Blindados da PSP

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Blindados da PSP
« em: Dezembro 05, 2010, 12:06:19 am »
Já vi por ai diversas fotos sobre os blindados da PSP, o tema também é falado, e achei por bem  abrir este tópico, de modo a assim centralizar a discussão.



Algumas questões para abrir a discussão:

Será que estamos a caminhar para um cenário parecido como do Brasil? Com as devidas distâncias, obviamente.

Parece-vos necessária a compra destas viaturas no actual cenário de crise, convêm lembrar que vão ficar orçados em cerca de 5 milhões de euros, quando a GNR tem 13 blindados ?

E parece-vos bem que os veículos fiquem na dependência da PSP ?

Digam de vossa justiça.
« Última modificação: Dezembro 08, 2010, 01:38:39 am por Lusitano Invicto »
"Sei muito bem o que quero e para onde vou."

Oliveira Salazar, em 27 de Abril de 1928.

http://www.oliveirasalazar.org/

Cumprimentos ao fórum.
 

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CPC

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Re: O "Caveirão" Português?
« Responder #1 em: Dezembro 05, 2010, 12:23:52 am »
Os 6 blindados vão custar 1 Milhão de Euros e não 5 Milhões! Os outros 700Mil utilizados foi em equipamento diverso. Os 5M era a verba disponível e que, não percebo bem como, aproveitaram apenas 1.7M! Muito provavelmente "politiquice" por de trás!  

Citar
Apenas os seis blindados, no valor de 1 008 000, tiveram uma proposta de uma empresa canadiana, Milícia, que ganhou o concurso. Todos os outros concursos relativos às restantes viaturas, no valor total de 2 704 000 euros foram anulados. O preço base oferecido pelo Governo Civil não mereceu uma proposta por parte das empresas convidadas. Adjudicados foram também os concursos relativos a materiais de manuten- ção da ordem pública no valor de 714 924 euros. Ou seja, dos cerca de cinco milhões de euros disponíveis para a PSP, foram gastos somente 1 722 924 euros.

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/inter ... id=1717960


E se não ficam sobre a alçada da PSP vão ficar de quem? Dos políticos ?
 

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LuisC

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Re: O "Caveirão" Português?
« Responder #2 em: Dezembro 05, 2010, 12:29:26 am »
Felizmente em Portugal, de uma maneira geral, as Forças de Segurança têm estado sempre um passo à frente dos criminosos no tocante a equipamento…a compra destes blindados é uma prova dessa tendência.

Aparte de um processo de aquisição algo atabalhoado, não tenho dúvidas de que se trata de um meio indispensável a uma força policial como a PSP, que se quer capaz de enfrentar eventuais situações de violência estrema, que exijam uma resolução mais “musculada”.

Creio também que a existência destes blindados ao serviço da PSP, constitui por si só um elemento dissuasor importantíssimo.

Cumps.
 

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raphael

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Re: O "Caveirão" Português?
« Responder #3 em: Dezembro 05, 2010, 02:44:07 am »
Realmente são umas máquinas imponentes, 6400cc tdi, 300 e tal cavalos para 7ton e qualquer coisa, esperemos que sejam efectivamente úteis, esperemos também que qualifiquem condutores suficientes para as ditas viaturas... ficam todas em Belas na UEP? realmente só a PSP não tinha blindados, de resto todas as capelinhas cá do burgo os têm, com as mais diversas aplicações! Só não percebi o porquê de tentarem ocultar a marca do veiculo com autocolante preto e aqueles smiles nos farois de longo alcance...
Um abraço
Raphael
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Upham

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Re: Blindados da PSP
« Responder #4 em: Dezembro 09, 2010, 06:31:46 pm »
Boa tarde!

Desde que se começou a falar neste assunto, na sequência de artigos nos meios de comunicação, fiquei com uma ideia que a designação de "blindado" é um tanto ou quanto vaga (claro que os veículos são providos de blindagem com caracteristicas especificas para um determinado nivel de ameaças). Penso que se deveria ter mais trabalho de investigação antes de se escrever nos jornais :| . Não seria mais correcto designar estes veículos como viaturas anti-motim?

Cumprimentos
"Nos confins da Ibéria, vive um povo que não se governa, nem se deixa governar."

