Zimbabwe: Um exemplo de totalitarismo de esquerda

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André

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« Responder #15 em: Setembro 26, 2007, 10:34:16 pm »
Exército ameaça com golpe de Estado

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O brigadeiro-general David Sigauke, do exército do Zimbabué, ameaçou que a instituição militar derrubará pelas armas qualquer futuro governo que não seja liderado pelo presidente Robert Mugabe ou pelo seu partido, a Zanu-PF.
Discursando no fim-de-semana durante uma cerimónia de graduação de novos recrutas nos arredores da capital, Harare, aquele oficial superior exortou os cidadãos do seu país a «exercer os seus direitos eleitorais com sensatez nas eleições de 2008», recordando que o Zimbabué «não voltará a ser uma colónia».

Segundo o jornal «ZimOnline», o brigadeiro-general Sigauke afirmou aos novos graduados que a instituição militar tem a obrigação de defender a herança histórica e nacional do país bem como a soberania nacional.

«Como soldados temos o privilégio de sermos capazes de defender estes direitos em duas frentes: a primeira através da urna de votos e a segunda através do cano das espingardas se as coisas forem de mal a pior», disse o oficial citado pelo «ZimOnline».

Já em 2002, em vésperas de mais um controverso acto eleitoral ganho pela Zanu-PF de Robert Mugabe, o então comandante-em-chefe do exército (agora reformado), general Vitalis Zvinavashe, ameaçara numa conferência de Imprensa que o exército nunca seria leal a um presidente que não tivesse participado na luta pela independência.

Segundo analistas locais, ambas as ameaças são dirigidas directamente ao Movimento para a Mudança Democrática (MDC, a maior força da oposição), que é liderado por um antigo líder sindical, Morgan Tsvangirai.

Tsvangirai foi derrotado em todos os actos eleitorais desde 2000, embora tenha tido o apoio de inúmeras organizações internacionais e grupos de observadores na denúncia de graves irregularidades executadas pelo regime na preparação e execução das eleições bem como na contagem dos votos desde então.

Mugabe, que tem sistematicamente acusado a oposição de ser «um fantoche do Ocidente», em particular da Grã-Bretanha, tem contado desde a sua ascensão ao poder, em 1980, com a lealdade cega do aparelho militar.

Entre muitas recompensas dadas aos oficiais superiores dos três ramos das forças armadas, o presidente distribuiu pelos seus mais fiéis defensores milhares de hectares das terras que o seu governo expropriou aos agricultores brancos, situação que contribuiu grandemente para o colapso da economia do seu país.

Militares no activo ou na reforma têm sido nomeados em anos recentes para cargos governamentais, para as administrações de empresas públicas e até mesmo para os órgãos que gerem as eleições no país. Por exemplo, o presidente da Comissão Eleitoral, George Chiweshe, é um antigo juíz e general do exército, que foi nomeado para o Supremo em 2001 depois de Mugabe ter levado a cabo uma purga de todos os juízes que não pertenciam ao aparelho do seu partido.

Terça-feira os militares voltaram a ocupar pela força das armas mais uma propriedade agrícola de um zimbabueano branco, apesar de na véspera o vice-presidente Joseph Msika ter anunciado que mais nenhuma exploração agrícola seria expropriada pelo seu governo.

Ainda segundo o «ZimOnline», um grupo de 15 soldados, liderado pelo brigadeiro-general Dube, invadiu a fazenda Grand Parade, de James Sidolph, situada no distrito de Karoi, no Noroeste do país, forçando o proprietário a fugir para a capital, onde contactou funcionários governamentais sobre o sucedido.

Apenas 600 dos cerca de quatro mil proprietários agrícolas brancos que operavam no país em 2000 estão ainda na posse das suas terras.

Um trabalhador da quinta invadida pelos militares disse ao jornal que os soldados lhes ordenaram que parassem com a irrigação dos campos de tabaco, passando de imediato a dividir entre si a área ocupada.

O Zimbabué, que até 2000 era exportador de tabaco, milho e outras colheitas, era até então considerado um exemplo de uma economia de sucesso no continente africano. Hoje, são mais de quatro milhões os seus cidadãos que precisam se ajuda alimentar de emergência, enquanto outros quatro milhões estão refugiados em países vizinhos.

A taxa de desemprego nesta nação de 11 milhões de habitantes situa-se nos 80 por cento e a inflação é a mais alta do mundo, rondando os sete mil por cento ao ano.

