Tensão em Timor Leste

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jomite

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« Responder #135 em: Junho 10, 2006, 12:23:15 am »
Muito interessante este tópico!

  As pretensões australianas sobre Timor já são bastante antigas, mas falando sobre a época da  2ºGM posso referir que na parte final da guerra quando Salazar cedeu facilidades aos aliados nos Açores uma das condições que ele pediu em contrapartida foi que no final da guerra e com a eventual derrota do Japão, Timor fosse devolvido a Portugal, precisamente porque ele já sabia dos interresses dos australianos em relação ao território.
   Uns tempos antes dos japoneses abandonarem Timor esteve previsto que Portugal iria enviar cerca de 7000 soldados para recuperar e controlar o território, mas os japoneses disseram que não pretendiam anexar Timor e só se encontrávam ai para se defenderem dos australianos, sendo a primeira linha de defesa do Japão em relação à Austrália (aliados) e que posteriormente devolveriam o território a Portugal visto que não se encontrávam em guerra connosco, tanto que não ocupáram Macau.
  As tropas que seriam enviádas por Portugal seria no ãmbito de uma operação conjunta com os aliádos, principalmente australianos, seriam equipádas pelos aliádos e transportádas para a Austrália e depois para Timor em meios aliádos, visto que Portugal não tinha meios para as transportar (o que hoje em dia ainda se verifica, como nós sabemos) e para as equipar devidamente.
  Mas os aliádos alegáram que não tinham navios e equipamento disponivel para ajudar Portugal. Salazar também não se preocupou muito porque temia que caso Portugal toma-se parte numa acção ofensiva contra Timor e  tropas japonesas o Japão como forma de retaliação podia ocupar Macau e declarar-nos guerra, ainda mais grave a Alemanha invocando a aliança com o Japão poderia declarar guerra a Portugal, o que não seria benéfico para Portugal, como devem saber a Alemanha era um importante parceiro económico e mais grave poderia ser o facto de Hitler poder pressionar a Espanha de Franco a autorizar a passagem dos alemães em direcção a Portugal ou até a cooperação entre os dois países para ocupar Portugal formando uma nação Ibérica.
  No final correu tudo bem visto que os japoneses acabáram por retirar de Timor sem se verificarem grandes combates, mas foram os australianos que oficialmente libertáram o território sendo posteriormente devolvido a Portugal, o que lhes deve ter ficádo atravessádo mas que tiveram que fazer tendo em conta os acordos anteriormente assinádos.
  Salazar não era parvo e sabia negociar, apesar dos defeitos e erros que possa ter cometido.
 

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PereiraMarques

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« Responder #136 em: Junho 10, 2006, 02:04:25 pm »
Observação de alguns pormenores nas imagens televisivas:

Pelo menos uma das VBTP Iveco tinha instalado um lança-granadas, alguém confirma que era um Santa Bárbara? Está instalado em todas as (4?)viaturas ?

A boina do batalhão operacional do RI da GNR costuma ser azul escura com uma faixa verde na parte inferior e com o símbolo da GNR em relevo, mas hoje vi um militar com uma boina toda azul e com o simbolo da GNR "liso", alguém conhece o significado desses novos símbolos?

Cumprimentos
BPM
 

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Nuno Bento

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« Responder #137 em: Junho 12, 2006, 06:41:49 am »
Por falar em vbtp aqui vão umas imagens das viaturas da malasia



 

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PereiraMarques

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« Responder #138 em: Junho 12, 2006, 01:03:25 pm »
São Condor como tem a Polícia Aérea cá do "burgo"...Nuno Bento já está de volta a Timor?

Cumprimentos
B. Pereira Marques
 

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snakeye25

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« Responder #139 em: Junho 12, 2006, 01:14:46 pm »
Citação de: "PereiraMarques"
Pelo menos uma das VBTP Iveco tinha instalado um lança-granadas, alguém confirma que era um Santa Bárbara? Está instalado em todas as (4?)viaturas ?


Não vi as imagens, mas o lança granadas utilizado pela GNR é o HK GMG. Foi montado nessas Iveco igualmente quando estiveram no Iraque.
Um abraço,

André Carvalho
 

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Bravo Two Zero

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« Responder #140 em: Junho 12, 2006, 02:17:29 pm »
Interessante todo o armamento da GNR em Timor ser HK....
- HK G-36K
- HK GMC
- HK MG 3
- HK USP Compact 9x19mm
- HK MSG90 7.62mm NATO
- HK MP5 A4/SD6/KA1 ( não sei se foram para Timor mas estiveram no Iraque)

Corrijam-me se estiver errado.........
"Há vários tipos de Estado,  o Estado comunista, o Estado Capitalista! E há o Estado a que chegámos!" - Salgueiro Maia
 

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Luso

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« Responder #141 em: Junho 12, 2006, 04:23:15 pm »
A HK não fabrica a MG3. A MG3 é (foi?) fabricada pela Rheinmetall.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Bravo Two Zero

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« Responder #142 em: Junho 12, 2006, 05:24:29 pm »
Pois é, Luso :oops:
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Maschinengewehr MG3 Report : Soto Mac

Belt fed GPMG, a modernized version of the MG42. One of the best machine guns ever made.

