde calha bem a Mota-Engil têm investimentos ao nivel dos contentores.

Cumprimentos,
 

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nelson38899

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #3 em: Outubro 21, 2011, 04:28:37 pm »
Ora focou o ponto mais interessante da futura exploração das nossas riquezas.

Pelo que li e ouvi, fiquei com a sensação que mais uma vez os políticos apresentam um nível de burrice considerável, ou seja, nós vamos apenas exportar o minério puro nada de valor acrescentado.

O que me mete mais nojo é o facto de andarem sempre a falar da produtividade e do seu aumento. Mas esquecem-se que essa produtividade vem do valor acrescentado que uma empresa dá ao produto que faz e não do simples facto de apenas produzir.

Quero ver o que acontecerá em Portugal, quando vender-mos matéria prima a 1€ o quilo e comprar-mos o produto acabado a 10€ o quilo. O mais certo é vir um iluminado dizer que o melhor é aumentar os impostos, para balançar o défice da nossa balança comercial.
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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PedroI

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #4 em: Outubro 21, 2011, 05:33:10 pm »
Caro Nelson,

Pegando no teu raciocinio, numa pesquisa rapida e numas contas de merceiro temos:
552.000.000,00Toneladas de minério de ferro
x
1,29€Euro por Tonelada métrica seca (China import Iron Ore Fines 62% FE spot (CFR Tianjin port traduz-se por uma tonelada de minério entregue onde os Chineses quiserem)
= 712.080.000,00€

Ora segundo um site brasileiro uma tonelada de Aço consume 1,5 toneladas de mineiro logo pelo que em contas muito redondas:
552.000.000,00Tonelados de minério de ferro / 1,5 =
368.000.000.00Toneladas de Aço

368.000.000.00Toneladas de Aço
x
654,61€ (Aço laminado a frio, bobina/lâmina (Japão) Contratos de exportação (3 a 12 meses), principalmente FOB Ásia traduz em vais buscar o Aço ao Japão e o transporte é por tua conta)
= 240.896.480.000,00€ :shock:  :lol:  :lol:  :lol:

Os preços das mercadorias são do International Monetary Fund via Index Mundi
Por favor tenham em conta são contas de merceeiro e que tem de ser vistas com o devido espírito critico......... mas mesmo assim.

Cumprimentos,
 

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nelson38899

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #5 em: Outubro 21, 2011, 09:46:42 pm »
Por essa razão, volto afirmar que nós devemos apostar em adicionar valor acrescentado ao nosso metal e não focarmos só  na extracção.

Caso o governo não faça isso, apenas afirmo que este governo não passa de uma cambada de burros.
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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miguelbud

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #6 em: Outubro 21, 2011, 10:46:32 pm »
Citação de: "nelson38899"
Por essa razão, volto afirmar que nós devemos apostar em adicionar valor acrescentado ao nosso metal e não focarmos só na extracção.

Caso o governo não faça isso, apenas afirmo que este governo não passa de uma cambada de burros.
Aqui tens outro exemplo Nelson.

Portugal à beira de ficar rico

Um estudo divulgado esta semana pela empresa de consultoria MarketResearch.com indica que a procura de litío para a construção de baterias de iões de lítio para a indústria automóvel vai quadriplicar ao longo dos próximos 10 anos.

O mesmo estudo revela que em 2010 o mercado mundial de lítio ascendeu a 11 mil milhões de dólares (€8 mil milhões), mas que em 2020 deverá rondar os 43 mil milhões de dólares (€31,5 mil milhões).

Alguns analistas do setor extrativo garantem ao Expresso que Portugal tem aqui uma oportunidade única para "marcar pontos" neste importante mercado, pois atualmente já é o 5º maior exportador mundial de lítio, e tem potencial de exploração para mais 70 anos. Estes dados são confirmados, aliás, num dos relatórios mais recentes do Departamento de Energia norte-americano.

Indústria automóvel interessada no lítio português


O problema é que Portugal apenas vai até à produção de concentrado de lítio, ou seja, não acrescenta mais valor ao seu produto, tendo que o vender em bruto para os smelters (proprietários de fundições) de outros países. Esses, sim, é que entregam à indústria automóvel o lítio pronto para ser utilizado em baterias de carros elétrios. São também estes intermediários que faturam uma parte considerável do processo de transformação do lítio.

