CPLP debate força de paz da lusofonia

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Azraael

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« Responder #15 em: Março 03, 2006, 05:45:38 pm »
Citação de: "Typhonman"
Cabo Verde na NATO?

e Marrocos não?

Tambem.
E na UE, se possivel.
 

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Leonidas

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« Responder #16 em: Março 06, 2006, 02:22:50 am »
Saudações guerreiras.

Conforme foi declarado, a componente militar tem em vista atuar num cenário de apoio á paz. É lógico que se pode e deve sempre fazer muito mais. Por isso mesmo é que para mim se coloca a questão do terrorismo (disfarçado de conflitos étnicos de natureza religiosa, por ex.). As outras serão sempre válidas desde que todos entre si comunguem dos mesmos objetivos ou, na pior das hipóteses, mesmo que não haja um consenso, que isso, mesmo assim, não seja impedimento de se progredir em conjunto.

Julgo que a participação eventual de países não CPLP deve ser encarada como positiva e ainda por cima Marrocos por causa do Islão. Na minha opinião deve-se, contudo e em primeiro lugar, saber a posição ou que estatuto esses países devam ter. Por mim, o estatuto de observadores, para já, não é coisa para gerar atritos. A questão, lógico, é mais política que militar.

PapaTango, a posição do Brasil, para mim é a mais interessante. Se for tão fácil como escrevo estas palavras, o Brasil deverá ser o principal interessado na participação e envolvimento empenhado e sem pudores, neste tipo de iniciativas e outras que entretanto possam surgir. E sob todos os pontos de vista. Se eu fosse o Lula não exitava  nem um milímetro e nem um segundo, em apoiar estas iniciativas.

De todos os países da NATO, qual foi o que mais apoiou a entrada dos países do ex-Pacto de Varsóvia e o mais rápido possível e porquê? Não sendo possível a entrada de imediato desses países, vejam só que estatuto tiveram e com que finalidade? Chamem-lhes burros, chamem!!! (Que tipo de afinidade teriam  entre si?)

Devem-se dar passos (e que já estão a ser dados) na direção certa entre os membros desta pequena comunidade, não podem é ser tímidos, exitantes e com muita demora. Não nos podemos esquecer que para além do mundo cada vez mais competitivo, se as coisas forem bem conduzidas entre os membros da CPLP, não será de menosprezar um olhar invejoso e traiçoeiro de oportunistas de peso. Neste momento não vejo uma comunidade como a CPLP, mesmo sabendo dos problemas inerentes á mesma.  
 Outros poderão aproveitar aquilo que se está a construir e que por direito só pertencerão a esta comunidade, relativizando o valor e o potencial futuro que esta comunidade pode trazer aos seus membros, por isso mesmo, há que trabalhar com empenho.

No que diz respeito a Portugal, também tem mais a ganhar do que a perder em apoiar mais esta comunidade nas suas mais diversas vertentes e, á sua escala, claro, poderá seguir-se ao Brasil em relação áquilo que deixei destacado a vermelho.          

As ex-colónias não mais precisam de pais. Precisam, sim de desenvolvimento. Não ficará bem a Portugal (e nunca concordaria com tal atitude) se alguma vez os tratássemos esses países como se se tratasse dos Açores ou Madeira. Por aquilo que sei nenhum deles imaginará ou terá como objetivo sequer, alguma vez, tornarem-se politicamente dependentes de Portugal.    

Cumprimentos
 

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Rui Elias

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« Responder #17 em: Março 07, 2006, 04:46:57 pm »
Independentemente das vontades politicas, o que falta para materializar essa vertente militar da CPLP, e independentemente dos objectivos e enquadramento internacional, o que falta é a existência de meios.

As locomotivas naturais dessa vertente militar da CPLP seriam o Brasil e Portugal através das suas marinhas.

E todos sabemos do estado das marinhas dos dois países, e a falta de perspectivas seguras para potenciar essa força.

Poderiamos ainda contar com contingentes terrestres da Angola, e muito pouco mais.

A falta de capacidade de projecção naval e aérea impede a concretização dessa componete militar, e a existência de fragatas ou outros meios militares apenas poderiam funcionar como um acudir a problemas pontuais que surgissem nos espaços geo-estratégicos de um ou outro país em crise.

