Angola/Cabinda: FLEC

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comanche

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Angola/Cabinda: FLEC
« em: Agosto 01, 2007, 11:25:10 pm »
Angola/Cabinda: FLEC passa a designar-se Frente de Libertação do Estado de Cabinda


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Lisboa, 01 Ago (Lusa) - A FLEC assumiu hoje a denominação de Frente de Libertação do Estado de Cabinda, deixando cair da anterior designação o termo Enclave, disse à Lusa o secretário-geral da organização, Joel Batila.

Contactado telefonicamente a partir de Lisboa, Joel Batila salientou à Agência Lusa que a decisão foi tomada no decorrer da reunião de três dias do Conselho Nacional do Povo de Cabinda, que hoje terminou em Paris, sob a presidência de Nzita Henriques Tiago, líder histórico da FLEC.

"Tomámos várias decisões. No quadro político foi decidido abandonar o termo Enclave e reestruturar o Governo Provisório de Cabinda, dirigido pelo presidente Nzita Tiago", adiantou, Os participantes no encontro, provenientes de vários países entre os quais Portugal, decidiram, designadamente, nomear Martinho Lubango, representante da FLEC no Reino Unido, e responsável pelo Departamento de Negócios Estrangeiros do Governo Provisório, como representante dos independentistas cabindas para um eventual diálogo com as autoridades angolanas.

Martinho Lubango substitui assim António Bento Bembe, nomeado em 2004 presidente do denominado Fórum Cabindês para o Diálogo (FCD), destituído do cargo por Nzita Tiago no início de 2006, por alegadamente se ter afastado dos objectivos da FLEC.

Embora afastado do cargo pela FLEC, Bento Bembe continuou a ser reconhecido pelo governo angolano, que além de o manter como interlocutor válido para alcançar a paz na região, rubricou com ele, há precisamente um ano, um Memorando de Entendimento para a Paz.

Segundo afirmou à Lusa Joel Batila, na reunião de Paris foi ainda decidido lançar um apelo à comunidade internacional para que pressione as autoridades angolanas a porem termo às "perseguições" a cabindas que vivem em campos de refugiados na República do Congo Brazzaville e na República Democrática do Congo (RDCongo, ex-Zaire).

"São mais de 60 mil refugiados, sujeitos a perseguições e incursões das tropas angolanas, que os raptam e obrigam a regressar a Cabinda", acusou Joel Batila.

Sobre a situação no terreno, o secretário-geral da FLEC desvalorizou a alegação de Luanda sobre o final do conflito em Cabinda, considerando que as Forças Armadas de Cabinda (FAC), "braço armado" da FLEC "continuam a resistir à ocupação".

"Se a guerra acabou, por que razão Angola continua a enviar tropas para Cabinda", questionou Batila, denunciando a presença de mais de 40 mil militares angolanos o território.

O enclave de Cabinda, de onde provém mais de 80 por cento da produção petrolífera de Angola, é palco desde 1975 de uma luta armada independentista liderada pela FLEC, que alega que o território ainda é um protectorado português nos termos do Tratado de Simulambuco, assinado a 01 de Fevereiro de 1885 e que serviu para Portugal defender na Conferência de Berlim, que estava a decorrer na altura, os seus direitos sobre Cabinda, território que era reclamado pela França, Reino Unido e Bélgica.

EL.

Lusa/Fim
 

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comanche

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(sem assunto)
« Responder #1 em: Agosto 10, 2007, 07:00:18 pm »
Angola:PR em Cabinda elogia forças de defesa e segurança para estabilizar territorio


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Luanda, 10 Ago (Lusa) - O presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, elogiou hoje na cidade Cabinda as forças de defesa e segurança pelo esforço realizado na manutenção da tranquilidade e estabilidade, particularmente naquela região do país.

"Às forças de defesa e segurança o nosso encorajamento, o nosso louvor pelo grande esforço que têm feito para manter a tranquilidade e a estabilidade e particularmente no território da província de Cabinda", salientou Eduardo dos Santos.

"E recomendamos que redobrem esforços para garantir uma maior vigilância ao longo da nossa fronteira, que as pessoas circulem nos postos fronteiriços reconhecidos, legais que cumpram as regras de imigração", afirmou o estadista.

José Eduardo dos Santos discursava durante um comício popular na cidade de Cabinda, no âmbito de uma visita de algumas horas que realiza ao enclave, a norte de Angola.

"Quem incumprir as regras de imigração deve estar a braços com a polícia e esta sabe quais são os procedimentos, pois os que não vêm legalmente devem voltar nos pontos de onde saíram", alertou.

O presidente angolano insistiu que se deve "evitar que maus hábitos e comportamentos possam ser trazidos por pessoas inconvenientes".

"Temos uma fronteira grande, extensa com dois países vizinhos, a República Democrática do Congo e a República do Congo. É a partir de lá que muitas vezes se organizam as pessoas que vêm para cá matar, assassinar, subverter, criar instabilidade, e então temos que cuidar bem das nossas fronteiras, estudar bem as pessoas, conviver com os nossos irmãos, mas também saber separar o trigo do joio", aconselhou.