Diário Digital / Lusa

 

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André

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« Responder #16 em: Setembro 26, 2007, 11:32:05 pm »
Moçambique boicotará se Mugabe não for convidado

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O governo moçambicano deverá boicotar a próxima cimeira UE-África em Dezembro, se o Presidente zimbabueano, Robert Mugabe, não for convidado, seguindo uma posição recentemente tomada pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), disse hoje fonte governamental.
Na semana passada, o Presidente zambiano, Levy Mwanawasa, que preside actualmente à SADC, ameaçou boicotar a reunião caso o seu homólogo zimbabueano não seja convidado.

Num primeiro pronunciamento oficial do governo de Moçambique, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Eduardo Koloma, disse hoje que a posição assumida pela presidência da SADC reflecte as ideias concertadas pelos Estados membros da organização.

«Não se deve ficar à espera de uma posição de Moçambique (para este assunto), pois Moçambique está situado numa região. A posição de Moçambique é a mesma da SADC», disse Koloma, quando questionado hoje pela Agência Lusa, em Maputo.

Segundo o governante moçambicano, o executivo de Maputo defende que «não deve haver exclusão de nenhum dos países» da UE/África na II Cimeira intercontinental, marcada para os dias 08 e 09 de Dezembro em Lisboa, uma das principais prioridades da actual presidência portuguesa da União Europeia que termina no final do ano.

O presidente em exercício da SADC, Levy Mwanawasa, defendeu o levantamento da proibição de entrada no espaço europeu ao presidente Mugabe, depois da sua controversa reeleição em 2002, e assinalou que os problemas do Zimbabué só podem ser resolvidos pelo diálogo, nomeadamente durante cimeiras como as de Lisboa.

Recentemente, o ex-Presidente moçambicano Joaquim Chissano considerou desejável uma participação de Mugabe na cimeira UE/África para falar dos problemas do Zimbabué, afirmando tratar-se de uma oportunidade para os dois continentes discutirem com o líder do Zimbabué e trocarem «pontos de vista».

Os participantes não vão à cimeira «para disputas mas para trocar opiniões, para encontrar um terreno de entendimento, e como o encontrar se um dos actores estiver ausente?», perguntou o antigo chefe de Estado moçambicano durante uma visita que efectuou recentemente ao Zimbabué.

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, ameaçou boicotar a cimeira, caso Mugabe participe, concordando apenas com a presença do Zimbabué na Cimeira UE-África em Lisboa, desde que o país não seja representado pelo respectivo presidente.

Diário Digital / Lusa

 

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comanche

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« Responder #17 em: Outubro 01, 2007, 07:45:46 pm »
Ministro da Defesa de Angola pede maior tolerância para com Zimbabué

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O ministro da Defesa de Angola, general Kundi Paihama, apelou hoje à União Europeia para que seja mais tolerante com o Zimbabué, porque, disse, "o povo zimbabueano está a sofrer muito".
 


"Apelo aos que decretaram o embargo ao Zimbabué que sejam mais tolerantes", defendeu Kundi Paihama, que intervinha na última sessão da conferência de presidentes das comissões de Defesa dos Parlamentos dos Estados-membros da União Europeia (UE), do Parlamento Europeu e de países candidatos, hoje realizada em Lisboa.

"Não vou dizer de quem é a culpa, se do Presidente (do Zimbabué) Robert Mugabe, se do Reino Unido, mas de facto quem está a sofrer são as crianças e os idosos", acrescentou o ministro angolano, que salientou estar na conferência também na qualidade de presidente do Comité Inter-Estatal de Defesa e Segurança da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Convicto de que as suas palavras poderiam provocar celeuma, Kundi Paihama adiantou que "o Zimbabué está hoje numa situação bastante complicada", pelo que, sustentou, "tem de haver uma certa flexibilidade", sobretudo na relação entre a UE e o Reino Unido com aquele país.

A União Europeia decretou em 2002 sanções contra o Zimbabué, designadamente aos seus dirigentes, incluindo Robert Mugabe, devido ao desrespeito dos direitos humanos e à ruinosa governação no plano económico, que conduziu o país à mais grave crise económica e social desde que ascendeu à independência em 1980.