Frase atribuida a Caio Julio César.
 

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nelson38899

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Re: Blindados da PSP
« Responder #5 em: Dezembro 12, 2010, 10:10:33 am »
Citar
Uma das empresas convidadas para fornecerem os blindados à PSP produz 'marketing' e comunicação. A certificação para equipamento de defesa só veio depois do convite feito

Uma das empresas que o Governo convidou para participar no concurso dos seis blindados para a PSP é uma consultora de imagem, gestão e marketing, que só obteve certificação do Ministério da Defesa, para o exercício da actividade de indústria de armamento (bens e tecnologias militares) representar equipamentos militares, depois do convite feito.

A Central M- Consultadoria de Gestão e Marketing foi, segundo um comunicado do Governo Civil de Lisboa (GCL), uma das cinco empresas chamada a apresentar uma proposta, ao procedimento concursal, tendo em vista um ajuste directo de um milhão e oito mil euros (sem IVA). Mas, apesar de um dos pressupostos ser a certificação das empresas na área militar, a autorização da Central M para esse efeito só foi publicada em Diário da República (n.º 222, 2.ª série) a 16 de Novembro de 2010. Nesta data, aliás, o concurso estava já fechado.

"É a primeira vez que estou a ouvir isso", garantiu ao DN António Galamba, o governador civil. "O elenco de empresas a serem consultadas foi definido por representantes do GCL, da PSP e da Direcção-Geral de Infra-Estruturas e Equipamentos do Ministério da Administração Interna (MAI), sob proposta final da PSP", afiança. Contactada a PSP para esclarecer a situação não foi obtida resposta.

O MAI, que tem assumido a responsabilidade política do processo, diz que "é absolutamente falso que o Governo Civil tenha convidado uma empresa de comunicação e marketing para o procedimento dos blindados".

Por seu turno, um porta-voz da Central M confirmou ao DN que "apesar de ser representante de algumas marcas de material de defesa" a empresa só pediu a autorização necessária ao Ministério da Defesa, para "entrar neste concurso". Esta fonte explica que soube deste procedimento através das declarações, na altura, do ministro da Administração Interna. "Pedimos então ao Governo Civil para nos convidar", acrescenta o mesmo interlocutor. O convite "foi feito na semana de 26 a 29 de Outubro", recorda este responsável.

Apesar do contra-relógio a Central M acabou por nem sequer apresentar nenhuma proposta, o que, aliás, aconteceu com outras três convidadas (ver caixa ao lado). Apenas uma, a Milícia se candidatou ao negócio e viu adjudicado o fornecimento dos seis blindados a 15 de Novembro.

O DN contactou com altos responsáveis de todas estas empresas concorrentes, a Pinhol, a Lasi Electrónica e a Montagrex-Optatrex, todas credenciadas no ramo. Os motivos da desistências são comuns a todas: os prazos dados pelo Governo Civil para entregar as propostas (cerca de cinco dias) e para fornecer as viaturas (10 dias) era "impossível de cumprir no tipo de equipamento em causa".

O administrador da Pinhol, Luís Filipe Pinhol, que recentemente vendeu ao exército, 24 blindados HMMWV, disse ao DN que "com mais alguns dias era possível até apresentar uma boa proposta dentro do preço-base lançado, mas com o prazo definido era impossível". A Pinhol pretende avançar com um processo para tribunal (ver texto em baixo).

O especialista em Contratação Pública, Nuno Monteiro Dente, concorda que "pode haver neste processo matéria de contestação". Embora salvaguarde desconhecer "em detalhe o processo" sublinha que "os prazos são demasiado curtos". No seu entender "sem prejuízo de uma grande capacidade própria, eventualmente só quem tivesse o procedimento comercial já em curso poderia cumprir os prazos exigidos".

O DN tentou também contactar o director da Milícia para esclarecer como conseguiu cumprir os difíceis prazos, mas não obteve resposta até ao fecho da edição.