Se Portugal nem sequer tem meios (coisa que assumiu) para participar nas manobras anuais que se realizam no Brasil, como é que pode ter estes discursos, que ficam bem em banquetes?

Eu gostaria que a CPLC se contituisse numa nova realidade estratégica no Atlântico sul, coisa que daria a Portugal e ao Brasil responsabilidades e importância acrescida no contexto internacional.

Mas sem meios materiais, nada avança.
 

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luis filipe silva

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« Responder #18 em: Março 07, 2006, 09:28:44 pm »
Rui Elias escreveu

Citar
A falta de capacidade de projecção naval e aérea impede a concretização dessa componete militar, e a existência de fragatas ou outros meios militares apenas poderiam funcionar como um acudir a problemas pontuais que surgissem nos espaços geo-estratégicos de um ou outro país em crise.


Não olhemos só para o nosso umbigo. A CPLP não é só Portugal. Assim sendo, o Brasil possui projecção naval e aérea com um porta aviões dois
navios de desembarque doca (LSD) e um LST.
-----------------------------
saudações:
Luis Filipe Silva
 

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Leonidas

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« Responder #19 em: Março 16, 2006, 02:21:37 am »
Saudações guerreiras.    

É verdade que, neste momento, talvez haja só 2 a 2,5 países que têm possibilidade de utilizar o seu equipamento para os exercícios. Com a crise a bater á porta de todos ou quase todos, talvez tenha sido por isso que, no ano passado, se recorreu a exercícios somente dentro de casa. O que acho de muito positivo é que, por mais crise que haja, eles não foram interrompidos desde a sua data de início. Se as nossas carências são conhecidas, o que dizer da grande maioria dos países da CPLP!!  

Pena realmente que o Brasil não dê uma força maior, mas quanto a isso não podemos fazer nada. No entanto, já disse que, de todos, é o que terá a ganhar mais com isto tudo.
Pena, também, não termos meios melhores de projeção para nos exercitarmos num ponto mais distante que a Madeira ou os Açores. Seria bastante importante. Enfim, ouitras prioridades, agora restam saber quais.

O país que refiro na minha intervenção anterior e que está destacado a vermelho, são os EUA.  


Cumprimentos
 

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Rui Elias

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« Responder #20 em: Março 16, 2006, 11:44:20 am »
Luís Filipe:

Mas eu disse que as locomotivas da CPLP seriam Portugal e o Brasil.

E para efeitos militares, sem dúvida.

Mas mesmo o Brasil está limitado.

Só para daqui a um ano ou dois terá o A-12 operacional, e com uma aviação embarcada pouco capaz para as novas exigências (é certo que nos contextos onde a CPLP poderia funcionar, seriam os suficientes).

Os C-31 e C-31 da classe Ceará estão envelhecidos em demasia, e a Newport deles também.

Portugal poderia entrar com as fragatas, bem como o Brasil, com as suas Niteroi, mas nenhum dos países tem neste momento navios para defesa aérea.

Ainda poderiam valer os C-130 dos 2 países, e Portugal em caso de necessidade, alguns dos seus F-16 (mas sem capacidade de reabastecimento em voo, que eu acho ser uma grave lacuna na nossa capacidade aérea.  :? )

Teria que haver um trabalho empenhado a prazo, para isso, e para isso haveria que existir vontade politica e boa concertação entre todos.
 

(sem assunto)
« Responder #21 em: Outubro 03, 2006, 03:50:40 pm »
Citar
Luís Filipe:

Mas eu disse que as locomotivas da CPLP seriam Portugal e o Brasil.

E para efeitos militares, sem dúvida.

Mas mesmo o Brasil está limitado.

Citar
Só para daqui a um ano ou dois terá o A-12 operacional
,

   O A-12 São Paulo estará operacional no fim de 2006(provavelmente em dezembro)


 
Citar
e com uma aviação embarcada pouco capaz para as novas exigências (é certo que nos contextos onde a CPLP poderia funcionar, seriam os suficientes).

   Pequenas melhorias vem sendo feitas, recentemente nas comemorações do aniversário da aviação naval(90 anos), já se apresentou uma mewlhoria inesperada mas de grande impacto operacional qual seja a incorporação de sistemas de reabastecimento "buddy-Buddy". O estado operacional dos AF-1(A-4 Skyhawk) vem aumentando . Tem-se já 10 aeronaves em condições de vôo(chegou-se no início do ano passado a se ter apenas 3 aeronaves em condições...), e a substituição dos SH-3B está andando de vento em popa.

