Modernização da Força Aérea Brasileira

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rafafoz

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« Responder #30 em: Setembro 08, 2009, 02:22:23 pm »
P44.

Eu iria falar justamente isso.
Por mim os EUA fizeram algumas tentativas fracassadas, como ultimas cartadas para tentar levar a concorrência do FX-2, como as bases Colombianas, pra mim foi uma tentativa de pressão por parte dos EUA também referentes a escolha do Brasil.

Pois não vejo motivos para os EUA instalarem essas bases (fechar o acordo) nas vésperas do resultado do FX-2, não tem lógica, por que seria clara a reação contraria do Brasil, que poderia interferir até mesmo no resultado negativo para os americanos. Eles poderiam ter esperado até final do ano para ter feito esse acordo com a Colômbia, depois do resultado sendo que não mudaria se ele fosse positivo.

Pra mim não foi tanto um erro dos EUA (referentes ao acordo EUAxColômbia) e sim uma forma de pressionar o governo e dizer que as coisas poderiam piorar se não aceitasse a oferta americana.

Mais o governo foi claro e não se deixou levar por pressões externas, Parabéns FAB e Brasil, pra mim a melhor escolha.
 

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« Responder #31 em: Setembro 08, 2009, 03:39:03 pm »
Rafafoz, 100% de acordo.

O Brasil enviou um sinal muito claro de que o tempo em que era pau-mandado da América, acabou.
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-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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« Responder #32 em: Setembro 08, 2009, 04:07:14 pm »
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Nukualofa77

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« Responder #33 em: Setembro 08, 2009, 09:45:41 pm »
Impressão artística do futuro Rafale biposto da FAB feita pelo forista Skyway do Fórum Defesa Brasil (http://www.defesabrasil.com/site/):

 

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« Responder #34 em: Setembro 09, 2009, 04:53:56 pm »
do MD do BRASIL

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Acordo com a França garante tecnologia para modernizar as Forças Armadas

Editado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
Nº 885 - Brasília, 8 de Setembro de 2009

Brasil e França assinaram, nesta segunda-feira (7), um acordo militar no valor de cerca de R$ 24 bilhões, a serem pagos em 20 anos, para modernizar as Forças Armadas brasileiras. Os recursos serão investidos na compra de 50 helicópteros de transporte militar e cinco submarinos, um deles de propulsão nuclear, para operações de longa duração. Além disso, está em negociação a compra de aviões de combate. A França manifestou interesse de comprar cerca de dez aviões de transporte militar KC-390, que serão fabricados no Brasil pela Embraer. É o maior acordo do gênero já assinado pelo governo brasileiro desde a Segunda Guerra Mundial e tem significado histórico porque envolve transferência de tecnologia.

Essa opção de negociação resulta na geração de empregos para o Brasil e de oportunidades para que o País possa exportar equipamentos militares, juntamente com a França, para a África e a América Latina. De acordo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil aposta em um projeto de defesa voltado para a construção da paz no continente, da confiança, da integração e da construção do desenvolvimento da região.

O acordo - Segundo o Ministério da Defesa, a França vai contribuir para o projeto do avião KC-390, um cargueiro a jato que a Embraer está desenvolvendo, sob encomenda da Força Aérea Brasileira (FAB), para substituir os aviões a hélice Hércules, fabricados pelos Estados Unidos. A França poderá adquirir dez unidades do novo avião. O Brasil também abriu negociações com a companhia francesa GIE, para adquirir 36 aviões de combate Rafale, como parte do projeto FX-2, para equipar a FAB.

O Comunicado Conjunto, informando os avanços nas negociações relativas ao Rafale e ao KC-390, foi divulgado na segunda-feira pelo presidente Lula e pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy. O programa prevê a construção do submarino a propulsão nuclear (com construção intermediária de quatro convencionais) e a construção de 50 helicópteros de transporte franceses EC-725. No ano que vem, começa a construção de um estaleiro e de uma base naval em Itaguaí, no estado do Rio de Janeiro, onde os submarinos serão montados, com tecnologia francesa.

“É a consolidação de uma parceria estratégia de dois povos que têm muita coisa em comum”, disse o presidente Lula. Ele destaca que a parceria não é apenas comercial. “Nós queremos pensar juntos, criar juntos, construir juntos e, se possível, vender juntos”, afirmou, acrescentando que até o fim desta semana poderão ser divulgados mais detalhes das negociações.