Para Nuno Monteiro Dente, que é co-autor do livro Código dos Contratos Públicos - Comentado, há ainda outra matéria neste processo que "é discutível". Trata-se do motivo invocado pelo Governo para proceder ao ajuste directo. Ao contrário do que se julgou inicialmente, que a razão era a urgência na aquisição dos equipamentos, supostamente para serem usados na Cimeira da NATO, o ajuste directo foi feito ao abrigo da norma legal que o admite quando o contrato em causa seja declarado "secreto ou a respectiva execução deva ser acompanhada de medidas especiais de segurança, bem como a defesa dos interesses essenciais do Estado o exigir".

Para Nuno Dente, "à partida, não é o caso destas viaturas, pois a publicitação das capacidades destas viaturas não põem em causa a segurança, antes pelo contrário, servem de dissuasão". A não ser que "no limite, considerem que o nível de protecção balística deva ser secreto ou que se tenham feito adaptações às viaturas que também tenham sido classificadas como secretas".

Estas questões vão ser analisadas pelo Tribunal de Contas, onde foi entregue o pedido de visto. E Rui Pereira vai terça-feira ao Parlamento dar explicações sobre a aquisição dos blindados.

dn.pt
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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Lusitano89

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Re: Blindados da PSP
« Responder #6 em: Dezembro 13, 2010, 12:51:08 am »
Ainda os blindados e o porquê das coisas
João José Brandão Ferreira
 
 
Conhecem-se as linhas gerais da novela: cerca de dois meses antes da Cimeira da NATO (19/20 de Novembro) – sobre a qual se fez derramar junto da opinião pública os mais sérios riscos; e se deve elogiar os responsáveis pelas medidas tomadas, pois foi a primeira vez, em todo o mundo, em que numa cimeira destas não houve uma única bastonada – veio a público e algo a medo, a encomenda de cinco viaturas blindadas para serem aumentadas à carga da PSP com a “desculpa” de que eram necessárias à segurança da dita cimeira. Estranhou-se o facto, houve argumentação a favor e contra, para se chegar à ocorrência da dita cuja, sem que as viaturas chegassem a tempo.

Para se perceber tudo isto, é necessário dilucidar dois aspectos: a necessidade e a oportunidade, e mais umas questões mais ou menos acessórias. Já em artigo anterior opinámos sobre a falta de razoabilidade da aquisição das viaturas blindadas, até porque existem 20 viaturas adequadas para a finalidade aludida, na GNR.

Parece então que as viaturas são pretendidas não para a segurança de cimeiras, mas para intervenção em “bairros problemáticos”, isto é em linguagem reciclada “zonas urbanas sensíveis”. Porque não se assume isto? Bom, não tem segredo nenhum: ao governo, através do MAI não é nada politicamente correcto, vir dizer à população uma coisa destas, ainda por cima quando andam sempre a pintar de cor de rosa a segurança das populações; por outro lado a própria PSP, não pode vir dizer algo que contraria os desígnios políticos da tutela e convenhamos que também não faz bem ao seu ego ter que assumir que o patamar de segurança está a fugir aos meios que tem.

Depois temos o problema muito típico português, do “complexo de quinta” (longe de ser exclusivo da GNR e da PSP), isto é, ambos têm a mesma missão, embora em áreas complementares, mas como utilizar os meios em proveito mútuo? E quem comanda? Porque é que eles têm e eu não? O protagonismo de um prejudica o outro? etc. Ora estes são problemas de sempre que sempre é necessário harmonizar.

Depois temos ainda a questão magna da intervenção ou não das FAs na segurança interna. Mas isto representa um imbróglio constitucional, primeiro e de regulamentação, depois, que tem a sua origem em complexos políticos, derivados da transição do “Estado Novo” para o actual modelo de Democracia e que não há meio de ser ultrapassado e resolvido.

Vejamos a oportunidade. Esta tem origem numa espécie de jogo de sombras. Ou seja os governos são relapsos em equipar adequada e atempadamente, as forças de segurança e sobretudo as FAs. A crise financeira e outras prioridades, têm agravado a situação, sobretudo nestas últimas. As FAs, porém, ainda dispõem de uma Lei de Programação Militar (que aliás nunca é cumprida…), as Forças de Segurança (FS), nem isso.

Ou seja, cada vez que há um evento maior para as FS, caso da Expo 98, Europeu de Futebol, Cimeira da NATO, etc., ou se acorda uma ida de uma unidade militar para um teatro de operações distante, por exemplo, aproveita-se a oportunidade para se tentar adquirir de tudo um pouco do que faz falta e não há (às vezes, também, do que não faz falta…).

