Brasil vai gastar US$ 2,1 bilhões

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Brasil vai gastar US$ 2,1 bilhões
« em: Agosto 01, 2004, 12:30:27 am »
Governo vai gastar US$ 2,1 bilhões para reativar a indústria de armamentos

Por Rosenildo Gomes Ferreira
e Gustavo Gantois

A indústria bélica brasileira está prestes a reviver os tempos de glória, quando aparecia entre os 10 maiores exportadores do planeta, com vendas em torno de US$ 1 bilhão. O estopim da recuperação é o programa de reaparelhamento e modernização do Exército, Marinha e Aeronáutica. Os projetos já aprovados ou em fase de definição - como o batizado de F-X BR, que prevê a compra de novos caças de combate para a Força Aérea - somam US$ 2,1 bilhões.

"Teremos novidades a partir de novembro", aposta João Verdi, presidente e fundador da Avibrás. Essa é a data marcada pelo governo para a definição da Política Nacional da Indústria de Defesa, cujos detalhes finais estão sendo discutidos entre o Ministério da Defesa e a Casa Civil. Segundo o brigadeiro Antônio Hugo Pereira Chaves, diretor do Departamento de Logística do Ministério da Defesa, a primeira batalha a ser ganha será no front interno. "Temos de convencer a opinião pública da importância desse segmento para o País", diz.

O projeto tem um dispositivo polêmico, que prevê um sistema de preferência para os fabricantes nacionais: "Não defendo a reserva de mercado mas sim o fortalecimento de nossa indústria", completa o brigadeiro. Essa visão, contudo, é combatida pelas multinacionais que operam aqui. "A parceria é o melhor caminho para crescer", rebate o diretor da EADS, Eduardo Ferreira. Como exemplo, cita o acordo recém-celebrado com a estatal brasileira Imbel, para a produção local do veículo de combate Patria. "O Brasil será plataforma de exportações", adianta. A EADS tem encomendas de US$ 600 milhões com a Aeronáutica e a Marinha.

Polêmica a parte, é certo que um empurrãozinho federal sempre ajuda. Foi graças ao Programa de Exportações (Proex) criado pelo BNDES que a Embraer ganhou musculatura para enfrentar as rivais americanas e européias. No ano passado, ela faturou R$ 6,59 bilhões, dos quais 11,4% no setor bélico. Tem em carteira contratos no valor de US$ 750 milhões com a Aeronáutica, que incluem a venda de 76 aeronaves Super Tucano e a modernização dos caças F-5, em parceria com a israelense Elbit.  O presidente da Avibrás ressalta que somente com a expansão desse mecanismo é que será possível recolocar o Brasil no mapa dos grandes fornecedores de armas do planeta. Atualmente, as vendas externas movimentam apenas US$ 200 milhões,  de acordo  com levantamento da consultoria Defesa@Net.

"Queremos o mesmo tratamento dado à Embraer", alfineta Verdi. Na verdade, o criador do Astros - veículo blindado para lançamento de foguetes de artilharia e mísseis que faz sucesso no Oriente Médio - já está negociando com o BNDES e o Banco do Brasil seu próprio Proex.

O alvo da indústria também está um pouco além do deserto e inclui países emergentes, como Índia e África do Sul, com os quais o presidente Lula já assinou protocolos de cooperação militar. Mas uma das principais resistências quando se fala na ampliação dos gastos é que, na prática, o Brasil já possui um dos maiores orçamentos de defesa do mundo. Desde 1998 esse montante cresceu 68% para R$ 28 bilhões. Ocorre que 75% disso vai para o pagamento de salários, aposentados e pensionistas. E é exatamente esse nó que falta desatar para que a Casa Civil e o Ministério da Defesa batam o martelo em torno da Política Nacional da Indústria de Defesa.

Fonte: www.defesanet.com.br
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