Sector Portuário

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chaimites

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Re: Sector Portuário
« Responder #105 em: Novembro 16, 2011, 11:58:28 pm »
Citação de: "Malagueta"
Porto de Viana do Castelo dragado para ajudar exportações da Enercom
A administração do Porto de Viana do Castelo (APVC) irá arrancar, até ao final de novembro, com a dragagem de um canal de navegação, indo assim de encontro à pretensão da alemã Enercon, que pretende incrementar as suas exportações.

A informação foi avançada à Agência Lusa por fonte da APVC, que acrescentou que a operação, para retirada de 45.000 metros cúbicos de inertes, custará 270 mil euros e a empresa vencedora do concurso público já tem em curso a "mobilização dos equipamentos".
Esta pretensão tem vindo a ser reclamada nos últimos meses pela Enercon, líder mundial na produção de componentes e geradores eólicos, que pretende aumentar a exportação a partir de Viana do Castelo.

"Prevemos que as dragagens comecem ainda antes do fim do corrente mês. É uma ação com prioridade máxima por parte da APVC", sublinhou fonte da administração do porto, explicando que vai envolver "os fundos no acesso e junto ao cais do Bugio", na margem direita, onde funcionam as principais das cinco fábricas da Enercon.

Segundo a APVC, este canal de navegação ficará com uma quota mínima de 5,50 metros de profundidade, o que permitirá a operação de navios de maior calado, também na margem direita do rio Lima.

"Um pouco mais [de profundidade], portanto, do que a própria Enercon pediu", sustenta ainda a fonte.


Boas noticias!
 Actualmente partem de viana 2 navios da Enercom  por semana,  grande parte das vezes o reduzido calado do canal da margem norte  obrigava a que parte da carga fosse feita na margem sul, com os inconvenientes logisticos   dos transportes de grandes dimenções, (pás com 40 metros)  que  eram   feitos atravessando a cidade  durante a noite,  obrigando a mobilizaçao da policia para cortar o transito durante largos periodos.

Com a dragagem do canal da margem norte as cargas vão poder ser feitas diretamente do parque  da Enercom
 

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Malagueta

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Re: Sector Portuário
« Responder #106 em: Novembro 18, 2011, 10:26:09 am »
CP Carga prevê reforçar ligações entre portos portugueses e Espanha
A CP Carga prevê aumentar de três para quatro o número de frequências semanais do IBERIANLink, um serviço ferroviário regular de carga que liga os três principais portos portugueses a Espanha.

O serviço IBERIANLink, lançado em 2009 e que resulta de uma parceria entre a CP Carga e a espanhola Renfe, assegura o transporte ferroviário de carga entre três portos portugueses - Lisboa, Leixões e Sines - e Espanha.

O serviço conta atualmente com três frequências semanais nos dois sentidos, mas fonte da CP Carga disse à Lusa que "a perspetiva futura é aumentar a frequência do comboio pelo menos em uma vez mais por semana, passando a quatro por semana".
 

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PedroI

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Re: Sector Portuário
« Responder #107 em: Novembro 18, 2011, 11:43:59 am »
Boas,

Posso confirmar que por incrível que pareça  :lol: a CPCarga presta um muito bom serviço na ligação entre Lisboa e pelo menos Barcelona e Valência no transporte de contentores.
Embora contrate via terceiros nunca tivemos problemas sendo que os valores praticados são bastante competitivos e mesmo considerando que estou a pagar "a parte" do terceiro, significa não só a CPCarga é competitiva mas também capaz de passar parte da competitividade para os seus clientes.

Não obstante é notaria a falta de qualificação de alguns quadro (políticos & tachistas) superiores e um ou outro boato de ligações "menos próprias", ainda assim algo não funciona mal de todo na CP.
 