Robert Mugabe está impedido de entrar no espaço comunitário, devido ao pacote de sanções em vigor e a sua presença em Lisboa na II Cimeira UE-África, a realizar nos dias 08 e 09 de Dezembro, provocará a ausência de governantes europeus, designadamente do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown.

Se Mugabe não for convidado a deslocar-se a Lisboa, alguns países africanos também já anunciaram que não participarão na cimeira.

A II Cimeira Europa/África é uma iniciativa emblemática do Governo de Lisboa e uma das principais prioridades da actual presidência portuguesa da UE.

Para Kundi Paihama, a resolução do problema zimbabueano deve ter em conta "a questão humana".

"E depois, a pouco e pouco, deviam-se encontrar soluções, senão vai haver uma catástrofe", alertou.

"Por isso, peço essa tolerância. Por mínima que seja", vincou.

A questão do Zimbabué foi ainda abordada pelo ministro da Defesa do Gana, Albert Kan-Dapaah, cujo país ocupa presentemente a presidência da União Africana.

Instado a pronunciar-se sobre o Zimbabué, o governante ganês esquivou-se, considerando que se deve deixar a diplomacia continuar a trabalhar.

"A diplomacia está a trabalhar arduamente, devemos deixar que o continue a fazer", frisou.

O ministro da Defesa do Gana salientou, por outro lado, na sua intervenção que a União Europeia deverá apoiar os países africanos a reformarem as suas forças armadas, participando no esforço de modernização e de formação.

"O continente africano está numa fase de transição, de guerra e ditaduras para regimes democráticos em que impera a economia de mercado", destacou.

"Vivem-se agora momentos decisivos para que sejam tomadas decisões em África e, no domínio da Defesa e Segurança, as nossas instituições, polícia e forças armadas, precisam de se modernizar, pelo que precisamos do apoio da UE", disse.

© 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

 
 

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« Responder #18 em: Outubro 02, 2007, 11:26:10 pm »
Madrid desvaloriza polémica sobre Mugabe na Cimeira África

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A vice-presidente do Governo espanhol minimizou hoje a polémica em torno da presença do chefe de Estado do Zimbabué, Robert Mugabe, na Cimeira UE/África, alegando que o «essencial» é que o encontro se realize.

As declarações de Teresa de La Vega foram proferidas após ter sido recebida em audiência pelo primeiro-ministro português, José Sócrates, em São Bento, um encontro que durou cerca de uma hora.

Confrontada com o cenário de uma possível ausência do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, na Cimeira Europa/África, em virtude da eventual presença em Lisboa de Robert Mugabe, a vice-presidente do Governo espanhol disse que o seu país «apoia os esforços da presidência portuguesa da UE para que a cimeira se realize».

«A cimeira é muito importante para a União Europeia e para África. Esta cimeira já não se faz há sete anos e estou convencida que se vai poder realizar com o trabalho de todos», respondeu.

Perante a insistência sobre uma eventual ausência de Brown, em protesto pela presença em Lisboa de Mugabe, a «número dois» do executivo de Madrid apenas acrescentou que o seu Governo «respeitará as posições de todos» os líderes políticos.

«O importante é o trabalho de consenso em curso entre a UE e a União Africana. O trabalho da presidência portuguesa tem o apoio de Espanha», disse.

A realização da segunda Cimeira de chefes de Estado ou de Governo da UE e de África, agendada para 08 e 09 de Dezembro, é um dos principais objectivos da actual presidência portuguesa do bloco europeu dos 27.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #19 em: Outubro 06, 2007, 07:37:51 pm »
Dirigente do ANC insurge-se contra «tirania de Mugabe»

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Kader Asmal, ex-ministro do governo sul-africano, advogado, deputado e membro do comité executivo do Congresso Nacional Africano (ANC), acusou o governo do presidente Mugabe de «conduzir uma guerra tirânica contra o seu próprio povo».

Discursando, na quinta-feira à noite, na sessão de lançamento do livro da activista zimbabueana Judith Todd «Trough The Darkness» (Através da Escuridão), Asmal não poupou o regime da Zanu-PF e o seu líder Robert Mugabe, afirmando que só lamenta não ter falado mais cedo sobre a tragédia no Zimbabué.

As palavras de Asmal, que merecem hoje grande destaque na imprensa de Joanesburgo, constituem uma clara afronta à atitude do presidente da República e líder do ANC, Thabo Mbeki, que nunca denunciou as violações dos direitos humanos no Zimbabué e sempre se recusou a criticar o seu homólogo zimbabueano.

