Primeiramente, devo dizer que não tenho sobre o GALE, uma opinião formada.
Portanto, as minhas reservas, têm muito mais a ver com uma análise geral, que indica que umas forças armadas pequenas e com poucos recursos não devem seguir as normas de forças armadas mais poderosas. Por isso países como Portugal, têm que desenhar os seus próprios conceitos.
Também reconheço que, faz sentido que em operações do exército, se utilizem meios do exército.
Acho no entanto, é que há missões do exército, que são apenas do exército, porque este não tem capacidade para as coordenar com outros meios das Forças Armadas as operações.
Os americanos têm naturalmente meios muito sofisticados. Os meios do exército americano são superiores aos da FAP, muitas vezes. E uma simples divisão americana, é mais poderosa que todas as Forças Armadas Portuguesas.
Os casos da Bósnia ou de Timor, são, do meu ponto de vista, casos claros, em que não só é possível, quanto absolutamente necessária a cooperação. Nestes casos, o que Portugal faz, é juntar forças, conforme as necessidades. Portanto, os helicópteros são apenas destacamentos, que no estrangeiro são colocados sob um comando unico. Se há situação em que um GALE me parece inutil, é no caso de TIMOR ou da Bósnia.
Eu o que vejo, é que estamos a criar corpos que vão ter como única função, a sua integração em meios de combate internacionais, que vão ser colocados sob ordens de estrangeiros.
Isso não tem grande problema. O que é problema, é que isso se faça, sem que o exército não tenha capacidade para defender as fronteiras.
A verdade é que não temos neste momento problemas com o espanhois, e não é previsível que o façamos no futuro.
Mas mais uma vez, a história, é a que é. Lembro por exemplo a campanha do Rossilhão, em que mandámos tropas para ajudar os espanhois, no que parecia uma visão ibérica conjunta. Mas, como todos sabemos, as visões ibéricas não podem ser conjuntas, porque para os espanhois, só há uma visão ibérica admissivel, a de Madrid.
Portanto, o GALE fará sentido, mas acho que faria sentido pensar priimeiro noutras questões. Porque se os tanques não são prioritários, então também o não seriam os helicópteros, e menos ainda, quando os EH-101, podem ser utilizados como recurso (embora sejam grandes).
Se todos os nossos problemas nos ramos das F.Armadas fossem iguais a substituir o NH-90 por EH-101 (em caso de necessidade) estaríamos muito melhor que o que estamos. Infelizmente, não temos possibilidade de substituir tanques, armas ligeiras ou o que quer que seja, por um equipamento menos adequado, mas moderno e sofisticado, como acontece com o binómio NH-90/EH-101
Portanto, espero que os NH-90 cheguem, depois de estar completo o programa dos PANDUR, quando os Leopard-II substituirem os M-60 e quando tivermos meios de defesa anti-aérea e armas ligeiras modernas (além de meios anti-tanque em numero, que são meios relativamente baratos).
Lembro-me dos treinos com o missil TOW, no meu tempo de tropa, em que o pessoal só ouvia um estalinho, sabia utilizar a arma, mas nunca tinha visto uma a ser disparada.
Mas, voltanto ao GALE, são argumentos interessantes.
A verdade é que gostaría de ter uma ideia fundamentada, para fazer um artigo sobre o NH-90 e o GALE, e confesso que estou encalacrado . Provavelmente, só quando estiver definido o que será o GALE, é que será possível ajuizar.
Cumprimentos