O galego é unha riqueza que nos abre á lusofonía

  • 66 Respostas
  • 27080 Visualizações
*

zocuni

  • Especialista
  • ****
  • 1055
  • Recebeu: 22 vez(es)
  • Enviou: 46 vez(es)
  • +30/-4
(sem assunto)
« Responder #45 em: Abril 19, 2008, 01:45:23 pm »
Citação de: "comanche"
Galiza ten voz, por vez primeira, na Assembleia da República portuguesa

Citar
Segundo contan dende a web da Associaçom Galega da Língua (AGAL), esta segunda feira 7 de abril foi un dia histórico non só para a Galiza lusófona, senón tamén para a lingua galega, posto que na Conferencia Internacional Parlamentar sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, organizada pola Comissão de Ética, Sociedade e Cultura da Assembleia da República, participaron dous galegos: Alexandre Banhos, presidente desta asociación, e Ângelo Cristóvão, presidente da Associação Pró-Academia Galega da Língua Portuguesa.

Ámbolos dous interviron na conferencia en representación das organizacións da Galiza lusófona; a mesma AGAL (Associaçom Galega da Língua); a Associação de Amizade Galiza-Portugal (AAG-P); a Associação Pró Academia Galega da Língua Portuguesa; a Associação Sócio-pedagógica Galaico-Portuguesa (ASPG-P); e o Movimento de Defesa da Língua (MDL).

A unidade do movemento reintegracionista demostrouse en Portugal
Despois de se pechar a sesión, chegou a quenda dos galegos, comezando por Banhos, quen se amosou satisfeito por poder falar na Assembleia da República portuguesa, feito que el vía como un recoñecemento oficial do carácter lusófono de Galiza. Pódese consultar enteiro o comunicado que por el foi lido, na web da AGAL en pdf.

Despois chegou a quenda de Cristóvão, quen falou da unidade demostrada polo movemento reintegracionista, creada grazas ao esforzo das entidades, que aínda han dar "novos froitos", e leu un comunicado sobre a posición das entidades reintegracionistas sobre o papel da futura Academia Galega da Língua Portuguesa.
Nesta terza membros da AGAL reuníronse con representantes da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) e co Presidente do Instituto Nacional da Língua Portuguesa. Tamén Ângelo Cristóvão e a Associação Pró-AGLP desenvolveron un encontro co Presidente da Academia das Letras de Lisboa.

http://www.vieiros.com/nova/65752/galiza-ten-voz-por-vez-primeira-na-assembleia-da-republica-portuguesa


Ver video na assembleia da República portuguesa
http://www.youtube.com/watch?v=sGdvB555NnE


Muito bom esse video Comanche,só complementando assista ao discurso do Presidente da Academia Galega da Língua Portuguesa,Ângelo Cristóvão,na Assembléia da República.

http://www.youtube.com/watch?v=7TIVeEpAQPQ&feature=related


Abraços,
zocuni
 

*

HELLAS

  • Perito
  • **
  • 373
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #46 em: Maio 17, 2008, 05:19:00 pm »
Apenas un aponte Comanche. Dizeras esto...a língua mirandesa fala-se (toda a gente a usa no dia a dia) numa pequena região de Portugal e é comparável em Espanha ao vale de Arão na Catalunha quer em área quer em numero de falantes(língua também ela oficial na Catalunha)...