Ainda de acordo com o presidente Lula, a iniciativa protege o Brasil contra uma possível ameaça às riquezas do pré-sal. “Fazer investimentos na área da defesa é a gente cuidar do nosso território e da nossa soberania com muito mais cuidado. Afinal de contas, deve sempre passar pela nossa cabeça a idéia de que o petróleo já foi motivo de muitas guerras, de muitos conflitos, e nós não queremos nem guerra e nem conflito”, destacou. Os 50 helicópteros de transporte militar serão produzidos pela Helibras, que tem entre os acionistas a francesa Eurocopter.
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« Responder #35 em: Setembro 09, 2009, 10:54:20 pm »
Exclusivo: o Acordo Militar Brasil-França

Fonte: http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... il-franca/

Citar
Conversei agora com o Ministro da Defesa Nelson Jobim, sobre as negociações com os franceses da licitação FX - os caças da Força Aérea Brasileira.

O quadro é o seguinte.

Em abril de 2008, Lula mandou reativar o projeto, que tinha sido paralisado devido à crise econômica de 2005. Incumbida de levantar as propostas, a FAB pediu novas informações aos concorrentes. Cinco haviam se apresentado: a Boeing F/A18, a Dassault Rafale, a Eurofighter Typhoon, a Lockeed MArtin F-16, a Saab Gripen e o Sukhoi Su-35.

Em outubro, foram eliminados a Eurofighter, a Lockeed e o Sukhoi. O primeiro, pelo fato de ser um consórcio europeu de vários países, o que dificultaria a transferência de tecnologia. A Lockeed, por não haver informações mais precisas sobre o controle que detinha sobre a tecnologia. E a Sukhoi por não aceitar falar em transferência de tecnologia. Ficaram F18, da Boeing, o novo Gripen NG, que ainda não existe, e o Rafale.

A FAB prosseguiu com os trabalhos e, em outubro de 2008, pediu para as três finalistas a oferta final. Começou a trabalhar, então, em um relatório com os detalhes técnicos das propostas, aspectos individuais dos aviões, preço e custo de manutenção.

As promessas de Sarkozy

Enquanto os trabalhos prosseguiam, surgiram os primeiros sinais da aproximação do presidente francês Nicolas Sarkozy com o presidente Lula. O francês manifestou intenção de se anunciar os termos do acordo militar Brasil-França no dia 7 de Setembro.

Sentindo que a intervenção presidencial poderia lhe ser favorável, a Dassault jogou para cima os preços da proposta. Não seria possível porque o processo ainda não tinha se encerrado.

Na primeira conversa que tiveram, Lula alertou Sarkozy dos problemas em relação aos preços e à transferência de tecnologia. Além disso, os franceses não haviam fixado um mercado para a comercialização dos Rafales brasileiros. Não interessava só comprar tecnologia, mas dispor de um ambiente para a comercialização do produto.

No domingo à noite houve outra reunião, à qual Jobim foi convidado. Participaram vários brasileiros e franceses. Dentre os brasileiros, o Brigadeiro Saito, Comandante da FAB.

Na conversa, Sarkozy disse que garantiria os pleitos brasileiros. A Dassault é uma companhia privada, mas da qual 43% é de propriedade da estatal EDS - que, no entanto, não participa da gestão. Mesmo assim, Sarkozy deu sua palavra. Disse que enquadraria a Dassault para que fizesse oferta competitiva e razoável, e compatível com os valores praticados pela Dassault para as Forças Armadas francesas.

Do lado brasileiro, havia dúvidas sobre esses valores. E se neles estivesse embutido alguma espécie de subsídio cruzado do governo francês à companhia? Decidiu-se então que esses valores seriam o teto, para as negociações.

Sarkozy garantiu também o mercado latino-americano com exclusividade para o Brasil. Em relação ao custo de manutenção, havia dúvidas sobre o custo da hora-vôo apresentado pelos franceses. Avaliações informadas por Saito indicavam que, para um período de 30 anos (período de obsolescência), o cálculo da FAB chegara a valores pedidos muito elevados.

Houve uma discussão a respeito da metodologia de medição. No final, Sarkozy se comprometeu a conversar com a Dassault e assegurar que ofereça um preço fixo por hora-vôo. O teto a ser fixado é aquele pago pelas Forças Armadas francesas. Acima desse valor, ficaria por contad a Dassault.