O Expresso sabe, no entanto, que o principal produtor de lítio em Portugal está já a ser sondado por várias empresas multinacionais da indústria das baterias para carros elétricos, no sentido de formar parcerias que possam passar pela criação de uma fundição em Portugal. Ou seja, poderia ser um passo à frente no processo, em que o país acrescentaria valor ao seu recurso natural.

Para além da indústria automóvel, o lítio também, é utilizado na indústria eletrónica (telemóveis), farmacêutica e prevê-se que venha a ter cada vez mais aplicações na indústria aeroespacial e também na área militar.

A preocupação das construtoras de automóveis é tão grande em relação ao lítio que algumas já estão a entrar no capital social de algumas empresas mineiras em várias zonas do globo. A nipónica Mitsubishi ainda recentemente tomou posição em algumas empresas do sector extrativo, na área do lítio, em dois países da América do Sul. Também a Toyota terá feito o mesmo, segundo algumas fontes do sector automóvel.

Com estes avanços para a área mineira, a indústria automóvel quer garantir, de alguma forma, que não vai ter problemas no abastecimento dessa importante matéria-prima, para que a nova área de negócio dos carros elétricos, que agora desponta, não fique comprometida.

http://aeiou.expresso.pt/portugal-a-bei ... co=f631254
 

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chaimites

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #7 em: Outubro 22, 2011, 09:42:50 am »
A   Via de saida, mais logica, do minerio de Torre de Moncorvo é a fluvial   aproveitando a navegabilidade do Douro


Citar

O responsável esclareceu que, na consulta ao Projecto de Exploração das Minas de Ferro de Moncorvo, não se encontrou um estudo fundamentado para o escoamento do minério.

O documento referia apenas que «actualmente a opção existente é o transporte ferroviário através da linha do Douro. Considera-se, no entanto, que a solução de escoamento poderá ser optimizada através de uma futura operacionalização da opção de escoamento por via fluvial».

E, apesar de não ter sido efectuado nenhum estudo específico para este caso concreto, Joaquim Gonçalves salientou que para a utilização da via navegável do Douro no transporte de mercadorias seria necessário investir 70 milhões de euros no aprofundamento do canal, alargamento, sinalização, adaptação das eclusas de navegação e sistemas de emergência e segurança.

Os valores apontados para a produção de minério prevêem que venha a ser necessária uma capacidade de escoamento variável entre 4000 a 9000 toneladas por dia de minério ou seus derivados, na primeira fase de funcionamento. Valores que podem atingir as 28000 toneladas por dia, em fases de pico

http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=31702
 

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chaimites

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #8 em: Outubro 22, 2011, 10:48:16 am »
Citar

Governo assina protocolo com a Repsol para a exploração de gás natural no Algarve


O Governo assinou hoje com os espanhóis da Repsol e os alemães da RWE o contrato de concessão para a exploração de gás natural ao largo da costa algarvia, que vai permitir que 9 por cento das receitas reverta para o Estado


O secretário de Estado da Energia, em declarações aos jornalistas no final da assinatura do acordo, afirmou que ainda não seria possível "calcular as receitas para o Estado porque depende daquilo que for encontrado na prospecção  nos próximos três a oito anos", acrescentando, contudo, que Portugal poderá  assegurar "o abastecimento de gás por poucos anos".  

Henrique Gomes disse que este acordo "vem na sequência de uma série  de actividades que nos últimos meses" o Governo tem vindo "a desenvolver",  nomeadamente na prospecção no mar ao largo da Figueira da Foz e de Peniche  e ainda no alto mar ao largo de Sines.  

"Conseguimos importantes contrapartidas para o Estado (...) e como se  trata de uma exploração de gás os impactos ambientais serão praticamente  nulos", observou Henrique Gomes, acrescentando que o investimento "terá  algum impacto positivo para as populações na medida em que parte dos 'royalties' (parte das receitas entregue ao Estado) serão aplicados no desenvolvimento  local".  