Quero-te dizer que a lingua aranesa do Val D´Aran, no papel é oficial em Catalunha e em Espanha, mas quero dizer que o canal de TV catalao, tendo como aranes como lingua oficial na Catalunha nao emite NADA nissa lingua lamentavelmente, tampoou a tv espanhola neste caso.
No caso das outras linguas nao oficiais alem do Catalao, Castelhano, Valenciano, Galego e Vasco, as outras, Astur-Leones-Montañes (faladas em diferentes variantes  em Asturias, Leao e Cantabria) e a Fabla (Aragones), estas linguas o que tem que fazer é ser reconocidas pelos seus propios governos autonomicos, porque ca pelo menos quando isso é oficial da direito a ter tv em lingua propia como ja se passa com TV Galega, Euskal televista em varios canais em vasco, TV3 em varios canais em catalao, Canal 9 em valenciano. Emtao tens que saber que por vezes sao os propios governos e as suas gentes que nao valoram isso, e quando se passa ao reves, como no caso do Val d´Aran, que é lingua oficial e sendo territorio de Catalao com um governo propio se passa que nao tem tv em lingua propia.
Eu ja nao sei como explicar-te a ti as coisas. Nao nego que o facto de ser Castela un antigo reino forte e conquistador fiz expandir o castelhano igual que portugues em outros paises onde nao se falaba e agora sim, emtao igual é que as dois linguas expamderam-se sobre outras. Alem disto e esquecendo a passado, sinceramente estou a ver que o nivel de autogoberno que temos em Espanha poucos o tem no mondo. Diz a regiao de Miranda tem tv em lingua propia? sim, tens raçao, nos gostamos falaor de Miranda, mas é bom exemplo para nos quando queremos fazer comprender coisas a voces no momento que sao voces que querem atacar-nos con coisas que por vezes nao sao practicadas no mesmo Portugal.
 

*

comanche

  • Investigador
  • *****
  • 1779
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #47 em: Julho 12, 2008, 01:19:19 am »
CPLP: Galiza com estatuto de observador associado só com «sim» de Madrid

Citar
Lisboa, 10 Jul (Lusa) - As autoridades galegas terão de chegar a acordo com o governo central espanhol para obterem o estatuto de observador associado da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), garantiu hoje o secretário executivo da organização.

Luís Fonseca recordou que as autoridades empenhadas na adesão da Galiza à CPLP já tinham sido alertadas para a necessidade do acordo prévio com Madrid.

É o governo central espanhol que tem de dar "luz verde" à Galiza, insistiu o secretário-geral da CPLP, justificando a necessidade de "evitar conflitos diplomáticos".

Segundo Luís Fonseca, a CPLP é formada por países, não por regiões e, portanto, a Galiza só poderá aspirar a ser um observador associado, estatuto que partilharia com os antigos territórios ultramarinos portugueses de Goa (Índia), Macau (China) e Malaca (Malásia).

A mesma fonte assegurou que, se a autorização for dada às autoridades galegas, a região espanhola terá muitas possibilidades de conquistar o desejado estatuto, dadas as muitas semelhanças e até convergências com a cultura portuguesa.

Neste momento, os únicos observadores associados da CPLP são a Guiné Equatorial e as Maurícias, às que se somará o Senegal na 7/a cimeira da organização marcada para os próximos dias 24 e 25 em Lisboa.

A Guiné Ecuatorial - frisou Luís Fonseca - terá entretanto de adoptar o Português como língua oficial, tal como já o fez com o Espanhol e o Francês.

A agenda da 7/a Cimeira da CPLP em Lisboa compreende a aprovação de medidas que visam dinamizar a língua portuguesa nos oito países-membros.

A cimeira decorre após a Assembleia da República portuguesa ter aprovado - em Maio - o Acordo Ortográfico visando harmonizar o uso do idioma nos países lusófonos e procura, ainda, definir com "maior clareza e amplitude" as funções do Instituto Internacional da Língua Portuguesa.

Os chefes de Estado e governo dos oito países-membros da CPLP deverão assinar um acordo para a livre circulação de bens culturais no espaço da organização.

Um pacto para cooperação consular deverá ser igualmente subscrito para facilitar a ajuda aos cidadãos da CPLP que se encontrem fora dos seus países de origem.

Luís Fonseca será substituído como secretário executivo da CPLP por um representante da Guiné-Bissau.

A CPLP foi fundada em 1996, é integrada por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, e Timor-Leste, totaliza 230 milhões de lusófonos e o seu PIB atinge 700.000 milhões de dólares (quase 450.000 milhões de euros).



http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/540e9ba4b19eb7b555b54b.html
 

*

comanche

  • Investigador
  • *****
  • 1779
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #48 em: Outubro 16, 2008, 11:19:51 pm »
Academia Galega da Língua Portuguesa


2008-10-06
MARGARIDA LUZIO

Citar
O galego não deriva do castelhano. Foi "acastelhanizado". O galego deriva do português como a língua que se fala no Brasil ou na Angola. É o português da Galiza.

Contra, ou pelo menos sem apoio do poder político, esta é a causa que a Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP), que, hoje, será inaugurada em Santiago de Compostela (Galiza), irá promover, constituindo-se, assim, como "motor" da integração da Galiza no mundo da lusofonia.

