Papatango, quando diz LHD espanhol refere-se ao Galicia, ou ao "Buque de Projecion Estrategica" ou seja um LPH ? O primeiro é bem mais provável...
De facto quero dizer LPH.
Vamor por partes:
Seguindo o raciocinio já apresentado noutras alturas e comentando os "planos" da marinha.
O plano da marinha faz lembrar o plano naval de 1936, com uma enorme quantidade de cruzadores e contra-torpedeiros e mesmo transportes de aviões, para alem de cerca de 20 submarinos. Irrealista.
O plano prevê um LPD
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É aqui que eu começo a achar um erro. É que quando aquela planificação foi efectuada ainda não tinham começado a aparecer os varios projectos de navios que permitem a projecção de forças á distância, dando-lhe capacidade para envolvimento vertical de forças.
Portanto, cada vez começa a fazer mais sentido um navio com um deck corrido (que é parecido com um porta-aviões) não pela sua capacidade de transportar aviões STOL, mas principalmente, pela sua capacidade de "rodar" os helicopteros do navio para terra para efectuar um desembarque.
O futuro LPD português pode levar quatro EH-101, no entanto só podem descolar dois de cada vez.
Para beneficiar de toda a capacidade dos quatro EH-101, é necessário carregar os primeiros dois e depois trazer os dois restantes do hangar para a pista, prepara-los, fazer entrar o pessoal e só depois levantar voo.
O resultado é que os outros dois helicopteros têm que andar ás voltas á espera que os restantes dois helicopteros se preparem.
Isto resulta numa redução do tempo de vôo e de autonomia dos helicopteros porque já têm que levar menos combustível para levantar "carregados" e vão gastar parte desse combustível enquanto esperam pelos restantes.
Ao contrario num navio com capacidade para quatro ou seis helicopteros do tamanho dos EH-101, os helicopteros podem deslocar ao mesmo tempo e, por não terem que pairar á espera uns dos outros (e a gastar combustível), podem operar a uma distância maior da costa e por isso em maior segurança.
O outro problema tem a ver com a aterragem.
É perigoso, numa situação de emergência ter varios helicopteros para aterrar numa pista que necessita ser rapidamente desimpedida, embora seja teoricamente mais facil retirar um helicoptero da pista numa emergência á aterragem (em caso de necessidade pode-se deitar um helicoptero para a água).
Portanto, um LPH como o Espanhol, que me parece superior ao Holandês faría mais sentido.
O principal problema do projecto holandês é que sacrifica a capacidade de transporte á existência de uma pista corrida. Em cenários de manutenção de paz, conta a quantidade de tropas que é possível desembarcar. Portanto, se calhar também não faz muito sentido trocar um LPD de 17.000 Ton por um LPH de 17.000 Ton. A diferença são 200 homens a menos e menos capacidade de transporte de veículos.
Fragatas
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Quanto ás 12 fragatas ASuW ASW acho uma maluquice. No entanto, como já referi muitas vezes acredito que embora fiquemos com as três Vasco da Gama, é perfeitamente possível aumentar o NPO e transforma-lo numa corveta grande, até mesmo ás 2.000 Ton de deslocamento, dando-lhe capacidade anti submarina e anti superficie, como no desenho que fiz há uns tempos:
http://web.1asphost.com/Lusitanos/MARINHA/NPO2000ASW.aspAlgo deste tipo não substitui uma Vasco da Gama, mas pode complementa-la. Por isso, podemos ficar com as duas fragatas AA mais as três Vasco da Gama, acrescentando-lhe quatro navios destes.
As Vasco da Gama e os dois navios AA, servem para eventual projecção de força (junto com o LPD) enquanto que as corvetas NPO acrescido, podem efectuar funções de patrulha anti-submarina.
É algo que está ao alcance das nossas capacidades financeiras e técnologicas, não é nada por aí além, nem megalómano, mas faz sentido. E como todos sabemos, já foi referido no ultimo dia da marinha em Viana do Castelo.
Portanto, há que aguardar com os pés no chão.
Lamento que se opte por um LPD, porque há razões tácticas contrarias ao LPD e a favor do LPH, mas compreende-se a questão financeira embora - e isto é importante - um LPH não seja de facto muito mais caro que um LPD.
Haverá o problema do conceito de utilização por parte da marinha, que de há muito tempo se voltou para algo como o Galicia/Rotterdam, quando estes navios pareciam apontar para o futuro. Neste momento o conceito do LL espanhol e dos Enforcer holandeses aparece como sendo mais lógico.
Espero não ter sido muito confuso
Cumprimentos