Olá amigos de Portugal, satisfação estar aqui.
Só gostaria de informar que o negócio com a Boeing ainda está em andamento. A Boeing apenas comprou as ações que estavam em mãos de acionistas estrangeiros, este foi o negócio até aqui, tudo o mais deverá ser negociado. Dito isto, os norte americanos têm por cultura a maximização do lucro, e isso inclui sua busca eterna pela diminuição dos custos, em parte o negócio com a Embraer foi em busca da diminuição de custos, para a Boeing isso será ótimo.
Essa diminuição de custos implica uma decisão sobre o que fazer com essa planta da Embraer em Portugal, e isso pode na verdade trazer dissabores para os portugueses, não necessariamente fabricar partes de aviões da Embraer em Portugal significa custos mais baixos, pelo contrário, e quando a Boeing começar a tomar as decisões estratégicas e técnicas, essa produção do outro lado do Atlântico e os custos de transporte serão analisados com rigor, então cautela com a possibilidade dessa fusão ser positiva para a cadeia produtiva da NewCo em andamento. Muita cautela.
Sobre os custos do KC-390, o que está sendo vendido a Portugal são as unidades, cinco ou seis, e mais todo o suporte logístico e técnico para mais de uma década de operação da aeronave, uns 20 anos pelo menos eu diria, e seguindo as normas da Federal Aviation Administration - FAA, alguns serviços só podem ser realizados pelo fabricante, há certas situações, inspeções e manutenções que pelas normas da FAA apenas o fabricante tem acesso, a responsabilidade do usuário vai até certo ponto, seria a parte mais complexa, são normais de segurança internacionais que não podem ser violadas.
Também é impossível vender o KC-390 sem que este seja exatamente o modelo que está sendo homologado aqui no Brasil, qualquer tipo de alteração implicaria outra homologação, os custos seriam exorbitantes, tudo no KC-390 é o mais eficiente possível existente na engenharia mundial atualmente, e uma eventual depauperação em seus sistemas como os de auto defesa por exemplo não valeriam a pena, e nem por contrato creio que seria possível, não é possível retirar o seu Radar Warning Receiver e tão pouco o DIRCM (Directional Infrared Countermeasures) para torná-lo mais barato. Faz parte do avião
Trata-se de uma aeronave magnifica, podem apostar, mas é compreensível que os portugueses prefiram algo europeu, a pressão dos dirigentes da UE é grande, sabemos disso por aqui, não se trata de custos, o problema é a pressão política exercida pela UE. É isso que está travando o negócio.
Um abraço a todos e espero que tomem a melhor decisão.