A cerimónia de inauguração terá lugar no Centro Galego de Arte Contemporânea e tem prevista a presença de "padrinhos" de peso, nomeadamente Malaca Casteleiro, da Academia das Ciências de Lisboa, o escritor moçambicano João Craveirinha, Evalindo Bechara, da Academia Brasileira de Letras, o reitor da Universidade Aberta, Carlos Reis, o presidente da Associação Internacional de Lusitanistas, Elías Torres, o vice-reitor da universidade de Santiago, entre outros.

"Não podemos dizer que viemos ao mundo sem padrinhos", considera o presidente da Associação que esteve na origem da Academia, Ângelo Cristóvão. Exactamente, tal como em português, por recusar a versão galaico-castelhana do seu nome, que seria Anxelo Cristovan e que diz ser um "atentando etimológico". De resto, o movimento cívico e académico que esteve por trás da AGLP defende há anos a "descastelhanização" do galego. "Queremos devolver ao galego o lugar que lhe corresponde, que é uma de uma forma do português e não de um dialecto do castelhano", frisa Ângelo Cristóvão.

Esta aproximação do castelhano, defende o movimento, foi promovida sucessivamente pelo Governo da Galiza, tendo havido, inclusivamente, lugar a perseguições a quem ensinava a forma original do galego. Com a saída de Fraga do Governo, as coisas melhoram um pouco, mas, diz Ângelo Cristóvão, "ainda há muito caminho a percorrer". "Participar da lusofonia não põe em causa a soberania. Há que distinguir a política da língua e da cultura", conclui.


http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura ... ent_id=102
 

*

Kawa

  • 238
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #49 em: Outubro 17, 2008, 03:10:51 am »
Teniendo en cuenta que la conquista se realiza de Norte a Sur y no de Sur a Norte, la señora se equivoca y, en todo caso, sería el portugués el "gallego del Sur" y no el gallego el "portugues de Galicia"

Que hablen de persecuciones los que envian cartas amenazando con sanciones a las pequeñas empresas que no utilizan el gallego en Galicia es un claro ejemplo del cínismo de estos "señores" :roll:  La única diferencia ahora es que desde la vicepresidencia de la Xunta de Galicia si se les hace caso y si hay multas.
 

*

manuel liste

  • Especialista
  • ****
  • 1032
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #50 em: Outubro 17, 2008, 12:07:02 pm »
Kawa: ¿por qué no montamos tú y yo la Academia Galega da Língua Neerlandesa?

Igual hasta nos cae una subvención  :cry:

El neerlandés es como el holandés, pero en fino  :wink:
 

*

Kawa

  • 238
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #51 em: Outubro 19, 2008, 11:55:11 pm »
Citação de: "manuel liste"
Kawa: ¿por qué no montamos tú y yo la Academia Galega da Língua Neerlandesa?

Igual hasta nos cae una subvención  :cry:

El neerlandés es como el holandés, pero en fino  :roll: , y casi que mejor fundamos la de la Língua Sueca, que las suecas están mucho mejor :wink:
 

*

comanche

  • Investigador
  • *****
  • 1779
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #52 em: Outubro 21, 2008, 12:37:32 am »
Academia Galega da Língua Portuguesa na Televisão da Galiza (TVG)


Martinho Santalha entrevistado no programa Bos Dias


Segunda, 20 Outubro 2008



Citar
PGL - O presidente da Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP), o catedrático José-Martinho Montero Santalha, foi entrevistado hoje de manhá no programa Bos Dias, do canal público Televisión de Galicia. A entrevista foi emitida ao vivo às 09h41 e prolongou-se durante 10 minutos.

Na mesma o presidente da AGLP respondeu diversas perguntas, desde a denominação da língua, até os passos e trabalhos a fazer pola nova academia, passando por questons relativas à fonética, à escrita, à economia, ou a discriminaçom e grave situaçom em que se encontra a língua galega ou português na Galiza neste momento.