O alerta lançado ao povo em Cabinda surge no quadro da realização, a partir de quarta-feira em várias cidades angolanas do campeonato africano de basquetebol, com alguns jogos a decorrerem em Cabinda.

Para o Presidente, "quem não cumpre as leis, não segue as boas regras de convivência deve sentir o peso das autoridades, da justiça e a população deve colaborar nisso".

"A população deve ajudar as autoridades a procurar indicar aquelas pessoas que não se adaptam ao nosso meio e que não vêm para contribuir para o desenvolvimento e a reconstrução, mas apenas para perturbar", sublinhou José Eduardo dos Santos.

Relativamente à província de Cabinda, Eduardo dos Santos destacou o empenhamento do governo na reconstrução das infra-estruturas destruídas pela guerra salientando que ainda há "um longo caminho a percorrer".

"A conclusão é que há trabalho, há um grande esforço da população para apoiar o governo provincial, as administrações municipais e comunais, mas se é verdade que há bom trabalho e que as coisas estão a mudar, o que estamos a fazer ainda não é suficiente", afirmou.

"Nós queremos paz e sei que a população de Cabinda também merece mais. Houve durante um período uma situação difícil aqui, de conflito armado, que atingiu a vida de praticamente de todas as famílias, morreram pessoas de todas as idades, foram destruídos bens e agora é com satisfação que constatamos que depois de discussões e conversações as pessoas se entenderam e todos procuramos o caminho da paz e da reconciliação", acrescentou.

Na sua intervenção, o Presidente considerou que existe no enclave, "alguma estabilidade política militar, estabilidade económica sobretudo macroeconómica e as condições para começar a reconstruir a província, o país e a vida".

"A guerra dispersou famílias, uns foram parar ao Congo Kinshasa, outros ao Congo Brazzaville, outros ainda para a França e Gabão, muitas crianças ficaram desamparadas. Agora, depois da reconciliação e do perdão, é o momento de reorganizarmos as nossas vidas", defendeu.

"E é com satisfação que verificamos que pouco e pouco que tudo se vai encaixando, cada coisa vai entrando no seu lugar. Mas não devemos ter ilusões, estamos apenas no começo, é um processo recente temos um caminho longo pela frente para que possamos continuar a marchar juntos esse caminho, partilhar as alegrias, as tristezas e a construir cada vez melhor o nosso país", salientou.

O presidente referiu ainda que no quadro dos entendimentos alcançados se definiu um estatuto especial para a província de Cabinda e apelou para que "cada um faça uma parte onde estiver para construir um país unido, de uma pátria forte que garanta o bem-estar para todos os seus filhos, sem qualquer exclusão".

Antes da visita a Cabinda e José Eduardo dos Santos, foi detido quinta-feira na capital do enclave Mateus Massinga, secretário provincial da Frente para Democracia (FpD), acusado de distribuição de propaganda partidária sobre o primeiro aniversário de paz do enclave, anunciou a organização em comunicado.

Massinga "continua detido e deveria ser apresentado hoje ao procurador, mas com a visita a Cabinda do Presidente (angolano, José Eduardo dos Santos), foi decretada tolerância de ponto. No fim-de-semana não se trabalha, provavelmente só na segunda-feira irá acontecer" a sua apresentação ao procurador, disse hoje à Agência Lusa Luís do Nascimento, secretário-geral da Fpd.

Hoje, o advogado Francisco Luemba visitou Massinga na Direcção Provincial de Investigação Criminal, que recusou ter distribuído panfletos, mas entregue um comunicado de uma força política a "amigos e militantes do partido".

"Como Cabinda parece sitiada, com polícias e militares por todo o lado, o gesto foi visto e "tipificado" como distribuição de panfletos. Então, foram no encalço do distribuidor de panfletos e detiveram-no", referiu Luemba, em comunicação enviada à FdP, a que a Lusa teve acesso.

No panfleto, a FdP defendia que o processo de paz e reconciliação em Cabinda "não é efectivo", pois "persistirem as acções de guerra", mas assumia que o Memorando de Entendimento para a paz no enclave, assinado há um ano, representa um passo para a resolução do problema dessa província
 

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Gone

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Estatuto de Cabinda
« Responder #2 em: Novembro 04, 2007, 03:00:29 pm »
Declaração sobre Cabinda
 
Dom Duarte de Bragança

Numa recente declaração pública, os responsáveis da Frente de Libertação de Cabinda (FLEC), apelaram para que várias entidades portuguesas, entre as quais fui incluído, assumissem uma posição de medianeiros em relação ao sequestro de portugueses em Cabinda.

Desde há muitos anos que venho acompanhando o drama do povo de Cabinda, cujas autoridades tradicionais, no Séc. XIX, assinaram com Portugal o Tratado de Simulambuco. Por esse Tratado, reconhecido pela Conferência de Berlim como um tratado de Direito Internacional, Cabinda tornou-se um Protectorado Português, segundo as regras bem definidas. Entre outras, o Governo português comprometia-se a não alterar unilateralmente essas regras, nem os limites geográficos do território.

A integração de Cabinda em Angola, para efeitos administrativos, vem de longa data, mas a independência Angolana não podia abranger Cabinda sem o consentimento da sua população em vista do acordo que estava na origem da presença portuguesa nesse território.