Kader Asmal admitiu que o silêncio tem feito dele cúmplice da situação e questionou os pontos de vista de Thabo Mbeki, segundo os quais apenas os zimbabueanos podem decidir o seu futuro.

Lamentando a forma como as coisas no Zimbabué se transformaram em «cinzas e mais cinzas», o político e professor universitário afirmou que «a liberdade que se viveu no Zimbabué nos anos 80 tornou-se um pesadelo em consequência da preservação do poder em meia dúzia de mãos».

Declarando que fala como «orgulhoso cidadão de uma África do Sul livre, que deveria ter aberto a boca e feito campanha há muito contra um regime que colocou o Zimbabué de joelhos», o político do ANC não hesitou em classificar o presidente do Zimbabué como um «tirano».

«E porque é que só falo agora? Eu deveria tê-lo feito nos anos 80, quando milhares de pessoas foram assassinadas pela infame 5ª Brigada em Matabeleland. A Igreja Católica falou, eu não», penitenciou-se Asmal.

O livro «Through The Darkness», agora publicado na África do Sul, narra os acontecimentos ocorridos precisamente nos anos que se seguiram à conquista do poder por Robert Mugabe.

Em 1982-83, receoso de uma possível rebelião de dirigentes da tribo ndebele, da região de Bulawayo (à qual pertencia o então «vice» Joshua Nkomo), Mugabe enviou para aquela zona a 5ª Brigada, que havia sido treinada na Coreia do Norte.

Segundo milhares de testemunhos recolhidos pela Igreja Católica, ONG e activistas - e que deram mesmo origem a um relatório da ONU- as tropas, que respondiam directamente a ordens de Robert Mugabe, mataram mais de 20 mil civis, enterrando-os em valas comuns.

A gozar na altura ainda de uma forte imagem de «libertador do Zimbabué», Mugabe acabaria por não receber mais do que tímidas e raras críticas da comunidade internacional.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #20 em: Outubro 09, 2007, 12:14:59 am »
Reino Unido sem representação na cimeira se Mugabe for

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Nenhum ministro do governo britânico participará na Cimeira UE-África se o presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, estiver em Lisboa, afirmou hoje o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown.
«Se Mugabe for, eu de certeza que não vou estar presente e nenhum ministro do governo estará presente», respondeu Gordon Brown a uma pergunta colocada pela Agência Lusa na conferência de imprensa mensal do primeiro-ministro britânico em Londres.

Gordon Brown já tinha afirmado, há cerca de duas semanas, que não participaria na Cimeira UE-África, prevista para 08 e 09 de Dezembro em Lisboa, se o presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, o fizer, mas não tinha feito qualquer referência ao nível da representação do Reino Unido.

Na resposta à Lusa, Brown reafirmou hoje que toma esta posição por recusar compactuar com as violações dos direitos humanos cometidas pelo regime de Mugabe.

«Não aceitamos sentar-nos à mesma mesa de pessoas que toleram o abuso de direitos humanos e que deixam que a população zimbabueana seja afundada na sua pobreza e veja destruída a sua integridade», disse.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #21 em: Outubro 13, 2007, 05:25:30 pm »
Diáspora zimbabueana apoia boicote de Brown e pede sanções

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Um grupo de críticos do presidente do Zimbabué elogiou hoje em Londres o boicote do primeiro-ministro britânico à cimeira UE-África e pediu que a União Europeia sancione 14 países africanos por apoiarem Robert Mugabe.
O grupo, intitulado Vigília pelo Zimbabué, completa este sábado cinco anos de manifestações semanais na capital britânica contra o desrespeito dos direitos humanos e pela realização de eleições livres naquele país.

«Aplaudimos a posição de princípio de boicotar a cimeira de Lisboa se Mugabe participar e discordamos completamente com o convite a Mugabe», afirmou hoje à agência Lusa Dumi Tutani, um dos coordenadores da iniciativa.

Composto por cidadãos zimbabueanos residentes no Reino Unido, o colectivo declara-se «estupefacto pela leviandade com que os membros da UE se preparam para levantar a interdição de viajar a Mugabe».

No entanto, estes críticos do regime de Harare acreditam que os primeiros responsáveis por esta situação são os 14 países-membros da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), de que fazem parte Angola e Moçambique, aos quais querem ver suspensa a ajuda monetária.