O secretário de Estado da Energia adiantou ainda que se está "numa fase  de prospecção que poderá demorar três a oito anos", sendo que nos primeiros  três "serão investidos pela Repsol  (e RWE) cerca de 30 milhões de euros".

Henrique Gomes revelou ainda que o Estado ficará com 9 por cento das  receitas se se chegar à fase de exploração e produção, "uma percentagem  muito interessante a nível internacional", e que representa, nesta renegociação,  "ter multiplicado em cerca de 50 vezes aquilo que estava inicialmente previsto".

 

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Malagueta

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #9 em: Outubro 22, 2011, 06:52:33 pm »
Reservas das minas de Moncorvo valem €58,2 mil milhões

As reservas das minas de Moncorvo valem atualmente cerca de 58,2 mil milhões de euros a preços da cotação do ferro no mercado internacional, o que corresponde a cerca de um terço da riqueza em Portugal.15:20 Sexta feira, 21 de outubro de 2011            
   



As reservas das minas de Moncorvo valem atualmente cerca de 58,2 mil milhões de euros a preços da cotação do ferro no mercado internacional, o que corresponde a cerca de um terço da riqueza em Portugal.

As minas de Moncorvo em Trás-os-Montes, um dos maiores depósitos de ferro da Europa, - nas quais o grupo anglo-australiano Rio Tinto pretende investir mil milhões de euros -, tem recursos medidos e indicados de 552 milhões de toneladas de minério, que, à cotação de 146 dólares por tonelada no mercado internacional, tem debaixo da terra um valor de 80 mil milhões de dólares, ou seja, 58,2 mil milhões de euros. Um valor que corresponde a cerca de um terço do Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal.

Caso o investimento avance, este valor será estendido até 2070, data em que terminam os direitos de exploração das minas, sendo que, se o Estado receber 9% das receitas geradas, conforme foi negociado com Repsol para a exploração de gás natural no Algarve, Portugal receberá durante 50 anos cerca de 5,2 mil milhões de euros.

A Rio Tinto quer investir cerca de mil milhões de euros na exploração de ferro em Portugal, um investimento a ser implementado nas minas de Torre de Moncorvo, em Trás-os-Montes.

O projeto está a ser negociado entre o Governo português, a empresa que detém a concessão da mina até 2070, a MTI -- Minning Technology Investments, e a Rio Tinto, uma situação hoje confirmada pelo Executivo.


 O ministro da Economia admitiu hoje haver "conversações" com várias empresas dos setor mineiro, mas escusou-se a prestar mais esclarecimentos sobre o investimento em causa.

O investimento vai permitir, numa primeira fase, a criação de 420 novos postos de trabalho diretos e cerca de 800 indiretos, bem como a criação de um pólo de investigação e desenvolvimento no Nordeste Transmontano, com parcerias com instituições locais e internacionais.
 

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Jorge Pereira

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #10 em: Outubro 22, 2011, 10:23:42 pm »
Notícia com alguns meses mas muito interessante:

Citar
Portugal à beira de ficar rico

Portugal é já o quinto produtor mundial de lítio, e a procura desta matéria-prima para baterias de carros eléctricos vai quadriplicar (veja vídeo no fim do texto).

Um estudo divulgado esta semana pela empresa de consultoria MarketResearch.com indica que a procura de litío para a construção de baterias de iões de lítio para a indústria automóvel vai quadriplicar ao longo dos próximos 10 anos.

O mesmo estudo revela que em 2010 o mercado mundial de lítio ascendeu a 11 mil milhões de dólares (€8 mil milhões), mas que em 2020 deverá rondar os 43 mil milhões de dólares (€31,5 mil milhões).

Alguns analistas do setor extrativo garantem ao Expresso que Portugal tem aqui uma oportunidade única para "marcar pontos" neste importante mercado, pois atualmente já é o 5º maior exportador mundial de lítio, e tem potencial de exploração para mais 70 anos. Estes dados são confirmados, aliás, num dos relatórios mais recentes do Departamento de Energia norte-americano.
Indústria automóvel interessada no lítio português

O problema é que Portugal apenas vai até à produção de concentrado de lítio, ou seja, não acrescenta mais valor ao seu produto, tendo que o vender em bruto para os smelters (proprietários de fundições) de outros países. Esses, sim, é que entregam à indústria automóvel o lítio pronto para ser utilizado em baterias de carros elétrios. São também estes intermediários que faturam uma parte considerável do processo de transformação do lítio.