O governo pressionado e com pavor de haver um incidente ou um morto, lá autoriza, “in extremis”, a compra de algo, por ajuste directo, o que por norma fica mais caro, arrisca-se a não chegar a horas e a provocar problemas legais. Ora foi mais uma vez isto que aconteceu com os blindados para a PSP, acrescido das hesitações políticas e da burocracia do ministério das finanças em desbloquear verbas.

Mas se a necessidade de blindados é mais do que questionável, já o mesmo não parece acontecer com as 46 viaturas de transporte (de que ninguém fala), também pedidas (e por fim, autorizadas) e que a trapalhada descrita, ainda vai fazer que demore à sua chegada. Ora estas viaturas servem para substituir e melhorar, as existentes que estão velhas, e para garantir a operacionalidade de uma das melhores ideias que a PSP teve, que foi a de constituir equipas de intervenção de cerca de nove homens, especialmente treinados, para actuarem rapidamente em locais onde se verifiquem acções violentas de ordem pública.

Assim vamos vivendo no reino da Lusitânia. Dizer a verdade em vez de tentar enganar o próximo não seria muito melhor?

Jornal Defesa
 

Re: Blindados da PSP
« Responder #7 em: Dezembro 13, 2010, 02:54:31 pm »
Citação de: "CPC"
Os 6 blindados vão custar 1 Milhão de Euros e não 5 Milhões! Os outros 700Mil utilizados foi em equipamento diverso. Os 5M era a verba disponível e que, não percebo bem como, aproveitaram apenas 1.7M! Muito provavelmente "politiquice" por de trás!  

Citar
Apenas os seis blindados, no valor de 1 008 000, tiveram uma proposta de uma empresa canadiana, Milícia, que ganhou o concurso. Todos os outros concursos relativos às restantes viaturas, no valor total de 2 704 000 euros foram anulados. O preço base oferecido pelo Governo Civil não mereceu uma proposta por parte das empresas convidadas. Adjudicados foram também os concursos relativos a materiais de manuten- ção da ordem pública no valor de 714 924 euros. Ou seja, dos cerca de cinco milhões de euros disponíveis para a PSP, foram gastos somente 1 722 924 euros.

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/inter ... id=1717960


E se não ficam sobre a alçada da PSP vão ficar de quem? Dos políticos ?

Sim, tem razão, mas os 5 milhões foi o número mais falado e levou-me ao equivoco.

Cumprimentos.
"Sei muito bem o que quero e para onde vou."

Oliveira Salazar, em 27 de Abril de 1928.

http://www.oliveirasalazar.org/

Cumprimentos ao fórum.
 

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Upham

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Re: Blindados da PSP
« Responder #8 em: Dezembro 14, 2010, 03:45:28 pm »
Boa tarde!

Citação de: "Lusitano89"
Ainda os blindados e o porquê das coisas
João José Brandão Ferreira
e se deve elogiar os responsáveis pelas medidas tomadas, pois foi a primeira vez, em todo o mundo, em que numa cimeira destas não houve uma única bastonada
Jornal Defesa

Orgulho de PORTUGAL
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Frase atribuida a Caio Julio César.
 

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Lusitano89

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Re: Blindados da PSP
« Responder #9 em: Dezembro 14, 2010, 11:12:20 pm »
Ministro diz que não aceitará blindados fora de prazo


O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, garantiu hoje no Parlamento que todo o material adquirido para a PSP que chegue após o prazo legal estipulado no contrato não será recebido. Material que inclui os já famosos blindados.

"Nós vamos cumprir o contrato pontualmente, sem nenhuma contemplação em relação a incumprimentos. Todo o material que exceda o prazo não será recebido", afirmou Rui Pereira perante os deputados na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

Os contratos foram celebrados a 15 de Novembro e o prazo para a entrega de material termina a 25 de Dezembro.

Em resposta à deputada do Bloco de Esquerda Helena Pinto, Rui Pereira garantiu que, em caso de incumprimento na entrega do material para a PSP, "serão accionadas as cláusulas penais correspondentes, que são de natureza indemnizatória".