Infelizmente, em 1975, por ocasião do acordo de Alvor, Cabinda foi tratada como qualquer outra parte de Angola, sem contemplações para a sua especificidade e sem se dar atenção aos protestos dos líderes de Cabinda. Compreendo, por isso, a delicadeza do assunto.

Embora com limitações resultantes dos factos e das circunstâncias, entendo que Portugal não pode ficar isento das suas responsabilidades perante a História e perante um povo que a nós confiou a sua protecção. A situação do povo de Cabinda tem semelhanças com a situação vivida pelo povo de Timor competindo a Portugal encontrar uma solução para o problema, em colaboração com Angola, recorrendo às instâncias que melhor se posicionem para conciliar as aspirações e interesses das partes envolvidas, e, se necessário, assumindo junto da ONU e da OUA a falta cometida durante a chamada descolonização.

Pessoalmente tenho recomendado aos responsáveis pela luta de libertação de Cabinda, que encontrem uma solução negociada com Angola; mesmo que para tal tenham de sacrificar alguns interesses económicos ou ideais políticos. De igual modo, também tenho apelado ao Governo de Angola, para que trate esta questão com o conhecimento histórico, humanidade e flexibilidade que a sua experiência já permite.

Faço aqui também um apelo para que a FLEC não ponha em risco a saúde e a vida dos prisioneiros, respeitando a Tradição do Povo de Cabinda que sempre ajudou e protegeu os seus irmãos portugueses; a esses homens, em particular, não são imputáveis responsabilidades pelas atitudes dos Governos de Portugal e Angola, e a sua morte, por doença ou devido aos combates, só iria beneficiar os vossos inimigos.

No que me diz respeito, mantenho a minha disponibilidade, se for entendida como útil a minha participação, e não quero esquecer as provações por que passam as famílias dos que se encontram retidos em Cabinda.

Dom Duarte de Bragança


Embora não seja 1 monárquico convicto concordo em muito com D.Duarte, penso que na questão de Cabinda tem toda a razão, o povo de Cabinda tem 1 história e cultura própria, e a sua autodeterminação deve ser respeitada. A melhor solução e mais justa para resolver este impasse seria a realização de 1 referendo no território, questionado ao povo de Cabinda se queria se manter em Angola, tornar-se independente, ou respeitar o tratado de Simulambuco e retornar ao seu estatuto de estado protectorado Português.

Não sei o que os foristas achariam que seria melhor para o futuro do povo de Cabinda e sua cultura :?:
 

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pedro

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« Responder #3 em: Novembro 04, 2007, 06:23:56 pm »
Bem eu ja abri um topico sobre esse assunto.
A minha opiniao e a de um referendo como voce ja disse.
Eu acho que se eles querem ser independente pois muito, mas se eles querem voltar  a Portugal pois ai teriamos outro referendo mas desta vez em Portugal.
Cumprimentos
 

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comanche

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« Responder #4 em: Janeiro 22, 2008, 06:27:58 pm »
Angola/Cabinda: Manifesto com 4.000 assinaturas reclama autodeterminação e critica Portugal

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Lisboa, 22 Jan (Lusa) - Mais de quatro mil cabindas já assinaram um manifesto em que reclamam a autodeterminação de Cabinda e responsabilizam Portugal pela actual situação daquele enclave angolano, disse hoje à Agência Lusa o porta-voz da Sociedade Civil de Cabinda.

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"O manifesto começou a circular no passado dia 10 de Janeiro e já recolheu "pouco mais de quatro mil assinaturas", disse Raul Danda à Lusa, em contacto telefónico a partir de Lisboa para Luanda.

"Ainda não temos as assinaturas recolhidas na Europa, onde há muitos cabindeses, na República Democrática do Congo, na República do Congo e no Gabão, onde também há muitos cabindeses que já manifestaram vontade em assinar o manifesto", acrescentou.

De acordo com Raul Danda, o documento em que apelam para o fim das violações aos direitos civis e autodeterminação de Cabinda foi lançado pela Sociedade Civil de Cabinda e já foi entregue aos dirigentes angolanos e a várias organizações internacionais.

Segundo o porta-voz, o manifesto foi entregue ao Presidente da República de Angola, ao presidente da Assembleia Nacional, ao primeiro-ministro, aos partidos políticos, aos países com representação diplomática acreditados em Luanda, às Nações Unidas, à União Africana e à União Europeia.

"Está claramente expresso no manifesto que somos contrários a deixar o nosso destino em mãos alheias e rejeitamos políticas de dividir o povo de Cabinda", afirmou Raul Danda.

O porta-voz da Sociedade Civil de Cabinda disse à Lusa que os signatários exigem também "o reconhecimento inequívoco da autodeterminação" do enclave e a "criação de um quadro político que permita um diálogo sincero".

"Cabinda aspira à sua autodeterminação e é por ela que vamos lutar de modo pacífico", afirmou.

Raul Danda referiu ainda que "Portugal tem responsabilidades acrescidas sobre o que se passa em Cabinda, que é fruto de uma descolonização mal feita".

"Era preciso que Portugal tivesse tido a coragem política suficiente para deixar Cabinda como a encontrou", afirmou.