O Expresso sabe, no entanto, que o principal produtor de lítio em Portugal está já a ser sondado por várias empresas multinacionais da indústria das baterias para carros elétricos, no sentido de formar parcerias que possam passar pela criação de uma fundição em Portugal. Ou seja, poderia ser um passo à frente no processo, em que o país acrescentaria valor ao seu recurso natural.

Para além da indústria automóvel, o lítio também, é utilizado na indústria eletrónica (telemóveis), farmacêutica e prevê-se que venha a ter cada vez mais aplicações na indústria aeroespacial e também na área militar.

A preocupação das construtoras de automóveis é tão grande em relação ao lítio que algumas já estão a entrar no capital social de algumas empresas mineiras em várias zonas do globo. A nipónica Mitsubishi ainda recentemente tomou posição em algumas empresas do sector extrativo, na área do lítio, em dois países da América do Sul. Também a Toyota terá feito o mesmo, segundo algumas fontes do sector automóvel.

Com estes avanços para a área mineira, a indústria automóvel quer garantir, de alguma forma, que não vai ter problemas no abastecimento dessa importante matéria-prima, para que a nova área de negócio dos carros elétricos, que agora desponta, não fique comprometida.

Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/portugal-a-bei ... z1bY2bTyba
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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chaimites

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #11 em: Outubro 22, 2011, 11:30:15 pm »
Citar

 
 
Mohave Oil & Gas já conseguiu obter gás
em Aljubarrota

22/10/2011
 
     
A empresa Mohave Oil & Gas Corporation já começou a perfurar o solo de Aljubarrota e conseguiu mesmo extrair gás durante os testes, que ainda prosseguem. O presidente da Câmara de Alcobaça aproveitou mesmo a deslocação de Pedro Passos Coelho a Leiria, no dia 15 de Outubro, para lhe entregar uma fotografia onde se vê o gás a arder no cimo da plataforma, que já alcançou os 2600 metros de profundidade, garantiu uma fonte da autarquia ao Tinta Fresca. A confirmar-se a existência de hidrocarbonetos no local, a empresa canadiana deverá investir 60 milhões de euros no concelho de Alcobaça, em ano e meio.

       
Torre de perfuração da Mohave em AljubarrotaContudo, Paulo Inácio está preocupado com o facto de ser um dos poucos países do mundo sem royalties municipais e já pediu ao governo para criar legislação nesse sentido, a exemplo, do que já sucede com a energia eólica. O autarca adiantou ainda que os dois locais assinalados para exploração de gás natural, ambos no Cadoiço, na freguesia de Prazeres de Aljubarrota, ficam muito próximos do gasoduto de gás natural que passa nas imediações junto ao IC2, o que reduzirá os custos de transporte dos hidrocarbonetos. A Mohave Oil & Gas poderá obter resultados definitivos dos testes de perfuração até ao final de Outubro


http://www.tintafresca.net/News/newsdetail.aspx?news=43440208-1707-44c5-877b-e49c694f78a4&edition=132
Ora em Aljubarrota:...  sera Gás de origem castellana? :mrgreen:
 

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AC

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #12 em: Outubro 23, 2011, 10:23:09 pm »
Citação de: "PedroI"
Fica uma questão, se bem que muito previa, relativa a por onde é que vão sair  "552 milhões de toneladas de minério" dado que não existe siderurgia em Portugal, infelizmente, e dos porto Nacionais o melhor porto de saída é o mais longínquo ou seja Sines.

Aveiro e/ou Leixões.