«Até agora, nem um país da SADC criticou Mugabe pelos problemas do Zimbabué e se a UE parar de financiar estes países, talvez decidam fazer alguma coisa», sustentou Tutani.

Uma petição com este apelo assinada por mais de cinco mil pessoas será entregue ao governo britânico através da deputada trabalhista Kate Hoey, cuja presença na manifestação do próximo sábado está anunciada mas que a Lusa não conseguiu confirmar junto da própria.

No texto da petição, os signatários manifestam-se «desiludidos com o fracasso da SADC em ajudar ao povo desesperado do Zimbabué quando era preciso».

«Apelamos ao governo britânico e à União Europeia em geral para suspender a ajuda governamental aos países da SADC até eles se comprometerem em fazer respeitar os direitos humanos na região», lê-se no documento.

Em alternativa, sugere-se que «o dinheiro vá para o povo sofredor do Zimbabué».

A Vigília pelo Zimbabué realiza-se todos os sábados em frente à embaixada daquele país em Charing Cross desde Outubro de 2002 e vai continuar até alcançarem os seus objectivos, garantem os organizadores, que incluem membros do partido da oposição Movimento para a Mudança Democrática.

«Começámos por ser apenas 10 ou 15 e agora são mais de uma centena de pessoas que vêm todos os sábados de todo o país [Reino Unido] e de várias nacionalidades», congratula-se Tutani.

Diário Digital / Lusa

 

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André

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« Responder #22 em: Outubro 27, 2007, 08:28:31 pm »
Robert Mugabe acusa União Europeia de querer dividir africanos

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O presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, acusou hoje a União Europeia de pretender «dividir» os africanos, frisando que não são os europeus que decidem quem participa na Cimeira UE/África, onde estará presente se for convidado.

«Não compete à Europa dizer quem deve ou não participar. Se um dia permitirmos isso, estamos terminados», frisou Mugabe, numa entrevista hoje publicada em Luanda pelo Jornal de Angola, que lhe dá destaque de primeira página.

Nesta entrevista, realizada no Palácio Presidencial em Harare durante uma visita de jornalistas angolanos à capital do Zimbabué, Robert Mugabe acusa a União Europeia de pretender «dividir» os países africanos.

«A União Europeia quer dividir-nos», afirmou. Robert Mugabe frisou que tenciona deslocar-se a Lisboa em Dezembro para participar na Cimeira UE/África, se for convidado, mas revelou ainda não ter recebido qualquer convite nesse sentido.

«Se for convidado, vou, sem dúvida. Portugal tem estado a dizer que me vai enviar um convite, mas até agora ainda não o fez», salientou.

Mugabe aproveitou ainda a entrevista para «agradecer a posição» da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e da União Africana relativamente ao «apoio» que prestaram tendo em vista a participação do presidente zimbabueano na cimeira entre europeus e africanos.

Relativamente à situação política e económica interna no Zimbabué, Robert Mugabe admitiu que «é complicada», mas frisou que «o governo está a desenvolver estratégias de modo a ultrapassar as sanções impostas».

Nesta entrevista, que se estende por duas páginas no único diário angolano, o presidente do Zimbabué acusa o governo britânico por não ter cumprido os acordos assinados, especialmente depois da chegada ao poder de Tony Blair, mas estende as suas acusações a outros estados ocidentais.

«Os países do Ocidente não estão satisfeitos que estejam no poder [na África Austral] os partidos que lutaram para a libertação nacional», afirmou, citando os casos do MPLA (Angola), ANC (África do Sul), SWAPO (Namíbia) e FRELIMO (Moçambique).

Por outro lado, revelou que o Zimbabué vai realizar eleições «em Março de 2008», salientando que o acto eleitoral deverá ser supervisionado pela SADC. «Não precisamos de britânicos, americanos ou franceses», frisou o presidente do Zimbabué

Lusa/SOL

 

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André

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« Responder #23 em: Outubro 31, 2007, 03:52:58 pm »
Adiado julgamento de primeiro fazendeiro branco acusado de desobedecer a ordem de expulsão

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Um tribunal zimbabueano adiou hoje o julgamento do primeiro fazendeiro branco acusado de desobedecer à ordem de expulsão da sua fazenda, refere hoje a página digital do news24.