Por isso, o porta-voz daquele movimento sublinhou que "gostaria que Portugal tomasse a dianteira" no processo de resolução da situação em Cabinda "à semelhança do que fez com Timor-Leste".

Raul Danda disse ainda que Angola "procura dar a entender que já não há guerra em Cabinda, mas continuam no enclave as mortes e violações gravíssimas dos direitos humanos".

"A guerra que hoje temos em Cabinda não é fratricida mas, antes, ocupacionista", acrescentou, citando o manifesto.

Acrescentou que os signatários do manifesto apelam ainda à comunidade internacional para "que não olhe apenas para Cabinda como um poço de petróleo", mas que adopte os mecanismos político-diplomáticos para a emancipação definitiva do enclave.

A província de Cabinda é banhada a Oeste pelo oceano Atlântico, fazendo fronteira a norte com a República do Congo-Brazzaville e a leste e sul com a República Democrática do Congo (RDCongo, ex-Zaire).

Cabinda tem uma superfície próxima dos 10.000 quilómetros quadrados e uma população estimada em 300.000 habitantes.

Além das suas principais riquezas, o petróleo e a madeira, tem ainda outros recursos minerais, como o fosfato, urânio, ouro e potássio.

No domínio agrícola as suas terras são férteis, nomeadamente para a cultura de café, cacau, mandioca e milho.

O enclave de Cabinda, de onde provém a maior parte da produção petrolífera de Angola, é palco desde 1975 de uma luta armada independentista liderada pela Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), que alega que o território ainda é um protectorado português nos termos do Tratado de Simulambuco.

O Tratado de Simulambuco, assinado a 01 de Fevereiro de 1885, serviu para Portugal defender na Conferência de Berlim, a decorrer na altura, os seus direitos sobre Cabinda, território que era pretendido pela França, Reino Unido e Bélgica.

Em 2006, na sequência de negociações entre o governo angolano e o Fórum Cabindês para o Diálogo (FCD), liderado por António Bento Bembe, foi assinado, a 01 de Agosto, na cidade de Namíbe,um Memorando de Entendimento para a Paz em Cabinda, documento não reconhecido pela FLEC, cujo presidente, Nzita Tiago, já havia demitido Bembe do fórum, retirando-lhe a confiança política.



Suposto Site oficial do governo de Cabinda no exilio

http://www.cabinda.org/portugues.htm
 

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zocuni

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« Responder #5 em: Outubro 26, 2008, 10:11:03 pm »
Cabinda continua a ser
um tabu para Portugal

- 24-Oct-2008 - 16:08


Batemos à porta de Portugal não para pedir uma esmola ou suplicar um favor, mas apenas para reclamar um direito que nos assiste e não nos pode ser negado

Se o meu livro (“O problema de Cabinda exposto e assumido à luz da verdade e da justiça”) tem algum merecimento, não é, decerto, o seu valor literário ou artístico. De igual modo, não é pelo seu elevado nível científico ou pelo seu maravilhoso e extraordinário conteúdo que poderá obter algum êxito ou proveito. É apenas o seu modesto contributo à divulgação e promoção da verdade e à busca (realização) da justiça que o povo de Cabinda quer e merece; ou seja, o seu único mérito são os valores que o inspiram e norteiam.


Por Francisco Luemba

Por intermédio deste livro, o Povo de Cabinda, uma vez mais, bate à porta de Portugal. Não para pedir uma esmola ou suplicar um favor, mas apenas para reclamar um direito que lhe assiste e não lhe pode ser negado.

Sabemos que o problema de Cabinda é um tabu para Portugal – o seu governo, as suas elites, a sua juventude. Apesar de tudo, é necessário que a questão seja suscitada, discutida calma e serenamente e as responsabilidades apuradas e assumidas sem preconceitos nem caça às bruxas, acusações ou insultos. Não só em relação a Portugal, mas também no que respeita a Angola e à própria Cabinda.

Esta pretensão decorre apenas da elementar exigência do “honeste vivere, nemine laedere, suum cuique tribuere”: a mais suméria, simples e indispensável racionalidade do direito.

Esta é a mensagem que nos últimos 33 anos, o povo de Cabinda tem tentado transmitir ao povo português. Infelizmente, ao nível de Lisboa, não tem encontrado interlocutor.

Há alguns anos, no limiar do novo milénio, o governo belga apresentou ao Povo da República Democrática do Congo desculpas formais e oficiais pelo seu envolvimento no assassinato de Petrice Lumumba, herói da independência daquele país africano e chefe do seu primeiro governo.

Para Cabinda, não é necessário que Portugal chegue a tanto: A este bastará apenas que proclame a verdade, dê o seu testemunho e ajude a comunidade internacional a encarar essa verdade, aplicando o direito que as regula (tanto a comunidade como a própria verdade ou situação que caracteriza e identifica o problema).

Não exigimos desculpas, nem mesmo as esperamos. Apenas exigimos a assunção da verdade e a realização da justiça, para o bem de todas as partes: De Cabinda, é verdade; mas também de Angola, de Portugal e da própria comunidade internacional, apostada em promover e garantir a democracia, favorecer o desenvolvimento e preservar a paz e a segurança internacionais, assegurando a igualdade de todos os povo, grandes e pequenos, fazendo respeitar os seus direitos e permitindo a realização das suas justas aspirações.

