Há uns tempos, uma sondagem concluiu que 75% dos portugueses preferia ser espanhóis.
Quem é que fez essa sondagem ?
As razões para a utilização do Euro são muitas.
A principal vantagem do Euro, é que após muitos anos, nos obrigou (e obriga) a perceber que o país não pode viver mais com o mesmo tipo de politicas e de mentalidade.
Se não estivessemos no Euro, com o Escudo a desvalorizar, tinhamos provavelmente o Euro a 350$00 e o Dolar a 270$00.
O preço da gasolina, super, andaria hoje pelos 400$00 o litro no mínimo.
A nossa diferênça salarial evidentemente seria muito maior que a que é hoje, e viveriamos na ilusão de que somos produtivos porque temos uma moeda que não vale nada.
Durante um periodo de cerca 20 anos após a "revolução" vivemos de desvalorizações de "choque" do Escudo e desse artificio dos incompetentes chamado Crawling Peg, que automaticamente desvalorizava a moeda portuguesa, tornando as importações mais caras mês a mês, num país que importa muito mais que o que exporta.
O Escudo, seria a solução daqueles que querem que Portugal seja eternamente um país do terceiro mundo, com uma moeda de terceiro mundo, para que os turistas venham ver a miséria e o povinho honrado e remediado que nele vive.
As empresas portuguesas no mundo globalizado têm que ser capazes de competir com as outras empresas desse mesmo mundo, ou então temos o modelo Albanês para estudar...
Sería importante que as pessoas entendessem os preços que estariam a pagar hoje pelos produtos (MAS COM OS MESMOS SALÁRIOS - OU MENOS). Com a gasolina a 400$00, a bica a 200$00 e um carro dos mais baratos a 5.000 contos até havía de ser engraçado.
Um bilhete de metro a 250$00, um bilhete de cinema a 2 ou 3 contos.
Uma prestação de casa que hoje custe 500 Euros, estaría a custar 180 a 250 contos.
Teriamos os Escudos, mas quem teria Escudos suficientes para pagar a casa?
Porque não esquecer que se nós não tivessemos o Euro, as familias não estavam condicionadas pela taxa de juro do Euro, mas estavam condicionadas pela desvalorização do Escudo, que seria tremendamente maior e mais pesada.
Esse seria o resultado de não estarmos no Euro. Ao contrário dos outros países europeus que não aderiram ao Euro, o nosso grande CANCRO é a incapacidade de controlar as contas publicas.
Em vez de termos restrições para gastar menos, teriamos desvalorizações continuas do Escudo para manter a loucura despesista dos governos e uma inflação de 20 ou 30% ao ano.
O nosso problema não é o Euro e não seria o Escudo ou a Libra ou qualquer outra moeda.
O nosso problema é que o país por causa da forma como é governado e das pressões dos vários grupos sociais, não é capaz de evitar cair em situações continuas de deficit das contas públicas.
Não adianta chorar contra o Euro. O Euro não é nem nunca foi o problema.
O Euro apenas fez uma coisa que a sociedade portuguesa não gosta de fazer:
Pôs a nú, um dos nossos mais graves problemas ao longo da história: A incapacidade de gastar apenas o que produzimos.
Cumprimentos