O desenvolvimento técnologico

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papatango

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(sem assunto)
« Responder #15 em: Abril 07, 2004, 10:41:47 pm »
Sou absolutamente favorável ao "manter os pés na terra".
Também acho que qualquer competição com a Espanha não faz grande sentido, por uma enorme quantidade de razões.

Nunca me esqueço do D. Fernando, o rei português que mais vezes entrou em guerra com Castela. Camões dedicou-lhe uma das mais célebres frases dos Lusiadas:
"Fraco rei, faz fraca a forte gente"
Com o D.Sebastião, (o Luso que me desculpe  :D ) foi mais do mesmo. Sempre que a maluqueira epopeica chegou ás cabeças de uns quantos tontos, deu para o torto.

Por outro lado, dizer que Espanha está noutra Galáxia, não é uma questão de derrotismo, é apenas uma apreciação que está relativamente longe da realidade, em termos práticos.

Lembro que a tecnologia da F-100 é Americana e que custou 44% do preço do barco. A Espanha construiu os restantes 56%. Os estaleiros portugueses continuam a ser dos maiores do mundo, refiro-me naturalmente á antiga SETENAVE, agora LISNAVE. Terá alguns custos, mas não será complicado para os ENVC fabricarem o NAVPOL.

Para dar um exemplo, notemos que de 1995 para cá, passaram oito anos. O numero de funcionários públicos subiu de 500.000 para 700.000. O Estado Português, paga a esses 200.000 funcionários, entre  €1.300 a €1.500 milhões de Euros por ano

Pois é, quatro Navios de projecção estratégica por ano. Na prática, cinco ou seis NAVPOL por ano.

Quando falamos do dinheiro, tanbém temos que olhar para o que temos.

Claro que, se tivessemos ficado com os 500.000 funcionários públicos, provavelmente teríamos hoje até mais 200.000 desempregados. É tudo uma questão de opções.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Spectral

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(sem assunto)
« Responder #16 em: Abril 07, 2004, 11:31:10 pm »
Citar
São afirmações lamentáveis e derrotistas como esta que fazem com que muitas vezes se deixe de acreditar e de fazer obras importantes. É o “bota abaixo” “não somos capazes” etc. etc. Felizmente as pessoas que pensam assim são uma minoria, mas ainda se fazem sentir nos círculos governamentais, provavelmente movidas por outros interesses.
Se tivéssemos 1.5 biliões de euros para investir no desenvolvimento de uma fragata antiaérea, não seríamos capazes de o fazer? Meus amigos tudo se resume a 2 coisas: “vontade de” e “dinheiro para”; o resultado como já demonstramos muitas vezes seria excelente.


Tiger22, pensa que projectar/construir uma fragata moderna é apenas uma questão de "vontade" e "dinheiro" ??? :roll:

Então se é assim porque é que por exemplo países como a Arábia Saudita, a quem o dinheiro não falta, compram fragatas em França ? Afinal têm todo o dinheiro do mundo para construirem estaleiros e contratarem pessoal especializado...

Dê uma olhadela pelos países( de preferência da nossa dimensão) que constroem navios de guerra modernos  . E depois verifique há quantos anos eles estão nessa actividade. E depois compare com a construção naval (militar) portuguesa do séc.XX, cujo único ponto de relevo foram as corvetas J Coutinho/ B Andrade ( uma oportunidade de desenvolvimento aliás, estúpidamente desperediçada), que nem sequer foram contruídas cá!

Ou seja, acima de tudo é necessário desenvolver uma indústria naval de DEFESA moderna e competitiva, capaz de projectar e construir. Algo que os espanhóis, com grande mérito seu aliás, começaram a fazer há mais de 20 anos com projectos externos
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

R.P. Feynman
 

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FinkenHeinle

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Re: Novedades
« Responder #17 em: Abril 08, 2004, 09:34:16 pm »
Citação de: "Guilherme"
Citação de: "ferrol"
Citação de: "dremanu"
Aqui está o que foi construido pela Espanholada. Se estes são capazes de construir um barco deste tipo, com certeza também nós conseguiriamos fazer o mesmo. Talvéz até melhor.

Amigo dremanú, de verdade, escacho co riso :rir:

Acho que dremanu tem razão.

Nos anos 70, o Brasil tinha pouca experiência em construir navios de guerra (somente navios de patrulha de pequeno porte), mas fez um acordo com o estaleiro britânico Vickers e foram construídas as fragatas Niterói. Nos anos 80, com um acordo com o estaleiro alemão HDW, o Brasil adquiriu tecnologia para construir submarinos.

Portugal também pode fazer o mesmo, basta vontade dos políticos. Primeiramente, faria com a ajuda de empresas estrangeiras, e depois realizaria seus próprios projetos com a experiência adquirida.


Mas naquela época o Brasil tinha orçamento para fazer isso. Hoje, se briga por causa de 12 caças supersônicos e se esperneia por conta do ACJ... Isso é brincadeira...
Um Forte Abraço.
André Finken Heinle
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"Em condições normais, corro para vencer e venço. Em situações adversas, também posso vencer. E, mesmo em condições muito desfavoráveis, ainda sou páreo." (AYRTON SENNA)
 

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TazMonster

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Futuro
« Responder #18 em: Abril 08, 2004, 10:04:33 pm »
Quando é que as mentes pensantes desta Europa, percebem que o futuro é as FAA dos vários países  Europeus lançarem especificações comuns para o seu material e depois deixarem as principais companhias da industria de defesa degladiarem-se para conseguir o negócio (como fazem os americanos). O vencedor seria obrigado a repartir o trabalho com as companhias derrotadas (mantendo-se assim a competetividade).
Epá, pera lá quem é que me beliscou, já estava a ter um sonho cor de rosa, Europa Unida, FAA que embora não fossem comuns opereram o mesmo material, devia tar mesmo a chonar que nem um animal...

Abraços
Taz
 

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Guilherme

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Re: Novedades
« Responder #19 em: Abril 09, 2004, 12:39:18 am »
Citação de: "FinkenHeinle"
Citação de: "Guilherme"
Citação de: "ferrol"
Citação de: "dremanu"
Aqui está o que foi construido pela Espanholada. Se estes são capazes de construir um barco deste tipo, com certeza também nós conseguiriamos fazer o mesmo. Talvéz até melhor.

Amigo dremanú, de verdade, escacho co riso :rir:

Acho que dremanu tem razão.

Nos anos 70, o Brasil tinha pouca experiência em construir navios de guerra (somente navios de patrulha de pequeno porte), mas fez um acordo com o estaleiro britânico Vickers e foram construídas as fragatas Niterói. Nos anos 80, com um acordo com o estaleiro alemão HDW, o Brasil adquiriu tecnologia para construir submarinos.

Portugal também pode fazer o mesmo, basta vontade dos políticos. Primeiramente, faria com a ajuda de empresas estrangeiras, e depois realizaria seus próprios projetos com a experiência adquirida.

Mas naquela época o Brasil tinha orçamento para fazer isso. Hoje, se briga por causa de 12 caças supersônicos e se esperneia por conta do ACJ... Isso é brincadeira...


Exatamente. Naquela época, o Exército comprava blindados em quantidades razoáveis, a Marinha tinha até cruzadores, a FAB mantinha uma certa paridade em níveis tecnológicos com outras forças aéreas importantes, etc. Saudosos anos 70. A coisa começou a desandar em 1985.