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Malagueta

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Re: Sector Portuário
« Responder #108 em: Novembro 29, 2011, 10:43:42 am »
Linha NYK leva veículos VW para a China
O terminal Ro-Ro do porto de Setúbal vai iniciar, a partir de 29 de novembro, com a escala do navio “Themis Leader”, do operador de transporte marítimo NYK LINE, embarques quinzenais para exportação de viaturas fabricadas na Autoeuropa para o Extremo Oriente, nomeadamente, para os portos chineses de Shanghai e Tianjin Xingang.

O navio “Themis Leader”, agenciado pela Pinto Basto IV, tem 200 metros de comprimento e capacidade para 5 415 CEU (Car Equivalent Units). Irá carregar cerca de 1 000 veículos Volkswagen dos três modelos fabricados na Autoeuropa, num total previsto de mais de 20 mil veículos por ano, em 24 escalas. O “Themis Leader” navega desde Southampton (Reino Unido) e, depois de Setúbal, passará por Savona (Itália), de onde seguirá para a China.

Com esta nova linha quinzenal, o porto de Setúbal reforça a sua posição como um porto de primeira linha da rede logística da Volkswagen, com ligações directas para outros continentes, no caso, para portos da China, um país detentor de um mercado automóvel em franco crescimento
 

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Malagueta

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Re: Sector Portuário
« Responder #109 em: Novembro 29, 2011, 02:30:28 pm »
Sines parte fundos de rocha para receber maiores navios do mundo
O Porto de Sines começou os trabalhos de dragagem do canal de acesso ao terminal de contentores para poder receber os maiores navios do mundo.
     
 
O Porto de Sines prepara-se para receber os maiores porta-contentores do mundo, designados "Ultra Large Container Ships" (ULCS), com capacidade para transportar uma carga total de contentores de 18.000 TEU (um TEU é a medida-padrão para um contentor com 20 pés de comprimento) que os grandes armadores vão começar a utilizar nos próximos anos.

"É este o grande objetivo que norteou a decisão de dragar os acessos marítimos e a zona de manobra ao Terminal de Contentores (Terminal XXI) para os 17,5 metros de profundidade de água, permitindo continuar a manter Portugal na primeira divisão do campeonato mundial do shipping de contentores", refere o Porto de Sines.

Sines já recebe, semanalmente, os maiores navios porta-contentores em operação no mundo, na ordem dos 14.000 TEU e calados máximos de 15,5 e 16 metros.

Com este aprofundamento do canal e da zona de manobra do Terminal XXI, o Porto de Sines ficará preparado para receber os maiores navios atualmente encomendados que terão calados máximos entre os 16 e os 17 metros, como é o exemplo da gama de navios "Triple EEE", da empresa Maersk, com porte de 18.000 TEU.

Os trabalhos de dragagem tiveram início no passado dia 25 de novembro com a utilização de uma draga de alta capacidade, que permitirá aprofundar o fundo rochoso e remover a rocha retirada.

"É uma operação que se realiza uma única vez e fica com caracter definitivo, uma vez que este porto não está sujeito a assoreamento", refere o Porto de Sines.


A draga "Athena"


Trata-se da draga "Athena", equipamento de última geração, que realiza em Sines a sua viagem comercial inaugural, sendo por este motivo acompanhada por uma equipa de cerca de 100 engenheiros que estarão presentes ao longo de toda a operação em Sines.

Esta embarcação tem uma tripulação total de 50 pessoas e permite realizar dragagens até uma profundidade de 32,4m e expelir o material através de uma conduta de 1.000 mm de diâmetro com auxílio de 3 bombas de 5.000 KW, uma das quais submersa, apresentando uma potência máxima de corte instalada de 7.000 KW.

O Porto de Sines refere que estes trabalhos de dragagem enquadram-se no âmbito da empreitada de ampliação do molhe leste, investimento de 40 milhões de euros da responsabilidade da Autoridade Portuária, que a realiza sem recurso ao Orçamento de Estado nem a financiamento bancário.

Com esta empreitada, que tem uma dupla atuação no terreno, ficam também criadas as condições para a expansão prevista do terminal de contentores até ao máximo da sua capacidade.