Na última pergunta, Montero Santalha manifestou que a AGLP está pronta para colaborar com Política Linguística, embora entenda que essa instituiçom esteja submetida às leis do momento e, portanto, tenha que as cumprir.


http://pglingua.org/index.php?option=co ... &Itemid=74


Ver entrevista completa no enlace em baixo

http://uk.youtube.com/watch?v=uyetRqLl4D8
 

*

comanche

  • Investigador
  • *****
  • 1779
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #53 em: Outubro 21, 2008, 10:53:22 pm »
Galego-portugués

F. RODRÍGUEZ
Secretario de Formación da Executiva do BNG.

Citar
Cando se nega oficialmente a verdade, adoitan producirse fenómenos, máis ou menos extramuros, que a reclaman. Defenderon filólogos e estudosos, durante séculos, que galego e portugués eran o mesmo idioma. Este criterio fundamentábase en sólidos razoamentos e comprobacións históricas, lingüísticas e xenéticas. Non se deixaron perturbar polo feito de ser Portugal un estado independente e a Galiza unha nación negada, convertida en provincia da España imperial. Tampouco por ser o portugués un idioma oficial, con uso normal, perfectamente estandarizado, mentres o galego era caracterizado despectivamente como dialecto, restrinxido a un uso coloquial e popular.

Curiosamente, coa chegada da democracia e a instauración da autonomía, foi desde a oficialidade científico-institucional, que se comezou a emitir o discurso de que galego e portugués eran linguas diferentes. A normativa do galego, lingua cooficial da Galiza, elaborouse con criterios totalmente alleos aos da normativa do portugués, enfatizando as diferencias. Optouse por afastar artificialmente, non por aproximar naturalmente. A orientación anti-portuguesa, parella moitas veces a unha posición ideolóxica españolista, argumentou en base á defensa do considerado xenuíno e peculiar da nosa fala, por moi mancada e contaminada que estivese polo español. Certamente non foi unha opción responsábel nin comprometida co idioma galego como ferramenta da uso normal para todo na nosa sociedade, con perspectiva de futuro e dentro da nosa tradición literaria. Esta política oficial lembra a mesma teima por afastar o valenciano do catalán. Obxectivamente ambas responden a un isolacionismo axitado pola españolía.

A aparición dunha Academia Galega da Lingua Portuguesa na Galiza provocou algunha reaccións desaforadas e sintomáticas. Certamente a solución non está en denominar o galego “portugués de Galiza”. Está en dar pasos claros, prácticos, para reintegrar o noso idioma no seu espazo natural, o galego-portugués. Un destes pasos, tímido, foi a “Normativa de Concordia”. Malia a súa legalidade, enfróntase a moi serias resistencias na súa aplicación xeneralizada nas administracións e institucións oficiais. É ignorada a mantenta ou usada na súas opcións non preferentes. Precisamente Alonso Montero, académico da RAG, aproveitou o seu ataque á nova Academia para deixar constancia de que a normativa legalmente vixente era de orientación lusista, facéndoa responsábel de non sei que dificultades para o alumnado de primaria e secundaria identificárense co galego.

Non é negativo que exista unha Academia Galega da Lingua Portuguesa. É simplemente a resposta extraoficial, filolóxica, e, en certa maneira, extrema a unha deformación e negación recorrente. O problema está en que necesitamos que o mundo administrativo, académico, social, económico e institucional avancen na práctica na dirección de asumir, con todas as cautelas e matices que se queiran, que o galego e o portugués son o mesmo idioma. É conveniente a maior aproximación da normativa oficial á do portugués. Esta aproximación esixe compromisos, conivencias e recoñecemento por parte dos países lusófonos, a comezar por Portugal. Tanto como de información e comprensión por parte da sociedade galega. Os obxectivos estratéxicos deben ser claros; as tácticas deben calibrarse, con debates serenos e propostas eficaces para avanzar...



http://www.xornal.com/article.php?sid=20081021075516
 

*

comanche

  • Investigador
  • *****
  • 1779
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #54 em: Dezembro 02, 2008, 10:15:47 pm »
“Fora da unidade linguística galego-portuguesa o idioma da Galiza não poderá sobreviver”


Citar
A Academia Galega da Língua Portuguesa, presidida por José-Martinho Montero Santalha, constituíuse o pasado 20 de setembro para reivindicar “o carácter lusófono da Galiza”. O 6 de outubro realizouse a sesión inaugural da entidade no Centro Galego de Arte Contemporáneo de Santiago de Compostela, na que estiveron presentes a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras. Montero Santalha fala para Gznación dos seus obxectivos, da normalización do idioma en Galiza e das relacións do noso país con Portugal.

