Roubo de Água

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Paisano

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Roubo de Água
« em: Julho 30, 2004, 08:57:16 pm »
Navios petroleiros roubam água do rio Amazonas

Depois de sofrer com a biopirataria, com o roubo de minérios e madeiras nobres, agora a Amazônia está enfrentando o tráfico de água doce. Cientistas e autoridades brasileiras foram informadas que navios petroleiros estão reabastecendo seus reservatórios no rio Amazonas antes de sair das águas nacionais. Porém a falta de uma denúncia formal tem impedido a Agência Nacional de Águas (ANA), responsável por esse tipo de fiscalização, de atuar no caso.

Enquanto as grandes embarcações estrangeiras recriam a pirataria do século 16, a burocracia impede o bloqueio desta nova forma de saque das riquezas nacionais. O diretor de outorga, cobrança e fiscalização da ANA, Ivo Brasil, sabe desta ação ilegal. Contudo, aguarda uma denúncia oficial chegar à entidade para poder tomar as providências necessárias. "Só assim teremos condições legais para agir contra essa apropriação indevida", informou.

O dirigente está preocupado com a situação. Porém precisa dos amparos legais para mobilizar tanto a Marinha como a Polícia Federal, que necessitam de comprovação do ato criminoso para promover uma operação na foz do rio. "Tenho ouvido comentários neste sentido, mas ainda nada foi formalizado", observa.

A defesa das águas brasileiras está na Constituição Federal, no artigo 20, que trata dos Bens da União. Em seu inciso III, a legislação determina que rios e quaisquer correntes de água no território nacional, inclusive o espaço do mar territorial, é pertencente à União. Isto é complementado pela Lei 9.433/97, sobre Política Nacional de Recursos Hídricos, em seu artigo 1, no inciso II, que estabelece ser a água é um recurso limitado, dotado de valor econômico. E ainda determina que o poder público seja o responsável pela licença para uso dos recursos hídricos, "como derivação ou captação de parcela de água".

Os cálculos preliminares mostram que cada navio tem se abastecido com 250 milhões de litros. A ingerência estrangeira nos recursos naturais da região amazônica tem aumentado significativamente nos últimos anos. Seja por ação de empresas multinacionais, pesquisadores estrangeiros autônomos ou pelas missões religiosas internacionais. Mesmo com o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) ainda não foi possível conter os contrabandos e a interferência externa dentro da região.

A captação é feita pelos petroleiros na foz do rio ou já dentro do curso de água doce. Somente o local do desague do Amazonas, no Oceano Atlântico, tem 320 quilômetros de extensão e fica dentro do território do Amapá. Neste lugar, a profundidade média é em torno de 50 metros, o que suportaria o trânsito de um grande navio cargueiro.

O contrabando é facilitado pela ausência de fiscalização na área.
Essa água, apesar de conter uma gama residual imensa e a maior parte de origem mineral, pode ser facilmente tratada. Para empresas engarrafadoras, tanto da Europa como do Oriente Médio, trabalhar com essa água mesmo no estado bruto representaria uma grande economia. O custo por litro tratado seria muito inferior aos processos de dessalinizar águas subterrâneas ou oceânicas. Além de livrar-se do pagamento das altas taxas de utilização das águas de superfície existentes, principalmente, dos rios europeus.

O avanço sobre as reservas hídricas do maior complexo ambiental do mundo, segundo os especialistas, pode ser o começo de um processo desastroso para a Amazônia. E isto surge num momento crítico, cujos esforços estão concentrados em reduzir a destruição da flora e da fauna, abrandando também a pressão internacional pela conservação dos ecossistemas locais.

Em todo o planeta, dois terços são ocupados por oceanos, mares e rios. Porém, somente 3% desse volume é de água doce. Um índice baixo, que se torna ainda menor se for excluído o percentual encontrado no estado sólido, como nas geleiras polares e nos cumes das grandes cordilheiras. Contando ainda com as águas subterrâneas. Atualmente, na superfície do planeta, a água em estado líquido, representa menos de 1% deste total disponível.

Fonte: http://www.correaneto.com.br/noticias/29_7_04agua.htm
As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração. (Dom Hélder Câmara)
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Volta Redonda
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papatango

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« Responder #1 em: Julho 31, 2004, 10:37:12 pm »
Fiquei sem entender como é que isto funciona.
Estão a robuar a água nos rios afluentes ?
Ou na foz do Amazonas?

É que não estou a ver nenhum navio-tanque a "meter-agua" num rio. De qualquer forma, realmente não falta mais nada. Roubar água, óra aí está uma razão para comprar mais lanchas patrulha oceânicos. O Brasil precisa de NPO's. :D

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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emarques

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« Responder #2 em: Agosto 01, 2004, 12:58:44 am »
Bem, no caso em questão até nem seria bem um navio de patrulha oceanico. :)

E o artigo parece referir-se mais à foz do Amazonas. Mais específicamente...

Citar
A captação é feita pelos petroleiros na foz do rio ou já dentro do curso de água doce. Somente o local do desague do Amazonas, no Oceano Atlântico, tem 320 quilômetros de extensão e fica dentro do território do Amapá. Neste lugar, a profundidade média é em torno de 50 metros, o que suportaria o trânsito de um grande navio cargueiro.


Além disso, dando uma olhada ao mapa da foz do Amazonas (http://www.curitiba-brazil.com/pdf/amapa.pdf) cada um dos vários canais de entrada no rio tem 10km de largura ou mais. Não deve ser difícil passar despercebido enquanto se faz uma operaçãozita de enchimento de tanques, a não ser que a marinha tenha níveis de vigilância altos. E claro, depois surge o problema de que o lucro talvez seja maior que o possível castigo...
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