Finalmente, tratou-se da transferência irrestrita de tecnologia e da compra de dez cargueiros que estão sendo desenvolvidos pela Embraer. A EDS se comprometeu a adquirir e, se necessário, a participar do desenvolvimento com a Embraer.

Os próximos passos

Depois da conversa, Lula manifestação interesse pela opção francesas, atendendo aos requisitos que foram negociados. Mas era só o primeiro passo.

No dia seguinte, Jobim informou o presidente sobre a necessidade de formatar juridicamente o processo.

Está em curso um processo de seleção, substitutivo da licitação. Surgiu o fato novo, nas promessas do governo francês, a serem endossadas pela Dassault.

O próximo passo será definir os procedimentos jurídicos para a formalização do prometido. Em seguida, a nova proposta será comparada às duas outras selecionadas. E será aberta a possibilidade de uma contraproposta por parte de ambas. O procedimento será encerrado com a FAB analisando as três propostas.

A imprensa, especialmente a estrangeira, deu o caso encerrado, diz Jobim, mas isso não aconteceu. Há uma série de caminhos a serem percorridos, como os preços do Rafale, as condições do financiamento francês. Se bate o martelo, o governo brasileiro perde as condições de arrancar mais vantagens da Dassault.

De qualquer modo, espera-se para o final do ano a conclusão das negociações.
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« Responder #36 em: Setembro 11, 2009, 09:16:25 am »
Acabo de leer en un portal de noticias de defensa que Brasil niega haber firmado contrato alguno con Dassault para adquirir el Rafale y que sigue negociando con Boeing y Saab

Hay algo en firme o todavia nada?
 

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pchunter

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« Responder #37 em: Setembro 13, 2009, 12:08:32 pm »
Fica o link para um artigo de comparação dos 3 concorrentes.

http://www.areamilitar.net/analise/analise.aspx?NrMateria=50&p=1
 

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« Responder #38 em: Setembro 14, 2009, 05:44:02 pm »
Citação de: "old"
Acabo de leer en un portal de noticias de defensa que Brasil niega haber firmado contrato alguno con Dassault para adquirir el Rafale y que sigue negociando con Boeing y Saab

Hay algo en firme o todavia nada?


:arrow:

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Brazil president has last word on fighter jets: FM
(AFP) – 1 hour ago
RIO DE JANEIRO — President Luiz Inacio Lula da Silva will have the final say on who will sell billions of dollars in fighter jets to Brazil to modernize its air force, Foreign Minister Celso Amorim said Friday.

"President Lula has the last word; of course, he will take into account the position of the National Defense Committee," Amorim told international journalists in Rio.

"Let me reiterate: there was an evaluation of various proposals, and Brazil made the decision to start negotiations with France. Its proposal was the most favorable," he added.

Rival bidders trying to sell fighter jets to Brazil have made a final push for the multi-billion-dollar contract, which had looked all but sewn up by France's Dassault.

Sweden's Saab and the United States, backing defense contractor Boeing in the race, both emphasized they would transfer important technology to meet Brazil's requirement that it not only acquire new jets but also the knowhow to build them.

But a Brazilian official speaking to AFP on condition of anonymity said French President Nicolas Sarkozy wrote to Lula promising "unrestricted access to technology" in the Dassault offer and a competitive price.

That letter was "instrumental" in Lula's announcement on Monday that he was opening negotiations to buy 36 Rafale fighter jets from Dassault, the official said. A French official said the deal was worth up to seven billion dollars.

Lula's announcement prompted the US government, through a statement on its embassy website in Brazil, to say it had approved the transfer to Brazil of "all necessary technology" related to its F/A-18 Super Hornet aircraft.

Saab, in its own statement on Thursday, underlined that it, too, would give "key technology" if Brazil chose its Gripen NG fighter.

But the Brazilian official said those offers were "unlikely to change the situation because it's not clear what is 'necessary technology' when another competitor guarantees 'unrestricted technology.'"


http://www.google.com/hostednews/afp/ar ... SaEcnSI16g
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ShadIntel

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Re: Modernização da Força Aérea Brasileira
« Responder #39 em: Outubro 09, 2009, 02:33:30 pm »
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Boeing garante preço 40% menor que o Rafale

A empresa norte-americana Boeing, que concorre no programa F-X2 da Força Aérea Brasileira (FAB) com o caça F/A-18 Super Hornet, considera que está mais na disputa do que nunca. Segundo o vice-presidente da Boeing para o programa F-18, Bob Gower, a última oferta, apresentada ao governo brasileiro em 2 de agosto, traz argumentos "muito convincentes", como um preço até 40% menor que a da francesa Dassault, que participa da competição com o Rafale, e a transferência de "toda a tecnologia pedida pela FAB". "Acredito que seríamos até 40% mais baratos que o Rafale tanto nos custos de aquisição como de manutenção", revelou Gower em entrevista ao Correio.