O serviço de notícias on-line sul-africano adianta que o juiz Winfielda Tiatara agendou o julgamento de John Norman Eastwood para 17 de Dezembro.

A decisão foi tomada pelo tribunal da localidade de Chegutu, depois de o juiz ser informado pelo Procurador do Ministério Público Allan Chifokoyo de que não tinham sido entregues os documentos necessários.

"O julgamento não pôde realizar-se porque a tutela para as propriedades agrícolas não entregou ao Ministério Público os documentos necessários solicitados pela defesa", afirmou o Procurador.

David Drury, advogado de Eastwood, queria que o Estado justificasse porque motivo a fazenda do seu cliente - Harmony Farm -, em Chegutu, situada a 100 quilómetros a noroeste de Harare, foi escolhida para a expropriação.

O advogado exigiu também que fosse divulgada a identidade dos responsáveis do governo presentes na comissão que assinalaram a fazenda como passível de expropriação, e as minutas da reunião na qual a decisão da expropriar foi tomada.

Eastwood é o primeiro dos fazendeiros brancos a ser julgado no Zimbabué por desrespeitar a ordem de expulsão após o ultimato dado em Setembro para serem deixadas vagas as fazendas.

No início do mês, Eastwood e outros 10 fazendeiros brancos do Zimbabué perderam, no Supremo Tribunal, um recurso às ordens de expulsão.

Pelo menos 4.000 fazendeiros foram obrigados a abandonar as suas fazendas no âmbito da reforma agrária, que retirou as terras aos fazendeiros brancos, a maioria descendentes de colonos britânicos, para as distribuir pelos negros, veteranos da guerra da independência.

Este processo levou ao abandono das terras e gerou uma grave crise alimentar no país, outrora considerado o celeiro da África Austral.

Lusa

 

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André

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« Responder #24 em: Novembro 11, 2007, 05:33:21 pm »
Barclays acusado de financiar regime de Mugabe

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O Barclays Bank foi sábado acusado de financiar o governo do Zimbabué, concedendo elevados empréstimos a apoiantes do regime de Robert Mugabe, que receberam terras retiradas a fazendeiros brancos, noticia hoje o jornal Scotsman.

De acordo com o jornal escocês, o banco britânico emprestou na primeira metade do ano cerca de mil milhões de euros à nova elite fazendeira do país africano, a maioria [dos empréstimos] através de um programa do governo para dinamizar a produtividade agrícola.

Este fim-de-semana, o banco foi pressionado para esclarecer se atribuiu empréstimos a cinco ministros de Mugabe que constam nas «listas negras» de sanções impostas pela União Europeia ao regime zimbabueno.

Os cinco ministros terão recebido empréstimos para as suas herdades, no âmbito do programa do governo, de que o Barclays é um dos principais contribuintes.

Entre estes homens de confiança de Mugabe, destaca-se Didymus Mutasa, ministro da Segurança Nacional, que ajudou a traçar e concretizar a controversa política de gestão das terras agrícolas, que deixou 4.000 fazendeiros brancos sem meios de subsistência.

O deputado democrata-liberal britânico Norman Lamb garantiu que vai pedir ao secretário dos Negócios Estrangeiros, David Miliband, que investigue se os empréstimos efectuados pelo banco violam as sanções da União Europeia.

«Os empréstimos sustentam o regime, os indivíduos que o apoiam e todos aqueles que beneficiaram da violenta apreensão de terras. Isto é moralmente questionável», disse Lamb.

Um porta-voz do Barclays disse que o banco opera no Zimbabué desde 1912, pelo que tem que continuar a honrar o compromisso com os seus clientes, naquele que tem sido um «ambiente de operações claramente difícil».

«Temos igualmente de garantir o bem-estar dos nossos funcionários», disse a mesma fonte.

O desrespeito do Presidente zimbabueano pelos direitos humanos tornou o Zimbabué num «pária internacional», escreve o Scotsman, lembrando a intenção do primeiro-ministro, Gordon Brown, de boicotar a Cimeira UE-África que decorrerá em Lisboa no próximo mês, caso Mugabe faça parte da lista de convidados.