   Até o fim do 1o. bimestre de 2007 haverá novidades na área de helicópteros.

Citar
Os C-31 e C-31 da classe Ceará estão envelhecidos em demasia, e a Newport deles também.

   Aqui é nescessário fazer alguns reparos. O código de casco dos referidos navios LSD/NDD Ceará e Rio de Janeiro é G-30 e G-31 respectivamente. O Newport da MB o G-28 Matoso Maia está plenemente operacional, tendo retornado a cerca de um mês do Haiti.
   O G-30 Ceará acabou de ser submetido a um grande período de manutenção e está de volta à esquadra. O seu irmão G-31 será submetido a processo semelhanteem 2007. A baixa desses navios está prevista para 2011(G-30) e 2012(G-31).

Citar
Portugal poderia entrar com as fragatas, bem como o Brasil, com as suas Niteroi, mas nenhum dos países tem neste momento navios para defesa aérea.

   Lamentável verdade.

Citar
Ainda poderiam valer os C-130 dos 2 países, e Portugal em caso de necessidade, alguns dos seus F-16 (mas sem capacidade de reabastecimento em voo, que eu acho ser uma grave lacuna na nossa capacidade aérea.  :? )

  Sendo um estrangeiro, me permitam com todo respeito tecer a consideração que vossa FAP, deveria tentar incorporar uns dois KC-135 dos estoques americanos(até a Venezuela os possui(!!!!)).

Citar
Teria que haver um trabalho empenhado a prazo, para isso, e para isso haveria que existir vontade politica e boa concertação entre todos.


  Perfeito.
So há dois tipos de navios:
Os SUBMARINOS e os ALVOS...
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #22 em: Outubro 03, 2006, 04:17:26 pm »
Eu pessoalmente não acredito que o Brasil esteja com a mesma vontade que Portugal e Angola no desenvolvimento da Comunidade Lusófona. Vejamos, nos exercícios Lince, por norma o Brasil só participa com observadores, com a excepção de quando o exercício se faz no...Brasil. Acho que o actual Presidente Brasileiro está mais interessado em cooperação com os países da América dos Sul. Não estou a dizer isto de uma forma pejorativa, apenas estou a constatar um facto. Acho que sem ser Portugal o país que está mais interessado no aprofundamento das relações no âmbito da Comunidade Lusófona é Angola.
Se estou a dizer alguma barbaridade...comentem!  :wink:
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Rui Elias

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« Responder #23 em: Outubro 03, 2006, 04:33:30 pm »
Acho que a sua análise é correcta, Cabeça.

Portugal tenta puxar pela CPLP, o Brasil, desde que o Lula ganhou desinteressou-se pelo projecto, e nem esrá tão próximo de Portugal como o esteve Fernando Henrique, apesar de manter boas relações com os PALOP's, e os outros países, tirando Angola apenas vêem a CPLP como um maná de fundos e subsídios para a cooperação.

É a infeliz realidade.    :cry:

Ora eu acho que uma maneira de dar corpo à CPLP era tentar reforçar a a sua vertente política e militar.
 

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« Responder #24 em: Outubro 04, 2006, 03:29:17 pm »
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Citação de: "Cabeça de Martelo"
Eu pessoalmente não acredito que o Brasil esteja com a mesma vontade que Portugal e Angola no desenvolvimento da Comunidade Lusófona. Vejamos, nos exercícios Lince, por norma o Brasil só participa com observadores, com a excepção de quando o exercício se faz no...Brasil.

  Eu acho lamentável essa posição brasileira, mas acho que provavelmente o Brasil irá participar mais dessas manobras se o Sr. Geraldo Alkmim ganhar as eleições no próximo dia 29.


Citar
Acho que o actual Presidente Brasileiro está mais interessado em cooperação com os países da América dos Sul. Não estou a dizer isto de uma forma pejorativa, apenas estou a constatar um facto.

  É verdade, mas falando sério o  :?: ), só está interessado mesmo em permanecer no poder. Talvez, para Portugal conseguir o empenho do Lula em fortalecer a CPLP, seja nescessário que o governo português e dos demais estados-membros, se tornem ditaduras ou democracias popularescas, como as que temos por aqui. Aí sim o Lula viria correndo oferecer tudo que a CPLP precisasse...