Noticia 2


Os portos portugueses registaram um aumento de atividade no terceiro trimestre de 2011. Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que o transporte de mercadorias por via marítima disparou 8,5% nos portos do continente em termos homólogos.

Neste período, os portos do continente registaram um aumento de 1,5% no volume de carga entrada nos portos do continente e mais 8,5% de tonelagem de mercadorias em relação a igual período de 2010.

Em sentido contrário, também no terceiro trimestre de 2011, o transporte ferroviário registou uma quebra homóloga de 3,3% no número de passageiros transportados, que se ficou pelos 36,1 milhões de passageiros, refere o INE, esclarecendo que 88% destes passageiros viajaram em serviços ferroviários suburbanos.

O transporte de carga por via aérea também caiu 1,6% no mesmo período, ficando nas 38,3 mil toneladas
 

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Malagueta

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Re: Sector Portuário
« Responder #110 em: Fevereiro 27, 2012, 11:48:22 am »
"Concluída a dragagem no porto de Viana do Castelo

Os trabalhos de dragagem da zona de navegação no porto de mar de Viana do Castelo já foram concluídos, assegurando maior profundidade e ajudando a servir as exportações da alemã Enercon. Ainda esta semana o mesmo acontecerá com o canal de acesso.

Em declarações à Lusa, o administrador do porto de mar, Vasco Cameira, confirmou a informação, vincando que as dragagens permitiram estabelecer uma zona de profundidade de 5,50 metros. "Prosseguem as dragagens no respetivo canal, flanco poente, que deverão ficar prontas ainda esta semana", acrescentou.
A operação, que custou cerca de 270 mil euros, consistiu na retirada de 45.000 metros cúbicos de inertes, teve início em dezembro e é considerada vital para a alemã Enercon, que quer incrementar as exportações a partir da margem direita do rio Lima, onde está instalada.


O canal de navegação ficará agora com um mínimo de 5,50 metros de profundidade, "um pouco mais, portanto, do que a própria Enercon pediu", acrescenta Vasco Cameiro.

"Para que os navios que possam cá vir, sob o ponto de vista da logística, sejam mais competitivos. A Enercon quer ter a capacidade de produzir bem e exportar em condições competitivas", referiu Francisco Laranjeira, administrador da Enercon em Portugal"
 

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miguelbud

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Re: Sector Portuário
« Responder #111 em: Março 23, 2012, 01:03:59 pm »
Pedro I, peço-lhe que me explique uma coisa, uma vez que me parece que trabalha na área.

O actual desinvestimento do TGV vai tornar os actuais investimentos do porto de Sines um elefante branco ou nao? O facto de termos uma ferrovia convencional em bitola europeia é o suficiente para podermos concorrer com Valencia e Algueciras?
 

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PedroI

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Re: Sector Portuário
« Responder #112 em: Março 23, 2012, 05:00:47 pm »
Citar
Pedro I, peço-lhe que me explique uma coisa, uma vez que me parece que trabalha na área.

Caro Miguelbud como já disse uma vez venho mais a este fórum para “explicar” do que “ensinar” pelo fico sempre contente por poder elucidar alguém neste fórum em áreas que me são familiares. Relativamente ao trabalhar na área apenas acrescento que sou formado em Gestão de Transportes Ramo – Marítimo-Portuário, estando fundamentalmente ligado ao comércio de contentores marítimos (à caixa metalica em si) sendo que por inerência também faço certificação de contentores, agenciamento de cargas, consultadoria em transportes, etc. Não faz de mim um especialista mas é só para não pensarem que sou um farmacêutico a falar de agricultura com termos técnicos.


Citar
O actual desinvestimento do TGV vai tornar os actuais investimentos do porto de Sines um elefante branco ou nao?
Como é habitual na comunicação social em Portugal dá-se uma notícia e depois faz-se muito barulho. Qualquer ligação entre o TGV, Sines e o transporte de mercadorias é pura ficção. (ponto!)