Apesar das críticas, acrescenta o jornal, o Barclays, altamente criticado por ter operado na África do Sul durante o regime de «apartheid», permanece como um dos poucos bancos a operar na caótica economia zimbabuena, agravada pela escassez crónica de alimentos e bens de consumo e uma inflação galopante - a maior do mundo - de 7.900 por cento.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #25 em: Dezembro 05, 2007, 01:26:38 pm »
EUA anuncia sanções contra 38 zimbabueanos

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Os Estados Unidos impuseram sanções de viagem a 38 pessoas ligadas ao presidente zimbabueano, Robert Mugabe, revelou a secretária de Estado adjunta norte-americana para os Assuntos Africanos, Jendayi Frazer.
A secretária de Estado adjunta indicou que serão também impostas sanções financeiras contra um número não especificado de zimbabueanos e duas empresas, que diz terem «desempenhado um papel central na escalada dos abusos dos direitos humanos do regime».

Num discurso proferido segunda-feira, Frazer advertiu que os Estados Unidos vão alargar ainda mais as sanções caso não cesse a violência no país, afirmando que «a tirania de Mugabe tem de terminar».

Não identificou as pessoas afectadas pelas sanções decididas segunda-feira, dizendo apenas que incluíam nove pessoas ligadas à segurança do Estado e cinco adultos filhos de personalidades governamentais zimbabueanas que estudavam nos Estados Unidos.

Os Estados Unidos já antes tinham imposto sanções de viagem e financeiras a 130 pessoas ligadas a Mugabe.

Dada a escalada da violência usada por Mugabe, «os Estados Unidos imporão sanções adicionais contra os piores perpetradores da brutalidade do regime... e dos abusos dos direitos humanos», disse Frazer, que falava no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.

A secretária de Estado adjunta para os Assuntos Africanos considerou «intolerável» que os mais chegados a Mugabe continuem a enviar os filhos para estudarem nos Estados Unidos «quando destruíram o outrora ilustre sistema educacional no seu próprio país».

Adiantou que os Estados Unidos estão particularmente atentos aos que usam as suas posições «para se enriquecerem à custa dos zimbabueanos que sofrem».

Jendayi Fraser descreveu o Zimbabué como um país a implodir que «permanece uma influência perniciosa na África sub-sariana», uma região onde, segundo ela, a democracia cresce e a pobreza diminui.

O Zimbabué está mergulhado na pior crise económica desde que se tornou independente em 1980, com o desemprego a atingir os 80 por cento e um aumento da agitação social. O investimento estrangeiro, os empréstimos e a ajuda ao investimento secaram.

A inflação oficial é de 4.500 por cento - a mais alta do mundo, apesar de estimativas independentes apontarem para números substancialmente mais elevados.

Mugabe, 83 anos, que governa o país desde a independência, responsabiliza as sanções ocidentais pela crise e rejeita as críticas de má gestão.

As prateleiras das lojas estão despidas de cereais, carne, pão, ovos, leite e outros produtos básicos que se vendem por pelo menos cinco vezes o preço imposto pelo governo num fluorescente mercado negro. Há também escassez de gasolina e de moeda estrangeira mas a pobreza, essa, continua a aumentar.

Diário Digital / Lusa

 

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ShadIntel

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« Responder #26 em: Dezembro 10, 2007, 01:54:13 pm »
Arcebispo de York corta o seu colarinho em protesto contra Mugabe.

http://www.youtube.com/watch?v=KgPCjZmet00
 

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André

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« Responder #27 em: Dezembro 11, 2007, 11:09:48 pm »
PC chinês convidado para o congresso do ZANU PF

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O Partido Comunista Chinês e outros nove africanos, no poder, considerados «amigos» do Zimbabué, foram convidados para o congresso extraordinário do ZANU PF, do Presidente Robert Mugabe, que hoje começou em Harare.

A notícia foi avançada pelo jornal Zimonline, segundo o qual forças políticas ocidentais, nomeadamente europeias, vistas como «inimigas» por criticarem abertamente os abusos dos direitos humanos cometidos pelo regime zimbabueano, foram excluídos do evento, que dura quatro dias.

O principal objectivo do congresso é a indigitação de Robert Mugabe, 83 anos, para mais um mandato presidencial, a partir do próximo ano.

Harare é responsável pelo isolamento internacional a que foi votado o seu regime, castigado por oito anos de recessão económica e por uma inflação acima dos 8.000 por cento.

Kumbirai Kangai, secretário para as Relações Externas do ZANU PF, precisou que dos convidados fazem parte partidos, movimentos e organizações de países que apoiaram a luta pela libertação do jugo colonial europeu.