- En outubro naceu a Academia Galega da Lingua Portuguesa. Como xurde a idea de crear esta entidade?
De criar uma «Academia Galega da Língua», distinta da Real Academia Galega, já se tem falado repetidamente desde os anos 60 do passado século, pelo menos. No entanto, a primeira ideia de constituir uma «Academia Galega da Língua Portuguesa», com este nome, procede, que eu saiba, do professor Carvalho Calero nos derradeiros anos da sua vida. Na década dos oitenta -vão portanto transcorridos mais de vinte anos-, à vista das circunstâncias em que se desenvolvia a vida da nossa língua no novo quadro político da autonomia (e nomeadamente depois de constatar o caminho que, no que diz respeito ao futuro da língua, começava a seguir a Real Academia Galega), Carvalho Calero formulou a necessidade de criar uma Academia que, tanto na sua concepção como na sua prática, mantivesse de modo inequívoco a unidade linguística da Galiza com os outros países de língua portuguesa.
A doença de Carvalho, primeiro, e o seu falecimento depois, em 1990, foram seguramente as causas de que essa ideia ficasse como em hibernação pelo momento. No entanto, as alusões à necessidade, e mesmo à urgência, de uma tal iniciativa foram aparecendo nos anos sucessivos em boca de diversas pessoas.
Em certo modo, pois, devemos considerar que Carvalho Calero, ainda que não chegasse a ver realizada em vida a AGLP, é, se não o seu fundador em sentido estricto, sim o pai inspirador da sua existência; e é uma mais das muitas cousas que a Galiza deve ao seu amor à nossa cultura (e especialmente ao idioma).
Não se deve esquecer, neste processo, o papel desenvolvido por algumas organizações culturais da Galiza (como são, entre outras, a Associação de Amizade Galiza-Portugal, a Associaçom Galega da Língua (AGAL), a Associação Sócio-Pedagógica Galego-Portuguesa, e o Movimento Defesa da Língua, e, em Portugal, os Colóquios da Lusofonia, celebrados anualmente em Bragança): estas e outras organizações, durante os passados anos, alimentaram a atmosfera vital em que se formulou de modo claro a consciência lusófona de muitos galegos: a elas deve a nova Academia uma boa parte do impulso que lhe deu origem.
Finalmente surgiu a Associação Pró Academia Galega da Língua Portuguesa, constituída por um grupo de pessoas que, imitando o que há agora um século fizeram os emigrantes galegos em Cuba com a Associação Protectora da Academia Galega, criaram uma organização que tem como tarefa promover na sociedade galega o apoio à AGLP, nomeadamente nos assuntos materiais e económicos, respeitando a sua total autonomia de decisões.

- Que obxectivos se marca a institución que vostede preside?
Por detrás da AGLP está o apoio afectivo de muitos galegos que, como outrora Murguia ou Pondal ou Risco ou Castelao ou Guerra da Cal ou Paz Andrade ou Carvalho Calero ou Jenaro Marinhas, se sentem parte da Lusofonia. Para eles é que surge em primeiro lugar a Academia: para que possam dispor de uma instituição científica com a qual se sintam identificados em assuntos de língua, e deixem de verem-se, como amiúdo acontece, órfãos ou isolados ou desorientados neste mundo nosso linguisticamente globalizado.
Por outro lado, defendendo o carácter lusófono da Galiza e da nossa língua, temos a pretensão de servir de contraste público à ideologia isolacionista, com a esperança de que os poderes políticos galegos deixem algum dia de sancionar essa ideologia como prevalente.
No que diz respeito ao exterior da Galiza, a AGLP surge também com o desejo e com a esperança de ser e aparecer -especialmente perante o resto do mundo lusófono mas também perante o resto do mundo todo- como um estandarte do carácter lusófono da Galiza e da sua pertença à Lusofonia, e isso já desde o seu próprio nome. Doravante a Lusofonia tem na Galiza uma instituição com quem poder contar para a colaboração em todos os assuntos de língua, em representação (que não pretende possuir nenhuma exclusividade) da cultura galega mais genuína.