Citar
Acho que sem ser Portugal o país que está mais interessado no aprofundamento das relações no âmbito da Comunidade Lusófona é Angola.
Se estou a dizer alguma barbaridade...comentem!  :wink:


   Mas é isso mesmo. Angola depois dos anos de tragédia interna, está tentando de maneira pragmática se reinserir na comunidade internacional.
   Uma participação do país em um organismo como a CPLP, só corrobora essa política, uma vez que os angolanos parecem ter se desencantado com a União Africana, que parece estar mais dividida que o MERCOSUL.
So há dois tipos de navios:
Os SUBMARINOS e os ALVOS...
 

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Lancero

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« Responder #25 em: Abril 11, 2007, 09:03:56 pm »
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CPLP/Forças Armadas: Portugal propõe Programa de Apoio Missões de Paz em África

Luanda, 11 Abr (Lusa) - Portugal propôs a criação de um Programa de Apoio às Missões de Paz em África (PAMPA) durante a IX Reunião dos Chefes de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) da CPLP que hoje terminou em Luanda.

      Segundo o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas portuguesas, general Valença Pinto, o programa consiste na introdução de uma componente multilateral entre os países da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP) em iniciativas de ajuda no continente africano.

      Segundo o general Valença Pinto, a ideia é, mantendo a cooperação bilateral entre os Estados membros, associar-lhe também um carácter multilateral, juntando dois ou mais países de cada vez em determinadas acções.

      Valença Pinto, que falava aos jornalistas no final da reunião, escusou-se, no entanto, a entrar em pormenores, referindo apenas que o PAMPA já foi apresentado em Lisboa há algum tempo, tendo sido dado a conhecer aos ministros da Defesa da CPLP em Setembro de 2006.

      "Apenas agora foi apresentado aos CEMGFA da CPLP, devendo haver futuros debates em torno da iniciativa", afirmou o general.

      No comunicado final da reunião, os CEMGFA presentes - faltaram os representantes da Guiné-Bissau e de Timor-Leste - sublinharam essa decisão de incrementar as relações multilaterais de defesa, através de contactos regulares, trocas de informação e concertação, visando a realização de operações de apoio à paz, a inter-operatividade das forças, a uniformização de procedimentos e o aumento de exercícios militares.

      Relativamente aos exercícios militares conjuntos denominado "Felino", decidiram optar pela alternância de formatos na sua realização, nomeadamente o formato FTX (com tropas no terreno) e CPX (com postos de comando), tendo Moçambique manifestado a disponibilidade para realizar o exercício de 2008 no formato CPX.

      No próximo ano a X Reunião dos CEMGFA da CPLP realizar-se-á em Abril, no Brasil.

      O CEMGFA de Angola, general Francisco Furtado, no discurso de encerramento, o encontro garantiu que o seu país "criará as condições necessárias para uma maior integração no seio da comunidade, procurando aperfeiçoar a actuação conjunta na manutenção da paz e estabilidade".

      "O quadro político da nossa comunidade apresenta-se positivo, porém reconhece-se que se poderá aprofundar a intervenção das nossas Forças Armadas, no apoio às operações de paz, na ajuda humanitária e no combate às grandes endemias e calamidades", salientou Francisco Furtado.
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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PereiraMarques

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« Responder #26 em: Outubro 19, 2007, 11:38:13 pm »
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EXERCÍCIO MILITAR NO ÂMBITO DA CPLP, EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - FELINO 2007

No período de 22 a 26 de Outubro, realiza-se, em São Tomé e Príncipe (STP), o exercício «Felino 2007», no âmbito da Comunidade de Países de Língua Portuguesa – CPLP (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste).
A finalidade dos exercícios tipo «Felino» é o aperfeiçoamento da capacidade de resposta do estado-maior e comando de uma força conjunta (unidades dos três ramos das Forças Armadas: Marinha, Exército e Força Aérea) e combinada (composta por vários países) de escalão batalhão, às situações de apoio à paz e de ajuda humanitária, no âmbito de missões e tarefas passíveis de serem desempenhadas pelas Forças Armadas dos Estados-Membros da CPLP.

A edição deste ano assume o formato de exercício de postos de comando (CPX – command post exercice), não envolvendo directamente forças militares. O cenário criado é o de um conflito num país com elevada instabilidade motivada por uma milícia armada e apoiada por países fronteiriços, simulando-se uma operação humanitária e de manutenção de paz.