O representante da Boeing, que se reuniu com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, nesta semana, questionou a "transferência de tecnologia irrestrita" oferecida pelo governo francês. "Para nós, isso significa ofertar tudo o que é preciso para projetar e construir uma aeronave. Eles possuem, por exemplo, os direitos do chip da Intel, que está dentro da plataforma do avião?", indagou.

Quanto à outra concorrente, a sueca Saab, Gower alertou para o fato de o Gripen NG ainda ser um avião em desenvolvimento, e de os custos e prazos para entrega, nestes casos, sempre serem maiores do que o estimado. Sobre a recente ofensiva da Saab no Brasil — que, nos últimos dez dias, teve uma audiência pública no Senado, convocou uma coletiva de imprensa e tem publicado anúncios do Gripen NG em jornais brasileiros —, Gower ironizou: "Alguns concorrentes estão mais desesperados por uma venda, porque sem uma venda, eles (os aviões) potencialmente não existem."


Correio Braziliense: Em visita à Suécia, nesta semana, o presidente Lula disse que a única proposta que ele conhece "textualmente" é a da Dassault, entregue pelo presidente Nicolas Sarkozy. Isto torna a disputa desigual?
Bob Gower: Acredito que seremos tratados de maneira justa na concorrência. O nosso entendimento é que a Força Aérea Brasileira ainda está avaliando todas as três propostas, e levará suas recomendações ao ministro Nelson Jobim e ao presidente Lula. E quando isso acontecer, o presidente Lula poderá ter acesso a todas as propostas, já com as recomendações da FAB. No caso da Boeing, usamos este período a mais para atualizar a nossa proposta e acreditamos que, com essa nova oferta, a decisão pode se voltar a nosso favor. Temos argumentos muito convincentes sobre a mesa, considerando que a nossa proposta sairá muito mais barata ao governo brasileiro do que a do Rafale e o nosso programa de transferência de tecnologia.

CB: Quão mais barato é o Super Hornet, comparado ao Rafale?
BG: Acredito que seríamos até 40% mais baratos que o Rafale tanto nos custos de aquisição como de manutenção.

CB: A Saab chegou a dizer que, em 40 anos, o custo de um caça como o Super Hornet ou o Rafale equivaleria ao de dois Gripen NG. No fator custo, não seria mais interessante para o Brasil investir então na proposta sueca?
BG: É preciso observar que, hoje, o Gripen NG não é um avião pronto, então qualquer projeção que se faça sobre o Gripen NG não tem base em uma trajetória, como é o caso do Super Hornet, que já teve 400 unidades entregues. Além disso, a nossa experiência com o desenvolvimento de aviões, como o 787 e o Joint Strike Fighter, mostra que os custos sempre acabam sendo bem mais altos do que o esperado e o prazo para entrega, maior. E esse é o grande risco de se pegar um programa que ainda está sendo desenvolvido.

CB: O governo brasileiro, em especial o presidente Lula e o ministro Jobim têm afirmado, reiteradamente, desde o 7 de setembro, que o Brasil tem preferência política pela proposta francesa. Você acha que, com isso, o governo pula etapas no processo?
BG: Tudo o que vimos até agora está de acordo com o processo original: a FAB está fazendo a sua avaliação, vai encaminhá-la ao Ministro da Defesa, que levará ao presidente. Então, todos os passos que o governo brasileiro afirmou que iria tomar, ele está tomando agora. E eu realmente acredito que o Brasil obteve, no último mês, uma vantagem, já que todas as concorrentes tiveram a oportunidade de melhorar as suas propostas, que agora estão mais competitivas.

CB: Na última terça-feira, o senhor se reuniu com o ministro Jobim. Como foi o encontro? O senhor obteve garantias sobre o processo?
BG: Foi um encontro muito bom. Tive a oportunidade de explicar o que significa o termo "necessário" quando falamos de transferência de tecnologia, e ele me garantiu que a competição ainda está aberta para os três concorrentes, o que dá muita segurança. Também foi muito importante porque queríamos ter a certeza de que todos no processo estão informados sobre o que está na nossa proposta para fazer a melhor escolha para o Brasil.