Entre os países africanos «amigos» que participam no congresso estão Angola, Botsuana, República Democrática do Congo, Lesoto, Namíbia, Malaui, Moçambique, Tanzânia e Zâmbia.

O congresso tem início dois dias depois do encerramento da Cimeira UE/África, em Lisboa, que apesar do manifesto receio europeu pela crescente influência chinesa naquele continente, ficou saldada no estreitar da parceria entre os dois blocos.

Pequim, obstinada na exploração das matérias-primas africanas para sustentar o seu crescimento económico, é acusada de fazer vista grossa aos abusos dos direitos humanos perpetrados designadamente no Zimbabué e no Darfur (oeste do Sudão).

A China, que cobiça os recursos mineiros zimbabueanos - sobretudo urânio e platina -, selou uma série de acordos económicos com o regime de Mugabe, ao qual tem vendido armamento desde 2000.

Diário Digital / Lusa

 

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André

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« Responder #28 em: Dezembro 13, 2007, 06:42:57 pm »
Tribunal da SADC dá razão a fazendeiro branco contra Robert Mugabe

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O tribunal regional da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) deliberou hoje por unanimidade a favor de um fazendeiro branco zimbabueano que se queixou de que o governo de Harare pretende expropriar a sua propriedade.

Os 3 juízes do Tribunal da SADC, baseado na capital da Namíbia, ordenou que o governo do presidente Robert Mugabe pusesse fim às tentativas de expropriar a exploração agricola de William Michael Campbell, 75 anos, que desde Março se recusa a abandonar as suas terras, em Mount Carmel, sob repetidas ameaças de detenção por obstrução á justiça zimbabueana.

Campbell decidiu apresentar uma queixa ao Tribunal da SADC, que foi empossado o ano passado mas que nunca tinha sido chamado a deliberar sobre disputas entre Estados-membros e os seus cidadãos ou empresas.

O acórdão do tribunal regional deverá ter consequência profundas em todo o processo de expropriações de terras e equipamento agro-pecuário, iniciado em larga escala em 2000 pelo presidente Robert Mugabe, e que resultou para mais de 3.500 fazendeiros brancos daquele país na perda de milhões de hectares de terras e na quase paralisia do sector.

Outros países da região, como a África do Sul e a Namíbia, que têm programas de reforma agrária baseadas na redistribuição de terras pertencentes a brancos por negros sem-terra, poderão também sofrer consequências deste acórdão sem precedentes na área da jurisprudência na África Austral.

Lusa

 

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André

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« Responder #29 em: Dezembro 29, 2007, 08:52:39 pm »
Robert Mugabe parte de férias para "Extremo Oriente" segundo a imprensa local

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O Presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, proibido de penetrar no espaço da UE e dos EUA, desde as eleições de 2002, partiu hoje de férias para o "Extremo Oriente", segundo a imprensa local.

"O Presidente Mugabe e a primeira-dama partiram de Harare com destino ao Extremo Oriente", foi anunciado pela rádio estatal, enquanto o jornal estatal Herald frisou que "o Presidente Mugabe iniciou hoje as suas férias".

Robert Mugabe, proibido de entrar no espaço da União Europeia (UE) e dos Estados Unidos na sequência de sanções impostas, devido às controversas eleições de 2002, acusadas de serem fraudulentas, tem optado recentemente por repousar na Malásia.

O chefe de Estado, de 83 anos, no poder há 27, tinha o hábito de passar férias na Europa até à imposição de sanções contra o Presidente e toda a família.

Na altura em que ainda passava férias na Europa, Robert Mugabe tinha como hábito efectuar sempre uma passagem por Londres.

As relações entre Mugabe e as antigas potência colonizadoras agudizaram-se quando o Zimbabué lançou a controversa reforma agrária, em 2000, expropriando fazendas de proprietários brancos para as atribuir a negros sem terra.

O clima de tensão aumentou ainda mais quando a UE e os Estados Unidos impuseram sanções contra Mugabe e na sequência das eleições presidenciais de 2002 que, segundo observadores e a oposição, foram fraudulentas, para dar a vitória a Robert Mugabe.

Os países ocidentais acusam também Mugabe de violar os direitos humanos e de ser responsável pela grave crise económica do país, e pela inflação de 8.000 por cento, a taxa de desemprego de 70 por cento e a pobreza.

Lusa