Constituindo a segurança e a defesa um dos pilares da CPLP, estes exercícios contribuem de modo muito significativo para o treino e para uma uniformização de doutrina, procedimentos e interoperabilidade das forças envolvidas, permitindo o seu eventual emprego, com sucesso, numa acção real de crise humanitária, catástrofe natural ou outro tipo de calamidade.

O planeamento e a condução do exercício são da responsabilidade do Estado-Maior das Forças Armadas santomenses. Na actual semana, que antecede o exercício, decorrem acções preparatórias e académicas, nomeadamente um estágio de procedimentos e de técnica de estado-maior. Estas medidas são consideradas relevantes para a preparação dos participantes e a harmonização dos conceitos a empregar na fase propriamente dita do exercício, no formato de postos de comando (CPX), na qual as células das forças armadas da CPLP vão participar. Trata-se de uma medida apreendida na sequência de anteriores edições do exercício e que se considerou relevante adoptar.

A 27 e 28 de Agosto último teve lugar na cidade de São Tomé a Conferência Final de Planeamento do Exercício Felino 2007, tendo como objectivo principal a concertação final relativa a documentação e aos aspectos organizacionais do exercício. Ficaram definidas, entre outros aspectos, a ordem de operações e a estrutura do Batalhão da CPLP. Portugal esteve representado por oficiais do Estado-Maior-General das Forças Armadas e pelo Adido de Defesa de Portugal na República de São Tomé e Príncipe. Nos dias subsequentes teve lugar um estágio de operações de apoio à paz com o fim de harmonização de conceitos no âmbito da CPLP.

Portugal participará com um efectivo total de 19 militares dos três ramos das Forças Armadas, que ficarão instalados na cidade de São Tomé. Para além do pessoal técnico necessário para a instalação do centro de operações, são empenhados os militares para as funções no Estado-Maior de uma Força-Tarefa do nível Batalhão Multinacional no âmbito da CPLP.  
O Estado-Maior-General das Forças Armadas Portuguesas (EMGFA), através de uma equipa de militares da Divisão de Comunicações e Sistemas de Informação (DICSI), vai instalar um centro de operações para o Quartel-General da Força-Tarefa Conjunta e Combinada da Comunidade de Países de Língua Portuguesa – CPLP, criada para este exercício com equipamento adquirido pelo Ministério da Defesa Nacional e apoiou todo o planeamento sob a autoridade de coordenação da Divisão de Operações.

O apoio português para a realização do exercício é mais vasto, abrangendo a área da cooperação técnico-militar e organismos nacionais, tais como o Instituto Geográfico do Exército Português – IGEOE e o Centro de Simulação do Exército.

No âmbito da cooperação técnico-militar, far-se-á através do desenvolvimento de um programa-quadro com STP, na capacitação institucional no domínio da organização da estrutura superior da Defesa e das Forças Armadas e colocando à disposição de STP os meios que se tem no terreno para apoio, visando colmatar as assimetrias na área técnico-militar. Neste caso concreto, constou da construção de um centro de operações para o EMGFA de São Tomé e Príncipe.

Através do IGEOE, fez-se a recolha de informação geoespacial relativa às ilhas de São Tomé e do Príncipe que sustentará a produção de informação cartográfica digital para o exercício, um aspecto essencial para a sua execução. Assim como o Centro de Simulação do Exército está presente neste exercício através do seu sistema de simulação VIGRESTE e do seu Sistema de Gestão da Informação.

Os exercícios da série «Felino» realizam-se desde o ano de 2000, em regime de rotatividade pelos diferentes países da CPLP. Nos dois primeiros anos decorreram em Portugal e na edição de 2002 no Brasil, sempre com unidades militares no terreno. As edições em formato CPX couberam a Moçambique no ano de 2003 e a Cabo Verde em 2005. Angola e Brasil foram responsáveis, respectivamente, em 2004 e 2006, com efectivos militares no terreno.

Este modelo de exercício visa treinar as forças militares dos países-membros, melhorando a sua proficiência em planeamento, comando, controlo e conduta de missões de ajuda humanitária, missões de manutenção de paz .



16OUT2007


http://www.emgfa.pt/Pages/visualizacont ... nteudo=618