- Podería falarse de que o galego é o portugués da Galiza? e viceversa?
É habitual denominarmos a nossa língua como “galego”, ou mesmo como “língua galega”; e não há dificuldade em manter esse nome, mas convém que se entenda bem. Nós usamo-lo com o sentido, que cremos correcto, de “língua portuguesa da Galiza”; porém, como é sabido, os defensores da tendência isolacionista pretendem fazer dela uma língua independente do português do resto do mundo; de modo que, por esse motivo, a expressão “língua galega” pode resultar ambígua ou até enganosa.
Convirá, pois, deixar claro que a Galiza fala uma língua que, embora frequentemente se denomine “galego”, não é outra cousa que uma forma de português. Assim o vem defendendo a ciência Romanística desde há mais de cem anos, e igualmente a melhor tradição cultural galega desde os tempos do Padre Feijoo no século XVIII. Desse modo, a denominação mais rigorosa e menos ambígua para esta língua nossa será a de “português da Galiza”: um português que, por cima das suas características diferenciais, nos une num lar comum com todos os irmãos de língua no amplo mundo da Lusofonia. Esse é o nome que a nossa língua comum recebe pelo mundo adiante, e em todas as línguas. E claro está que, por chamar-lhe “português da Galiza” nom vai deixar de ser menos nosso nem menos galego; antes ao contrário, terá maiores garantias de conservar a sua autenticidade (e até, simplesmente, de manter a sua pervivência...).
Também se poderia chamar “galego” o português todo, entendendo-o como referência à “Gallaecia” medieval (que compreendia tanto o que hoje é a Galiza como uma parte não menor do território setentrional que agora constitui o estado de Portugal); mas o nome universalmente usado é o de “português”, por motivos históricos bem conhecidos.

- Cal é a postura da AGLP ante o reintegracionismo?
“Reintegracionismo” é o nome que se dá ao movimento que quer recuperar e conservar o carácter histórico e genuíno da língua da Galiza como integrante da Lusofonia. A AGLP nasce como uma parte desse movimento.
Por vezes, na Galiza denomina-se “Lusismo”, mas a palavra lusismo (e lusista) indica universalmente a especialidade da ciência linguístico-literária que se ocupa da língua e da literatura lusófona (em modo similar a hispanismo e hispanista com respeito à língua espanhola). Quer dizer que, dado que a Galiza (e a sua língua e literatura) é uma parte do mundo lusófono, falando com propriedade deveriam denominar-se “lusistas” todos os que se ocupam do galego, incluídos os mesmos que querem fazer do galego uma língua independente do português...

- Que relación ten a AGLP coa Real Academia Galega?
- Desejamos ter relações cordiais, de respeito e até de colaboração na medida do possível, com todas as entidades que trabalham pela cultura, e nomeadamente com a Real Academia Galega, que pela sua história centenária é um símbolo da cultura galega. Em questão de língua, discrepamos da concepção isolacionista que ela defende neste momento, que consideramos funesta e mesmo suicida para o futuro do idioma, mas sabemos que, apesar das concepções diferentes, coincidimos em muitas dos nossos objectivos. De resto, não queremos excluir que, com o andar do tempo, essa concepção possa vir a ser rectificada e a RAG possa retornar aos princípios que outrora a inspiraram.

- Que pasos habería que dar para a normalización do noso idioma en Galiza?
- Dado que a língua da Galiza se acha numa situação dramática, com uma clara ameaça de morte, o primeiro objectivo fundamental que todos deveríamos procurar é o de salvá-la. Nesse ponto deveria ser possível encontrar também o apoio de muita gente fora da Galiza, mesmo nas instituições espanholas (como as universidades ou a mesma Real Academia Espanhola). Deveriam poder compreender que é muito difícil para qualquer língua sobreviver sofrendo um contínuo “bombardeio” de outra mais poderosa, em todos os âmbitos da vida social, como sofre hoje o galego por parte do castelhano, e que essa é também uma “vida” que todos têm a obriga de proteger: uma língua em perigo merece a solidariedade de todas as pessoas de boa vontade. A morte da nossa língua seria, na realidade, um genocídio cultural (e seria de desejar que o Direito Internacional acolhesse esta figura jurídica, do mesmo modo que acolheu não há muitos anos a de “genocídio” ou a de “crime contra a humanidade”).
As medidas para salvar a nossa língua teriam que ser muitas, e já outras instituições e organismos e sócio-linguistas as têm exposto de vários modos. Pelo que diz respeito à AGLP, os seus promotores estamos convencidos de que fora da unidade linguística galego-portuguesa o idioma da Galiza não poderá sobreviver; e já Carvalho Calero o repetiu insistentemente nos seus escritos.