Cabinda é o único povo do planeta a quem é negado, sistemática e terminantemente, a compreensão, a amizade e a solidariedade. O único povo cujos direitos são calcados aos pés pela comunidade internacional. O único que, contra o direito e a lógica, é empurrado para soluções extremas, paradoxalmente, aquelas que são unanimemente condenadas e combatidas. Será que se quer um pretexto para eliminar os cabindas da face da terra?

Depois de 33 anos de mortes, é necessário que venha a ressurreição. É forçoso virar a página.


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« Responder #6 em: Abril 27, 2009, 11:04:13 pm »
Portugal é um dos alvos principais da guerrilha em Cabinda

2009-04-27

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Cabinda – A guerrilha cabindesa entrou numa nova fase operativa. Comandos móveis aproximam-se da capital do território ameaçando os estrangeiros. Portugal, acusado de não respeitar compromissos, é para a guerrilha «um dos alvos principais».
 
Após a operação de 20 de Abril junto ao cemitério da aldeia de Chimbenza I que, segundo a resistência, causou a morte de cinco soldados das Forças Armadas Angolanas (FAA), o comandante da guerrilha, denominado Laurindo, afirma que as acções militares da resistência prosseguiram até Tando Zinde, nos arredores da cidade de Cabinda causado a morte de 12 militares angolanos e ferindo sete.

Em represália ao ataque do dia 20 as tropas angolanas prenderam vários habitantes das localidades periféricas onde ocorreram as operações, Chimbenza I e II e Bolanto, na região Necuto, sendo transferidos para os centros penitenciários do Dinje e Yabi.

Segundo o mesmo militar da guerrilha com estas operações, que já atingem a periferia da capital do território, a resistência pretende desmentir as declarações do ministro sem pasta António Bento Bembe quando afirma que «já não há guerra em Cabinda», e ameaça que «a guerra vai prosseguir até o Governo angolano aceitar negociar».

Para o comandante Laurindo «todos os estrangeiros que se encontrem em áreas operativas estão ameaçados em Cabinda e são considerados inimigos da guerrilha todos que se manifestam cúmplices das posições de Bento Bembe». No entanto «os portugueses são os principais alvos», sublinha o comandante, «Portugal não respeitou os compromissos estabelecidos com a guerrilha quando foram libertados os reféns da empresa Mota & Companhia e agora tem de assumir as consequências».

Seguindo uma nova estratégia militar a resistência cabindesa reforçou a sua capacidade operativa na zona sul do território com um «comando especial autónomo, em constante mobilidade, composto por 23 combatentes» chefiado pelo comandante Kimbango que depende do Chefe de Estado Maior da guerrilha, Estanislau Boma.

O aumento das acções da resistência, o perigo de ocorrerem acções no centro da capital, e as ameaças contra os estrangeiros acusados de «colaboração com o Governo», levou o general Furtado, chefe do Estado Maior General das FAA, a deslocar-se precipitadamente a Cabinda a fim de tentar compreender a situação no terreno e dar instruções para o reforço das unidades das FAA.

Após o ataque aos expatriados chineses que terá causado a morte de um trabalhador, ferindo dois, onde também morreram sete soldados angolanos que efectuavam a escolta aos camiões da empresa chinesa, um clima de insegurança instalou-se junto dos trabalhadores estrangeiros em Cabinda.

Um chefe da guerrilha, que pediu anonimato, afirmou por telefone à PNN que a «resistência cabindesa irá tudo fazer para mostrar até ao Mundial de futebol de 2010 que ainda há guerra em Cabinda».
 
(c) PNN Portuguese News Network


http://www.jornaldigital.com/noticias.php?noticia=18091
 

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zocuni

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Re: Angola/Cabinda: FLEC
« Responder #7 em: Outubro 29, 2009, 11:09:58 am »
10 de Março de 2009
FLEC - Assina: Martinho Lubango
2009-03-10 23:39:27
 
NOTA DE IMPRENSA
 
A Frente de Libertação do Estado de Cabinda-FLEC, vem por este meio junto das autoridades portuguesas e do povo português exprimir o seu apreço pela observância dos valores democráticos em Portugal e pleno exercício de soberania pelo povo português, que a 1 de Fevereiro de 1885 foi recebido pelo povo Cabinda com braços abertos e com o qual rubricou o Tratado de Simulambuco que permitiu a Portugal de estabelecer-se e exercer domínio sobre o território de Cabinda, tendo em contra-partida prometido aos Cabindas auxilio e protecção; respeito pelos seus representantes reconhecidos pelos povos segundo as suas leis, usos e costumes; e garantir a integridade do território colocado sob seu protectorado.

Decorridos 90 anos, em 1975, Portugal não só violou o Tratado de Simulambuco, mas também traiu os cabindas entregando o território como um anexo a Angola sem previa consulta aos cabindas, o que se considera ser a pior trapaça politica protagonizada pelos representantes de Portugal.