O TGV é apenas e só para transporte passageiros, é extremamente rápido, extremamente “leve” e extremamente caro.
Pensemos o seguinte eu quero hoje (23/03/12) marcar uma viagem a Madrid em Junho com ida a 29 e vinda a 30, vou considerar que a duração do voo ou do TGV é a mesma entre sair de casa e chegar ao hotel e vice-versa:
Pela Easyjet: 66.98€ :)
Pelo TGV: 200€  :G-beer2:  quando o governo admitiu que o TGV estava enterrado (por enquanto pelo menos), primeiro como pessoa ligada aos transportes e depois porque o TGV certamente seria deficitário e daqui a anos teríamos mais uma empresa pública, privada ou ambas com um buraco gigante que o Estado mal ou bem iria tapar.

Agora relativamente as mercadorias podemos considerar que a ideia de que na mesma linha possam circular TGV e mercadorias alternadamente é utópica, uma composição de mercadorias contentores leva 48 contentores de 20’, cada contentor 20’ pode carregar incluindo a tara cerca de 30tons, dando de barato e fazendo as contas a 25tons:
48 x 25 = 1200tons
Segundo a wikipedia o peso de uma composição TGV andara entre as 380 e 752tons

Uma linha que é feita para suportar 700tons não pode ser a mesma linha 1200tons, da mesma forma que por 1200tons de comboio a andar a 300km/h deveria ser qualquer coisa de genial.

Isto para dizer que há uma serie de aspectos técnicos que impedem ou dificultam para lá do aceitável operacionalmente utilizar a mesma linha para o TGV e para as mercadorias.

O problema do transporte de mercadorias em Portugal, e na Europa, têm um nome que é Prioridade.
Na lista de prioridades dos comboios no meu tempo de escola era qualquer coisa do género:
Rápidos de Passageiros (Alpha)
Rápidos de Passageiros (Intercidades)
Internacionais (Sud Express)
Militares (Regional de sexta-feira que quando era miúdo era o meu comboio preferido porque era rara a vez em que não havia pancadaria entre unidades e ouviam-se historias de partir o coco a rir.)
Regionais/InterRegionais
Suburbanos
Mercadorias
Manutenção


Daí que seja para quem de comboio usual ver-se comboios de mercadorias parados um pouco por todo lado. Segundo umas contas que fizemos nos tempos de faculdade a velocidade média de um comboio de mercadorias numa viagem era de 40Km/h quando em circulação a media eram os 100km/h única e exclusivamente porque passava mais tempo parado a espera de ramal do que a “andar”.

Se querem aumentar a competitividade do país em geral e do transporte ferroviário em particular esqueçam o TGV e construam linhas dedicadas para mercadorias em bitola europeia que liguem os portos aos eixos de mercadorias europeus, sai mais barato e o retorno é muito maior.

A última coisa que o porto de Sines precisava era de TGV’s a tirar prioridade aos comboios de mercadorias que saem e entram em Sines pelo que e finalmente respondendo a tua pergunta o desinvestimento no TGV é no minimo menos mau para Sines.

Citar
O facto de termos uma ferrovia convencional em bitola europeia é o suficiente para podermos concorrer com Valência e Algeciras?
Caro Miguebud isto é toda uma outra questão.

Primeiro aparte: Portugal e Espanha têm a mesma bitola (bitola Ibérica) pelo que a bitola em termos de “competição” não altera nada. (Têm no entanto sistemas de condução e controlo diferentes mas para isso basta mudar de locomotiva.)

Segundo aparte: Sempre que ouvires alguém a dizer que os portos portugueses devem competir com os espanhóis ou Sines deve competir com Lisboa ou qualquer conversa que misture portos e competição pensa “Estes gajos não percebem um boi desta m…..” principalmente se forem políticos do Governo, da Oposição, da Esquerda ou a tipa que está a frente do porto de Sines.