Citar
O MV Vale Brasil o maior Navio de mineiro da actualidade carregou na primeira viagem aproximadamente 390.000tons de minério tendo um calado de 23metros. Ora com estas características e mesmo considerando, vá lá, um Navio para 300.000Tons com 20metros de calado só mesmo Sines o receberia,

Navios como esses são excepções. Como são tão grandes, poucos portos os podem receber e há muitos locais onde não podem passar. Só se tornam rentáveis quando há mesmo muito volume.
No caso de navios como o Berge Stahl e o Vale Brasil, há neste momento 3 ou 4 portos no mundo que os podem receber com carga máxima: Terminal Marítimo da Ponta da Madeira (onde carregam), Roterdão, Taranto e Dalian.

Agora, no terminal da Ponta da Madeira a Vale carrega umas 87 MT/ano de minério, para diversos destino.

Segundo as noticias estima-se que o volume fosse de 4000 a 9000 toneladas por dia. Isso dá 3.2 MT/ano. Isso é o que um destes navios transporte anualmente do Brasil para Roterdão.
 

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AC

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #13 em: Outubro 23, 2011, 10:28:13 pm »
Citação de: "nelson38899"
Por essa razão, volto afirmar que nós devemos apostar em adicionar valor acrescentado ao nosso metal e não focarmos só  na extracção.

Caso o governo não faça isso, apenas afirmo que este governo não passa de uma cambada de burros.

Faz-se o que se pode e não o que se quer.
O interesse da Rio Tinto surge, na verdade, já na sequência da empresa concessionária das minas não ter capacidade para investir o suficiente.

Se o Governo conseguir arranjar alguém que queira e possa investir cá na siderugia, óptimo.
Se não conseguir, exportar minério é melhor que nada.
 

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Lusitano89

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #14 em: Outubro 25, 2011, 07:26:54 pm »
Ouro no Alentejo explorado por empresas canadiana e australiana


A exploração experimental de ouro nos concelhos alentejanos de Évora e Montemor-o-Novo, que vai ser concessionada à joint-venture da canadiana Colt Resources e da australiana Iberian Resources, prevê um investimento mínimo de três milhões de euros, revelou hoje o Ministério da Economia.
Fonte do Ministério da Economia e do Emprego, tutelado pelo ministro Álvaro Santos Pereira, explicou que «os investimentos mínimos previstos» para estes trabalhos ascendem a «três milhões de euros».

O anúncio de um novo contrato de concessão de ouro no Alentejo, a formalizar na «próxima semana», foi feito hoje pelo ministro Álvaro Santos Pereira, na Comissão Parlamentar de Segurança Social e Trabalho.

«No sector mineiro, na próxima semana, será anunciado um novo contrato de concessão de exploração de ouro no Alentejo e, nos próximos meses, serão ainda anunciadas novas concessões», afirmou o governante.

A empresa canadiana Colt Resources vai assinar, no dia 2 de Novembro, os contratos com o Governo para avançar com a exploração experimental de ouro nas freguesias de Nossa Senhora da Boa-Fé (Évora) e Santiago do Escoural (Montemor-o-Novo).

Fonte do Ministério da Economia confirmou que a concessão vai ser atribuída a uma joint-venture formada pelas empresas Colt Resources e Iberian Resources.

A concessão, disse, é válida por três anos, «eventualmente extensível por mais seis meses», e prevê o «desenvolvimento de trabalhos confirmativos do interesse económico do jazigo, incluindo ensaios produtivos à escala semi-industrial».

As substâncias a explorar, acrescentou a mesma fonte, são sobretudo «ouro e prata», mas poderão ainda ser extraídos «cobre, chumbo, zinco e minerais associados».

De acordo com o ministério, as contrapartidas para o Estado vão ser de «quatro por cento» do valor de produção no terceiro ano de contrato.

Posteriormente, caso seja requerida e atribuída à “joint-venture” a concessão definitiva da exploração mineira naquele local, sublinhou, o Estado português vai continuar a ficar com quatro por cento do valor de produção.

A concessão definitiva da extracção de ouro naquela zona alentejana «ficará sempre sujeita às condições e respectiva aprovação da Avaliação de Impacto Ambiental», ressalvou ainda o Ministério da Economia.

Nestes três anos de concessão experimental, a Colt Resources vai efectuar, por exemplo, sondagens, reabertura de galerias, amostragens de grande volume, testes piloto, cálculo de reservas e planeamento de exploração mineira.

Lusa