CB: O que a Boeing melhorou na sua proposta?
BG: A principal mudança é a possibilidade de finalizar os caças aqui. Nós já tínhamos oferecido fazer uma parte significante da fuselagem, assim como as asas, mas agora temos a oportunidade de entregar os caças a partir do Brasil. Outro ponto significante é que conseguimos, no início de setembro, a aprovação do Congresso para toda a tecnologia que foi oferecida. Então não precisamos nenhuma aprovação adicional à tecnologia que propomos transferir.

CB: Mas o que, de fato, poderá ser produzido aqui?
BG: A montagem final dos 24 últimos aviões será feito no Brasil. Isso inclui unir a fuselagem, as asas, colocar a cauda, instalar toda a aviônica (instrumentos de vôo) e testar o avião para ver se ele está pronto para voar. Mas mais do que isso, vamos fazer a frente da fuselagem e uma parte significativa das asas para as 36 aeronaves aqui. E esta fuselagem produzida aqui não será apenas para os caças vendidos ao Brasil, mas o país poderá produzir para qualquer outra venda internacional que fizermos. E uma parceria deste tipo com a indústria brasileira é muito interessante, já que temos um grande mercado internacional.

CB: O garoto-propaganda dos caças franceses tem sido, desde o início, o presidente Nicolas Sarkozy, que veio pessoalmente ao Brasil em meio à concorrência. Vocês acreditam que faltou um pouco deste tipo de empenho do governo americano?
BG: O governo americano respalda totalmente a oferta que foi feita ao Brasil. A venda do Super Hornet, inclusive, é uma venda de governo a governo, não é da Boeing ao Brasil. Toda a proposta passou pelo governo americano, que enviou ao Brasil assessores próximos ao presidente Barack Obama para reafirmar que Washington aprova a oferta e a transferência de tecnologia. Eles fizeram o que era preciso nesta campanha. Desde o início, o nosso foco tem sido em colocar o nosso compromisso no contrato, para não haver surpresas. Então o fato de alguém vir aqui e falar sobre compromissos é uma coisa; se preocupar em colocar isso no contrato é um outro patamar. O que assinamos, o que colocamos no contrato é mais importante do que o que um dignatário possa falar em um discurso. E essa é uma preocupação que a Boeing e o presidente Obama tem tido: colocar tudo por escrito.

CB: Por conta da recente ofensiva do governo sueco, que tem vindo constantemente ao Brasil, alguns tem considerado apenas a Saab e a Dassault no páreo. Como você vê esta suposição?
BG: Nós estamos muito mais na disputa do que antes, e a nossa proposta falará por si só. Nós estamos acompanhando a disputa de perto, estivemos aqui nos últimos dois dias. No entanto, alguns concorrentes estão mais desesperados por uma venda, porque sem uma venda, eles (os aviões) potencialmente não existem. Nós temos um negócio estável, e não estamos em pânico como eles aparentemente estão.

CB: A França oferece transferência de tecnologia irrestrita, e os EUA, a transferência de tecnologia "necessária". O ministro Jobim inclusive já questionou este termo. O que é uma transferência de tecnologia "necessária"?
BG: "Necessária" quer dizer que vamos transferir toda a tecnologia que foi pedida pela FAB. Honestamente, nós não conseguimos entender como alguém oferece transferência de tecnologia "irrestrita", porque, para nós, isso significa ofertar tudo o que é preciso para projetar e construir uma aeronave. Eles possuem, por exemplo, os direitos do chip da Intel, que está dentro da plataforma do avião? Eles estão oferecendo acesso a essa tecnologia? Nós não oferecemos transferência irrestrita porque não temos os direitos sobre os chips da Intel. Acho que essa é a diferença. O governo americano tem se preocupado em colocar tudo no contrato, porque assim, há a segurança de que será cumprido. Quando fica só nas palavras, pode até agradar, mas se não for colocado no papel, eu não acredito.