Os cabindas entendem que os actuais governantes de Portugal não são os responsáveis directos desse ignóbil acto que destruiu Cabinda e alterou a vida do Homem Cabinda de forma draconiana, mas, irrefutavelmente declaram que detêm responsabilidade moral desse acto herdado dos seus predecessores ao qual não apresentam sinais de sensibilidade e engajamento para mitigar o martírio do povo Cabinda.

Assiste-se, pelo contrário, um apoio multifacetado dos governantes de Portugal a Angola, facto que os colocam em posição de conivência sobre o drama cabindês, reflectido no respaldo internacional e proteccionismo dispensado a Angola na arena internacional, que reconhecemos contrastar com a posição de algumas personalidades portuguesas independentes e de boa parte do povo português que em várias ocasiões se pronunciou favorável ao envolvimento e mediação portuguesa para a solução da questão de Cabinda.

Não pedimos aos Governantes de Portugal de corrigir a história, mas sim apenas de encarar com humanismo e coragem as distorções causadas pelas suas políticas de aliança com Angola e usar das suas prerrogativas como ex-potencia colonial de Angola e protectora de Cabinda empreendendo esforços visíveis de solucionar o que foi criado por Portugal e vitima o povo Cabinda, tal como assumiu com Timor Leste.

É peculiar que depois de alguns anos de interdição dos actos comemorativos do Tratado de Simulambuco, o Governo angolano tenha reconsiderado a comemoração da data, mas sem a presença da outra parte, Portugal.
Angola não tem a ver com o Tratado de Simulambuco que só engaja Cabinda e Portugal; e pensamos que ao aceitar o dia 1 de Fevereiro como Dia da Identidade Cabinda e que os actos comemorativos do Tratado de Simulambuco sejam celebrados, seja quais forem os seus argumentos, explicitamente, Angola formulou um convite a Portugal de assumir o seu lugar na história do povo Cabinda.

Por isso, consideramos ser oportuno que a visita a Portugal do Presidente de Angola, Senhor José Eduardo dos Santos fosse uma ocasião para o Presidente de Portugal Senhor José Aníbal Cavaco e Silva convencer Angola a abdicar da via da violência e da corrupção de indivíduos não representativos e de elementos frustrados de todas latitudes que denotam comportamentos patológicos como consequência da sua insatisfação social, da qual o Governo de Angola é o único responsável; e primar pela solução da questão de Cabinda por via do dialogo e negociações transparentes.

Lamentamos o facto de Portugal não interpelar a Comunidade Internacional a reagir a favor da justiça e paz em Cabinda; e de deixar a mercê de uma oligarquia prepotente o destino do povo Cabinda que hoje continua a lutar pelo seu direito à autodeterminação e independência, não obstante os actos caricatos e o descaramento do regime do MPLA que impudentemente se mostra controverso a si próprio ao ponto de substituir cabindas por congoleses durante as eleições angolanas de 5 e 6 de Setembro de 2008, em Cabinda, para legitimar o seu poder. Isso foi denunciado, com provas, pelos Cabindas e pelos observadores da União Europeia.

Exortamos aos democratas de Portugal e ao Mundo Livre de se engajar e situar-se nas páginas recentes da história da humanidade, contribuindo na busca de uma solução negociada, justa e duradoira do conflito em Cabinda, chamando o Governo de Angola à razão, e insta-lo a parar com as violações dos direitos humanos e todas as formas de repressão em Cabinda, que se configuram num verdadeiro estado de sítio não declarado, e se engaje com sinceridade e transparência na solução do conflito conforme o desejo já expresso pelo povo de Cabinda e aplaudido oportunamente pelos angolanos de boa-fé através dos partidos políticos, ONG’s e personalidades que se têm pronunciado sobre esta matéria.

Recordamos a Portugal e aos países desenvolvidos, sobretudo, os Estados Unidos da América com grandes interesses económicos em Cabinda que têm uma responsabilidade histórica e moral de ajudar na solução do conflito em Cabinda e na protecção do seu povo da hegemonia megalómana de Angola, novo “gendarme” da África Subsaariana, nova ipso-potência que ironicamente teme dialogar com os fracos, que pelos seus actos se assume, agora, como um factor de desestabilização e insegurança no Continente e um perigo à continuação da existência do Homem Cabinda, atendendo a nova táctica de decapitação dos cabindas em curso no território que se estende aos países vizinhos de Cabinda (RD Congo e Congo-Brazzaville); e garantir a segurança internacional.

Sem humanismo e defesa da justiça e dos fracos; a lei, e as realizações dos países desenvolvidos seriam diluídas na selvajaria, fora dos seus territórios, e pensamos que isso deve ser preservado como património em todas partes do mundo, incluindo Cabinda.