O transporte de mercadorias e uma questão de fluxos de carga de onde há oferta para onde há procura e os fluxos correm sempre por onde é mais fácil. O que se confunde muitas vezes é “facilidades” com “custos” com “concorrência”.

Por exemplo a MSC (companhia de navegação) que tem a exclusividade de operação em Sines trazendo Navios enormes onde a oferta de carga é concentrada (China) descarrega tudo em Sines e espalha a carga em Navios pequenos (também conhecidos por feeders) para onde a procura é dispersa (Lisboa, Porto, etc.) ou então volta a concentrar para destinos terceiros.
Ainda assim todas as semanas há um Navio da MSC que vem da América do Sul directo a Lisboa  porque…………….. compensa! A tanta procura em Lisboa por carga da América do Sul que compensa ter um Navio médio (4000/5000Teus) a vir a Lisboa todas as semanas pelo mesmo raciocínio podemos inferir que não compensa trazer um Navio enorme (12000/15000teus) directo da China para Lisboa, tudo tem a ver com economias de escala.

É normal igualmente haver alguma confusão com os tipos de portos. Nem todos os portos são iguais, Lisboa é hoje em dia essencialmente um porto de importação, Leixões podemos considerar um porto misto, Sines é e sempre foi desenhado para ser um porto maioritariamente de transhipment ou baldeação ou hub, porque no fundo as cargas que se movimentam no porto de Sines não vão nem vem de Sines. “ai e tal e as cargas que saem do porto de comboio para Lisboa e Espanha? “ ora bem são baldeação à mesma só por dizer que a baldeação é feita para outro modo de transporte.

Assim estar a por Sines, Algeciras e Valência todos no mesmo saco é complicado, se bem que Valência também faça muito transhipment (vai-se a ver e é da MSC também  :lol: ) ou seja quando o Cervantes tirar o rabo do pórtico porque o turno acabou já lá está o Pablo para começar a trabalhar.
Em Portugal como deve compreender meia hora antes de o Manuel acabar o seu turno tira o rabo do porticoa e vai para o vestiário entretanto o Joaquim chega espera pelo Manuel para discutir o fora de jogo do Hulk, pelo que o Joaquim só se senta na cadeira passado meia hora do turno começar, nisto passou-se uma hora em que o pórtico teve parado. Estou a exagerar mas isto acontece, com mais ou menos exagero da minha parte, todos os dias.

E o que são 4 movimentos por hora? Como escrevi numa resposta na página 4 desta thread um bom porto faz entre 50 a 120 movimentos por hora por cais de atracação, ora cada cais de atracação para fazer 50 movimentos tem pelo menos 3 pórticos a fazer 16 (e uns trocos) movimentos por hora. Vamos agora supor que temos um Navio que vai operar e descarregar 1000teus e carregar outros 1000teus:
Logo 2000 movimentos a dividir por 3 pórticos a 16 movimentos por hora temos aproximadamente 41horas, se o porto trabalhar 24 sobre 24 e considerarmos que os turnos de estiva são 6 horas certas vamos precisar de 7 turnos de estiva.

Mas e se cada pórtico fizer + 4 movimentos:
Temos 2000 movimentos a dividir por 3 pórticos a 16 movimentos por hora temos aproximadamente 33horas, são menos 8 horas, se o porto trabalhar 24 sobre 24 e considerarmos que os turnos de estiva são 6 horas certas vamos precisar de 5,5 turnos de estiva.

A questão é:
Imaginam quanto é que não custam 8 horas de um Navio parado em porto e ainda mais quanto é que não custa um turno e meio de estiva?

São contas que eu nem me atrevo a fazer…… mas juntem estes custos a um comboio que só “anda” a 40km/h e venham-me falar de tornar os portos Portugueses competivos. Quantos governantes e administradores dos portos vocês já ouviram falar em TGV’s, OTA’s, Janelas Únicas Portuárias, Vias rápidas de acesso aos portos, Bitolas, Aeroportos de Beja?