Technical Specs.

Caliber: 7.62 X 51mm
Muzzle velocity : 820 m/sec
Max. Range: 3750 m
Battle Range: on 2-leg: 600 m / Mounted: 1200 m
Magazine: 50 Round Drum-Box / 120 Round Belt / 250 Round Box
Measurements: Length: 1225 mm
Weight: 11,5 kg
Rate of Fire: 1200 rounds/min (cyclic)
Loader: recoil
Guidance: ---none---
Warhead: ---none---
Introd. since: 60
Manufacture: Rheinmetall
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Leonidas

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« Responder #143 em: Junho 12, 2006, 11:42:31 pm »
Saudações guerreiras

Quero deixar aqui expresso a minha homenagem a todos aqueles, que noutros fóruns e/ou outros locais deixaram bem vincada a sua postura a favor de Timor, alertando para aquilo que lá se está a passar através do seu testemunho, muitas vezes incómodo.

Viva Timor Leste

  :Soldado2:  

Cumprimentos
 

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NBSVieiraPT

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« Responder #144 em: Junho 12, 2006, 11:51:42 pm »
Citação de: "Leonidas"
Saudações guerreiras

Quero deixar aqui expresso a minha homenagem a todos aqueles, que noutros fóruns e/ou outros locais deixaram bem vincada a sua postura a favor de Timor, alertando para aquilo que lá se está a passar através do seu testemunho, muitas vezes incómodo.

Viva Timor Leste

  :Soldado2:  

Cumprimentos


Bem dito...
Subscrevo totalmente ao post do Leonidas!

 :wink:
 

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Nuno Bento

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« Responder #145 em: Junho 13, 2006, 12:36:55 am »
Citação de: "PereiraMarques"
São Condor como tem a Polícia Aérea cá do "burgo"...Nuno Bento já está de volta a Timor?

Cumprimentos
B. Pereira Marques


Sim ja por ca estou desde quarta feira da semana passada. Não vim mais cedo porque tive alguns problemas diplomaticos na Indonesia. Eu so me fui embora porque tenho um filho de 2 meses se estivesse sozinho não tinha ido.

No domingo assisti as primeiras patrulhas e estive mesmo a falar com o chefe duma patrulha da  GNR eles andam armados com MG G36 e andam em Pick ups e Jipes. As Ivecos penso que são so para situações mais criticas.
Eu agora ando sempre com a minha camera atras e vou tentar tirar mais umas fotos do equipamento das forças aqui presentes.
Um abraço

Nuno
 

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TOMKAT

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« Responder #146 em: Junho 18, 2006, 09:01:29 pm »
Citar
Uma história de lorosaes e loromonus

 
É difícil encontrar alguém em Timor que explique, com base em factos, que sempre houve rivalidades entre os timorenses da parte ocidental (loromonus) e os da parte oriental (lorosaes).

Há até quem diga que a única vez que tal aconteceu foi em 1912, na revolta que visava derrubar o poder colonialista de Lisboa. Na altura os liurais (líderes tribais) de toda a ilha reuniram-se e elegeram o régulo Boaventura, de Same, precisamente a zona central de Timor.

Acontece que, a dada altura da revolta, que resultou em muitas mortes, os de Leste terão desistido da resistência, tomando o partido da potência colonial e ajudando mesmo a derrotar os revoltosos, do Ocidente.

O mais recente afloramento da questão étnica terá surgido em 1999, em Aileu, entre os militares das Falintil acantonados. Começaram a surgir divisões relacionadas com as suas posições ao longo da luta de guerrilha e a situação foi apodrecendo de dia para dia sem que ninguém percebesse que era preciso resolver o conflito.

Quando se iniciou a crise dos peticionários, as Forças Armadas de Timor-Leste (FDTL) tomaram conta de Díli e os residentes não originários da zona leste, de onde são os comandantes das FDTL, foram vítimas de violência e roubos.

Posteriormente, quando os militares regressaram aos quartéis, os loromonus trataram de vingar--se dos lorosaes. Diz-se até que a forma como ressurgiu a discriminação implica grande injustiça, já que, apesar de a maioria dos guerrilheiros serem da zona oriental, a verdade é que o apoio que lhes era dado, nomeadamente ao nível da alimentação, era quase todo da zona ocidental.

