O plano máximalista:
O plano máximalista, tem como principais características, a existência de dois contra-torpedeiros e de dois Navpol.
Os dois navios contra-torpedeiros, fazem parte da necessidade de defesa de área decorrente da existência de uma grande unidade naval, que funciona como centro de comando de uma task-force. Esta unidade tem que ser protegida com a máxima eficiência possível.
A marinha já disse que necessitava de duas unidades destas para esta função.
Esta é a principal razão pela qual as fragatas Oliver Hazard Perry, não respondem ás necessidades da marinha, porque não são exactamente fragatas com capacidades anti-aéreas. Uma Perry, pode fazer, no que respeita á defesa de área, pouco mais que uma "Vasco da Gama", e em termos gerais é mesmo inferior a estas.
A marinha não diz nem oficial nem não oficialmente, mas a realidade é que um NavPol, sofre dos problemas que sofre qualquer marinha que tem apenas uma unidade de um tipo de navio, ou seja, como os conflitos não estão á espera de os navios estarem operacionais, estes podem ocorrer quando os meios não estão disponíveis, ou seja, quando estão em reparação, modernização ou simplesmente mautenção.
Um navio, para se manter operacional tem forçosamente que passar pelo estaleiro durante um considerável período da sua vida útil.
Por isso as marinhas têm classes de navios.
Outro problema com a existência de apenas um NavPol, é que o navio também pode ser utilizado para operação de emergência, por exemplo nos Açores, que são uma zona sismica e vulcânica.
Ou seja, como os vulcões e os sismos não se regem pelo calendário da marinha, podemos ter um maio e o pessoal treinado para o utilizar, em caso de necessidade e podemos te-lo inoperacional se for necessário.
Logo, um segundo NavPol, não é um luxo, é uma necessidade, que permite ao país realmente dizer que tem um meio anfibio efectivamente operacional.
Para mim, a opção mais lógica seria a compra de um Rotterdam melhorado (LPD-2) holandês, e posteriormente a sua conslusão, poderiamos ter um segundo, mesmo baseado no mesmo desenho, mas desarmado, o que o tornaria bastante mais barato.
Os Galicia espanhois, não são especialmente armados e portanto foram bastante mais baratos que o futuro NavPol.
A outra diferênça entre os Galicia e os Rotterdam, segundo me contaram, embora eu não possa confirmar, é que os Galicia, por terem sido os primeiros, foram pensados para a "infantaria de marinha espanhola" - os fuzileiros de lá - e que estão preparados para o M-60 da marinha, mas não para carros como os Leopard-II.
Os tanques para a marinha não são iguais aos do exército, porque têm um tratamento especial contra a corrosão provocada por ambientes marinhos.
Portanto, as F.A. espanholas não poderiam utilizar os seus Leopard-II a partir dos Galicia, enauqnto que a Holanda pode utilizar os seus Leopard-II. No entanto. tanto quanto sei a Holanda não tem Leopard especialmente preparados para operações navais.
Com estas notas, sobressai que as nossas necessidades operacionais dificilmente justificariam um navio dedicado a operar aviões. As nossas necessidades de um porta-aviões são nulas para a operação na defesa do territporio nacional, pela simples razão de que para isso, tempor os Açores e a Madeira.
Se quisermos porta-aviões, só necessitariamos dos aviões para colocar nas ilhas (Daí a história já velha sobre o bombardeiro naval SU-32 e do topico "que avião para o atlântico")
Se tivermos um avião cpm considerável raio de acção, nomeadamente que possa operar desde os Açores até ao continente, a necessidade de um porta-aviões torna-se nenhuma.
Por isso digo que com uma marinha como a "desenhei" a nossa importância como país, do ponto de vista geo-estratégico seria enormemente multiplicada.
Esta visão implica considerar a marinha como o mais importante ramo das forças armadas e desviar a maior tranche do orçamento para o esforço naval.