CB: A Saab disse que ofereceu 175% do valor de seu pacote em contrapartidas comerciais e tecnológicas (offset) ao Brasil. O que a Boeing ofereceu, neste sentido, em sua última proposta?
BG: Consideramos o nosso programa de offset muito completo, porque inclui não só a aeronave, mas coisas que extrapolam, como ajudar no desenvolvimento do KC-390 (futura aeronave de transporte militar da Embraer), e de um caça supersônico comercial. Estamos fazendo tudo isso para ajudar a indústria brasileira e dar acesso ao mercado americano, que é o maior mercado de Defesa do mundo — dez vezes maior que o Francês e 100 vezes maior que o da Suécia. É preciso destacar ainda que, até hoje, cumprimos com todos os nossos offsets — que somam mais de US$ 30 bilhões —, e todos dentro do prazo. Além disso, passadas as obrigações do offset, continuamos fazendo negócios com todas as empresas.

CB: Na proposta de vocês, estão previstos o apoio e o co-desenvolvimento do KC-390. Mas o governo americano compraria este tipo de aeronave do Brasil, uma vez que já dispõem de aviões de transporte como o C-17 e C-130?
BG: O foco inicial do co-desenvolvimento é pegar o que temos feito com a plataforma e a tecnologia do C-17 (produzido pela Boeing), e aplicar para reduzir os riscos no programa de desenvolvimento do KC-390. Os aviões C-17 e KC-390 são muito parecidos, mas o C-17 é muito maior. Hoje, o equivalente ao KC-390 nos EUA é o C-130, que é um modelo mais antigo, com menor velocidade e menor alcance. E a Boeing não tem aviões deste tipo do tamanho do KC-390, então nos interessa não só o mercado americano, mas de todo o mundo para esta aeronave — vai depender de o quanto a Embraer vai querer investir nestes mercados. É importante notar que os EUA tem buscado um substituto para o C-130, e, em conversas com a Força Aérea Americana, vimos que o KC-390 atende muito bem às expectativas. Mas isso é para daqui a sete anos.

CB: A Embraer respondeu à primeira chamada da Força Aérea dos EUA para a compra de cem caças leves, concorrência que disputaria com o Super Tucano. O senhor acredita que isso pode influenciar na disputa do FX-2?
BG: Para mim, é muito claro que se o Brasil mostrar que seu mercado de Defesa está aberto aos competidores americanos, isso vai ajudar a garantir que o mercado americano esteja também aberto às empresas brasileiras. Eu realmente acredito que um resultado do FX-2 para uma empresa americana pode aumentar muito as chances do Super Tucano nos EUA.
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Re: Modernização da Força Aérea Brasileira
« Responder #40 em: Fevereiro 09, 2011, 07:37:12 am »
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SÃO PAULO (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff disse a autoridades dos Estados Unidos que considera o F-18 da Boeing como a melhor opção de caça para a Força Aérea Brasileira, mas que ainda está tentando obter melhores condições com relação à transferência de tecnologia.


Dilma citou o tema da compra dos caças durante uma reunião na segunda-feira, em Brasília, com o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, afirmaram à Reuters fontes familiarizadas com a conversa.


Os demais concorrentes no processo de compra dos caças são o Rafale, da francesa Dassault, e o Gripen NG produzido pela sueca Saab.


As declarações de Dilma, junto a sua decisão prévia de adiar a licitação em vez de decidir imediatamente pelos Rafale, como propunha o Ministério da Defesa, sugerem que ela está se inclinando pela proposta da Boeing, num negócio que pode moldar as alianças militares do Brasil pelas próximas décadas.


Mas Dilma disse a Geithner que continua preocupada com as questões de transferência da propriedade tecnológica, algo que o Brasil pleiteia que seja incluído no acordo, para poder desenvolver sua própria indústria militar.


A presidente, segundo essas fontes, afirmou estar buscando condições melhores por parte da Boeing, além de garantias de que o governo dos EUA permitirá que tecnologias militares estratégicas mudem de mãos.


O Palácio do Planalto não quis comentar as informações.


A porta-voz da Boeing, Marcia Costley, afirmou que as garantias de transferência tecnológica são uma questão a ser decidida pelos dois governos.


Ela acrescentou que, como parte do eventual negócio, a empresa norte-americana estaria disposta a fornecer ao Brasil também tecnologia e outros tipos de assistência em áreas como transportes, satélites e sistemas bélicos.


"A Boeing tem capacidade e recursos para cumprir suas promessas ... a respeito da transferência de tecnologia, e tem um histórico para provar isso", disse Costley por e-mail.