«Se não fôssemos nós a fazermos uma vida de hipocrisia com os indonésios para lhes podermos dar comida nas montanhas, hoje estariam todos mortos», diz um homem da resistência. JPF


fonte: http://dn.sapo.pt/2006/06/18/internacional/uma_historia_lorosaes_e_loromonus.html

Um artigo que talvez ajude a entender as relações complexas entre as diversas etnias timorenses e explique o "porquê" do que separa um povo e um país, que de convulsão em convulsão caminha a passos largos, se nada for feito, para ingovernabilidade.
IMPROVISAR, LUSITANA PAIXÃO.....
ALEA JACTA EST.....
«O meu ideal político é a democracia, para que cada homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado»... Albert Einstein
 

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Lancero

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WTF???!!!
« Responder #147 em: Junho 19, 2006, 05:13:49 pm »
:shock:

Timor-Leste: Militares australianos retiveram Duarte Pio após visita ao PR

Díli, 19 Jun (Lusa) - Duarte Pio esteve retido domingo cerca de meia hora por militares australianos, depois de visitar o Presidente Xanana Gusmão, num incidente que o duque de Bragança considerou exemplar da falta de profissionalismo do contingente australiano estacionado em Timor-Leste.

      O incidente verificou-se na descida de Balibar até à capital, quando uma viatura da embaixada de Portugal, devidamente identificada e com matrícula diplomática, foi mandada parar num controlo feito por militares australianos.

      "Tinha acabado de fazer uma visita ao Presidente Xanana, e o agente do GOE (Grupo de Operações Especiais, da PSP) que viajava comigo foi intimado pelo militar australiano a entregar a sua pistola. Não é normal", afirmou D. Duarte Pio.

      "'Quero a sua pistola', disse-lhe o militar australiano, e o agente do GOE, muito calmamente respondeu "penso que não'. Enquanto isto, eram muitos os camiões e carros que passavam por nós, e que não era controlados", contou o duque de Bragança em declarações à Lusa.

      "Se o objectivo (das tropas australianas) é conter a violência, não são obviamente diplomatas e polícias portugueses que andam a assaltar casas em Díli", frisou.

      O contingente australiano foi alvo de muitas críticas, sobretudo nos primeiros dias após a sua chegada a Díli, a 25 de Maio, pela inacção demonstrada perante os actos de violência que se multiplicavam em vários bairros da capital.

      Segundo Duarte Pio, o incidente ficou resolvido ao fim de cerca de meia hora, com a viatura da embaixada de Portugal a prosseguir finalmente a viagem de regresso para Díli.

      O duque de Bragança deixou hoje Díli após uma estada de quatro dias em Timor-Leste, durante a qual se reuniu, além do Presidente, com o primeiro-ministro, Mari Alkatiri, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, José Ramos Horta, e o bispo de Díli, D. Alberto Ricardo da Silva. Visitou ainda a Gráfica Diocesana de Baucau, instituição apoiada pela Fundação D. Manuel II.

      "Há um certo desencanto relativamente à presença internacional", salientou o duque de Bragança, num balanço dos contactos que manteve.

      Surpreendido com a intensidade da crise timorense, D. Duarte Pio manifestou o desejo de que haja uma "verdadeira reconciliação nacional".

      "De facto não faz qualquer sentido este conflito interno. Há muita gente que suspeita de causas externas, de algum país que quer provar que Timor não é governável", afirmou, sem querer entrar em pormenores.

      "Suspeito que haja interesses externos que possam ter manipulado algumas pessoas para fazerem estes disparates", disse ainda.

      A breve visita que concluiu hoje será compensada pelas férias que pretende fazer em Setembro.

      "Saio optimista (quanto à resolução da crise), já reservei quartos (na Pousada de Baucau) para passar férias em Setembro com a família. Antes irei a Bali, ao casamento da irmã mais nova da filha do ex-presidente (indonésio) Sukarno, Megawati Sukarnoputri", revelou.
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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pedro

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« Responder #148 em: Junho 19, 2006, 05:50:33 pm »
Eu so nao sei do que que Portugal esta a espera para criticar este assunto?
Parece que Portugal tem medo da Australia que vergonha um pais com 850 anos de historia se nao mais tem que se calar perante a Australia. :evil:
Cumprimentos
 

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ricardonunes

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« Responder #149 em: Junho 19, 2006, 09:06:53 pm »
Já agora a actuação dos militares australianos, vista pelos mesmos.
http://www.defence.gov.au/news/armynews ... ture01.htm
Potius mori quam foedari