Quantos é que já ouviram falar em reformular o trabalho portuário?????

 

Caro Miguelbud acho que se calhar compliquei em vez de descomplicar mas isto do transporte não é nada linear.
 

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Re: Sector Portuário
« Responder #113 em: Março 23, 2012, 06:46:52 pm »
:G-beer2: Excelente esclarecimento!
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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miguelbud

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Re: Sector Portuário
« Responder #114 em: Março 23, 2012, 09:29:27 pm »
:Palmas:  :Palmas:  :Palmas:

Obrigado Pedro, foi muito esclarecedor.

A grande confusao aqui é a desinformaçao ou falta de informaçao por parte dos políticos ou jornalistas, pois como a notícia sai na comunicaçao social parece que há TGV para mercadorias e TGV para passageiros.
 

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PedroI

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Re: Sector Portuário
« Responder #115 em: Março 24, 2012, 01:07:40 am »
Citar
A grande confusão aqui é a desinformação ou falta de informação por parte dos políticos ou jornalistas

Caro Miguelbud de facto a grande verdade é essa na generalidade dos temas e nos transportes internacional particularmente.
Relativamente a políticos ultimo tipo de jeito que vi com a pasta dos transportes foi o Mexia, mas ele não chega bem a ser politico é mais do tipo tecnocrata pelo que acredito se ele tivesse continuado podia ter havido algum desenvolvimento estrutural na área dos transportes.
A Ana Paula Vitorino também não era um zero a esquerda em transportes mas tinha pouca força politica, principalmente depois de ter começado a remar contra o Mario Lino.

Como disse acima todos os candidatos a governo falam sempre extensivamente do mar, dos portos, dos transportes, de criar acessibilidades, do minicluster, do cluster, do hipercluster, do hipermegarifixecluster do mar, etc, etc, etc, mas os "pequenos" problemas do sector portuário Nacional que para resolução até nem precisam de muito dinheiro e grandes investimentos apenas de vontade politica, um pulso forte e tomates nunca são tratados:
A reforma do trabalho Portuário (estiva),
A desactualização do papel das capitanias na vida dos portos,
A falta da uniformização nos procedimentos,
A reforma de uma vez por toda do modelo de administração dos portos,
A questão do harbour master que não sai do papel,

Fico contente por ter ajudado.  :D
 

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Malagueta

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Re: Sector Portuário
« Responder #116 em: Março 26, 2012, 03:33:50 pm »
boas,

Caro Pedro da minha parte mais uma vez obrigado pelas excelentes explicações/esclarecimentos que nos tem dado sobre este topico.

E aproveito para deixar mais uma noticia.

"Sines: terminal de contentores quadruplica capacidade
Ampliação do Porto de Sines custou 78 milhões de euros

PorRedacção 2012-03-26 15:15 1 2 3 4 5 0 votos Comentários      

A ampliação do Terminal de Contentores do Porto de Sines (Terminal XXI), em que a concessionária PSA Sines investiu cerca de 78 milhões de euros, está concluída, aumentando a capacidade da infraestrutura para um milhão de TEU por ano.

Esta expansão, designada oficialmente 1B e que já está terminada, possibilita ao Terminal XXI passar a acolher um milhão de TEU anuais (medida para contentores de 20 pés), quando, até agora, tinha capacidade para 250.000 TEU ano.

A empreitada vai ser dada a conhecer no terreno, na terça-feira, ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, durante uma visita a partir das 16:10, com partida da Administração do Porto de Sines (APS), foi divulgado esta segunda-feira.

Segundo a PSA Sines, concessionária do terminal de contentores do porto alentejano, a visita inclui também uma sessão presidida por Passos Coelho, às 16:30, já no local onde foram efetuadas as obras.

Fruto das obras realizadas, que implicaram um investimento da PSA Sines a rondar os 78 milhões de euros, a área do cais do terminal cresce para os 730 metros (380 da fase 1A que se juntam mais 350 da fase 1B).