- Que opina da polémica impulsada por Galicia Bilingüe sobre a suposta "imposición do galego"?
- Resulta-me incompreensível. Espero que se trate de um fenómeno transitório, talvez provocado por certas cicunstâncias de índole mais política que político-cultural.

- Como ve neste momento as relacións Galiza - Portugal? En que deberían de mellorar?
- Agora que fazemos parte ambos da União Europeia, existe tanto na sociedade galega como na portuguesa um ambiente propício para uma relação mais íntima (apesar de que é muito ainda o desconhecimento mútuo, e não faltam também os preconceitos). As mesmas instituições galegas, assim culturais como políticas, mostram-se cada vez mais abertas a um enriquecimento recíproco: Mas por vezes dá a impressão de que não se vai muito além das palavras bonitas. Pode servir de exemplo significativo, por citar um, o facto de que o presidente Fraga repetia em discursos pronunciados em Portugal que estávamos unidos pela língua, mas depois, já na Galiza, pouco ou nada fazia desde o governo em consonância com essa ideia.
Seria importante que os meios de comunicação galegos colaborassem nessa empresa de relacionamento galego-português: os jornais publicando artigos e notícias em normativa portuguesa, e as rádios e televisões emitindo notícias e películas do mundo lusófono (por exemplo, películas brasileiras, cuja fonética resulta mais familiar para os galegos), e dando aos seus profissionais, especialmente locutores, a possibilidade de ter períodos de formação em Portugal ou no Brasil para familiarizar-se com o léxico genuíno.


http://www.gznacion.com/web/notic.php?ide=11893
 

*

PereiraMarques

  • Moderador Global
  • *****
  • 7888
  • Recebeu: 1222 vez(es)
  • Enviou: 342 vez(es)
  • +5149/-234
(sem assunto)
« Responder #55 em: Fevereiro 27, 2009, 04:06:47 pm »
A próxima 4ª feira, dia 4 de Março, pelas 18 horas, será inaugurada no Átrio da Faculdade de Letras, na Cidade Universitária, a exposição do realizador Xan Leira:

”Historia dunha emigración difusa"
500 anos de Emigração Galega para Lisboa.

Esta exposição é promovida pela Cátedra de Estudos Galegos da Universidade de Lisboa, pela Xuventude de Galicia - Centro Galego de Lisboa, a Xunta de Galicia e a Deputación de Pontevedra.

A inauguração contará com a presença do realizador Xan Leira, do Prof. Domingo González Lopo, assessor histórico da mesma, do Presidente da Xuventude de Galicia, o Sr. Miguel Ángel Seco, e o Sr. Miguel Arce, representando a Cátedra de Estudos Galegos da Universidade de Lisboa.

A seguir será projectado o documentário relacionado com a exposição, no Anfiteatro II, o próprio dia 4 de Março (19 horas).

A exposição ficará patente ao público, com entrada livre, de 4 de Março a 20 de Março no horário 9.00h – 20.00h.