O Secretário das Relações Exteriores e Negociações
Martinho Lubango
 
(c) PNN Portuguese News Network
 
 
   
 
 
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Re: Angola/Cabinda: FLEC
« Responder #8 em: Outubro 29, 2009, 11:56:24 am »
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Presidente de Portugal Senhor José Aníbal Cavaco e Silva
:mrgreen:
 

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Re: Angola/Cabinda: FLEC
« Responder #9 em: Outubro 29, 2009, 01:14:54 pm »
Citação de: "PereiraMarques"
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Presidente de Portugal Senhor José Aníbal Cavaco e Silva
:mrgreen:  :mrgreen:  :mrgreen:
zocuni
 

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Daniel

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Re: Angola/Cabinda: FLEC
« Responder #10 em: Outubro 29, 2009, 07:35:27 pm »
zocuni
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que a 1 de Fevereiro de 1885 foi recebido pelo povo Cabinda com braços abertos e com o qual rubricou o Tratado de Simulambuco que permitiu a Portugal de estabelecer-se e exercer domínio sobre o território de Cabinda, tendo em contra-partida prometido aos Cabindas auxilio e protecção; respeito pelos seus representantes reconhecidos pelos povos segundo as suas leis, usos e costumes; e garantir a integridade do território colocado sob seu protectorado.

Muitas das vezes ao ler certos assuntos sinto raiva e algum mau estar pelo país que me viu nascer, a incapacidade de nossos governantes em serem homens patriótas querendo o melhor para a nação, como é possivel se deixar cabinda ao abandono, um povo que sempre quiz estar com portugal, estou cada vez mais certo que os homens que nos têm governado um pouco antes e depois de 25 de Abril têm feito de nós portugueses e de Portugal nos sentirmos cada vez mais pequenos e insignificantes, pois ao longo dos tempos  temos tido tudo para sermos grandes, pergunto o que realmente falta a esta nação para abrir os olhos e ver, o quanto importante é estar presente no mundo e lutar pelos seus ideais, foi isso que os nossos antepassados fizeram e que alguns agora teimam em destruir.
 

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zocuni

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Re: Angola/Cabinda: FLEC
« Responder #11 em: Outubro 29, 2009, 08:28:10 pm »
Citação de: "Daniel"
zocuni
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que a 1 de Fevereiro de 1885 foi recebido pelo povo Cabinda com braços abertos e com o qual rubricou o Tratado de Simulambuco que permitiu a Portugal de estabelecer-se e exercer domínio sobre o território de Cabinda, tendo em contra-partida prometido aos Cabindas auxilio e protecção; respeito pelos seus representantes reconhecidos pelos povos segundo as suas leis, usos e costumes; e garantir a integridade do território colocado sob seu protectorado.

Muitas das vezes ao ler certos assuntos sinto raiva e algum mau estar pelo país que me viu nascer, a incapacidade de nossos governantes em serem homens patriótas querendo o melhor para a nação, como é possivel se deixar cabinda ao abandono, um povo que sempre quiz estar com portugal, estou cada vez mais certo que os homens que nos têm governado um pouco antes e depois de 25 de Abril têm feito de nós portugueses e de Portugal nos sentirmos cada vez mais pequenos e insignificantes, pois ao longo dos tempos  temos tido tudo para sermos grandes, pergunto o que realmente falta a esta nação para abrir os olhos e ver, o quanto importante é estar presente no mundo e lutar pelos seus ideais, foi isso que os nossos antepassados fizeram e que alguns agora teimam em destruir.

Daniel,

Não se irrite.Isto tudo é fruto da grande descolonização que algumas mentes ilustradas fizeram e desfilam a céu aberto pelo país como grandes heróis da conquista da liberdade.


Abs,
zocuni
 

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legionario

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Re: Angola/Cabinda: FLEC
« Responder #12 em: Outubro 30, 2009, 08:51:58 am »
Esses Cabindas estao a bater à porta errada , entao eles nao sabem que a familia Eduardo dos Santos, além de Cabinda tambem controla 5% da nossa economia e parte dos nossos politicos ?
 Os angolanos estao para Portugal como a Arabia Saudita esta para os EUA . Os americanos engolem o sapo saudita a troco dos petrodolares e nos engolimos o sapo Eduardo dos Santos tambem pela mesma razao .   Que podem os tratados antigos e os principios éticos contra o poder dos dolares ?  

Todos os lusofonos deveriam ficar indignados com a entrega de Cabinda a Angola, mas quem é que se importa com isso ?
Cabinda para uns ou  Olivença para outros, a mesma conclusao : ESqueçam !!!
 

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Cabecinhas

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Re: Angola/Cabinda: FLEC
« Responder #13 em: Janeiro 19, 2010, 03:04:11 pm »
http://octopedia.blogspot.com/

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Qual é o primeiro e único país no mundo em que uma equipa de futebol tenha sido atacado por metralhadora? Angola.


Só se pode varrer o lixo por debaixo do tapete por algum tempo.

Vamos uma vez por todas esquecer a hipocrisia e dizer algumas verdades sobre este país, considerado por tantos como uma espécie de paraíso. Nada poderia estar mais longe da verdade.




Estas palavras são de Timothy Bancroft-Hinchey, Director e Chefe de Redacção do jornal russo Pravda.






Angola, um país dominado pela corrupção.



Timothy Bancroft-Hinchey diz ainda: "Em 2008, Bob Geldof causou um tumulto durante um discurso proferido em Lisboa, no qual ele afirmou que Angola é um país "gerido por criminosos". Ele, justamente, sublinhou as enormes disparidades nos padrões de vida, num país onde a elite formada pelos dirigentes do partido do governo (MPLA) vivem no luxo, enquanto a grande maioria da população luta para sobreviver.
Muitos dos altos funcionários de Angola são corruptos.