Isto implicaria:
a) Uma Base aero-naval na ilha terceira, que permita apoiar navios, em caso de ser impossível utilizar o Alfeite.
b) Operação de duas esquadrilhas de três submarinos cada uma, uma baseada na ilha terceira e a outra no Alfeite.
c) Dois contra-torpedeiros de protecção anti-aérea mas armados com misseis Tomahawk, capazes portanto de atacar alvos terrestres.
d) Duas ou três fragatas de uso geral, capazes de acompanhar o Navpol e constituir uma pequena task-force juntamente com um NavPol, um Contra-torpedeiro e um navio reabastecedor.
e) Quatro ou seis NPO's artilhados, conforme refiro no site, com o objectivo de funcionarem para patrulha anti-submarina. Estes navios não teriam protecção anti-aérea porque os NPO-ASW estariam protegidos pelo guarda-chuva aéreo desde a ilha terceira.
f) E claro, a joia da coroa, uma esquadra de 16 a 24 bombardeiros navais Sukhoi SU-32, baseados na ilha terceira, com uma pista adicional de apoio na ilha das Flores (na outra ponta do arquipelago atlântico), sendo que aqui poderia haver um destacamento em Porto Santo, onde poderia haver um pequeno destacamente de F-16AM/BM da Força Aérea.
A opção pelo SU-32, tem mais a ver com o seu raio de acção operacional que com a eventual qualidade dos seus radares. Eu optaria por ter SU-32 equipados com versões aero-transportadas dos Harpoon, como nos P-3 ORION.
A realidade é que uma força com esta configuração não nos transforma numa super-potência. No entanto, potêncía de uma forma extraordinaria a nossa posição geo-estratégica, ou seja:
Controlo do atlântico central, quase até á Islandia. Capacidade de controlar uma área desde o estreito de Gibraltar até ao Canal da Mancha.
E além disso, a realidade é: Sem opção nuclear, que marinha está em condições de, de uma forma segura, se arriscar num mar onde existem seis submarinos, dez navios de superficie, ainda por cima apoiados por bombardeiros navais (e ao mesmo tempo patrulhas) que podem prescrutar uma enorme área de oceano e podem mesmo detectar o periscopio de um submarino a vinte Km de distância ?
Resposta: nenhuma marinha, á excepção da americana podería desafiar essa combinação sem arriscar demasiado.
Das forças que poderiam desafiar esta configuração (mesmo que com muitos riscos), nenhuma delas é nosso adversário.
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Mas se não temos inimigos, para que queremos as armas?
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Esta é normalmente a pergunta vinda de uma certa (não toda) esquerda debiloide, anacrónica e infelizmente imbecil.
Este dispositivo tem por objectivo tornar o nosso poder negocial em forums internacionais, muito maior que aquele que é hoje.
Ou seja, deixar de ser o paiszito que se encontra colado á Espanha, no paiszito que está colado +a Espanha, mas que junto a isso tem a(só) a capacidade de interferir de forma decisiva no controlo do atlântico.
Ou seja, passa a ser desconfortável estar numa posição oposta a Portugal, porque nos forums internacionais a capacidade negocial dos países está directamente ligada á sua capacidade de realizar.
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Este tipo de configuração das Forças Armadas, implicaria a destituição do exército - sempre omnipresente nas decisões de defesa - da posição de ramo dominante das Forças Armadas, e que tem um efectivo enorme para aquilo que faz, e ainda, onde se gasta dinheiro de uma forma inutil.
Portugal não necessita de um exército grande, porque o nosso unico inimigo possível sería Espanha, o que nos dias de hoje é algo de absurdo.
Além disso, a história prova que salvo raras excepções, normalmente não resistimos ás invasões que vêm de fora. A nossa resistência sempre foi lenta. Decisiva, devastadora, mortal, mas sempre muito lenta e de cariz popular.
Portanto, mesmo no caso totalmente improvavel de conflictos ibéricos, acabariamos por ter que nos defender a partir das ilhas. Logo, mais uma vez, a nossa capacidade de defender a nossa projecção atlântica torna-se hoje, como sempre, vital para a nossa sobrevivência.
O nosso exército necessita de duas brigadas blindadas, bem armadas, com capacidade anti-aérea moderna. Veículos blindados de transporte eficientes, uma brigada ligeira para projecção estratégica, utilizando o NavPol e uma brigada aero-transportavel. O resto, a defesa territorial, deve ser da responsabilidade de unidades transferidas para a Guarda Nacional Republicana.
Cumprimentos.
PS: Eu não sou Açoreano ...