Miguel Arce Méndez - Tm: 918470267 – E-mail: conchideza@gmail.com
 

*

VICTOR4810

  • Perito
  • **
  • 368
  • +0/-1
LA EMIGRACIÓN GALICIA/LISBOA....
« Responder #56 em: Maio 20, 2009, 05:20:35 pm »
O España/Portugal historicamente ha venido siendo seguida y precedida (alternativamentte) por la Portugal/Galicia,Portugal/España.
Creo que en lo de las emigraciones como mínimo empatamos, yo no sé hoy en día cuantos españoles habrá en Portugal, pero si se que en España hay bastantes portugueses (en mi mismo edificio tres familias).
Respecto a las televisiones, solo hay que pensar en que la mayoría son privadas y aspiran a ganar dinero (si pierden cierran), ya que los accionistas invierten solo en esperanza de ganancias.
Una televisión qque emita a nivel nacional en gallego, catalán o vasco es un negocio ruinoso ya que el 90 % de sus potenciales televidentes no entienden esos idiomas y no están interesados en aprenderlos (es mas, prefieren que sus hijos estudien inglés o alemás).
Hace poco el gobierno autónomo catalán instó a DISNEY a que sus películas fuesen dobladas al catalán a lo que DISNEY accedió siempe que el gobierno catalán pagase la traducción, al aducir que a las películas en catalán asisten tres y el del tambor y no son rentables.
Eso es lo que prima en las relacciones de vecindad/emigración e idiomas de la televisión.¡¡¡
    El dinero ¡¡¡Os cartos¡¡¡.
    Todo lo demás son ganas de soñar, marear la perdiz y confundir al personal.¡¡¡¡
1.492, DESCUBRIMOS EL PARAISO.
"SIN MAS ENEMIGOS QUE LOS DE MI PÁTRIA"
 

*

sebmellovip

  • 26
  • +0/-0
    • http://www.youtube.com/user/sebmellovip
A Galiza não é lusófona!
« Responder #57 em: Maio 26, 2009, 05:41:33 am »
A Galiza vive em democracia. Elegem os seus representantes. A língua da Galiza é o Galego. O Português não é a língua materna da Galiza. O Português é aprendido por um pequeno grupo de pessoas como língua estrangeira. O "reintegracionismo" galego é um movimento de forte pendor anti democrático, é uma minoria que deseja controlar a maioria através de círculos restritos, a nível académico e político, neste caso, fora da Galiza (em Portugal e no Brasil) já que não contam com o apoio da maioria da populaçao nem do governo galegos. É triste que alguns portugueses apoiem estes movimentos já que trazem danos à imagem da lusofonia, já que o lema desses pseudo movimentos é o de concentrar a atenção sobre si mesmos e a sua doutrina baseada em omissões e falsidades que constantemente colocam em causa a unidade de Portugal e das nossas próprias especificidades. Seria necessário separar o trigo do joio. Infelizmente estas associações lançam confusão no meio virtual.
sebmellovip
 

*

Ataru

  • Perito
  • **
  • 414
  • Enviou: 2 vez(es)
  • +1/-1
(sem assunto)
« Responder #58 em: Maio 26, 2009, 10:23:10 am »
Citar
A Galiza vive em democracia. Elegem os seus representantes. A língua da Galiza é o Galego. O Português não é a língua materna da Galiza. O Português é aprendido por um pequeno grupo de pessoas como língua estrangeira. O "reintegracionismo" galego é um movimento de forte pendor anti democrático, é uma minoria que deseja controlar a maioria através de círculos restritos, a nível académico e político, neste caso, fora da Galiza (em Portugal e no Brasil) já que não contam com o apoio da maioria da populaçao nem do governo galegos. É triste que alguns portugueses apoiem estes movimentos já que trazem danos à imagem da lusofonia, já que o lema desses pseudo movimentos é o de concentrar a atenção sobre si mesmos e a sua doutrina baseada em omissões e falsidades que constantemente colocam em causa a unidade de Portugal e das nossas próprias especificidades. Seria necessário separar o trigo do joio. Infelizmente estas associações lançam confusão no meio virtual.


Ou então não...
Greater Portugal = Portugal + Olivença + Galiza and the Eonavian Region + border villages that speak galaico-portuguese dialects + Cape Verde + St. Tomé and Principe + Cabinda + Timor
 

*

sebmellovip

  • 26
  • +0/-0
    • http://www.youtube.com/user/sebmellovip
(sem assunto)
« Responder #59 em: Maio 26, 2009, 01:11:53 pm »
Citação de: "Ataru"
Citar
Ou então não...



Sabe, a mim não me interessa se é maioria ou minoria. O que sei é que a Galiza não faz parte da Lusofonia e não será virtualmente que algum dia o há de ser. Muitos portugueses já conhecem as tácticas desses movimentos "reintegracionistas". Eles normalmente participam em fóruns portugueses, colocam comentários em vídeos portugueses, etc... Tudo com o intuito de propagarem uma doutrina baseada na xenofobia, falsidade e omissão.
sebmellovip