Ainda em termos de área, o Terminal XXI aumenta também dos 13,3 hectares iniciais para os 24 hectares.

Em paralelo com a empreitada da PSA, a Administração do Porto de Sines tem em curso obras para a expansão do molhe leste da infraestrutura portuária.

Num investimento de 40 milhões de euros, a obra deverá estar pronta no final deste primeiro semestre e envolve a construção de mais 400 metros do molhe, cuja extensão final será de 1.500 metros.

Trata-se de uma obra considerada pela APS como fundamental para a ¿melhoria da acessibilidade marítima¿ ao Terminal XXI, ao garantir condições de abrigo e de operacionalidade, através do aumento da proteção marítima e da regularização dos fundos.

O contrato de concessão do Terminal XXI foi celebrado em setembro de 1999, entre a Administração do Porto de Sines e a PSA Sines (cuja empresa mãe é a Port of Singapore Authority), por um período de trinta anos."
 

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PedroI

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Re: Sector Portuário
« Responder #117 em: Abril 13, 2012, 04:11:24 pm »
Desta vez consegui antecipar-me ao Malagueta a por uma noticia de Sines (patrão fora.... )

Citar
'Quero que Sines seja o nosso Golias'
13 de Abril, 2012
por Frederico Pinheiro in SOL

Na semana em que um dos maiores armadores do Mundo, a CMA CMG, começou a operar em Sines, Lídia Sequeira diz que espera atingir, este ano, o recorde máximo de carga e de contentores movimentados.
Apesar do porto estar a recuperar, ainda não se atingiu o máximo de 27 milhões de toneladas de 2006…
Este ano vamos, de certeza, ultrapassar os 27 milhões. Houve um período de quebra, mas tem havido uma recuperação. O ano de 2006 foi fantástico, com a conjugação positiva de todos os cinco terminais, o que é um caso raro. Este ano já crescemos 20% no primeiro trimestre.
A que se deve essa subida?
À conjugação dos terminais estar a correr bem e ao facto de não termos a perda dos dois milhões nos granéis líquidos que tivemos o ano passado, devido às obras da refinaria. Nos contentores esperamos um acréscimo significativo a partir deste mês.
Porquê?
Desde esta semana temos um novo grande armador, a CMA CGA. E a expectativa que temos do actual grande armador e principal cliente do terminal, a MSC, é que continue a desenvolver a sua actividade com boas perspectivas. O terminal de multiusos terá um bom ano, o de contentores dará este salto e o de granéis líquidos entrará na normalidade. Estes três terminais representam cerca de 90% da actividade do porto. Tal leva-nos a concluir que este será um ano excelente no porto de Sines.
Há condições para baixar as taxas portuárias?
Trabalhamos num mercado global. A preocupação de manter tarifas baixas já foi uma preocupação nossa no passado, agora tem de ser a de nos compararmos com outros portos que são concorrentes e fazer mais barato.
Ouvimos muitas vezes dizer que Sines pode competir com os portos do centro da Europa…
Obviamente…
Mas estamos a falar de portos 20 vezes maiores.
Sim, mas já tivemos um ou outro sucesso, estamos a conseguir competir.
É uma luta de David contra Golias..
Mas quero que o David, Sines, se transforme no nosso Golias.
A nova ligação ferroviária à fronteira espanhola seria um trunfo importante?
Sem dúvida.

Qual o feedback da parte do Governo?

Está a ser feito o trabalho de concertação com os espanhóis e destes com os franceses.

Este porto de Sines  têm uma maquina mediatica de fazer inveja a muito famoso, creio que se o Cristiano Ronaldo fosse agenciado pelo Porto de Sines ainda não tinha perdido uma bola de ouro para o Messi, mesmo jogando menos.