O director nacional da PSP, Oliveira Pereira, tinha garantido que pelo menos duas das seis viaturas blindadas encomendadas chegariam a tempo de serem utilizadas, caso  necessário, na segurança da cimeira da NATO, que decorreu em Lisboa entre 19 e 20 de Novembro.

DN
 

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Lusitano89

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Re: Blindados da PSP
« Responder #10 em: Dezembro 15, 2010, 12:41:42 pm »
Tribunal de Contas questiona contrato dos blindados


A apreciação do pedido de visto, do Governo pelo  Tribunal de Contas (TC), para a compra dos seis blindados para a PSP está parada. O TC está a aguardar resposta a um pedido de esclarecimento. No Parlamento, as explicações do ministro não satisfizeram os deputados.

O Tribunal de Contas (TC) tem dúvidas em relação ao contrato de aquisição dos seis blindados para a PSP, no valor de 1,2 milhões de euros, assinado entre o Governo Civil de Lisboa e a empresa Milícia, SA. Segundo disse ao DN o porta-voz oficial do TC, "foram pedidos esclarecimentos". Como resultado, o processo de apreciação do pedido de visto está agora suspenso e respectivo prazo para a resposta do TC parado até receber as informações pedidas.

O pedido de visto foi feito ao TC no passado dia 16 de Novembro, um dia depois de ter sido assinado o contrato. Apesar de ainda não haver aprovação do TC para esta despesa, já se encontram em Portugal duas destas viaturas. Segundo o contrato, o pagamento total das viaturas só "produz efeitos financeiros após o visto do TC".

Esta fonte oficial do Tribunal não quis adiantar os motivos das questões colocadas pelos juízes do TC ao Governo Civil, mas ontem, no Parlamento, os deputados da oposição colocaram ao ministro da Administração Interna (MAI) várias dúvidas em relação à legitimidade do contrato.

Uma das mais prementes foi a justificação do ajuste directo. A deputada do Bloco e Esquerda (BE) Helena Pinto, que convocou Rui Pereira para a Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, lembrou que a "urgência" da aquisição dos blindados para a Cimeira da NATO "seria o motivo" para esse procedimento. No entanto, estranhou que o contrato assinado com a empresa, a 15 de Novembro, desse 10 dias para a entrega das viaturas, o que ultrapassava a data do evento. "Se o sr. ministro já sabia perfeitamente que não iam chegar a tempo então porque é que manteve o ajuste directo e não fez a aquisição pelos procedimentos normais?", questiona.

Rui Pereira alegou que, de facto, "tinha dúvidas" que chegassem, mas que "havia essa expectativa". Por outro lado, afirmou que, "além da urgência", havia outro motivo para o ajuste directo que era "a natureza do equipamento, de segurança" cujas características não podem ser divulgadas.

O deputado do PSD Fernando Negrão contrapôs, sublinhando que "as características dos blindados já são mais que públicas", incluindo através de um memorando distribuído pelo próprio ministro nessa comissão parlamentar. Mas, o ministro explicou que "havia pormenores sobre vulnerabilidades dos blindados que tinham de se manter sob reserva".

O especialista em Contratação Pública Nuno Monteiro Dente frisa que, "como em todos os casos de ajuste directo", os casos em que segredo sobre o material é a justificação "têm de ser muito bem fundamentados ou pode haver a nulidade do procedimento por ausência de forma". Das cinco empresas convidadas a apresentar propostas de fornecimento dos blindados apenas uma se candidatou.

Os deputados da oposição não ficaram satisfeitos com as explicações do ministro para um processo que Helena Pinto classificou de "tudo menos transparente e envolvido numa teia de contradições".

DN
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Blindados da PSP
« Responder #11 em: Dezembro 22, 2010, 09:59:53 am »
Comoo os putos fazem quando querem que haja porrada:

Heeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee, porrada, porrada... c34x  :arrow: http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/inter ... id=1740401
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Trafaria

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Re: Blindados da PSP
« Responder #12 em: Dezembro 22, 2010, 02:14:47 pm »
O SNOP não pode deixar de assinalar o conteúdo de um artigo estrategicamente publicado no Jornal de Defesa e Relações Internacionais do dia 8 de Novembro de 2010 por parte de um Major da GNR no activo, reflectindo a ponta do iceberg de um lobby que parece querer evitar a todo o custo que a Força de Segurança que mais empenhamento e resultados operacionais obtém em zonas com maior densidade populacional, esteja equipada com meios adequados para fazer face a fenómenos criminais cada vez mais complexos.