No entanto, Angola é anunciada como uma espécie de paraíso, especialmente em Portugal, onde funcionários do governo fecham os olhos para a flagrante falta de democracia no país. Segundo a Constituição de Angola, o presidente é eleito para um mandato de 5 anos (art. 59 º) por voto universal, directo, igual, secreto e periódico. José Eduardo dos Santos está no poder há 27 anos.


Apesar da flagrante falta de democracia em Angola, apesar das terríveis condições de vida de vastas faixas da população, enquanto a elite corrupta perpetua a sua existência através de um sistema de subornos e comissões (em conluio com os europeus), os países e as empresas estão fazendo fila para assinar contratos lucrativos com uma das economias de mais rápido crescimento do mundo.


Enquanto Angola é tratada com um grau de servilismo repugnante como uma espécie de Nirvana dos dias actuais e enquanto aqueles que são covardes demais para enfrentar e dizer a verdade fecham os olhos, a verdade é que o World Democracy Audit premeia Angola com um miserável ranking de 116 em 150 pontos (1 sendo o valor óptimo). O mesmo relatório atribui a Angola 132 (de uma escala de 1 a 149) por corrupção, 94 numa escala de 1 a 150 para a liberdade de imprensa, 6 numa escala de 1 a 7, para direitos políticos e 5 para liberdades civis.


Toda a verdade é que Angola, em termos gerais, é um país corrupto, a verdade é que Angola é um país horrivelmente mal governado e a verdade é que Angola é um país antidemocrático. E aqueles que se associam com os criminosos são tão culpados quanto eles, em perpetuar uma sociedade injusta que providencia tudo para alguns e dá absolutamente nada ao cidadão comum.







Breve história de Cabinda.



Cabinda é um território de África Central, situado entre a Républica do Congo ao norte e a Républica Democrática do Congo ao sul e este, tem 200 km de costa a oeste. Com 10 000 km2 e 600 000 habitantes, não possui qualquer fronteira com Angola. Tem uma lingua própria descinhecida em Angola.


O actual território de Cabinda foram os antigos reinos de Kakongo, Loango e Ngoyo. Em 1885, o tratado de Simulambuco transforma este território num protectorado português. Por razões financeiras, em 1956, Portugal, que já não podia dar-se ao luxo de ter dois governadores, um em Cabinda e outro em Angola, coloca um único governador em Luanda, capital de Angola.


A Constituição Portuguesa de 1933 em vigor até 1975, estabelecia uma disteincção nitida entre Cabinda e Angola. Com o 25 de Abril e a independência de Angola, os habitantes de Cabinda julgavam poder tornar-se independentes, dado o fim do protectorado português. Mas POrtugal permitiu que o MPLA se instala-se em Luanda e sobretudo controlar Cabinda.





O problema de Cabinda é ... ter petróleo.



Qual o interesse deste pequeno território? Cabinda é rico em petóleo. A sua exploração começou em 1954, e em 1957, um Decreto-Lei português autorizava à Cabinda Gulf Oil Co. o mono´pólio de pesquisas de petróleo e derivados.


Actualmente as multinacionais petrolíferas são: a Sonangol com 41%, Chevron com 39%, Elftotalfina com 10% e Agip com 10%.


Como sempre, a população de Cabinda vive na miséria e a situação de grande contestação apenas é mantida pela força, exercida pelas forças armadas de Angola.



Quem está por trás do atentado?


A autoria do atentado contra a equipe do Togo foi revendicada pelo FLEC (Frente de Libertação do Enclave de Cabinda), inicialmente pelo FLEC-PM e agora também pelo Flec-FAC.


Questões por responder:


- Por que razão, sabendo o governo angolano da situação em Cabinda, este permitiu que a selecção do Togo viajasse de autocarro, quando as outras selecções viajarram de avião?


- Porque é que durante o tiroteio, que durou cerca de 20 minutos, não houve intervenção dos militares angolanos estacionados em Cabinda? (Cerca de 40 000 soldados)


O presidente da FLEC, N'Zita Henriques, diz que o atentado foi premeditado pelo governo de Angola, "o objectivo é desacreditar totalmente a FLEC, para esta ser endexada como movimento terrorista".


O facto é que, António Bento Bembe, ministro angolano (que já pertenceu à FLEC), disse querer "reiterar o seu apelo à comunidade internacional para que possamos combater estes elementos, persegui-los, e emitir um mandato de captura internacional da mesma forma que se faz para operacionais da al-qaeda"


A representante da Human Right Watch, Lisa Rimli, refere que "os média estatais têm vindo sistematicamente a omitir informações sobre estes ataques, sobre asituação precária de segurança e os jornalistas locais independentes têm vindo a ser intimidados para que parem de noticiar ataques armados".

http://cabinda.oldiblog.com/

http://www.flecnoticias.com/index.php?option=com_content&task=view&id=17&Itemid=93

http://www.bbc.co.uk/portugueseafrica/news/story/2010/01/100111_angcabindaflecaws.shtml
Um galego é um português que se rendeu ou será que um português é um galego que não se rendeu?
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