A CMA-CGM é um dos maiores operadores do mundo?; e começou a trabalhar em Sines porque Sines é hipermegarifixe? Sim (enquanto não for a falencia de vez) :N-icon-Axe:  :bang: como devem imaginar por sete dias vai muita empresa a falência.
Ora a empresa Z ficou na m... já que tinha prometido a W que podia contar com os contentores D+3 e mandou um mail a X com conhecimento a Y a explicar o que se passava e a dizer que nunca mais mandassem nada para Sines que não viesse 100% pela MSC, unicamente porque a MSC fazendo parte do "sistema" opera 5 comboios por dia em cada sentido entre Bobadela/Entroncamento e Sines (recentemente saiu uma noticia em que vão ter mais 2 comboios por dia) e com ou sem boas relações nenhum contentor 100% MSC fica uma semana em Sines a espera de apanhar o comboio.

Ora alguém na empresa Y passou a explicação de Z à CMA-CGM que respondeu muito chateada a dizer que não existia nenhum "sistema" em Sines e que era tudo mentira....  e que a MSC tinha os mesmos comboios que eles, ora bem compreendo que a CMA-CGM seja francesa mas desde quando um comboio por semana é equivalente a 10 (brevemente 12) por dia.... fiquem com a bicicleta.

Moral da historia:
- Z pediu autorização a X para ir buscar os contentores de camião a Sines (+400€ e pegada do carbono e tal) e entregou os mesmos a W no dia D+1.
- Alguém numa sala de reuniões cheia de miniaturas de croissants assinou um acordo com uma companhia Italiana de que ninguém sabe bem quem é o dono (as más línguas arriscam entre a Máfia e o Vaticano) pensado que tinha feito uma grande coisa e vai-se a ver não viu no seu umbigo os pequenos pormenores.
- Sines aproveita para publicitar isto como se fosse uma grande vitoria a CMA-CGM começar a trabalhar em Sines, quando nem a própria CMA-CGM percebeu que ia andar a pagar a MSC, apesar de tudo um concorrente, para levar contentores para Sines prestando um pior serviço e pondo as suas cargas nas mãos do seu novo "amigo".[/i]

No que diz respeito a noticias na comunicação social relativas a Sines lembrem-se sempre da máxima: Nem tudo o que luze é ouro nem tudo o que brilha é prata.

PS: O "sistema" não é aqui usado de todo com ideia de transmitir uma conotação negativa, a concessão do Terminal de Sines é da PSA que investiu por ela na ligação ferroviária a rede nacional, porque o Estado se tinha comprometido e não tinha dinheiro para acabar. Como a MSC opera preferencialmente nos terminais da PSA a nível mundial é normal que no caso de Sines a MSC e a PSA já tenham a maquina bem montada e oleada no que diz respeito aos comboios prestando, e confirmo, um excelente serviço aos clientes. Se não fosse a PSA ter acreditado em Sines e por sua vez a MSC, a única coisa que passava no terminal XXI eram aqueles arbustos em forma de bola tipo Faroeste. Penso que já tinha falado disto algures no fórum.

PS1: Não levem a mal esta coisa dos X's e Y's e embora defenda sem duvida todas as posições que tomo e que escrevo aqui no fórum ate que me provem o contrario, não quero nem posso permitir que o que escrevo aqui por mim seja entendido como a posição de terceiros.
E se alguém do meio pode facilmente resolver as equações, creio sem desmérito que para os users do Defesa Nacional X e Y é mais do que suficiente.

Cumprimentos
 

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miguelbud

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Re: Sector Naval
« Responder #118 em: Abril 13, 2012, 04:30:53 pm »
Parece que a Navaltagus vai recuperar dos Estaleiros do Pico, num investimento que ronda os cinco milhões de euros.
 

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HSMW

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Re: Sector Naval
« Responder #119 em: Abril 13, 2012, 06:32:16 pm »
Citação de: "miguelbud"
Parece que a Navaltagus vai recuperar dos Estaleiros do Pico, num investimento que ronda os cinco milhões de euros.


Estaleiro da Navaltagus no Seixal.
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