TEMA PARA OBAMA


O contrato, que deve chegar a pelo menos 4 bilhões de dólares, sem incluir os lucrativos acordos de manutenção e possíveis aquisições adicionais, já sofreu vários adiamentos durante as últimas décadas, conforme o governo brasileiro tentava equilibrar as necessidades da FAB e fatores diplomáticos, de custo e outros.


Desde que a Reuters antecipou, em 17 de janeiro, que Dilma deveria adiar a licitação, os três finalistas têm se empenhado para melhorar suas ofertas. Fontes de uma empresa disseram que a última proposta havia sido apresentada há mais de um ano e que, por isso, seria preciso recalcular os termos.


Enquanto isso, o governo dos EUA quer oferecer as garantias adicionais que Dilma busca. A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, disse que já ofereceu uma garantia por escrito de que o eventual acordo com a Boeing será respeitado pelo governo dos EUA. Mas Dilma pediu que haja também algum tipo de resolução nesse sentido por parte do Congresso norte-americano.


Na visita que fará em março ao Brasil, o presidente Barack Obama pode oferecer novas condições.


A Dassault continua tentando fechar o negócio. Na semana passada, o diretor de exportações da empresa francesa, Eric Trappier, disse a jornalistas que estaria disposto a transferir para o Brasil toda a tecnologia disponível.


Mas há uma limitação para as empresas: em vez de reiniciar a licitação do zero, Dilma busca modificações nas atuais propostas, e pretende tomar a decisão ainda neste ano, segundo um assessor.

http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/manchetes_politica_cacas_boeing
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Re: Modernização da Força Aérea Brasileira
« Responder #41 em: Fevereiro 09, 2011, 01:39:02 pm »
Citar
PARIS (Reuters) - A França ainda está confiante sobre suas chances de vender caças Rafale para o Brasil, disse o porta-voz do governo François Baroin nesta quarta-feira.

PUBLICIDADE
"Estamos confiantes no resultado desta disputa", disse Baroin a jornalistas, quando indagado sobre as chances da fabricante francesa Dassault Aviation conseguir a primeira encomenda externa para o caça.


Fontes afirmaram à Reuters esta semana que a presidente Dilma Rousseff disse ao secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, durante visita dele ao Brasil na segunda-feira, que vê o jato F-18, da Boeing, como melhor opção para o Brasil, mas que busca melhorar as condições de transferência de tecnologia.

http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/manchetes_aereas_franca_cacas
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Re: Modernização da Força Aérea Brasileira
« Responder #42 em: Fevereiro 09, 2011, 01:49:46 pm »
Mas estes gajos ainda continuam nisto?!?!

Coloquem aqui a noticia quando houver uma decisão final e definitiva.

Até lá é tudo palha.
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nelson38899

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Re: Modernização da Força Aérea Brasileira
« Responder #43 em: Fevereiro 09, 2011, 02:18:31 pm »
E eu a pensar que gostavas de telenovelas brasileiras!

O problema deste concurso é a falta de dinheiro brasileira!

Na minha opinião este programa vai durar mais uns dez anos e depois vai tudo para tribunal, ou seja, vamos ter o brasil a cumprir os anteriores FX.

Por exemplo o primeiro FX foi cancelado, entretando os brasileiros compraram o favorito do FX1 o mirage 2000. Agora fala-se do FX3, ou seja, com o fim de vida do F5 e os M2000 os mais certo é a vinda do rafale em segunda mão.
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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Re: Modernização da Força Aérea Brasileira
« Responder #44 em: Fevereiro 09, 2011, 03:40:10 pm »
Citação de: "nelson38899"
E eu a pensar que gostavas de telenovelas brasileiras!

O problema deste concurso é a falta de dinheiro brasileira!

Na minha opinião este programa vai durar mais uns dez anos e depois vai tudo para tribunal, ou seja, vamos ter o brasil a cumprir os anteriores FX.

Por exemplo o primeiro FX foi cancelado, entretando os brasileiros compraram o favorito do FX1 o mirage 2000. Agora fala-se do FX3, ou seja, com o fim de vida do F5 e os M2000 os mais certo é a vinda do rafale em segunda mão.

Rafale em segunda mão !!! O número destas aeronaves é tão reduzido em França , como é que a FAB conseguirá aeronaves em 2ª mão?

Um Abraço
God and the soldier all men adore
in time of trouble and no more
for when war is over and all things righted
God is neglected and the old soldiers slighted