Portugal já tem mais seguranças privados do que agentes das forças policiais. De acordo com o Relatório Anual de Segurança Privada de 2008, elaborado pelo Ministério da Administração Interna (MAI), e citado pelo «Público», há mais de 61 mil pessoas habilitadas a desempenhar a função, apesar de apenas 39 mil a terem exercido no ano passado.
O somatório dos efectivos da PSP e da GNR ronda os 48 mil.
O relatório indica ainda que o negócio movimentou em 2008, cerca de 650 milhões de euros, o equivalente ao orçamento da PSP.
A utilização de tecnologias avançadas: sistemas de alarme e detecção, vigilância electrónica e controlo de acessos, espelham bem a modernização de um sector, em sentido ascendente, desde 2001.
A par da vigilância de instalações e de bens, designadamente de um milhar de postos de abastecimento de combustíveis em todo o país, os serviços privados são também cada vez mais requisitados para a segurança pessoal, refere ainda o «Público».
Enquanto o MAI garante o pleno funcionamento do acordo firmado para as gasolineiras, muitos empresários do sector asseguram que tal ainda não acontece. O plano prevê a partilha de informação entre a segurança provada e a polícia.
Segundo o relatório, existem em Portugal 105 empresas de segurança privada, sendo que no ano passado, a PSP e a GNR, entidades que as supervisionam, levantaram mais de 1600 autos de notícia, destacando-se 275 como infracções tipificadas como crimes. O total das coimas rendeu 1,3 milhões de euros.
O exercício de actividade sem alvará (59 casos) ou sem possuir cartão profissional (176) foram os crimes mais frequentes.
Além do exercício ilegal da actividade, o MAI destacou ainda a detecção de agentes privados em actividades por regulamentar.
O não cumprimento das obrigações fiscais e laborais e o conhecimento de situações de violência física são outras regularidades apontadas no relatório. A formação ilegal é outro problema denunciado.
Durante o ano de 2008, foram cancelados 13 alvarás e iniciou-se o processo de suspensão de mais nove.
TVI24