Contrariamente à GNR, a PSP necessita dos referidos equipamentos de forma contínua e permanente em território nacional, para cumprir com as suas atribuições.

Tenta-se fazer passar a mensagem de que a GNR disponibilizou os seus blindados à PSP o que, é completamente falso.

Contrariamente, a PSP chegou a solicitar há alguns anos o empréstimo de dois blindados para proteger a representação diplomática portuguesa em Bagdad, tendo a GNR recusado esse empenhamento.

O referido Oficial da GNR insinua que o Governo, o Ministro da Administração Interna e o Governo Civil de Lisboa actuaram de forma obscura e contornando a lei.

O SNOP, em face da falta de reacção do Comandante-Geral GNR e do Governo, questiona:

1. As acusações implícitas e explícitas desse Oficial reflectem a posição da GNR?

2. Será que esta posição de total desrespeito institucional reflecte a tão propalada disciplina militar da GNR?

3. Será que com esta posição corporativista a GNR quer justificar o facto, esse sim, injustificável, da GNR possuir 21 blindados de modelo descontinuado que custaram mais de 3 milhões de Euros e para os quais ainda não se encontrou utilidade em missões de segurança pública em favor dos cidadãos de Portugal?

4. Qual é a verdadeira motivação do militar que ataca o Estado e as instituições congéneres esquecendo-se de mencionar que na casa que supostamente serve, se têm feito despesas ciclópicas na aquisição de equipamento para novas unidades como o GIPS ou a Unidade de Controlo Costeiro, conhecidas pela duplicação e pelos conflitos de competências que têm gerado com os Bombeiros, Protecção Civil, Polícia Marítima e Marinha?

5. Qual foi a reacção disciplinar tomada em relação à violação grosseira dos deveres deste militar GNR?

O SNOP está consciente das dificuldades financeiras do país e, se a solução de racionalização dos meios já existentes imperar, apesar das diferenças entre os meios existentes e os escolhidos, considera responsável aceitar a cedência definitiva e permanente dos meios da GNR à PSP para serem utilizados em missões de policiamento e segurança pública, onde, esses meios fazem falta.

A questão está em que a PSP tem sido desorçamentada. A questão está em que a PSP tem necessidade de equipamento para fazer face, tanto às suas necessidades básicas bem como a novos fenómenos criminais de modo a garantir a segurança dos cidadãos. Relembramos mais uma vez que, desde 2008, com a reestruturação das áreas de responsabilidade das forças de segurança, a PSP duplicou a sua área de intervenção e aumentou o nº de subunidades sem que isso se tivesse traduzido em qualquer investimento adicional ou tivesse havido qualquer reforço orçamental e de meios.

O SNOP, os Polícias estão conscientes das dificuldades financeiras do país. Mas, também consideramos que é nos momentos difíceis que as instituições do Estado têm que ser apoiadas. Este apoio é um investimento absolutamente necessário para a garantia e solidificação da Liberdade e Segurança, não é (não pode ser) encarado como uma despesa fútil e desnecessária, mas sim como uma prioridade.



A Direcção do SNOP
http://www.snop.pt/
::..Trafaria..::
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Blindados da PSP
« Responder #13 em: Dezembro 22, 2010, 02:35:45 pm »
Agora é que vai começar a guerra...
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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FoxTroop

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Re: Blindados da PSP
« Responder #14 em: Dezembro 22, 2010, 03:08:55 pm »
Simplesmente vergonhoso. Quer a atitude do Sr. Major de GNR (era um ponto de vista que deveria guardar só para si) como agora esta reacção do SNOP.

Quando falam (tanto uns como outros) de que têm consciência das dificuldades do País, que isto são gastos necessários ou desnecessários, deveriam era ter vergonha na cara. Depois dizem que não, que é mentira quando são acusados de gerirem quintas e interesses empaleados. Vergonha, vergonha, vergonha. Isto é as FA's e FS's, garantes do último pilar da soberania nacional e reserva moral da Nação no seu melhor.  :evil:   :evil: